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JORNAL

Alunos de EJA devem ter educação de qualidade

Maria Margarida Machado

A educação de jovens e adultos (EJA) concebe seus alunos como sujeitos de direito, que devem ter a sua disposição uma educação de qualidade e não um curso esvaziado e sem sentido para a formação do cidadão. A afirmação é da professora Maria Margarida Machado, da Faculdade de Educação da Universidade Federal de Goiás (UFG), para quem o objetivo da EJA é sobretudo proporcionar aos jovens e adultos que não tiveram possibilidade de concluir seus estudos, o acesso ao ensino fundamental e médio.

Para Maria Margarida, que já exerceu as funções de vice-diretora e coordenadora de graduação da UFG e de coordenadora pedagógica do Departamento de Educação de Jovens e Adultos da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade (Secad/MEC), a EJA deve ser também um lugar de encontro e reencontro das pessoas na sua interelação pessoal e nas experiências de ampliação cultural.

“A identidade da EJA é aquela que melhor corresponde à identidade dos sujeitos da EJA, sejam eles jovens, adultos, ou idosos”, destaca. Ela acredita que, hoje, a escolarização voltada para jovens e adultos busca não cometer os mesmos erros do ensino supletivo, onde a oferta de educação era “aligeirada e compensatória”.

Em sua opinião, a psicologia e a linguística, em especial, já demostraram que existem diferenças no aprendizado de pessoas nas mais diversas idades. “Sobretudo o aspecto da experiência de vida e, portanto, de uma formação sócio-cultural mais intensa, faz do aluno jovem e adulto um aprendiz que dialoga frente aos novos conhecimentos a partir do que já sabe”, ressalta a professora.

De acordo com ela, isto é um desafio, pois também significa que a realidade concreta de vida, os condicionantes econômicos e sociais, interferem no processo de aprendizagem e por isto precisam ser levados em conta no processo ensino-aprendizagem. Maria Margarida diz que a forma como o aprendizado no adulto é mobilizado é diferente das crianças, tendo em vista sua trajetória de vida. “Buscar seus interesses imediatos quando volta à escola, é fundamental, mas não se pode ficar no imediatismo. É preciso ajudá-lo a perceber como aprender é importante, fundamental e prazeroso”, salienta.

(Fátima Schenini)