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JORNAL

Escola de Recife atrai estudantes excluídos

Aluna lê dicionário de libras

Criada em 1994 com a ideia inicial de atender os surdos que viviam na rua e estavam evadidos do sistema de ensino, a Escola Municipal Padre Antônio Henrique, em Recife (PE), é uma escola inclusiva que atende a todos os tipos de estudantes, entre eles alunos com síndrome de Down, paralisia cerebral, e baixa visão.

“Temos 300 estudantes, dos quais 72 são surdos ou com outras deficiências. É uma escola que tem sensibilidade para esse público”, assegura a diretora, Maria de Fátima Ribeiro Ferraz. De acordo com a diretora, a instituição tinha cerca de 170 alunos surdos em 2009, reduzindo esse número devido ao processo de inclusão. “Os surdos foram conquistando outros espaços”, esclarece. Outro motivo, segundo ela, é que muitos dos estudantes surdos saíram da escola depois que concluíram o ensino fundamental.

De acordo com Maria de Fátima, a instituição sempre trabalhou com projetos de leitura e sempre pensou na importância de um espaço específico de pesquisa e leitura. Por essa razão, participou, em 2006, de um concurso para a implementação de bibliotecas nas escolas municipais, promovido pela Gerência de Biblioteca e Formação de Leitores, da Secretaria Municipal de Educação, Esporte e Lazer do Recife. O projeto que apresentaram foi classificado e a escola recebeu uma verba para a instalação da biblioteca.

“É uma biblioteca comum, com recursos variados, de acordo com as especificidades da escola”, diz a diretora. Além de obras literárias tradicionais, possui CDs em libras, livros em braille e jogos pedagógicos. “É pequenininha, mas é muito equipada”, destaca. Ela explica que apesar de não terem uma bibliotecária, contam com o apoio da professora de língua portuguesa, que contribui na organização e no trabalho com os estudantes. Além disso, possuem estagiários que trabalham como mediadores de leitura.

O acervo vem sendo adquirido de várias maneiras, que incluem o envio de obras pelo Ministério da Educação (MEC), a aquisição com verbas do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE/MEC), parcerias com empresas privadas, entre outras. A próxima meta de Maria de Fátima é montar uma sala de atendimento especializado, com equipamentos e jogos que possam contribuir para a melhoria do aprendizado e a inclusão dos alunos com diferentes deficiências e necessidades.

(Fátima Schenini)