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JORNAL

Alunos alagoanos aprofundam o estudo do cordel na sala de aula

Grupo de alunos lê cordéis na sala de aula

A literatura de cordel inspira várias atividades em sala de aula na Escola Municipal Prefeito Walter Dória de Figueiredo, no município de Rio Largo, Alagoas. Naquela unidade de ensino, é desenvolvido o projeto Sinhô Cordel, com estudantes do oitavo ano do ensino fundamental.

Para a professora Polyanna Paz de Medeiros Costa, o cordel é uma das mais expressivas formas da cultura nordestina. Professora de português, ela é a responsável pelo projeto, que estimula os alunos a participar de várias atividades, como leitura e discussão dos temas explorados pela literatura de cordel; audição de versos declamados pelo cordelista alagoano Demis Santana; produção de cordel e desenhos manuais. Os estudantes também participam de dramatizações de textos de cordel, de autoria própria, ao som de músicas do compositor Luiz Gonzaga [1912-1989].

“Os textos cordelistas são grande aliados nas estratégias de leitura e compreensão de fatos da realidade”, defende Polyanna. Formada em letras, com habilitação em português e literatura, especialização em mídias na educação e em novos saberes e fazeres da educação básica, ela está há dez anos no magistério. Polyanna também lecionou e desenvolveu o projeto Sinhô Cordel nas escolas Mário Gomes de Barros, no município de Novo Lino, e Alfredo Gaspar de Mendonça, em Maceió.

Na visão da professora, a literatura de cordel integra o patrimônio histórico do povo nordestino. “Ela é ensinada ao aluno para que ele reconheça que a linguagem é um meio fundamental na construção tanto de significados e conhecimentos quanto da identidade do ser humano”, explica. Além disso, segundo Polyanna, o mundo exige mais criatividade, senso crítico e capacidade de interpretação, não só de textos como do mundo.

Os cordelistas escolhidos para estudos em sala de aula são Jorge Calheiros, Davi Teixeira, José Severino Cristovão, Vicente Campos Filho, Gerson Santos, Pedro Queiroz, João Ferreira de Lima, José Pacheco, José Francisco Borges, Pedro Costa e Antônio Gonçalves da Silva.

A professora define o cordel como um tipo de poesia popular, impressa em folhetos e veiculada em feiras ou praças. Teve origem em Portugal, por volta do século 17, escrito em folhas volantes, também denominadas folhas soltas. Como tinha um aspecto rudimentar, era comercializado nas feiras, praças e ruas preso a um cordel ou barbante, o que facilitava a exposição. (Ana Júlia Silva de Souza)