Os perigos da poluição atmosférica inspiraram a Escola Municipal de Ensino Fundamental Antônio Prevedello em projeto para transformar a instituição em escola sustentável. O trabalho foi apresentado na IV Conferência Nacional Infantojuvenil pelo Meio Ambiente, promovida pelos ministérios de Educação e do Meio Ambiente, em Luziânia (GO), de 23 a 28 de novembro último.
Localizada na área rural do município de Cruz Alta, noroeste do Rio Grande do Sul, às margens da rodovia BR 377, a escola sofre com a poluição sonora e do ar, consequência do intenso tráfego de carros e veículos pesados. Outra causa de poluição atmosférica na região é o uso de defensivos agrícolas nas lavouras.
De acordo com a professora Aline Rizzardi, o projeto, criado por alunos do oitavo e do nono anos do ensino fundamental, visa principalmente a conscientizar os agricultores em relação ao uso indevido de agrotóxicos em áreas próximas a escolas rurais. A ideia é a substituição dos produtos químicos por defensivos naturais. Além disso, o projeto pretende alertar as autoridades sobre a falta de sinalização adequada na rodovia — não há indicações aos motoristas sobre a existência de escola nas proximidades. Os estudantes pretendem ainda orientar a população quanto à necessidade de respeitar os níveis de som aceitáveis à saúde humana.
Iniciado em agosto último, o projeto tem como primeira ação o combater ao uso indevido de agrotóxicos. A escola quer treinar os agricultores sobre os cuidados a serem tomados no uso de defensivos e a substituição dos produtos químicos por defensivos naturais. Para isso, conta com o apoio de universidades locais e da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater).
Perigos — Para resolver o problema da poluição sonora, os estudantes confeccionaram maquetes com material reciclado. Com elas, esperam mostrar os problemas resultantes da falta de sinalização. “O objetivo é mostrar a dirigentes municipais e órgãos de trânsito os perigos a que os alunos são submetidos diariamente, além da poluição sonora”, diz Aline, que tem graduação em ciências biológicas, especialização em gestão ambiental em espaços rurais e mestrado em agronomia.
Segundo a professora, o ruído provocado por excesso de velocidade, buzinas e freadas, entre outros, chega, algumas vezes, a interromper as aulas. Além de Aline, participam do projeto as professoras Tatiane Ritter e Vanessa Godoi. (Fátima Schenini)