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JORNAL

Cursos a distância ajudam a formar professores de música

Professora Elzilene Coelho tira dúvidas no polo de Ariquemes.

Em 2008, professores de 11 municípios brasileiros iniciaram o primeiro curso a distância de licenciatura em música do país. Com o auxílio da internet e de um conjunto de sistemas informatizados, mais de 600 professores estão aprendendo a tocar violão e teclado, bem como a utilizar a música em sala de aula.

O curso é uma das alternativas para atender a demanda de professores resultante da nova lei, que tornou obrigatório o ensino de música nas escolas. Segundo os dados mais recentes do Censo da Educação Superior, de 2006, o Brasil tem 42 cursos de licenciatura em música, que oferecem 1.641 vagas. Em 2006, 327 alunos formaram-se em música no Brasil.

Formada em pedagogia, Elzilene Coelho Leal, 33 anos, escolheu aprender o violão e disse que não teve dificuldades para utilizar a plataforma virtual do curso. “Os exercícios são bem dinâmicos e os conteúdos são próprios para trabalhar com os alunos”, acrescenta. Para ela, fazer um curso de música a distância exige muita dedicação. “Apesar de contarmos com ajuda de tutores, a gente acaba aprendendo sozinho e, por isso, o sucesso do curso depende muito da vontade de cada um. É você com o seu instrumento”, ressalta.

Aluna do polo de Ariquemes (RO), ela acredita que ensinar música é diferente de dar aulas sobre outras disciplinas. “A prática e a teoria devem estar juntas o tempo inteiro”, exemplifica. Elzilene pretende aplicar já este ano os conhecimentos adquiridos no curso na Escola Estadual Chico Mendes, colégio localizado em Cabixi (RO), onde atua como orientadora pedagógica. “Já estamos nos preparando para adaptar o currículo à nova lei”, diz.

Já a professora Marli dos Santos Assis Fogaça, 42 anos, aproveitava cada minuto de seu dia para fazer o curso. Durante o dia, ela trabalhava como secretária-executiva, de noite, ia para a escola dar aulas, e de madrugada se dedicava a aprender o teclado. “O único horário que sobrava era das 23h às 3h da manhã, e também nos finais de semana. Não foi fácil, mas o sacrifício valeu a pena”, conta.

Mesmo antes de fazer a licenciatura, Marli já procurava utilizar a música em sala de aula. “Quando a criança se envolve com a música, ela imediatamente muda de comportamento, passa a ser mais sociável, interage mais e melhora a concentração”, aponta. Ela também já tem planos de formar um coral e grupo de flauta na escola onde trabalha.

De acordo com a coordenadora do curso Helena Müller de Souza Nunes, a procura pelo curso em outras cidades é enorme e o curso ser incorporado à Universidade Aberta do Brasil (UAB) este ano. “Já temos uma lista com quatro mil professores interessados em fazer o curso. Os alunos gostam tanto que contagiam outras pessoas”, comemora.

Sob coordenação a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), o curso é resultado de uma parceria com a Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc), Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), Fundação Federal de Rondônia (Unir), Universidade Federal da Bahia (UFBA), Universidade Federal de Alagoas (Ufal) e Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT). Elas atuam nos pólos de Cachoeirinha (RS), Canoinhas (SC), Itaiópolis (SC), São Bento do Sul (SC), Linhares (ES), Salvador (BA), São Félix (BA), Irecê (BA), Cristópolis (BA), Porto Velho (RO) e Ariquemes (RO).

(Renata Chamarelli)