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JORNAL

Carinho é forma de apoio aos alunos em escolas gaúchas

Professora Ruth com alunos em atividade de leitura

Há 23 anos no magistério, Ruth Julio dos Santos sempre desejou ser professora. Quando criança, brincava de dar aulas. Ela trabalha na Escola Municipal Santa Catarina, no município de Imbé, litoral gaúcho. Graduada em pedagogia, desenvolve atividades na biblioteca, com turmas que abrangem desde a educação infantil até o quinto ano do ensino fundamental.

Para ela, o carinho com os alunos é fator importante para a aprendizagem. “A professora tem de conquistar cada criança, com carinho e paciência”, ressalta.

Na biblioteca, Ruth promove A Hora do Conto. Se a turma é de pequeninos, ela usa fantoches para contar as histórias; se os alunos são maiores, somente livros. “A maior dificuldade ocorre no período logo após a hora do recreio, pois as crianças estão agitadas e custam a se aquietar”, diz. A solução é esperar até que os alunos se acalmem e possam escutar as historinhas.

Nesse período de mais de 20 anos no magistério, Ruth tem acompanhado a trajetória de muitos estudantes. Seus alunos sempre a convidam para participar de festas de aniversários, batizados, formaturas e casamentos. “Os alunos que eram pequenos cresceram e hoje têm filhos. Já dei aulas também para filhos de ex-alunos”, destaca. “Sou feliz com meu trabalho.”

Carinho é fator importante também para Rosana Severo Spreckelsen da Cunha, professora de educação física em turmas da pré-escola até nono ano do ensino fundamental na Escola Municipal Antonio Gonçalves do Amaral, no município de Santa Maria, também no Rio Grande do Sul.

“As crianças geralmente são carentes, pois ficam pouco tempo com os pais e costumam ser carinhosas com as professoras. Às vezes, me chamam de mãe”, revela. Ela observa que os adolescentes costumam ser mais reservados.

A educação física sempre fez parte da vida de Rosana. Filha de professores e casada com um professor da disciplina, ela acredita que o segredo para ser um bom profissional é fazer o que gosta. “O professor tem de passar entusiasmo aos estudantes porque eles percebem quando o professor está realmente fazendo aquilo que gosta e em que acredita”, observa. Rosana está no magistério há 25 anos.

Interação — Para a pedagoga Maria Ivone Alves Serpa, de Porto Alegre, o vínculo que o professor estabelece com o aluno é importante para o processo ensino-aprendizagem. “Se o aluno tem uma dificuldade, procuro entendê-lo”, diz.

Há 39 anos no magistério, com experiência como professora em todos os níveis, como orientadora educacional e como supervisora escolar, Maria Ivone não esquece uma turma de segundo ano do ensino fundamental para a qual deu aulas anos atrás. “Eram alunos considerados difíceis, mas eu sempre dizia a eles que eram muito inteligentes”, explica. Deu tão certo que, embora tenham mudado de escola, os estudantes fizeram questão de convidar a antiga professora para a formatura.

De acordo com Maria Ivone, hoje na Secretaria Estadual de Educação, as aulas eram tranquilas. Ela procurava dar oportunidade para os alunos interagirem. “Sempre dava um tempo para eles conversarem. Isso é entender a fase em que estão”, avalia. “Nunca facilitei nada. Sou exigente, mas sem maltratar e sem humilhar.” (Fátima Schenini)