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JORNAL

Silvânia abriga a primeira escola ambiental de Goiás

Ir. Davi Nardi, diretor do Aprendizado Marista, com grupo de alunos.

Na área rural de Silvânia, município a cerca de 80 Km de Goiânia, uma instituição voltada ao atendimento de crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade pessoal e social é a primeira escola ambiental do Estado de Goiás. É o Aprendizado Marista Padre Lancísio, que atende gratuitamente estudantes de educação infantil e fundamental, em regime integral.

“Ser uma escola ambiental significa contribuir com a conservação do planeta”, diz o irmão marista Davi Nardi, diretor da instituição. Para ele, uma escola ambiental se justifica pela necessidade de enfrentar os problemas da ameaça à biodiversidade, aos biomas, bem como o aumento da exclusão social, que eleva o nível de pobreza das populações e pode tornar um país socialmente injusto e ambientalmente inseguro.

Ele salienta que as estratégias de enfrentamento da problemática ambiental e social passam pelo processo educativo. Nesse sentido, acredita, o aprendizado marista é um espaço que favorece o processo de formação de educadores e agentes sociais com uma proposta ambiental, disseminação de políticas públicas e de desenvolvimento sustentável.

Segundo o diretor, o processo de retorno é lento, pois a comunidade tem despertado, aos poucos, para essa consciência ecológica do planeta. Mas ele acredita que se essa semente for plantada no coração das crianças, terá possibilidade de crescer. “Basta ver os cuidados com a escola, o plantio de árvores em alguns bairros”, exemplifica.

O aprendizado marista desenvolve inúmeros projetos na área do meio ambiente. Um deles é o Coletivo Educador Território Estrada de Ferro, que reúne diversas instituições que atuam na região da estrada de ferro. O objetivo é a formação de educadores ambientais populares. São atendidos os municípios de Silvânia, Bonfinópolis, Leopoldo de Bulhões, Gameleira de Goiás, São Miguel do Passa Quatro, Vianópolis e Orizona. Outro projeto importante é o atendimento às escolas do município e cidades vizinhas.

A instituição também desenvolve o projeto Sala Verde, iniciativa criada pelo Ministério do Meio Ambiente, que já dispõe de 390 unidades em todo o país. Dois biólogos e dois técnicos administrativos ambientais trabalham neste projeto. É um espaço interativo de informação, educação, formação e ação socioambiental, com mostruário de coleções de sementes, ovos, fósseis, e animais empalhados ou conservados em formol.

Além disso, o Projeto Sala Verde também é desenvolvido nos espaços educativos da Escola Ambiental, em parceria com escolas públicas estaduais e municipais. No viveiro de mudas do cerrado, os estudantes produzem e plantam mudas de árvores nativas da região, frutíferas e ornamentais; no viveiro de pequenos animais, como coelhos e codornas, aprendem cuidados básicos e higiene das jaulas, entre outros pontos. O aviário, o minhocário, a pocilga e a horta são outros locais de aprendizagem.

A escola também realiza atividades como trilhas para portadores de necessidades especiais; trilhas noturnas no período de lua cheia; oficinas de reciclagem e reutilização de resíduos sólidos nas escolas do município; oficinas de artesanato em resíduos sólidos; qualificação de educadores ambientais em seminários e congressos.

(Fátima Schenini)