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JORNAL

Escola do Paraná está comprometida com a inclusão

Foto da sala de aula mostra o triciclo utilizado pelo aluno com dificuldades de locomoção.

O Colégio Estadual Prefeito Joaquim da Silva Mafra, localizado no município de Guaratuba, no litoral do Paraná, é uma escola comprometida com a inclusão. Entre os cerca de 1.600 alunos matriculados nas séries finais do ensino fundamental e no ensino médio, sete têm necessidades especiais: três são surdos, três têm deficiência mental, e um tem paralisia cerebral.

De acordo com a coordenadora pedagógica da instituição, Jaqueline Mistura, o primeiro estudante com necessidade especial a chegar na escola, há cerca de seis anos, era surdo. Logo em seguida veio um aluno com paralisia cerebral. E os demais alunos foram chegando, atraídos pelo bom atendimento e as melhorias que foram sendo introduzidas. “Nossa diretora tem uma visão muito inclusiva. Ela e uma orientadora educacional, já aposentada, encabeçaram o processo de inclusão em nossa escola”, conta Jaqueline. Atualmente, o Joaquim Mafra é uma referência para o ensino de surdos e centraliza o atendimento de estudantes com problemas de surdez.

A escola fez algumas reformas para garantir a acessibilidade: construiu rampas, banheiro especial, e alargou portas. Também se preocupou em garantir a presença de profissionais capacitados para o atendimento de alunos com necessidades educacionais especiais, entre eles, intérpretes da linguagens de sinais (Libras), para auxiliar no aprendizado. Além disso, segundo Jaqueline, muitos professores têm curso de pós-graduação na área de educação especial.

Triciclo – A chegada de Anderson, o aluno com paralisia cerebral, levou o colégio a construir um triciclo para que ele pudesse se movimentar facilmente de um ambiente para outro. O modelo é semelhante ao veículo que ele já usava, tanto em casa quanto para se deslocar até à escola. Inteligente e simpático, o garoto que está hoje no primeiro ano do ensino médio não enfrenta problemas de falta de aceitação. “Todo mundo ajuda o Anderson”, diz a professora de matemática, Neide Carneiro do Nascimento Silva. Lecionando em oito turmas diferentes, Neide dá aulas para a turma de Anderson há três anos. E diz que o trabalho não é difícil.

Neide já deu aulas para um aluno com dificuldades semelhantes. Para ela, a diferença agora é que Anderson conta com a ajuda de uma professora de apoio pedagógico, encarregada de adaptar o conteúdo para ele. “Assim é bem melhor”, acredita. Além disso, o estudante utiliza um computador especialmente adaptado para ele.

Na visão do pai de Anderson, Ricardo Pascoal França, a inclusão é uma medida muito boa. Ele diz que o garoto se adaptou à escola e a escola se adaptou a ele: “todos os professores já se acostumaram com o Anderson e mesmo que a professora de apoio não esteja, eles sabem o que fazer para ajudá-lo”.

(Fátima Schenini)