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JORNAL

Inclusão eleva número de alunos especiais em classes comuns

Aluna com deficiência visual fazendo atividade em sala de aula.

O Brasil teve um aumento significativo no número de estudantes da educação especial matriculados nas classes comuns do ensino regular. O percentual de alunos da educação especial estudando em escolas regulares cresceu 41% em 10 anos. São 375.775 estudantes incluídos em classes comuns. De acordo com o Censo Escolar da Educação Básica (Inep/MEC), em 1998, apenas 13% dos estudantes com necessidades especiais freqüentavam estas turmas comuns; em 2008, o número de matrículas chegou a 54%.

Este avanço é resultado de uma mudança de cultura em relação a crianças e jovens que nascem com algum tipo de necessidade especial. Atualmente, são 695.699 estudantes nesta condição. Do total, que inclui deficientes visuais, auditivos, portadores de deficiência físicas, mentais ou com altas habilidades e superdotados, 375.775 frequentam classes comuns em escolas regulares. O que tem trazido resultados positivos para toda a comunidade escolar.

Na visão da psicopedagoga Marilda Nepomuceno da Silva, que trabalha há 11 anos na sala de recursos multifuncionais da Escola Classe 316 Norte, em Brasília (DF), a inclusão é um direito realmente de todos e todos saem ganhando com a interação que ela proporciona. Em sua opinião, quando as crianças comecam a conviver, muito cedo, com as diferenças, aprendem a lidar com isso, naturalmente. Segundo Marilda, sua escola atende crianças com necessidades especiais, de forma inclusiva, há muito tempo, antes mesmo de existir legislação específica. Dos 217 alunos do 1º ao 5º ano do ensino fundamental, matriculados na instituição, 29 têm necessidades especiais.

A Secretaria de Educação Especial (Seesp) do Ministério da Educação possui diversos programas de inclusão e acessibilidade em escolas. Por meio deles são oferecidos apoio técnico e financeiro aos sistemas públicos de ensino para a oferta e garantia de atendimento educacional especializado, de forma complementar à escolarização. Assim, no período de 2005 a 2008, o MEC distribuiu 5.551 salas de recursos multifuncionais a escolas de educação básica.

Para participar dos programas leia mais sobre: Escola Acessível; Educação Inclusiva: Direito à Diversidade; Implantação de Salas de Recursos Multifuncionais; Benefício de Prestação Continuada da Assistência Social na Escola (BPC); e Programas de Formação Continuada de Professores na Educação Especial - presencial e a distância -, oferecidos pela Universidade Aberta do Brasil (UAB). Em 2009, foram abertas 13 mil vagas em 11 instituições públicas de ensino superior para professores que atuam no atendimento educacional especializado e na sala de aula comum: 5 mil para cursos de especialização e oito mil vagas para cursos de extensão ou aperfeiçoamento.

Outra ação da Seesp é a produção de livros em braile ou em forma digital, realizada com o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) a fim de promover a acessibilidade nos programas nacionais do livro. Além disso, este ano a Seesp entregou 1.300 laptops a alunos com necessidades especiais matriculados nas séries finais da educação fundamental, da educação de jovens e adultos (EJA) e da educação profissional. Em 2008, foram distribuídos 774 laptops.

(Adriane Cunha/Fátima Schenini)