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DIARIO
Edición 13 - Música na Escola
27/01/2009
 
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Escola utiliza videogame para estimular alunos

Autor: Arquivo da EM&T


Professor de música há 13 anos, Alex Rodrigues voltava das férias quando, logo nas primeiras aulas, percebeu uma melhora significativa de um de seus alunos de guitarra. Após o período de férias, o aluno que antes tinha dificuldade para tocar o instrumento, retornou entusiasmado. “Ele citava bandas de rock mais antigas e disse que havia tocado as férias inteiras porque havia ganhado um videogame chamado Guitar Hero”, contou Rodrigues.

Segundo o professor, que trabalha na Escola de Música e Tecnologia em São Paulo, além de melhorar o repertório de músicas do aluno, o jogo trabalhou bastante a parte rítmica. “Hoje, é muito comum os jovens se interessaram apenas pelas músicas que tocam no rádio. Com o jogo, ele quis tocar músicas onde o instrumento é mais presente e constante”, explicou. A melhora do aluno foi natural e ao final do semestre ele ganhou um prêmio de aluno revelação.

O método foi tão eficaz que hoje há na escola uma sala de videogame à disposição de todos os alunos. Rodrigues ressalta, porém, que o videogame não ensina a prática musical propriamente dita. “Bastante disputada, a sala é o lugar onde os alunos podem brincar. O objetivo é o entretenimento mesmo”, ressaltou.

Pesquisadora do uso das tecnologias na educação musical, a professora Susana Éster Kruger destaca que cabe a cada professor analisar como estes recursos podem ser utilizados e se seu uso é adequado ou não ao seu contexto. “É possível que várias tecnologias contribuam de diferentes maneiras para o ensino da música nas escolas. Algumas foram criadas diretamente para este fim e outras que podem ser adaptadas”, afirma.

Entre as tecnologias pesquisadas por ela, estão: softwares de edição de partitura; o site Youtube, que pode servir para exemplificar estilos musiciais; e softwares como o Editor Musical, que foi criado para composições musicais individuais e colaborativas (grupos de alunos conectados via internet em tempo real). “É necessário observar o objetivo intrínseco à construção do software, analisar as necessidades e propósitos das aulas em que se pretende utilizá-lo e verificar quais são as possibilidades de adaptação desta tecnologia” acrescenta.

Para ela, o videogame Guitar Hero pode ser utilizado em atividades voltadas à percepção musical, já que parte da música real para depois trabalhar com a teoria e a técnica. Já um outro videogame, chamado Rock Band, pode ser mais interativo e colaborativo, dadas as possibilidades de simulação e interação de um ou mais alunos com o jogo. Entretanto, Kruger endossa a opinião de Figueiredo sobre a utilização de videogames no ensino da música, destacando que nenhum jogo ou software pode substituir a prática musical.

Coordenadora do Projeto Guri em São Paulo, a pesquisadora utiliza as TICs na formação continuada da equipe docente que atua junto aos alunos, promovendo cursos que tratam do uso da EaD em atividades pedagógico-musicais, sociais, de gestão e comunicação, bem como cursos sobre aspectos musicais e pedagógicos do ensino musical coletivo (mesclado com aulas práticas presenciais) e outros temas. De acordo com Kruger, os professores devem avaliar a concepção pedagógica que está implícita no software.

Muitos softwares têm sido criados com concepções pedagógicas tecnicistas, colocando a técnica ou a literatura sobre música em primeiro lugar. “Há tecnologias que priorizam o ensino de elementos teóricos da música ao invés de dar ao aluno a possibilidade de explorar seu potencial criativo através da composição/improvisação/arranjo, apreciação e execução vocal ou instrumental. Assim, vários deles são apenas uma “roupagem nova” para um conceito antigo, e não tem nada a mais para acrescentar nas aulas de música além da novidade tecnológica”, explica.

(Renata Chamarelli)

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