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DIARIO
Edición 127 - Alfabetização nos Anos Iniciais
27/07/2016
 
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Alunos de escola fluminense criam álbum das Olimpíadas como ação de aprendizagem

As crianças coloriram as

As crianças coloriram as "bandeirinhas” dos diferentes países

Autor: Arquivo da professora


Em ano letivo de Olimpíadas, a professora Ana Márcia da Silva Vieira, da Escola Municipal Olegário Mariano (Emom), na Zona Norte do Rio de Janeiro, teve a ideia de criar com os alunos de duas turmas de alfabetização um álbum de figurinhas das Olimpíadas do Rio 2016, com as bandeiras dos principais países dos atletas. O projeto empolgou tanto as crianças que foi muito além da tradicional atividade de preencher o álbum com as figurinhas ─ no caso, as bandeirinhas dos países. Elas não apenas apreenderam, de forma lúdica, habilidades da fase própria da alfabetização, como assimilaram informações sobre a geografia e a cultura de nações participantes dos Jogos Olímpicos.

Assim, antes de entrarem de férias, em agosto, para poder acompanhar as disputas das 42 modalidades esportivas na cidade em que vivem, as crianças do segundo e do terceiro anos do ensino fundamental da professora Ana Márcia não apenas completaram o álbum de figurinhas como enfeitaram os corredores da escola com bandeiras de diferentes países que aprenderam a pintar com as cores certas. “Na época em que realizei a pesquisa com os alunos, o número de países participantes estava em 62. São desses as bandeirinhas do nosso álbum, que traz também a bandeira oficial das Olimpíadas”, esclarece a professora. No site oficial das Olimpíadas Rio 2016 são contabilizados atletas de 206 países.

“Os alunos ficaram encantados com o projeto, principalmente pelo fato de que eles mesmos confeccionaram os álbuns. Essa empolgação conta a nosso favor na alfabetização, pois estão motivados, e isso é importante no processo de aprendizagem”, explica a professora, de 51 anos, que tem formação em letras e é orientadora, na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), de estudos do Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa (Pnaic) do Ministério da Educação.

Prêmio ─ A experiência de trabalhar com o álbum de figurinhas em classes da alfabetização é descrita no blogue Alfabetização Criativa, que a professora mantém e foi premiado, em 2012, pelo município do Rio de Janeiro, na categoria Blogue de Educador.

Segundo a professora, o álbum pode contribuir para o processo de alfabetização de várias formas. “Uma delas é o fato de as crianças gostarem de colecionar, o que foi de grande valor para o aprendizado nesse período”, afirma. Ana Márcia conta que a primeira atividade foi colorir as bandeirinhas dos diferentes países, depois recortadas e coladas no álbum. “Essa atividade durou vários dias e, para facilitar esse processo, organizei um arquivo em [software] powerpoint com os continentes e todas as bandeiras do álbum para que as crianças pudessem ver como são na realidade e colori-las corretamente”, explica.

Ao fim dessa atividade, as bandeirinhas foram cortadas e organizadas em saquinhos de pipoca. No fim da aula, cada criança podia pegar cinco figurinhas, aleatoriamente. “Era prazeroso ver a alegria e a troca que ocorria entre os alunos na expectativa de completar o álbum”, comenta a professora. O projeto do Álbum das Olimpíadas Rio 2016, no entanto, desdobrou-se em uma série de outras atividades interdisciplinares. Os alunos aprenderam, por exemplo, a localizar o Brasil no mapa-múndi e descobriram a quantidade de países participantes em cada um dos cinco continentes. “Eles são pequenos, e não podemos trabalhar com muitas informações, mas eles aprenderam, por exemplo, que a Europa foi o continente que mais enviou atletas e sabem que a Rússia e a Turquia estão em dois continentes, formando a chamada Eurásia”, diz Ana Márcia. Essas descobertas foram agrupadas pela professora em gráficos e tabelas.

Ao colorir as bandeirinhas do álbum, as crianças ainda aprenderam a identificar formas geométricas e o significado dos diferentes símbolos nacionais e a colocar os nomes dos diferentes países participantes em ordem alfabética. Por isso, o uso do dicionário foi incentivado. Os alunos recebiam letras do alfabeto e tinham de dizer que países com atletas nas Olimpíadas começavam com aquela letra. “O aluno que recebeu a letra ‘q’ estranhou o jeito de escrever Qatar e eu tive de explicar que era um nome estrangeiro, mas que era possível escrever Catar também”, ressaltou a professora.

Tom e Vinícius, respectivos mascotes das Paraolimpíadas e das Olimpíadas do Rio 2016, em homenagem ao músico e ao poeta brasileiros, também ajudaram no processo de alfabetização. “Eu usei muito as músicas de Vinicius (de Moraes), do disco A Arca de Noé, para que os alunos ouvissem os nomes dos animais e aprendessem a lê-los e escrevê-los em ordem alfabética”, explica a professora. “Acredito na alfabetização que faça sentido porque alfabetizar é muito mais do que ensinar a ler e a escrever”, diz. “É preciso aproximar a sala de aula da vida fora da escola porque, se não houver essa aproximação, a criança pode concluir que se aprende a ler e a escrever para passar de ano e para copiar exercícios dados pelo professor.”

Propósito ─ De acordo com Ana Márcia, para tornar a aprendizagem significativa é importante estar atento ao que acontece fora das paredes da escola e ao que está no foco de interesse dos alunos. Assim, os Jogos Olímpicos serviram ao propósito pedagógico do primeiro semestre da Escola Olegário Mariano. A professora revela que a ideia de criar o projeto do álbum de figurinhas surgiu a partir do projeto político-pedagógico adotado pela escola para este ano letivo, intitulado Emom nas Olimpíadas pela Paz.

Cada professor ficou responsável por envolver os alunos da sua turma na confecção de uma grande bandeira de um dos países participantes dos Jogos. A classe do segundo ano da professora Ana Márcia ficou com a bandeira da Suécia e sua turma do terceiro ano, com as da Coreia do Norte e de Israel. As bandeiras feitas pelos alunos foram expostas nos corredores da escola. “Diante do encantamento das crianças com a exposição das bandeiras, decidi criar o projeto do álbum de bandeirinhas”, revela a professora. “Nós, professores, precisamos estar atentos a todas as oportunidades de aprendizagem que aparecem diante de nós.” (Rovênia Amorim)

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