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Edición 129 - Especial Dia do Professor-2016
14/10/2016
 
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Escola pública mais antiga de Planaltina guarda história de gerações de professores

Bruna Freitas, Luciene Alves Carlos, Dona Lila e Davi

Bruna Freitas, Luciene Alves Carlos, Dona Lila e Davi

Autor: Rafael Carvalho


Na escola de paredes azuis, que exibe mangueiras e goiabeiras pelo pátio, as histórias de gerações de professores entrelaçam-se pelos corredores entre as salas de aula, onde estudam 1.500 alunos do primeiro ao nono ano. O Centro de Ensino Fundamental (CEF) 02 fica situado no centro histórico de Planaltina, cidade de 157 anos, a mais antiga do Distrito Federal, e revive diariamente os tempos passados nas boas lembranças de professores, muitos dos quais ex-alunos ou filhos de ex-professores da escola.

E, assim, tem-se a história da professora Bruna Luísa Ribeiro de Freitas, 29 anos, filha da dona Lila, uma ex-aluna da escola e que, em 1978, tornou-se professora de português por 19 anos no mesmo local onde estudou. “Sempre amei ser professora e, no começo de cada ano letivo, eu comprava um vestido novo para conhecer os meus novos alunos”, conta a senhora de 68 anos, natural de Formosa, Goiás. Lila é tia de Luciene Alves Carlos, 44 anos, professora de português há 27 anos no CEF 02.

“Estudei na escola de 1978 a 1997 e fui aluna da minha tia (professora Lila)”, explica Luciene que, por sua vez, foi professora de português da prima Bruna nos anos finais do ensino fundamental.

E a história continua. Hoje, Davi Miranda, de 9 anos, sobrinho de Bruna, é aluno do terceiro ano na escola, que começou a funcionar 23 anos antes da inauguração de Brasília. Nessa época, as aulas aconteciam na residência de Dona Etelvina da Silva Campos, sob a direção do Frei Benevenut Casabant, e era chamada de Escola Paroquial, por pertencer à Paróquia de São Sebastião. Até hoje a comunidade conhece o CER 02 por Escola Paroquial, a primeira a ser fundada em Planaltina. A professora Gabriela Guimarães Freitas, avó da professora Bruna, foi a primeira diretora da escola, em 1937. “Nessa época, diretora ainda levava circunflexo na letra ‘o’”, ensina dona Lila.

As professoras Lila e Luciene falam com entusiasmo da profissão que acolheram. “Desde menina, eu brincava de dar aula para a vizinhança e usava carvão para escrever no muro da minha casa. É vocação mesmo”, conta Luciene. Mãe da Bruna, tia de Luciene e avó de Davi, dona Lila, que ninguém conhece por Maria Alves de Freitas, seu nome de batismo, explica que o segredo da boa educação é trabalhar com alegria: “Quando a gente gosta do que faz, o aluno sente que o professor trabalha com amor e então ele senta para te ouvir”.

As professoras Necy Ribeiro de Castro, 63 anos, e Paula Valéria Ribeiro de Castro, mãe e filha, também têm suas histórias para contar. Mesmo aposentada, Necy volta sempre ao CEF 02 para contar histórias infantis às crianças. “Ela é uma excelente contadora de histórias”, explica Neiva de Oliveira Badu, 39 anos, 22 anos na escola, os últimos cinco como a atual diretora. Ela explica que a “grande família” que compõe a escola e a vocação pelo magistério ajudam no trabalho comprometido com a qualidade da educação. “Nosso Ideb (índice de desenvolvimento da educação básica) para os anos iniciais é de 6,1, previsto como resultado para 2022”, afirma.

“A gente percebe que o ensino da escola tem qualidade quando a criança chega feliz em casa. É assim com o Davi, meu neto. Ela chega muito mais feliz em casa do que quando sai de casa”, compara a professora Lila. Observadora num canto da sala, a professora Bruna Luísa ouve a mãe falar com entusiasmo. “Aprendo a ter paciência com ela”, explica. Lila também foi professora de Paula Valéria, que é a filha da ex-professora Necy, que também foi diretora na Escola Paroquial. “Este aqui era o meu armário, onde guardava as minhas coisas”, recorda-se ela. “Eu era brava e muito rigorosa, mas também dava liberdade aos alunos. Eles podiam ficar descalços em sala de aula”, conta. “Tínhamos muitos dificuldades, a gente usava os versos de panfletos para os deveres de casa, mas se fosse preciso começar tudo de novo, começaria como professora. É gratificante ter histórias para contar”, prossegue ela.

Hoje, os dois filhos de Andréia Cristina de Sousa Neves, 37 anos – André Eduardo, 7 anos, e Heloysa Helena, de 11 – são alunos da Escola Paroquial, assim com foi um dia a avó deles, Alice de Melo Neves, de 83 anos. “Eu também fui professora. Eu dava aulas na zona rural para adultos que não tiveram a oportunidade de estudar quando crianças”, conta dona Alice. Nesse instante, a professora Luciane de Mello Ricci Fernandes, 47 anos, 27 deles como professora no CEF 02, aproxima-se para dar um abraço em dona Alice, sua tia. “Somos uma família com tradição no magistério”, diz.

A diretora Neiva comenta que trabalhar no CEF 02 é um grande desafio para os professores, pela história da escola e os vários profissionais de sucesso que passaram como alunos pelas suas salas de aula. “A gente se sente obrigada a manter o bom trabalho e a qualidade do ensino, mas isso só é possível porque há muito integração entre os professores, que formam uma única família”, afirma. E assim, novas histórias vão se construindo. Andréia Cristina de Sousa Neves, 37, estudou na escola e é filha de Magno Sérgio de Melo Neves, ex-professor e ex-diretor de lá. “Ele fez muito pelo ensino de Planaltina e somos todos muito gratos”, diz a diretora.

 

Texto de Rovênia Amorim e foto de Rafael Carvalho.

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