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DIARIO
Edición 24 - Software Livre na Educação
10/08/2009
 
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De sucata a cidade virtual

Jogo virtual propõe a criação de cidades.

Jogo virtual propõe a criação de cidades.

Autor: Arquivo pessoal


A criação de maquetes sempre foi uma atividade divertida e eficaz no ensino. Mas um grupo de pesquisadores da Universidade Federal do Rio Grande do Sul desenvolveu um sistema que pode tornar o uso do recurso na sala de aula mais tecnológico e atrativo para os estudantes. É o Città, do Projeto Civitas, um jogo elaborado para alunos do 3º e 4º ano de escolas do interior do Rio Grande do Sul, que utiliza software livre.

O Città entra como uma maquete digital, em paralelo às demais maquetes físicas que são construídas com sucata. Com ele, as pequenas cidades construídas com sucata ganham dimensões virtuais na tela do computador. De acordo com um dos desenvolvedores do projeto, o doutor em computação Daniel Nehme Muller, o objetivo foi aperfeiçoar novas metodologias de trabalho em sala de aula a partir da necessidade de professores do ensino básico.

“O jogo, basicamente, é um programa de computador que permite a construção de ruas e edificações em um plano tridimensional. Posteriormente são agregadas outras funcionalidades, como alertas ecológicos”, explica Muller. O projeto foi levado para 20 escolas de quatro municípios gaúchos: Sobradinho, Venâncio Aires, Mato Leão e Cruzeiro do Sul.

Uma das usuárias do programa, a professora Fabiana Chagas, diz que o jogo auxilia no desenvolvimento da ética, da cidadania, além da criatividade. “Unimos o lúdico à tecnologia para trabalhar melhor com os alunos. Muitos se sentiam isolados e agora interagem com o restante da turma para administrar as cidades que constroem”, afirma. Sua turma do 4º ano da Escola Municipal Dois Irmãos, em Venâncio Aires, está aprendendo mais sobre atividades comerciais. A professora conta que eles vivenciam situações e potencializam a realidade virtual. “Com a criação do comércio na cidade do jogo, eles dramatizam situações e aprendem como funciona um mercado de verdade”, relata.

Segundo Fabiana, ela não apenas ensina como também aprende muito com os trabalhos e reações dos alunos nas atividades “virtuais”. Para ela, a grande vantagem do desenvolvimento de um software livre como esse está no acesso. “Seria difícil essas crianças terem acesso a esse tipo de atividade. A grande maioria sequer tem computador em casa. Da forma como foi desenvolvido, eles trabalham em conjunto, aprendem e também ensinam, seja a mim, aos colegas, à família ou à própria comunidade”, avalia.

Os alunos de Fabiana construíram a maquete de uma cidade com sucata. Ela então decidiu, junto com os estudantes, criar uma estratégia para unir o jogo ao trabalho já realizado. As crianças imaginaram então uma cidade chamada C3, para onde os “moradores da maquete” fugiriam após uma catástrofe natural. “Na cidade construída com latinha, papelão e plástico, ocorreu uma tragédia. Os habitantes sofreram com a seca e decidiram fugir em um foguete para C3, fora do planeta Terra. Divididos em três grupos, eles criaram a cidade virtual para receber os novos habitantes e estabeleceram condições de vidas favoráveis. Com o tempo criaram escolas, comércio, hospitais, igreja e aprenderam a administrar as situações vividas na cidade virtual e a transferir esse aprendizado para a realidade”, relata Fabiana.

Pesquisador envolvido no projeto, Márcio André Rodrigues Martins trabalha na formação de professores que atuam com o Città. Para ele, o jogo traz novas possibilidades para a educação. “Os professores podem trabalhar a estética e a filosofia com os alunos na concepção da cidade. Eles aprendem desde cedo a construir conhecimentos voltados para conteúdos científicos, aprendem mais sobre a linguagem tecnológica e trabalham princípios de sustentabilidade”, destaca. O projeto ainda funciona em fase piloto, mas pode ser explorado no endereço http://sourceforge.net/projects/civitas.

(Rafania Almeida)

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