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Edição 30 - Acessibilidade e Inclusão
26/11/2009
 
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Piauí incentiva a inclusão em suas escolas

Nas turmas da professora Socorro Alencar, no Piauí, há inclusão de alunos com necessidades especiais visuais.

Nas turmas da professora Socorro Alencar, no Piauí, há inclusão de alunos com necessidades especiais visuais.

Autor: Arquivo da escola


O Piauí quer que pelo menos uma escola em cada um de seus 224 municípios esteja totalmente adaptada e acessível, até o final de 2010. Para tanto, os novos prédios já estão sendo construídos dentro dos padrões de acessibilidade. E os antigos estão sendo reformados, para que possam se adequar às novas normas.

De acordo com a gerente de Educação Especial da Secretaria de Educação do Piauí, Viviane Fernandes Faria, o processo de inclusão está sendo construído pelo Estado em parceria com o Ministério da Educação e com os municípios. Segundo ela, apesar de ter iniciado a inclusão em 2003, o Piauí só conseguiu aumentar o número de crianças especiais no ensino regular, em 2007, quando implantou as salas de recursos multifuncionais.

Na opinião da professora Maria do Socorro Cruz Alencar, que dá aulas em turmas regulares de 5º (4ª série) e 6º ano (5ª série) da Unidade Escolar Nair Gonçalves, em Teresina, a implantação da sala de recursos ajudou muito. “Melhorou demais”, diz a professora com 22 anos de experiência no magistério, 12 dos quais atendendo alunos com deficiência visual. Com curso de normal superior e especialização para trabalhar com deficientes visuais, Maria do Socorro atende, no momento, quatro alunos cegos, sendo três na turma do 5º ano e um na turma do 6º ano. Ela garante que não há preconceito. Os estudantes cegos são bem aceitos pelos demais estudantes, que procuram ser amáveis e ajudar, quando necessário.

Segundo a professora, antes da criação da sala de recursos os alunos cegos aprendiam o conteúdo um dia depois dos demais estudantes. Isso ocorria porque era preciso esperar até que o conteúdo fosse passado para uma linguagem própria. “Agora eu passo para as professoras da sala de recursos o conteúdo que precisa ser preparado, um dia antes. E ele está pronto no dia em que preciso”.

Uma das professoras da sala de recursos dessa escola é Maria Creusa Gonçalves Batista Ribeiro. Formada em pedagogia e em biologia, ela é professora da rede estadual desde 1981. Com curso de linguagem Braille, ela começou a trabalhar com deficientes visuais em 2003, em uma associação de cegos e, em 2007, foi para a Unidade Escolar Nair Gonçalves.

Alguns dos 17 alunos cegos que hoje estão matriculados nessa instituição de ensino fundamental e médio, já foram atendidos por Maria Creuza na antiga associação onde trabalhava. O que ela observou, a partir dessa mudança de local, é que eles agora estão mais independentes. “Na associação eles ficavam mais protegidos”, acredita.

De acordo com ela, os cegos não se sentem rejeitados ou estereotipados. “Não se vê preconceito na nossa escola”, salienta. Favorável à nova legislação, a professora acredita que ela também contribuiu para uma nova conscientização das famílias, que têm, inclusive, feito mais reivindicações.

Na Escola de Educação Básica Governador Freitas Neto, também de Teresina, a professora Carmem Alves Marques tem duas alunas surdas em sua turma de 5º ano (4ª série). Formada em pedagogia, há dois anos no magistério, Carmem conta que a experiência de inclusão tem sido muito positiva. “No início do ano, as duas estavam muito tristes, muito quietinhas, mas agora estão mais alegres e participativas”. Quando querem se comunicar com a professora elas mandam mensagens, via celular. “É muito gratificante”, diz. A escola também tem uma sala de recursos e as duas alunas participam de atividades no contraturno.

(Fátima Schenini)

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