Andr?a Vassallo Fagundes
Modalidade / Nível de Ensino | Componente Curricular | Tema |
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Ensino Fundamental Inicial | L?ngua Portuguesa | L?ngua escrita: g?neros discursivos |
O aluno ser? apresentado ao g?nero textual conto, sistematizando suas especificidades.
Ter? a oportunidade de conhecer uma nova vers?o do mesmo conto, bem como de pesquisar outros existentes em nossa literatura.
Momento 1
O professor iniciar? a aula com os alunos, sentados em roda, e perguntar? se conhecem o conto "Chapeuzinho Vermelho". Pedir que o contem oralmente fazendo as interfer?ncias necess?rias para que a hist?ria seja toda contada.
Posteriormente realizar a leitura em voz alta do conto (Dispon?vel no site: http://www.feijo.com/~flavia/chapeuzinho.html )
Era uma vez uma menina chamada Chapeuzinho Vermelho, que tinha esse apelido pois desde pequenina gostava de usar chap?us e capas desta cor.
Um dia, sua m?e pediu:
- Querida, sua av? est? doente, por isso preparei aqueles doces, biscoitos, p?ezinhos e frutas que est?o na cestinha. Voc? poderia levar ? casa dela?
- Claro, mam?e. A casa da vov? ? bem pertinho!
- Mas, tome muito cuidado. N?o converse com estranhos, n?o diga para onde vai, nem pare para nada. V? pela estrada do rio, pois ouvi dizer que tem um lobo muito mau na estrada da floresta, devorando quem passa por l?.
- Est? bem, mam?e, vou pela estrada do rio, e fa?o tudo direitinho!
E assim foi. Ou quase, pois a menina foi juntando flores no cesto para a vov?, e se distraiu com as borboletas, saindo do caminho do rio, sem perceber.
Cantando e juntando flores, Chapeuzinho Vermelho nem reparou como o lobo estava perto...
Ela nunca tinha visto um lobo antes, menos ainda um lobo mau. Levou um susto quando ouviu:
- Onde vai linda menina?
- Vou ? casa da vov?, que mora na primeira casa bem depois da curva do rio. E voc?, quem ??
O lobo respondeu:
- Sou um anjo da floresta, e estou aqui para preteger criancinhas como voc?.
- Ah! Que bom! Minha m?e disse para n?o conversar com estranhos, e tamb?m disse que tem um lobo mau andando por aqui.
- Que nada - respondeu o lobo - pode seguir tranq?ila, que vou na frente retirando todo perigo que houver no caminho. Sempre ajuda conversar com o anjo da floresta.
- Muito obrigada, seu anjo. Assim, mam?e nem precisa saber que errei o caminho, sem querer.
E o lobo respondeu:
- Este ser? nosso segredo para sempre..
E saiu correndo na frente, rindo e pensando:
(Aquela idiota n?o sabe de nada: vou jantar a vovozinha dela e ter a netinha de sobremesa ... Uhmmm! Que del?cia!)
Chegando ? casa da vov?, Chapeuzinho bateu na porta:
- Vov?, sou eu, Chapeuzinho Vermelho!
- Pode entrar, minha netinha. Puxe o trinco, que a porta abre.
A menina pensou que a av? estivesse muito doente mesmo, para nem se levantar e abrir a porta. E falando com aquela voz t?o estranha...
Chegou at? a cama e viu que a vov? estava mesmo muito doente. Se n?o fosse a touquinha da vov?, os ?culos da vov?, a colcha e a cama da vov?, ela pensaria que nem era a av? dela.
- Eu trouxe estas flores e os docinhos que a mam?e preparou. Quero que fique boa logo, vov?, e volte a ter sua voz de sempre.
- Obridada, minha netinha - disse o lobo, disfar?ando a voz de trov?o).
Chapeuzinho n?o se conteve de curiosidade, e perguntou:
- Vov?, a senhora est? t?o diferente: por que esses olhos t?o grandes?
- ? pr? te olhar melhor, minha netinha.
- Mas, vov?, por que esse nariz t?o grande?
- ? pr? te cheirar melhor, minha netinha.
- Mas, vov?, por que essas m?os t?o grandes?
- S?o para te acariciar melhor, minha netinha.
(A essa altura, o lobo j? estava achando a brincadeira sem gra?a, querendo comer logo sua sobremesa. Aquela menina n?o parava de perguntar...)
- Mas, vov?, por que essa boca t?o grande?
- Quer mesmo saber? ? pr? te comer!!!!
- Uai! Socorro! ? o lobo!
A menina saiu correndo e gritando, com o lobo correndo bem atr?s dela, pertinho, quase conseguindo pegar.
Por sorte, um grupo de ca?adores ia passando por ali bem na hora, e seus gritos chamaram sua aten??o.
Ouviu-se um tiro, e o lobo caiu no ch?o, a um palmo da menina.
Todos j? iam comemorar, quando Chapeuzinho falou:
- Acho que o lobo devorou minha avozinha.
- N?o se desespere, pequenina. Alguns lobos desta esp?cie engolem seu jantar inteirinho, sem ao menos mastigar. Acho que estou vendo movimento em sua barriga, vamos ver...- disse o ca?ador.
Com um enorme fac?o, o ca?ador abriu a barriga do lobo de cima abaixo, e de l? tirou a vov? inteirinha, vivinha.
- Viva! Vov?!
E todos comemoraram a liberdade conquistada, at? mesmo a vov?, que j? n?o se lembrava mais de estar doente, caiu na farra.
"O lobo mau j? morreu. Agora tudo tem festa: posso ca?ar borboletas, posso brincar na floresta."
Momento 2
Ainda em roda, o professor informar? que a hist?ria da Chapeuzinho Vermelho ? um CONTO e perguntar? se eles sabem o que isso significa..
Discutir com os alunos, revelando que conto ? uma hist?ria inventada por algu?m (Mas que alguns s?o muito tradicionais e ningu?m sabe quem os inventou), a qual ? transmitida de gera??o em gera??o, sendo que uma mesma hist?ria pode apresentar v?rias vers?es, ou seja, pode ser escrita com diversas modifica??es.
Enfatizar que por ser uma hist?ria, apresenta variados temas e ? estruturada, geralmente, da seguinte forma: pr?ncipio (inic?o da hist?ria e apresenta??o de uma situa??o e de personagens), meio (desenvolvimento da hist?ria com algum complicador) e fim (desfecho, no qual se resolve um problema apresentado no meio da hist?ria) Tamb?m podem ser utilizados par?grafos, apresentando di?logos com travess?es.
Anotar, ent?o, no caderno, o conceito de conto: (retirado do site: www.qdivertido.com.br)
Contos - s?o hist?rias inventadas por algu?m. Existem tamb?m os contos tradicionais que s?o aquelas hist?rias que ningu?m sabe ao certo quem inventou e que s?o transmitidas de gera??o em gera??o e muitas vezes ficam conhecidas por algum autor que criou a sua vers?o da hist?ria e a reinventou.
Momento 3
Em seguida, comentar que eles ir?o conhecer uma outra vers?o do conto da Chapeuzinho Vermelho.
CHAPEUZINHO VERMELHA DE RAIVA
? Senta aqui mais perto, Chapeuzinho. Fica aqui mais pertinho da vov?, fica.
- Mas vov?, que olho vermelho? E grand?o? Que que houve?
- Ah, minha netinha, estes olhos est?o assim de tanto olhar para voc?. Ali?s, est? queimada, heim?
- Guaruj?, vov?. Passei o fim de semana l?. A senhora n?o me leva a mal, n?o, mas a senhora est? com um nariz t?o grande, mas t?o grande! T? t?o esquisito, vov?.
- Ora, Chap?u, ? a polui??o. Desde que come?ou a industrializa??o do bosque que ? um Deus nos acuda. Fico o dia todo respirando este ar horr?vel. Chegue mais perto, minha netinha, chegue.
- Mas em compensa??o, antes eu levava mais de duas horas para vir de casa at? aqui e agora, com a estrada asfaltada, em menos de quinze minutos chego aqui com a minha moto.
- Pois ?, minha filha. E o que tem a? nesta cesta enorme?
- Puxa, j? ia me esquecendo: a mam?e mandou umas coisas para a senhora. Olha a?: margarina, Helmmans, Danone de frutas e at? uns pacotinhos de Knorr, mas ? para a senhora comer um s? por dia, viu? Lembra da indigest ?o do carnaval?
- Se lembro, se lembro?
- Vov?, sem querer ser chata.
- Ora, diga.
- As orelhas. A orelha da senhora est? t?o grande. E ainda por cima, peluda. Cre do, vov?!
- Ah, mas a culpada ? voc?. S?o estes discos malucos que voc? me deu. Onde j? se viu fazer m?sica deste tipo? Um horror! Voc? me desculpe porque foi voc? que me deu, mas estas guitarras, ? guitarra que diz, n?o ?? Pois ?; estas guitarras s?o muito barulhentas. N?o h? ouvido que ag?ente, minha filha. M?sica ? a do meu tempo. Aquilo sim, eu e seu finado av?, dan?ando valsas? Ah, esta juventude est? perdida mesmo.
- Por falar em juventude o cabelo da senhora est? um barato, hein? Todo desfiado, pra cima, encaracolado. Que qu? isso?
- Tamb?m tenho que entrar na moda, n?o ?, minha filha? Ou voc? queria que eu fosse domingo ao programa do Chacri nha de coque e com ves tido preto com bolin has brancas?
Chapeuzinho pula para tr?s:
- E esta boca imensa???!!!
A av? pula da cama e responde:- Escuta aqui, queridinha: voc? veio aqui s? para me criticar?
Mario Prata in MESERANI, Samir Curi. Reda??o Escolar : Criatividade.
Momento 4
Ap?s a leitura silenciosa e oral, os alunos colar?o o texto xerocado no caderno.
O professor perguntar? quais s?o as principais caracter?sticas das duas hist?rias. Deixar que elenquem oralmente fazendo as interven??es necess?rias.
Ajudar os alunos a reconhecer que a ?ltima ? um conto moderno, com assuntos da atualidade.
Refor?ar que no caso de "Chapeuzinho Vermelha de raiva" a hist?ria apresenta muitas modifica??es, at? como forma de o autor realizar uma brincadeira.
Momento 5
Realizar as seguintes quest?es para os alunos responderem no caderno e serem corrigidas no quadro:
1) Por que o autor deu o t?tulo desse conto de Chapeuzinho Vermelha de Raiva? (Discutir a quest?o da menina criticar a av? e av? ficar com raiva. Discutir ainda a quest?o de algumas pessoas ficarem vermelhas ou ruborizadas quando est?o com vergonha)
2) Registre tr?s diferen?as entre a hist?ria da Chapeuzinho original e essa vers?o: (Explicar que a vers?o da hist?ria ? uma reescrita do mesmo tema com algumas modifica??es. As diferen?as que podem ser apontadas s?o: as respostas da vov? para as perguntas feitas por chapeuzinho, a n?o presen?a do lobo mal que come a vov?, etc)
3) Cite duas semelhan?as entre a hist?ria original e a vers?o de Mario Prata (H? o famoso dial?go entre Chapeuzinho e sua av?, ela leva uma cesta com guloseimas, etc)
Momento 6
Pedir para que os alunos pesquisem em casa e levem para a pr?xima aula um exemplo de conto a escolha deles. Comentar que existem muitos contos de diferentes pa?ses e regi?es, al?m daqueles cl?ssicos conhecidos por eles, como o da "Chapeuzinho Vermelho".
Momento 7
Na aula seguinte, pedir aos alunos para que leiam os contos que trouxeram.
Esses contos poder?o ficar expostos em um painel ou em uma esp?cie de varal pendurado na sala com barbante e preso com grampo de roupa.
O professor avaliar? se o aluno:
- soube recontar um conto muito conhecido;
- compreendeu a ideia de que uma hist?ria pode apresentar diferentes vers?es, a partir das respostas quanto as semelhan?as e as diferen?as entre "Chapeuzinho Vermelho" e ""Chapeuzinho Vermelha de Raiva";
- entendeu as especificidades de um conto ao selecionar um exemplo para levar para sala.