Oswaldo Jos? Bueno Alves da Silva
Modalidade / Nível de Ensino | Componente Curricular | Tema |
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Educa??o de Jovens e Adultos - 1? ciclo | Estudo da Sociedade e da Natureza | Cultura e diversidade cultural |
Ensino Fundamental Final | Geografia | Ambientalismo: pensar e agir |
Ensino Fundamental Final | Geografia | Natureza e as quest?es socioambientais |
Ensino Fundamental Final | Geografia | Paisagens e diversidade territorial no Brasil |
O aluno dever? conhecer o homem sertanejo, identificando suas condi??es de vida em seu habitat (sert?o nordestino), sua cultura, vida familiar , profissional e suas perspectivas de vida.
O aluno dever? ter como conhecimentos pr?vios, trabalhado com os mapas- Brasil Pol?tico,Brasil Regional, Aspectos Naturais de nosso pa?s, Aspectos econ?micos e sociais da regi?o Nordeste, ?reas espec?ficas de ocorr?ncia da seca no Nordeste ( Pol?gono da Seca). Regi?o Nordeste e suas sub-regi?es.
Atividade 1: Analisando o Habitat
Professor(a), questione a seus alunos sobre as condi??es de vida do sertanejo:
1-Diante das condi??es naturais estudadas na regi?o nordeste, especialmente no sert?o, como deve ser a vida do habitante natural desta sub-regi?o?
2-Quais as atividades econ?micas que garantem sua sobreviv?ncia?
3-Ser? que as condi??es de vida(sa?de, alimenta??o e escolas) s?o satisfat?rias ?
4-Como ? a estrutura familiar desta popula??o?
5-Ser? que o sertanejo anseia em migrar ou est? satisfeito com sua condi??o de vida local?
Registre as respostas no quadro-negro.
Atividade 2 ? Conhecendo a realidade
Professor(a), apresente a seus alunos o texto selecionado abaixo, Leia-o em voz alta com a turma, fa?a uma din?mica em sua leitura escolhendo um aluno para ser o rep?rter e outro aluno ou a turma toda, para ser o sertanejo.
ENTREVISTA : AMARO JO?O DA SILVA ( PROT?TIPO DA GERA??O NANICA DO NORDESTE)
No final de novembro, o m?dico Meraldo Zisman, que pesquisava o problema da desnutri??o no Nordeste desde 1966, examinou o trabalhador Amaro Jo?o da Silva, de 46 anos e 1,35 metro de altura.
" O componente mais significativo que gerou o nanismo de Amaro ? nutricional". Os resultados confirmam que Amaro, cuja estatura equivale ? de uma crian?a de 12 anos, ? prot?tipo da gera??o nanica que se expande no Nordeste do Brasil.
Amaro tem treze filhos, n?o lembra o nome de todos e s? com algum esfor?o recorda a data em que nasceu: 24 de dezembro de 1944. Morador do Engenho Bondade, em Amaraji, a 100 quil?metros do Recife, ele trabalha nos canaviais da Usina Bonfim.
VEJA - Por que o senhor cresceu pouco?
AMARO - ? de tanto trabalhar e passar fome. Desde pequeno ? assim.Hoje mesmo j? deu meio-dia e eu estou de p? com um copo de caf? que tomei ?s 4 horas da manh?. Tem dia que a gente n?o sabe se vai comer ou n?o. Eu e a mulher damos primeiro para as crian?as. Depois o que sobra fica para n?s.
VEJA - O que o senhor e sua fam?lia comem?
AMARO - De manh?, s? caf?. No almo?o, comemos feij?o com muita farinha e carne de charque, quando d?. De noite batata doce ou macaxeira, que eu planto na minha rocinha nos fundos da casa.
VEJA - Os seus filhos tomam leite?
AMARO - Os tr?s novinhos tomam sim. Umalatatem que dar para o m?s inteiro, ent?o a mulher tem que misturar muita ?gua, para a lata durar o m?s todo e todos os meninos tomarem leite.
VEJA - Como o senhor acomoda toda a fam?lia numa casa de 40 metros quadrados?
AMARO - Num quarto, dormimos eu, a mulher e o filho mais novo. No outro, em duas camas, dormem os onze restantes. Noeme, a mais velha, ? casada e n?o mora com a gente.
VEJA - O senhor n?o poderia aproveitar melhor a ro?a em que pode plantar e conseguir melhorar sua renda?
AMARO - Tudo o que eu planto na ro?a ? para comer. N?o d? para produzir mais porque ? muito fraca a terra que a usina empresta para gente plantar.Aterra ? boa para plantar cana.
VEJA - Como o senhor consegue dinheiro para comprar roupa?
AMARO - Os pixotinhos andam nus mesmos.Os outros usam as roupas que v?o ficando dos mais velhos. Sapato, ningu?m tem. Eu, como gasto roupa no trabalho, tenho duas cal?as e tr?s camisas. A gente s? compra roupa quando as velhas acabam e n?o prestam nem para lixo.
VEJA - Sabe ler e escrever?
AMARO - Tamb?m n?o. H? quatro anos, a usina lotou uma escola para pessoas adultas. A gente ia d enoite, mas durou pouco tempo. A professora casou, foi embora e a escola fechou.
VEJA - O que o senhor acha da usina que trabalha?
AMARO - Sou explorado por eles. N?o somente eu mas todo mundo que ? empregado dos usineiros. Eu trabalho h? 23 anos para a Usina Bonfim. E o que eu tenho? Vou morrer como nasci: nu e com fome.
VEJA - Suas crian?as tem problemas de sa?de?
AMARO - Por causa do sol quente e da poeira, elas tem gripe. Tem tamb?m umas crises de vermes. QUando alguma aparece com barriga grande, eu levo pro m?dico da usina ou da prefeitura de Amaraji. Compro os rem?dios l? mesmo, se o dinheiro der.
VEJA - Como o senhor acha que ? a vida numa cidade grande?
AMARO - Acho que n?o tem tanto sofrimento. As pessoas vivem melhor, nada de carro. N?o falta comida, tamb?m porque tudo o que a gente planta aqui vai pra l?. Tem escolas para as crian?as e emprego.
VEJA - Qual seu maior sonho?
AMARO - Queria ter uma casa mesmo para morar. Esta que eu moro ? da usina e os homens podem me botar na rua na hora que quiserem. ? s? eu reclamar do servi?o que eles me cortam.
VEJA - Se o senhor pudesse voltar ? juventude, o que faria?
AMARO - Ia para Recife ou S?o Paulo. Come?ava a estudar e ia tentar emprego no com?rcio. Teria uma vida bem diferente desta minha aqui. A ro?a n?o tem mais o que dar.
VEJA ? Qual futuro o senhor quer para seus filhos?
AMARO - Quero que n?o faltem roupa e rem?dio para eles. E que eles cres?am, se casem por aqui mesmo, trabalhem na cana e na ro?a, comigo.
Mas se algum quiser ir estudar e trabalhar no Recife, eu deixo.
(Fonte: Revista Veja, 18 de dezembro de 1991)
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Atividade 3: Refletindo sobre a realidade
Professor(a), reflita com seus alunos a fala introdut?ria do texto bem como cada uma das respostas do entrevistado. Questione a seus alunos:
1- Qual o tipo f?sico do entrevistado? Como ? sua vida familiar?
2 - Quais as express?es regionais observadas na falado do entrevistado?
3- Quais suas limita??es? A que podem ser associadas? (aspectos sociais e naturais locais)
4- Como ? a escolaridade de sua fam?lia?
5- De maneira geral como se caracteriza sua vida profissional do entrevistado?
6- Qual sua satisfa??o como sertanejo?
7- O que pensa da vida numa metr?pole?
8- O ?xodo rural ? uma aspira??o do sertanejo? Por que?
9-Qual a rela??o de trabalho observada no texto?
10- De que forma a vida do sertanejo se relaciona ?s condi??es naturais?
Registre as respostas no quadro-negro.
Atividade 4: Representando o ?retrato do sertanejo?
Professor(a), proponha a seus alunos que , desenhe numa folha of?cio que ser? distribu?da a cada um deles, o fato que foi mais significativo a cada um deles na entrevista lida. Apresente os desenhos ? turma, elabore um mural com o texto e os desenhos, colocando-o em local de destaque em sua escola.
Atividade 5: Uma nova realidade
Professor(a), reflita com a turm a como seria a vida d o sertanejo se a ele fosse oferecida condi??es satisfat?rias de adapta??o ao meio, infra-estrutura e condi??es s?cio-econ?micas dignas ao habitante do sert?o, quais seriam estas condi??es? Discuta com seus alunos.Fa?a esta an?lise, registrando-a no quadro-negro. Em seguida, proponha a turma, dividida em grupos , que confeccione um novo painel sobre a vida do sertanejo red esenhada pela turma e coloque-o ao lado do mural elaborado anteriormente na atividade 4, dando um t?tulo a este novo mural.
Geoatlas, Simielli, Maria Elena, Editora ?tica, S?o Paulo:2005 (Identificar regi?o tratada no texto estudado)
Revista Veja, 18/11/1991.
Durante os questionamentos e solicita??es nas atividades desenvolvidas durante as aulas, avalie a participa??o e envolvimento de seus alunos, bem como os conhecimentos constru?dos por eles.