Modalidade / Nível de Ensino | Componente Curricular | Tema |
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Ensino Fundamental Inicial | L?ngua Portuguesa | An?lise e reflex?o sobre a l?ngua |
Ensino Fundamental Inicial | L?ngua Portuguesa | L?ngua escrita: pr?tica de produ??o de textos |
? Refletir sobre textos ficcionais e n?o-ficcionais.
? Dialogar livremente sobre um texto liter?rio que ? um campo de possibilidades que desafia cada leitor individualmente.
? Desafiar sensibilidade e intelig?ncia enriquecendo-se com a leitura.
? Estimular o amadurecimento do estilo pessoal do aluno.
Reconhecimento das caracter?sticas principais da narrativa. Caso o professor ainda n?o tenha explorado o conte?do ou n?o tenha certeza sobre o dom?nio do assunto pelos alunos dever? lev?-los ao laborat?rio de inform?tica para acessarem o site:
http://www.algosobre.com.br/redacao/narrativa.html
- Leituras, exerc?cios em grupo.
- Utiliza??o do laborat?rio de inform?tica e de imagens xerocopiadas.
AULAS 1 e 2
Atividade 1
O professor dever? iniciar a aula dispondo os alunos em c?rculo, na sala de inform?tica, para conversar sobre narrativas. Poder? dizer que ao longo da nossa vida, vivemos em meio a muitas narrativas. Desde muito cedo, ouvimos hist?rias de nossas fam?lias, de como nossos pais eram tratados por nossos av?s, como eram nossos parentes quando mais novos, de como era a cidade ou o bairro. Ouvimos tamb?m hist?rias de medos, de personagens fant?sticos...
Dever? dizer que nessa aula ler?o duas narrativas, uma ficcional e uma n?o-ficcional. perguntar: O que ? fic??o para voc?? O que ? n?o fic??o? O que sabem a respeito?
Importante: Professor, uma ? a hist?ria vivida e relatada por uma pessoa. Uma hist?ria real. Na outra, um autor cria no mundo da imagina??o uma hist?ria que ? narrada por um narrador e vivida por seus personagens estranhos ao mundo real, fict?cios.
Para motivar os alunos, o professor dever? escrever no quadro ou em um cartaz o que alguns alunos disseram sobre fic??o e n?o-fic??o.
Em seguida, o professor dever? fazer duas perguntas que dever?o ser respondidas ao final da aula:
1- Qual das duas formas de texto voc?s gostam mais de ler? Por qu??
2- Uma not?cia de jornal ? uma narrativa de n?o-fic??o?
Na sequ?ncia, dever? mostrar algumas imagens (reproduzir de forma ampliada) de imagens de fic??o e de n?o-fic??o e explicar porque se caracterizam assim. Sugest?es abaixo:
Fic??o
Imagem dispon?vel em:
http://www.google.com.br/search?hl=pt-BR&q=imagem+de+fic%C3%A7%C3%A3o&meta=&aq=f&oq
fic??o
imagem dispon?vel em:
http://entretenimentonews.com/wp-content/gallery/avatar/avatar_09.jpg
N?o-fic??o
Imagem dispon?vel em:
http://www.google.com.br/search?hl=pt-BR&q=imagens+reais&meta=&aq=f&oq=
n?o-fic??o
Imagem dispon?vel em:
http://www.jewishbrazil.com/leoneliachar.jpg
Atividade 2
O professor dever? solicitar que os alunos, em grupos de dois acessem:
http://www.releituras.com/biografias.asp
Importante: Neste endere?o, os alunos encontrar?o v?rios textos interessantes do autor e possivelmente gostar?o de ler todos.. Se o professor quiser poder? deix?-los ler. No entanto, o primeiro texto escolhido para essa aula ?: AUTOBIOGRAFIA DE UM F?LEGO S?
TEXTO I
AUTOBIOGRAFIA DE UM F?LEGO S? em LEON ELIACHAR
Imagem dispon?vel em:
Imagem dispon?vel em:
http://www.google.com.br/search?hl=pt-BR&q=imagem+de+Leon+Eliachar&meta=&aq=f&oq=
Meu nome ? esse mesmo, Leon Eliachar, tenho 44 anos, mas me orgulho de j? ter tido 43, 42, 41, 40, 39, idades que muitas mulheres de 50 jamais atingiram, sou humorista profissional peso-leve, pois detesto as piadas pesadas, consegui atingir o chamado "pre?o teto" da imprensa brasileira, quer dizer, cheguei a ganhar um sal?rio com o qual nunca pude adquirir um teto, sou a favor do casamento, sou a favor do div?rcio, sou a favor do desquite e sou a favor dos que s?o contra tudo isso que eles devem ter l? os seus motivos, fui fichado com dificuldade no Instituto F?lix Pacheco n?o pelo atestado de bons antecedentes, mas pelas dificuldades com que se tira um atestado, j? fiz de tudo nessa vida, varri escrit?rio, fiz entrega de embrulho, cr?tica de cinema, cr?nica de r?dio, coment?rio de televis?o, secret?rio de reda??o, colunismo social, reportagem policial, assistente de dire??o, pe?a de teatro, show de boate, rela??es p?blicas, corretagem de an?ncios, script de cinema, entrevista pol?tica, suplemento feminino, at? chegar ao humorismo, ainda n?o sei se o humorismo foi o princ?pio ou o fim da minha carreira, acho que ningu?m faz nada por necessidade mas por voca??o, isto ?, por voca??o da necessidade, tenho experi?ncia bastante pra saber que n?o sou experiente, minha capacidade de compreens?o chega exatamente no ponto em que ningu?m mais me pode compreender, as mulheres tiveram forte influ?ncia na minha vida desde a minha m?e at? ? minha mulher, com escalas naturalmente, tive duas grandes emo??es na vida, a primeira quando minha mulher disse "sim" e a segunda quando seus pais disseram "n?o", sou a favor das camas separadas, principalmente pra quem se casou com separa??o de bens, n?o guardo rancor por absoluta falta de espa?o, uma das coisas que mais aprecio ? Nova York coberta de neve ? quando estou em Copacabana tomando sol, o melhor progra ma do mundo ? ir ao dentista ? pelo menos para o dentista, n?o vou a casamento de inimigo, muito menos de amigo, desde crian? a fa?o for?a pra ser original e o m?ximo que consigo ? ser uma c ?pia de mim mesmo, meu grande complexo ? n?o saber tocar piano, mas muito maior deve ser o complexo de outros homens que tamb?m n?o sabem tocar e s?o pianistas, meus autores favoritos s?o os que me caem nas m?os, escrevo ? m?quina com vinte dedos porque minha secret?ria passa a limpo, gosto de televis?o ?s vezes quando ligo ?s vezes quando desligo, num enterro fico triste por n?o saber fingir que estou triste, aprecio as quatro esta??es, mas prefiro o ver?o no inverno e o inverno no ver?o, passei fome v?rias vezes e agora estou de dieta, acho a rosa uma mensagem definitiva porque custa menos que um telegrama e diz muito mais, sou a favor da p?lula anticoncepcional porque ela resolve o problema da metade da popula??o do mundo, acho que deviam inventar a p?lula concepcional pra resolver o problema da outra metade, cobrador na minha casa n?o bate na porta perguntando se pode entrar, eu ? que bato perguntando se posso sair, sou um homem pobre porque toda vez que batem ? minha porta mando dizer que estou, meu cart?o de visitas n?o tem nome nem telefone, assim ningu?m sabe quem sou nem onde posso ser encontrado, prefiro o regime da ditadura porque n?o tenho trabalho de ensinar meu filho a falar, posso dizer com orgulho que sou um humilde, sou o ?nico sujeito do mundo que d? o salto mortal aut?ntico, mas nunca dei, leio quatro jornais por dia e a ?nica esperan?a que encontro s?o os hor?scopos cercados de desgra?as por todos os lados, acredito mais nos inimigos do que nos amigos porque os inimigos est?o sempre de olho, minha maior alegria foi qu ando venci num concurso internacional de humorismo, em Bordighera, It?lia, obtendo o primeiro e o segundo pr?mios entre os particip antes de 16 na??es concorrentes, fiquei sabendo que havia humoristas piores do que eu, procuro manter sempre o mesmo n?vel de humor, mas a culpa n?o ? minha: tem dias que o leitor est? mais fraco.
Fonte: LEON ELIACHAR, em ?O Homem ao Zero?, Rio de Janeiro: Editora Express?o e Cultura, 1968, p.20.
TEXTO 2- NASCER - CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE
Acessar:
http://www.algosobre.com.br/redacao/narrativa.html
Importante: Professor, neste endere?o os alunos encontrar?o tr?s textos e possivelmente gostar?o de ler todos. (textos n?o s?o somente hist?rias, h? textos orais, textos de informa??o...) No entanto, o texto escolhido ?:
NASCER
Imagem dispon?vel em:
O filho j? tinha nome, enxoval, brinquedo e destino tra?ado. Era Jo?o, como o pai, e como aconselhavam a devo??o e a pobreza. Enxoval e brinquedo de pobre, comprados com a anteced?ncia que caracteriza n?o os previdentes, mas os sonhadores. E destino, para n?o dizer profiss?o, era o de pedreiro, curial ambi??o do pai, que, embora na casa dos 30, trabalhava ainda de servente.
Tudo isso o menino tinha, mas n?o havia nascido. Eles nascem antes, nascem no momento em que se anunciam, quando h? realmente desejo de que venham ao mundo. O parto apenas d? forma a uma realidade que j? funcionava. Para Jo?o mais velho, Jo?o mais mo?o era uma companhia t?o patente quanto os colegas da obra, e muito mais ainda, pois quando se separavam ao toque da sineta, os colegas deixavam por assim dizer de existir; cada um se afundava na sua insignific?ncia, ao passo que o menino ia escondido naquele trem do Realengo, e eram longas conversas entre Jo?o e Jo?o, e Jo?o mi?do adquiria ainda maior consist?ncia ao chegarem em casa, quando a m?e, trazendo-o no ventre, contudo o esperava e recebia das m?os do pai, que de madrugada o levara para a obra.
Estas imagina??es, ditas assim, parecem sutis; n?o havia sutileza alguma em Jo?o e sua mulher: Nem o casal percebia bem que o garoto rodava entre os dois como um ser vivo; pensavam simplesmente nele, muito, e confiados, e de tanto ser pensado Jo?o existiu, sorriu, brincou na si mplicidade de ambos. Como algu?m que, na certeza de um grande neg?cio, vai pedindo emprestado e gastando tranquilamente, Jo?o e a mulher sacavam a legrias futuras. Jo?o sentia-se forte, respons?vel. Escolhera o sexo e a profiss?o do filho; a mulher escolhera a CD 1; um moreno claro, cabelo bem liso, olhos sinceros. N?o havia nada de extraordin?rio no menino, era apenas a soma dos dois passada a limpo, com capricho.
Esperar tantos meses foi f?cil. O menino j? tomava muita parte na vida deles, nascer era mais uma formalidade. Chegou mar?o, com um tempo feio ? noite, que amea?ava carregar o barraco. A mulher de Jo?o acordou assustada, sentindo dores. Pela madrugada, correram ? esta??o; a chuva passara, mas o trem de Campo Grande n?o chegava, e Jo?o sem poder mexer-se. As dores continuavam, Jo?o levou tempo para pegar uma carona de caminh?o.
Na maternidade n?o havia m?dico nem enfermeira que o temporal tinha retido longe. Jo?o perdera o dia de servi?o e esperou, determinado. Afinal, levaram a mulher para uma sala onde cinco outras gemiam e faziam for?a. Jo?o n?o viu mais nada, ficou banzando no corredor. Entardecia, quando a porta se abriu e a enfermeira lhe disse que o parto fora complicado mas agora tudo estava em ordem, a crian?a na incubadora. "Posso ver?" "Depois o senhor v?. Amanh?." Amanh? era dia de pagamento, n?o podia faltar ? obra. Voltaria domingo. Mas no dia seguinte, ? hora do almo?o, telefonou, uma complica??o, n?o se ouvia nada, algu?m da secretaria foi indagar; respondeu que tudo ia bem, ficasse descansado.
Domingo pela manh?, Jo?o se preparava para sair; quando a ambul?ncia silvou ? porta, e dela desceu, amparada, a mulher de Jo?o. "O menino?" "Diz que morreu na incubadora, Jo?o." "E era mesmo como a gente pensava, moreninho, engra?ado?" Ela baixou a cabe?a. "N?o sei, Jo?o. N?o vi. Eu estava passando mal, eles n?o me mostraram".
E o menino, que tinha sido tanto tempo, deixou de repente de ser.
Fonte: Carlos Drummond de Andrade, Seleta em Prosa e Verso, Liv. Jos? Ol?mpio, 1978, p. 65 e 66
Ap?s as leituras, o professor dever? entregar para cada dupla o seguinte roteiro para ser respondido por escrito:
Respondam:
O texto 1 mostra, atrav?s, da autobiografia escrita, de maneira bem humorada, por Leon Eliachar, seus dados e o que pensa sobre os mais diversos assuntos;
O texto 2 conta um epis?dio da vida de um casal.
I- a) Qual das duas formas de texto voc?s gostam mais de ler, fic??o ou n?o-fic??o?
b) Por qu??
c) Independente da prefer?ncia, de que texto voc?s mais gostaram? Por qu??
II- Discutindo o texto I
1- Leon Eliachar ? humorista. Retirem do texto fragmentos em que, para voc?s, ele demonstra isso.
2- H? uma t?nue dist?ncia entre humor e ironia. Voc?s concordam que, ?s vezes Leon Eliachar ? mais ir?nico que humorista?
3- Justifiquem o t?tulo do texto 1.
III- Discutindo o texto 2
1- O que se pode entender por:
a- ?Era Jo?o, como o pai, e como aconselhavam a devo??o e a pobreza.?
b- ?Enxoval e brinquedo de pobre, comprados com a anteced?ncia que caracteriza n?o os previdentes, mas os sonhadores.?
c- ?Para Jo?o mais velho, Jo?o mais mo?o era uma companhia t?o patente quanto os colegas da obra.?
d- ?...ao passo que o menino ia escondido naquele trem do Realengo, e eram longas conversas entre Jo?o e Jo?o.?
e- ?...e Jo?o mi?do adquiria ainda maior consist?ncia ao chegarem em casa, quando a m?e, trazendo-o no ventre, contudo o esperava e recebia das m?os do pai, que de madrugada o levara para a obra.?
f- ?...a mulher escolhera a CD 1.?
2- Respondam, de forma sucinta, sobre os aspectos:
? acontecimento, fato, situa??o (ou ?o que aconteceu? e ?como aconteceu?);
? personagem (ou ?com quem aco nteceu?);
? espa?o, tempo (ou o ?onde? e ?quando aconteceu?);
? narrador (ou ?quem est? contando?);? em que momento da hist?ria houve a complica??o?
? E o cl?max?
? O fecho foi para voc?s surpreendente?
2- Uma not?cia de jornal ? uma narrativa de n?o-fic??o?
Importante: Se os alunos tiverem d?vidas, o professor dever? sugerir que, antes de entregarem o exerc?cio, acessem:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Fic%C3%A7%C3%A3o
Aula 3
Atividade
Produ??o de texto individual: Escolham uma das formas fic??o ou n?o-fic??o e produzam um texto. Voc?s podem seguir um dos modelos apresentados.
As respostas aos exerc?cios e a produ??o de texto devem ser socializadas em sala de aula. O tema ? livre.