BELO HORIZONTE - MG ESCOLA DE EDUCACAO BASICA E PROFISSIONAL DA UFMG - CENTRO PEDAGOGICO
Prof. Dr. Luiz Prazeres
Modalidade / Nível de Ensino | Componente Curricular | Tema |
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Ensino Fundamental Final | L?ngua Portuguesa | An?lise lingu?stica: l?xico e redes sem?nticas |
Ensino Fundamental Final | L?ngua Portuguesa | An?lise lingu?stica: processos de constru??o de significa??o |
Ensino Fundamental Final | L?ngua Portuguesa | L?ngua oral e escrita: historicidade da linguagem e da l?ngua |
Ao longo das atividades desenvolvidas nesta aula, o aluno poder? ser capaz de:
1) Conceituar e identificar met?foras em linguagem n?o-verbal;
2) Perceber que a l?ngua ? fundamentalmente metaf?rica;
3) Entender a subjetividade por tr?s das met?foras.
? necess?rio que o aluno saiba reconhecer a diferen?a entre sentido literal e sentido figurado das palavras.
Como introdu??o do conte?do desta aula, propomos uma atividade para despertar a aten??os alunos. Ser? necess?rio utilizar papel, l?pis de cor, borracha, canetas.
Professor, voc? dever? distribuir uma folha em branco para cada aluno e, em seguida, dar? in?cio ? atividade fazendo um ?ditado com imagens?. Voc? pronunciar? algumas palavras ? de sentido abstrato ? e os alunos dever?o produzir uma imagem para cada uma delas, de acordo com o que elas representam para eles.
Exemplos:
Para ?amor?, hipoteticamente, muitos alunos poder?o desenhar um cora??o, ou duas pessoas abra?adas. J? para o sentido de ?morte?, muitos podem desenhar uma foice ou um caix?o, dentre outras coisas.
O intuito ? promover uma reflex?o sobre o deslocamento de conceitos, pr?prio do processo metaf?rico da l?ngua.
Observa??o: as palavras devem ser de sentido abstrasto pelo fato de que as palavras de sentido concreto possuem uma representa??o pict?rica que n?o evidencia um deslocamento de conceito. Por exemplo: a imagem de uma casa (concreto) ? semelhante a uma casa de verdade.
Depois de todos os alunos terem feitos seus respectivos desenhos, pe?a a cada um que explique o sentido dado ?s imagens, dizendo o que motivou a constru??o delas.
Depois dessa reflex?o inicial feita em grupo, introduza o conceito de ?met?fora?. Apresentamos, a seguir, algumas refer?ncias.
Met?fora ? uma figura de linguagem (ou tropo lingu?stico), que consiste na compara??o de dois termos sem o uso de um conectivo.
"Amor ? fogo que arde sem se ver" ? Lu?s de Cam?es
O termo fogo mant?m seu sentido pr?prio - desenvolvimento simult?neo de calor e luz, que ? produto da combust?o de mat?rias inflam?veis, como, por exemplo, o carv?o - e possui sentidos figurados - fervor, paix?o, excita??o, sofrimento etc.
Didaticamente, pode-se consider?-la como uma compara??o que n?o usa conectivo (por exemplo, "como"), mas que apresenta de forma literal uma equival?ncia que ? apenas figurada.
"Meu cora??o ? um balde despejado "
Segundo o Dicion?rio Houaiss da L?ngua Portuguesa, a palavra deriva do latim metaph?ra (met?fora), por sua vez trazido do grego metaphor? ("mudan?a, transposi??o"). O prefixo met(a)- tem sentido de "no meio de, entre; atr?s, em seguida, depois". O sufixo -fora (em grego phor?) designa 'a??o de levar, de carregar ? frente'.
Met?fora ? o emprego da palavra, fora do seu sentido normal, ou seja, um sentido figurado.
Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Met%C3%A1fora, acesso em 18/12/2009.
Met?fora ? a figura de linguagem em que um termo substitui outro em vista de uma rela??o de semelhan?a entre os elementos que esses termos designam. Essa semelhan?a ? resultado da imagina??o, da subjetividade de quem cria a met?fora. A met?fora tamb?m pode ser entendida como uma compara??o abreviada, em que o conectivo comparativo n?o est? expresso, mas subentendido.
Na compara??o metaf?rica (ou s?mile), um elemento A ? comparado a um elemento B atrav?s de um conectivo comparativo (como, assim como, que nem, qual, feito etc. ). Muitas vezes a compara??o metaf?rica traz expressa no pr?prio enunciado a qualidade comum aos dois elementos:
Esta crian?a ? forte como um touro.
A conjun??o ?como? une ?crian?a? a ?touro?.
J? na met?fora, a qualidade comum e o conectivo comparativo n?o s?o expressos e a semelhan?a entre os elementos A e B passa a ser puramente mental:
Do ponto de vista l?gico, a crian?a ? uma crian?a, e um touro ? um touro. Uma crian?a jamais ser? um touro. Mas a crian?a ? teria a s ua for?a comparada ? de um touro.
Veja o exemplo:
?O tempo ? uma cadeira ao sol, e nada mais? (Carlos Drummond de Andrade)
A associa??o do tempo a uma cadeira ao sol ? puramente subjetiva. Cabe ao leitor completar o sentido de tal associa??o, a partir da sua sensibilidade, da sua experi?ncia. Essa met?fora, portanto, pode ser compreendida das mais diferentes formas. Isso n?o quer dizer que ela possa ser interpretada de qualquer jeito, mas que a compreens?o dela ? flex?vel, ampla.
Observe a transforma??o de compara??es metaf?ricas (ou s?miles) em met?foras:
O Sr. Vivaldo ? esperto como uma raposa. (compara??o metaf?rica)
O Sr. Vivaldo ? uma raposa. (met?fora)
A vida ? fugaz como chuva de ver?o.
(compara??o metaf?rica)
A vida ? chuva de ver?o.
(met?fora)
Nesse ?ltimo exemplo, o elemento A (as mangueiras est? sendo comparado ao elemento B (intermin?veis serpentes), pois h? uma semelhan?a no modo como ambos se p?em em rela??o ao ch?o. Os galhos da mangueira, por serem baixos e tortuosos, lembram intermin?veis serpentes
Na linguagem cotidiana, deparamo-nos com in?meras express?es como:
cheque-borracha
cheque-caub?i
voto-camar?o
manga-espada
manga-cora??o-de-boi
Nos exemplos j? vistos, fica bastante claro o porqu? exist?ncia de met?foras. Diante de fatos e coisas novas, que n?o fazem parte da sua experi?ncia, o homem tem a tend?ncia de associar esses fatos e essas coisas a outros fatos e coisas que ele j? conhece. Em vez de criar um novo nome para o peixe, ele o associa um objeto da sua experi?ncia (espada) e passa a denomin?-lo peixe-espada. O mesmo acontece com peixe-boi, peixe-zebra, peixe-pedra, etc. (Se quiser fazer uma experi?ncia, abra o dicion?rio na palavra "peixe" e ver? quantas express?es s?o formadas a parti desse processo . )
Muitos verbos tamb?m s?o utilizados no sentido metaf?rico. Quando dizemos que determinada pessoa "? dif?cil de engolir", n?o estamos cogitando a possibilidade de colocar essa pessoa est?mago adentro. Associamos o ato de engolir (ingerir algo, colocar algo para dentro) ao ato de aceitar, suportar, ag?entar, em suma, conviver. Alguns outros exemplos:
A vergonha queimava-lhe o rosto.
As suas palavras cortaram o sil?ncio.
O rel?gio pingava as horas, uma a uma, vagarosa mente.
Ela se levantou e fuzilou-me com o olhar.
Meu cora??o ruminava o ?dio.
At? agora, vimos apenas casos de palavras que assumiam um sentido metaf?rico. No entanto, existem express?es inteiras (e at? textos inteiros) que t?m sentido metaf?rico, como:
Ter o rei na barriga: ser orgulhoso, metido;
Saltar de banda: cair fora, omitir-se;
P?r minhocas na cabe?a: pensar em bobagens, pensar em tolices;
Dar um sorriso amarelo: sorrir sem gra?a;
Tudo azul: tudo bem;
Ir para o olho da rua: ser despedido, ser mandado embora.
Como se pode perceber, a met?fora afasta-se do racioc?nio l?gico, objetivo. A associa??o depende da subjetividade de quem cria a met?fora, estabelecendo uma outra l?gica, a l?gica da sensibilidade.
Fonte: http://www.colegioweb.com.br/portugues/metafora (adaptado), acesso em 18/12/2009.
Professor, nesta atividade apresentamos imagens diversas. Os alunos dever?o analis?-las e explicar por escrito, de forma objetiva, a met?fora que visualizam em cada uma delas. A atividade pode ser feita em grupos.
Fonte: http://educacao.uol.com.br/planos-aula/ult3900u60.jhtm, acesso em 18/12/2009.
Font e: http://blogideia.wordpress.com/2008/11/17/ilustracao-2/metafora/, acesso em 18/12/2009.
Fonte: http://conversamos.wordpress.com/2007/10/01/do-uso-das-metaforas-ou-dos-criadores-de-enigmas/, acesso em 18/12/2009.
Fonte: http://images.google.com.br/images?gbv=2&hl=ptBR&sa=1&q=met%C3%A1fora+&btnG=Pesquisar+imagens&aq=f&oq=&start=0, acesso em 18/12/2009.
Fonte: http://escola-publica.blogspot.com/2007/08/h-sempre-uma-luz-ao-fundo-do-tnel.html, acesso em 18/12/2009.
Fonte: http://www.jornalpequeno.com.br/Blog/RobertLobato/?p=4317, acesso em 18/12/2009.
1. Leia a letra de m?sica a seguir e responda ?s quest?es propostas:
Gilberto Gil
Uma lata existe para conter algo
Mas quando o poeta diz: LATA
Pode estar querendo dizer o incont?vel
Uma META existe para ser um alvo
Mas quando o poeta diz: META
Pode estar querendo dizer o inating?vel.
Por isso n?o se meta a exigir do poeta
Que determine o conte?do em sua lata
Na lata do poeta TUDO/NADA cabe
Porque o poeta sabe fazer
Com que na lata venha a caber o incab?vel.
Deixe a lata do poeta. N?o discuta
Deixe a sua meta fora da disputa
META dentro e fora
LATA absoluta
Deixe-a simplesmente: MET?FORA.
a) Identifique os sentidos literal e metaf?rico (figurado) das palavras lata e meta.
b) Para o poeta, segundo o texto, qual ? a fun??o da met?fora?
Professor, para avaliar os alunos, recolha os trabalhos produzidos por eles (os desenhos produzidos na atividade I, as descri??es das imagens da atividade II e as respostas da atividade III). Atente-se para os seguintes crit?rios:
a) O aluno produziu associa??o entre palavras e imagens?
b) Conseguiu perceber a subjetividade por tr?s das met?foras?
c) Produziu sentido coerente na descri??o metaf?rica das figuras?
d) Respondeu adequadamente ?s quest?es da atividade III?
Fica a seu crit?rio atribuir, ou n?o, pontos ?s atividades desenvolvidas nessa aula.