Portal do Professor

Início do Conteúdo

As orações coordenadas na construção do texto

Autor e Co-autor(es)

Lazuita Goretti de Oliveira imagem do usuário

UBERLANDIA - MG ESC DE EDUCACAO BASICA

Eliana Dias

Estrutura Curricular

Modalidade / Nível de Ensino Componente Curricular Tema
Educação de Jovens e Adultos - 2º ciclo Língua Portuguesa Análise lingüística
Ensino Fundamental Final Língua Portuguesa Análise lingüística: organização estrutural dos enunciados

Dados da Aula

O que o aluno poderá aprender com esta aula

reconhecer os valores semânticos das orações coordenadas;

reconhecer o valor estético das orações coordenadas na construção do texto;

analisar o emprego de orações coordenadas, principalmente em noticiários televisivos.

Duração das atividades

04 aulas de 50 minutos cada

Conhecimentos prévios trabalhados pelo professor com o aluno

conhecer a estrutura do período: simples e composto;

conhecer mecanismos de coesão seqüencial no texto.

Estratégias e recursos da aula

utilização do laboratório de informática e sala de vídeo;

utilização de propagandas veiculadas na internet;

pesquisa em gramáticas.

AULA 01 (50 minutos)

O conhecimento das orações  coordenadas facilita o trabalho  de produção  e interpretação de textos, principalmente narrativos e dissertativos. Possibilita ao produtor do texto a adoção de eficientes estratégias argumentativas de forma simples e direta. Servem, portanto, para o estabelecimento de relações lógicas entre palavras, orações, e parágrafos e textos inteiros, constituindo-se como fator indispensável pela coesão e coerência textual.

Atividade 

1. O professor deverá levar os alunos ao laboratório de informática para realizarem, em dupla, uma pesquisa sobre as  orações coordenadas.

Observação: Professor, esta atividade de pesquisa poderá também ser realizada em gramáticas na sala de aula  ou na biblioteca.

Sugestão de sites:

http://pt.wikipedia.org/wiki/Ora%C3%A7%C3%A3o_coordenada  

http://www.infoescola.com/portugues/oracoes-coordenadas-assindeticas-e-sindeticas/   

Aula 2 (50 minutos)

Atividade

Feita a pesquisa, o professor deverá reproduzir (xerocar) para os alunos os anúncios publicitários apresentados na sequência. Em seguida,  pedir a um grupo de alunos que exponha resumidamente  o conteúdo pesquisado, usando os anúncios para exemplificação. Caso a explanação fique incompleta, o  professor deverá ir indicando outros grupos até obter uma exploração satisfatória do conteúdo.

O professor deverá mediar a fala dos alunos para fazer esclarecimentos e tirar dúvidas. 

Anúncio 1 

Disponível em:

http://1.bp.blogspot.com/_WtkJDFjz-YM/ST2GifgY-4I/AAAAAAAAAAo/9PXjqzRR5DU/S760/reflexao.jpg  

Anúncio 2

Disponível em:

http://epocaestadobrasil.files.wordpress.com/2009/02/anun_veiculo08r.jpg

Anúncio 3   

Disponível em:

http://magiarubronegra.files.wordpress.com/2008/07/anuncio.jpg 

Anúncio 4

Disponível em:

http://www.limao.com.br/boletim/imagem/dica_limao/emkt_novartis_17_09/email_mkt_2_02.jpg  

Aula 3 (50 minutos)

O professor deverá reproduzir para os alunos o poema “Tarefa” de Geir Campos. Em seguida, os alunos - em grupos de três elementos - deverão realizar as atividades propostas, aplicando o conhecimento obtido por meio da pesquisa já realizada.

Tarefa

Geir Campos

Morder o fruto amargo e não cuspir

mas avisar aos outros quanto é amargo,

cumprir o trato injusto e não falhar

mas avisar aos outros quanto é injusto,

sofrer o esquema falso e não ceder

mas avisar aos outros quanto é falso;

dizer também que são coisas mutáveis...

E quando em muitos a noção pulsar

 — do amargo e injusto e falso por mudar —

então confiar à gente exausta o plano

de um mundo novo e muito mais humano.

Disponível em:

http://www.releituras.com/geircampos_tarefa.asp 

1. No poema, há uma sugestão:  passar ao outro o conhecimento decorrente de experiências penosas.

a. Identifique  e classifique a conjunção que introduz a ideia de se repassar a experiência vivida.

b. Qual o valor semântico assumido por essa conjunção?

2. Observe o verso:

Morder o fruto amargo e não cuspir

a. Qual o valor da conjunção e, nesse contexto?

b. Que efeito de sentido a repetição dessa conjunção proporciona ao texto?

3. Denomina-se paralelismo sintático o encadeamento de funções sintáticas idênticas ou um encadeamento de orações de valores sintáticos iguais. 

Observe os versos abaixo:

Morder o fruto amargo e não cuspir

mas avisar aos outros quanto é amargo,

cumprir o trato injusto e não falhar

mas avisar aos outros quanto é injusto

a. Pode-se dizer que houve paralelismo sintático entre as orações que compõem os versos acima? Por quê?

b. Comente a afirmação abaixo:

Utilizar o recurso do paralelismo sintático possibilita que se crie um equilíbrio de relevância entre as orações, isto é, permite que se crie um processo de ligação por coordenação.

c. Observe o paralelismo criado nos versos:

Não só morder o fruto amargo mas também  avisar aos outros quanto é amargo.

Agora, coordene as orações, substituindo  não só...mas também pela conjunção e.

4. A conjunção mas aparece no início de uma oração, as outras conjunções coordenativas adversativas – porém, todavia, contudo, no entanto, entretanto, podem ocupar diferentes posições em uma oração.

Por exemplo:

...sofrer o esquema falso e não ceder / entretanto avisar aos outros quanto é falso...

...sofrer o esquema falso e não ceder /avisar, entretanto, aos outros quanto é falso...

Reescreva os versos abaixo, mudando a conjunção mas por outras de sentido equivalente (porém, entretanto, no entanto, todavia). Empregue a conjunção de oposição em várias posições na oração a que pertence.

5.  Qual é a tarefa proposta no poema? Você acha que é possível as pessoas cumprirem essa “tarefa”.

Aula 4 (50 minutos)

Atividade

O professor deverá levar os alunos ao laboratório de informática para assistirem  ao vídeo com o poema “Ou isto ou aquilo” de Cecília Meireles. O  professor deverá reproduzir o poema para os alunos.

Ou isto ou aquilo

Cecília Meireles

Ou se tem chuva e não se tem sol

ou se tem sol e não se tem chuva!

Ou se calça a luva e não se põe o anel,

ou se põe o anel e não se calça a luva!

Quem sobe nos ares não fica no chão,

quem fica no chão não sobe nos ares.

É uma grande pena que não se possa

estar ao mesmo tempo em dois lugares!

Ou guardo o dinheiro e não compro o doce,

ou compro o doce e gasto o dinheiro.

Ou isto ou aquilo: ou isto ou aquilo . . .

e vivo escolhendo o dia inteiro!

Não sei se brinco, não sei se estudo,

se saio correndo ou fico tranquilo.

Mas não consegui entender ainda

qual é melhor: se é isto ou aquilo.

Texto e vídeo disponíveis em:

http://www.revista.agulha.nom.br/ceciliameireles05.html 

http://www.youtube.com/watch?v=HBsZJI_2Ja0  

Sobre o texto:  

1. Qual é a palavra responsável pela ideia de escolha, no poema? Como essa palavra se classifica?

2. As conjunções aditivas comumente  indicam soma adição, união. Observe os seguintes versos do poema:

Ou se calça a luva e não se põe o anel,

ou se põe o anel e não se calça a luva!

a. Qual o valor semântico da conjunção e nesse contexto? Adição ou oposição?

b. Nesse caso, que outra conjunção poderia substituir o e?

3. Pode-se dizer que, de acordo com o poema, viver é a arte de fazer escolhas.

Crie um pequeno poema, assim como Cecília Meireles, apontando algumas escolhas que são necessárias em nossa vida. Procure coordenar as orações  por meio da conjunção alternativa ou... ou.     

Recursos Complementares

Sugestão de leitura para o professor:

TRAVAGLIA, Luiz Carlos. Gramática. Ensino plural. São Paulo: Cortez, 2003

Importante: O capítulo 5 intitulado "Para que ensinar teoria gramatical?" é um importante texto que servirá de subsídio teórico

para o professor refletir sobre:

Para que ensinar teoria gramatical?

Avaliação

O estudo das orações coordenadas facilita o trabalho de leitura e produção de texto. É, por meio de leitura e produção de textos, que o aluno poderá apropriar-se desse importante mecanismo de organização das idéias no texto, responsável, principalmente,  pela elaboração  de diversas estratégias de argumentação. O professor deverá verificar se essa apropriação se efetiva, de fato, no poema e outros textos elaborados pelos alunos.