Luiz Prazeres
Modalidade / Nível de Ensino | Componente Curricular | Tema |
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Educa??o Infantil | Linguagem oral e escrita | Pr?ticas de escrita |
Educa??o Infantil | Linguagem oral e escrita | Pr?ticas de leitura |
Ensino Fundamental Inicial | L?ngua Portuguesa | L?ngua escrita: g?neros discursivos |
Ensino Fundamental Inicial | L?ngua Portuguesa | L?ngua escrita: pr?tica de leitura |
Ensino Fundamental Inicial | L?ngua Portuguesa | L?ngua escrita: pr?tica de produ??o de textos |
Os alunos precisam conhecer alguns elementos que compõem uma narrativa.
Uma breve defini??o dos contos e seus diferentes tipos:
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Os contos, assim como as lendas, os mitos e as f?bulas s?o tipos de narrativas origin?rias desde as mais antigas civiliza??es. Esses povos, atrav?s das hist?rias que contavam, passavam ensinamentos e preservavam sua cultura. Gra?as ? tradi??o oral e, mais tarde, ao texto impresso, a arte de contar hist?rias foi passada de gera??o a gera??o, constituindo, at? os dias de hoje, importantes fontes de informa??es para entendermos a hist?ria das civiliza??es. Dentro deste contexto ? importante perceber o trabalho dos compiladores desse g?nero liter?rio que, at? ent?o, se mantinha no ide?rio popular, como: Homero com sua Odiss?ia (poeta grego ? s?c. VIII a.C.; Charles Perrault (Fran?a ? s?c. XVIII); os irm?os Grimm (Jacob e Wilhelm ? Alemanha - s?c. XVIII) e tantos outros, pois, esses escritos, al?m de preservar a mem?ria hist?rica de um povo, emocionam, por lidar com o imagin?rio, divertem, criam suspense, mostram verdades e revelam sentimentos e valores de uma ?poca. ? Em cada pa?s, surgiram novas modalidades de contos, regidos de acordo com a ?poca e os movimentos art?sticos que este momento hist?rico-cultural provocou e adquiriram forma liter?ria e est?tica. Assim, leem-se hoje, contos de amor, de humor, contos fant?sticos, de mist?rio e terror, contos realistas, psicol?gicos, sombrios, todos com estilos pr?prios daqueles que os escreveram. ? |
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ATIVIDADE 1
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Divida a turma em quatro grupos. Para cada grupo, entregue um dos textos a seguir:
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Texto 1 ? A Bela Adormecida Charles Perrault ? ? Na festa do batismo da t?o desejada princesa, foram convidadas 12 fadas e como madrinhas desta ofereceram-lhe como presentes a beleza, o talento musical, a intelig?ncia, entre outros valores apreciados. ? No entanto, uma velha fada que foi negligeciada, porque o rei apenas tinha doze pratos de ouro, interrompeu o evento e lan?ou-lhe como vingan?a um feiti?o cujo resultado seria, ao picar o dedo num fuso, a morte quando a princesa atingisse a idade adulta. Por?m restava o presente da 12? fada. Assim sendo, esta suavizou a morte, transformando o maldi??o da princesa para cem anos de sono profundo, at? que seja despertada pelo primeiro beijo oriundo de um amor verdadeiro. ? O rei proibiu imediatamente qualquer tipo de fia??o em todo o reino, mas em v?o. Quando a princesa contava 15 anos, descobriu uma sala escondida num torre?o do castelo onde encontrou uma velha a fiar. Curiosa com o fuso pediu-lhe para a deixar fiar, picando-se nesse mesmo instante. Sentiu ent?o o grande sono que lhe foi destinado e, ao adormecer, todas as criaturas presentes no castelo adormeceram juntamente, sob o novo feiti?o da 12? fada que tinha voltado entretanto. Com o tempo, cresceu uma floresta de urzes em torno do castelo adormecido, isolando-o do mundo exterior e dando uma morte fatal e dolorosa nos espinhos a quem tentasse entrar. Assim muitos pr?ncipes morreram em busca da tal Bela Adormecida cuja beleza era t?o falada. ? Ap?s cem anos decorridos, um pr?ncipe corajoso enfrentou a floresta de espinhos, mesmo sabendo da morte de outros tantos, e consegiu entrar no castelo. Quando encontrou o quarto onde a princesa dormia, estremeceu de tal maneira ao ver a sua beleza, que caiu de joelhos diante o seu leito. Ele beijou-a e ela acordou finalmente. Ent?o todos no castelo acordaram e continuaram onde haviam parado ? cem anos atr?s. O conto termina aqui, na boda do pr?ncipe, com a famosa frase e viveram felizes at? ao fim dos seus dias. |
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Texto 2 ? A roupa nova do imperador Hans Christian Andersen ? Um alfaiate pobre, de terras distantes, diz a um determinado rei que poderia fazer uma roupa muito bonita e cara, mas que apenas as pessoas mais inteligentes e astutas poderiam v?-la. O rei, muito vaidoso, gostou da proposta e pediu ao alfaiate que fizesse uma roupa dessas para ele. ? ? O alfaiate recebeu v?rios ba?s cheios de riquezas, rolos de linha de ouro, seda e outros materiais raros e ex?ticos, exigidos por ele para a confec??o das roupas. Ele guardou todos os tesouros e ficou em seu tear, fingindo tecer fios invis?veis, que todas as pessoas alegavam ver, para n?o parecerem est?pidas. ? ? At? que um dia, o rei se cansou de esperar, e ele e seus ministros quiseram ver o progresso do alfaiate. Quando o falso tecel?o mostrou a mesa de trabalho vazia, o rei exclamou: "Que lindas vestes! Voc? fez um trabalho magn?fico!", embora n?o visse nada al?m de uma simples mesa, pois dizer que nada via seria admitir na frente de seus s?ditos que n?o tinha a capacidade necess?ria para ser rei. Os nobres ao redor soltaram falsos suspiros de admira??o pelo trabalho, nenhum deles querendo que achassem que era incompetente ou incapaz. O alfaiate garantiu que as roupas logo estariam completas, e o rei resolveu marcar uma grande parada na cidade para que ele exibisse as vestes especiais. A ?nica pessoa a desmascarar a farsa foi uma crian?a, que gritou: -O rei est? nu! O grito ? absorvido por todos. O Imperador se encolhe, suspeitando a afirma??o ? verdadeira, mas se mant?m-se orgulhosamente e continua a prociss?o. |
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Texto 3 ? O menino e o padre ? Conto regional do Nordeste (autor desconhecido) ? Um padre andava pelo sert?o, e como estava com muita sede, aproximou-se duma cabana e chamou por algu?m de dentro. Veio ent?o lhe atender um menino muito mirrado. ? - Bom dia meu filho, voc? n?o tem por a? uma aguinha aqui pro padre? ? - ?gua tem n?o senhor, aqui s? tem um pote cheio de garapa de a??car! Se o senhor quiser... - disse o menino. ? - Serve, v? buscar. - pediu-lhe o padre. ? E o menino trouxe a garapa dentro de uma caba?a. O padre bebeu bastante e o menino ofereceu mais. Meio desconfiado, mas como estava com muita sede o padre aceitou. Depois de beber, o padre curioso perguntou ao menino: ? - Me diga uma coisa, sua m?e n?o vai brigar com voc? por causa dessa garapa? ? - Briga n?o senhor. Ela n?o quer mais essa garapa, porque tinha uma barata morta dentro do pote. ? Surpreso e revoltado, o padre atira a caba?a no ch?o e esta se quebra em mil peda?os. E furioso ele exclama: ? -Moleque danado, por que n?o me avisou antes? ? O menino olhou desesperado para o padre, e ent?o disse em tom de lamento: ? - Agora sim eu vou levar uma surra das grandes; o senhor acaba de quebrar a cabacinha de vov? fazer xixi dentro! |
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Texto 4 ? O Assalto Carlos Drumond de Andrade ? A casa luxuosa no Leblon ? guardada por um molosso de feia catadura, que dorme de olhos abertos, ou talvez nem durma, de t?o vigilante. Por isso, a fam?lia vive tranq?ila, e nunca se teve not?cia de assalto a resid?ncia t?o protegida. ? At? a semana passada. Na noite de quinta-feira, um homem conseguiu abrir o pesado port?o de ferro e penetrar no jardim. Ia fazer o mesmo com a porta da casa, quando o cachorro, que muito de ast?cia o deixara chegar at? l?, para acender-lhe o clar?o de esperan?a e depois arrancar-lhe toda ilus?o, avan?ou contra ele, abocanhando-lhe a perna esquerda. O ladr?o quis sacar do rev?lver, mas n?o teve tempo para isto. Caindo ao ch?o, sob as patas do inimigo, suplicou-lhe com os olhos que o deixasse viver, e com a boca prometeu que nunca mais tentaria assaltar aquela casa. Falou em voz baixa, para n?o despertar os moradores, temendo que se agravasse a situa??o. O animal pareceu compreender a s?plica do ladr?o, e deixou-o sair em estado deplor?vel. ? No jardim ficou um peda?o da cal?a. No dia seguinte, a empregada n?o entendeu bem por que uma voz. Pelo telefone, disse que era da Sa?de P?blica e indagou se o c?o era vacinado. Nesse momento o c?o estava junto da dom?stica, e abanou o rabo, afirmativamente. |
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Pe?a que os alunos leiam o texto silenciosamente e que depois o discutam com os colegas do grupo. Certifique-se de que os alunos compreenderam a hist?ria. Podem ser feitas perguntas factuais para ver se o texto foi entendido. Em seguida, pe?a que os cada grupo conte a hist?ria que leram para o restante da sala. Eles n?o dever?o ler, mas relatar a narrativa para a turma.
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Ap?s terem relatado a hist?ria para os colegas, pergunte se eles percebem semelhan?as entre os textos. Leve os alunos a perceberem algumas caracter?sticas comuns, como por exemplo: todos os textos est?o contando uma hist?ria; t?m personagens e narrador; espa?o e tempo; est?o organizados em par?grafos; s?o relativamente curtos; possuem in?cio, meio e fim. Ajude-os tamb?m a perceber diferen?as entre os textos: a tem?tica n?o ? igual, alguns usam de recursos m?gicos (texto 1), outros t?m uma hist?ria engra?ada (texto 3) ou uma hist?ria mais pr?xima do real (texto4).
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Pergunte para os alunos se eles t?m alguma id?ia sobre qual ? o nome de textos como o que eles acabaram de ler. Em fun??o da experi?ncia com alguns desses g?neros, os alunos poder?o dizer que esses textos s?o contos. Com base nas diferen?as e semelhan?as percebidas pelos alunos, construam coletivamente uma defini??o de contos. Nessa defini??o, deixem claro que o conto ? uma narrativa (conta uma hist?ria) com personagens diversos, de tem?tica variada e que, em geral, ? curta se comparada a outros textos narrativos (como romances e novelas).
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ATIVIDADE 2
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Apresente para os alunos as seguintes classifica??es de contos:
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Contos de fadas: narrativa curta na qual o her?i ou hero?na tem de enfrentar grandes obst?culos antes de triunfar contra o mal. Caracteristicamente envolvem algum tipo de magia, metamorfose ou encantamento. (Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Contos_de_fadas)
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Contos maravilhosos: lidam com uma tem?tica social: o her?i (ou anti-her?i), que ? uma pessoa de origem humilde ou que passa por grandes priva??es, triunfa ao conquistar riqueza e poder. (Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Contos_maravilhosos)
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Contos populares: Fruto da oralidade e do esp?rito inventivo. Criado, narrado e ouvido pelo povo. Transmitido de gera??es a gera??es. ? testemunha de usos, costumes, id?ias, pr?ticas, saberes, decis?es e julgamentos. T?m por caracter?stica o humorismo e as situa??es imprevistas, morais e/ou materiais. (Fonte: http://www.jangadabrasil.com.br/revista/setembro82/apresentacao.asp)
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Contos modernos: ? um tipo de narrativa n?o muito longa (hist?ria curta de fatos fict?cios) em que o narrador se det?m num momento especial, ou seja, a a??o se concentra em um ?nico ponto de interesse um conflito maior vivido pelos personagens. Normalmente, contam hist?rias voltadas para o cotidiano (Fonte: http://www.smec.salvador.ba.gov.br/site/documentos/espaco-virtual/espaco-cenap/publicacoes/caderno%20de%20Apoio%20a%20pratica%20pedagogica%20contos%20classicos%20mitologicos%20e%20modernos.pdf)
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A partir das defini??es acima, pe?a que os alunos classifiquem os textos lidos na aula anterior e que justifiquem suas respostas. Pergunte se eles conhecem outros contos que se encaixam nas classifica??es estabelecidas acima. Explique que h? outros tipos de contos e outras classifica??es (contos etiol?gicos, contos africanos, contos de terror, contos de humor etc.).
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ATIVIDADE 3
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Pe?a que um aluno leia o primeiro par?grafo dos textos trabalhados. Pergunte para eles: do que trata o primeiro par?grafo de todos os quatro textos? Espera-se que os alunos percebam que no primeiro par?grafo, ocorre a apresenta??o dos personagens e do ambiente em que se d? a hist?ria. Pe?a que eles falem das caracter?sticas dos personagens e do espa?o em que se passa a narrativa de cada um dos textos. Explique que, em geral, nos diferentes tipos de conto o primeiro par?grafo nos apresenta ao cen?rio e aos personagens.
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Pergunte aos alunos: depois que os personagens s?o apresentados, o que acontece no conto? Os alunos devem ser levados a perceber que uma situa??o problem?tica ? apresentada no texto. Essa situa??o ser? respons?vel pelo desenrolar da hist?ria. Pe?a que eles identifiquem qual o conflito que se estabelece no primeiro conto.
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Ap?s a apresenta??o do problema e o desenrolar da hist?ria, existe, em geral, um cl?max, ou seja, o ponto m?ximo de tens?o da hist?ria, quando o conflito chega a seu m?ximo. A partir desse cl?max, a hist?ria caminha para o desfecho. Explore esses elementos nos diferentes textos, para que os alunos possam se familiarizar com a estrutura presente no conto (apresenta??o dos personagens, conflito, desenvolvimento da hist?ria, cl?max e desfecho). Esses elementos ser?o importantes para a atividade de produ??o.
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ATIVIDADE 4
Agora que os alunos j? compreenderam a estrutura do conto, promova uma atividade de reescrita em sala de aula. A reescrita consiste em recontar por escrito uma hist?ria j? conhecida, com suas palavras, enriquecendo-a ou suprimindo alguns detalhes, conforme o interesse e o objetivo dos autores. Essa atividade pode ser realizada coletivamente, em grupos menores ou individualmente. O professor pode propor a reescrita do texto ?A Bela Adormecida? ou ?A roupa nova do rei? que provavelmente s?o mais conhecidos pelos alunos. Explique que a reescrita n?o consiste em copiar o texto, mas em usar a mesma hist?ria, contando-a com suas palavras, acrescentando ou retirando elementos, colocando di?logos, descrevendo melhor os cen?rios, sem mudar a ess?ncia do que ? narrado. Durante o processo de reescrita, o professor deve auxiliar os alunos a seguirem a seq??ncia estudada anteriormente. Estimule os alunos a revisarem os textos, verificando a coer?ncia e a corre??o gramatical e ortogr?fica.
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Ap?s a produ??o, os alunos devem ler os seus contos em sala. Os colegas avaliam para ver se o conto seguiu a sequ?ncia previamente estabelecida.
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Para saber mais sobre contos e seu trabalho em sala de aula, sugere-se a leitura dos textos presentes nos sites:
O professor pode avaliar a compreensão de textos por parte dos alunos com base no realizado na primeira atividade. Pode também avaliar a participação e o envolvimento dos estudantes em todos os momentos. A última atividade constitui-se em um momento interessante para avaliar se os alunos compreenderam a estrutura que compõem um conto.