- Começar a aula trazendo o termo “escultura”. Lembrar que a diferença entre um plano bidimensional e o tridimensional é que o primeiro trabalha sobre superfícies que contenham altura e comprimento, enquanto o segundo explora a altura, o comprimento e a largura. Dessa forma, uma escultura terá volume e profundidade concretos. Ela ocupará o espaço em três dimensões, sendo possível observar a escultura de vários pontos de vista, diferente do desenho ou da pintura que nos exige olhar pelo ponto de vista estabelecido.
- Após essa conversa inicial, pergunte ao alunado se já viram uma escultura; se já fizeram trabalhos tridimensionais com materiais como argila, massinha e outros; pergunte se já fizeram esculturas com papel?
- Caso tenha em sua cidade alguma escultura na praça ou outro local, recorde isso para as crianças ou apresente algumas imagens de esculturas como as citadas abaixo:
"Valsa" de Camille Claudel
http://engineering.snua.net/San_Francisco/contents/photos/4528.jpg
"Maman" de Louise Bourgeois
http://artbite.fr/sites/artbite.fr/local/cache-vignettes/L500xH333/artbite-a215-louise-bourgeois-mum-1db4b.jpg
- Apresente em seguida uma escultura em papel, que pode ter sido produzida por você mesmo/a ou por alunos/as de outras turmas. Um exemplo visual, nesses momentos, provoca um efeito positivo, pois estimula nas crianças a vontade de aprender e realizar a proposta de maneira satisfatória. Deixe que as crianças toquem na escultura, movam e observem os detalhes da mesma.
- Explique, enquanto as crianças manipulam a escultura, que uma folha de papel (nesse caso, utilize um papel com gramatura mais grossa como o canson ou a cartolina; o papel cartão pode ser grosso demais e quebrar durante as dobras) irá se transformar em formas com relevos a partir de cortes e dobras que precisam ser bem vincados. Ou seja, depois de dar os cortes necessários, a dobra precisa ser bem marcada, podendo fazer isso com o auxílio da régua ou a tampa de uma caneta.
- Após essa conversa inicial, distribua o material: uma folha de papel A4 e tesoura. E comece a orientar o grupo passo a passo, na sequência sugerida abaixo:
Primeiro passo: peça as crianças que dobrem o papel em quatro partes (lembrar de vincar as dobras com o auxílio de uma régua)
Segundo passo: nas dobras feitas, dar cortes variados sempre em duplas. Veja o exemplo abaixo:
Terceiro passo: empurrar a parte cortada para trás e novamente dobrar as bordas da parte com vinco.
Repetir esse procedimento nas três dobras do papel (em três lados). Os cortes podem ser modificados segundo a vontade das crianças, mas lembre-as, precisam sempre ser feitos em duplas e em seguida, bem dobrados para dentro.
Ao terminar os cortes e as dobras, fechar a escultura com uma fita crepe por dentro no lado que se formou pelas extremidades do papel (ou seja, no lado que não receberá cortes)
- Quanto ao acabamento, a escultura poderá ter a cor do próprio papel, mas também poderá ser trabalhada de acordo com a imaginação de cada criança. Nesse caso, proponha grafismos, cores, traços para serem trabalhados no papel (canson ou cartolina) antes de fechar a escultura com a fita crepe. Caso utilize tinta guache, aquarela ou outra tinta, deixe secar antes, para fechar a escultura depois.
- Os exemplos abaixo mostram as esculturas trabalhadas com giz de cera preto, criando grafismos sobre o papel e em seguida, enriquecidas com aquarela.
- Essa proposta é rica em possibilidades de acabamento e também em criação de volumes - o que proporciona trabalhos com resultados bem curiosos. Aproveite e sugira uma exposição que ocupe o teto da sala ou do corredor. Para montar essa exposição, basta pedir às crianças que façam dois furinhos numa das extremidades da escultura, passando por ali um nylon ou fio. Pendure-as como se fossem lanternas. O resultado é surpreendente!