Modalidade / Nível de Ensino | Componente Curricular | Tema |
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Ensino Fundamental Final | L?ngua Portuguesa | An?lise lingu?stica: modos de organiza??o dos discursos |
Em um artigo de opini?o, o autor apresenta aos leitores uma quest?o pol?mica e procura convenc?-los de sua opini?o, utilizando para isso estrat?gias variadas. Para a realiza??o desta proposta, os alunos precisam conhecer previamente a estrutura do texto dissertativo, bem como determinadas categorias gramaticais que funcionam como operadores argumentativos, tais como as conjun??es coordenativas.
Sobre a proposta:
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OBS.: As aulas poder?o ser desenvolvidas com a utiliza??o de notes, netbooks ou tablets.
Dispon?vel em: http://gizelda-linguaportuguesa.blogspot.com.br/2010/10/vamos-criar-um-texto-de-opiniao.html
O artigo de opini?o, focalizado nesta proposta, pertence ? esfera jornal?stica. Geralmente, por meio desse g?nero, o autor busca convencer e influenciar o leitor, acerca de uma ideia, provocando uma revis?o de seu posicionamento ideol?gico e de seus valores. Dessa forma, ocorre um processo de argumenta??o em favor de uma determinada posi??o, ao mesmo tempo em que se procura refutar opini?es contr?rias ? tese defendida. Al?m de apresentar argumentos capazes de sustentar sua tese, o autor costuma servir-se de mecanismos lingu?sticos capazes de indicar a orienta??o argumentativa e, desse modo, encaminhar o planejamento discursivo. Para isso, utilizam-se os operadores argumentativos que t?m por fun??o indicar a for?a argumentativa dos enunciados e a dire??o para a qual apontam, ou seja, os operadores argumentativos direcionam o leitor para que percorra o caminho proposto pelo autor. Portanto, o estudo sobre os operadores argumentativos favorece ao aluno o reconhecimento das manobras discursivas realizadas pelo emissor.
Primeiro Passo: Apresenta??o do tema aos alunos
Para apresentar o tema aos alunos, visando motiv?-los para a realiza??o das atividades propostas, o professor solicita a eles que acessem a p?gina: http://www.youtube.com/watch?v=0ovqveCQliM
para ouvirem a can??o, ?Que pa?s ? este??, de Renato Russo.
Imagem dispon?vel em: http://blogdatvuerj.blogspot.com.br/2012/03/renato-russo-o-aniversario-do-icone.html
H? 52 anos nascia, no Rio de Janeiro, um dos maiores nomes da m?sica brasileira: Renato Manfredini Junior - Renato Russo. Autor de in?meros sucessos como ?Pais e Filhos?, ?Mais Uma Vez? e ?Tempo Perdido?, o carioca nasceu em 1960, mas se mudou ainda crian?a para Bras?lia, capital do rock no Brasil, onde mais tarde seria considerado o ?irm?o mais velho da gera??o Coca-cola?, que tamb?m contava com a influ?ncia dos m?sicos Dado Villa-Lobos e Marcelo Bonf?.
[...]
Dispon?vel em: http://blogdatvuerj.blogspot.com.br/2012/03/renato-russo-o-aniversario-do-icone.html - Acesso em maio de 2012
Que pa?s ? este?
Nas favelas e no senado
Sujeira pra todo lado
Ningu?m respeita
A constitui??o
Mas todos acreditam
No futuro da na??o...
Que pa?s ? este?(3x)
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Na Amaz?nia
E no Araguaia ia, ia
Na baixada fluminense
No Mato grosso
E nas Gerais
E no Nordeste tudo em paz
Na morte eu descanso
Mas o sangue anda solto
Manchando os pap?is
Documentos fi?is
Ao descanso do patr?o...
Que pa?s ? este?(3x)
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Terceiro mundo se for
Piada no exterior
Mas o Brasil vai ficar rico
Vamos faturar um milh?o
Quando vendemos todas as almas
Dos nossos ?ndios um leil?o...
Que pa?s ? este?(3x)
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Dispon?vel em: http://letras.terra.com.br/renato-russo/1175645/
Professor, antes de conversar com os alunos sobre a can??o, fale com eles a respeito de Renato Russo - vocalista e letrista da banda Legi?o Urbana -, considerado o principal compositor do rock nacional dos anos 1980, ao lado de Cazuza. Como compositor, criou v?rias can??es em que questiona o Brasil e os brasileiros. Uma de suas can??es mais famosas ? ?Que pa?s ? este?, composta em 1978, quando ele pertencia ? banda punk Aborto El?trico, em Bras?lia. Renato Russo afirmou que n?o pretendia grav?-la, porque tinha esperan?a de que o Brasil melhorasse e que a can??o se desatualizasse, perdendo sua raz?o de ser. Entretanto, ele a gravou e a can??o nos soa mais atual do que nunca.
Dispon?vel em: http://www.brasa.org/_sitemason/files/gK7OI8/Marli%20Rosa.pdf
Ap?s ouvirem a can??o, converse com os alunos, perguntando a eles:
a. Qual ? o tema tratado na can??o? Pode ser considerado um tema pol?mico? Por qu??
a. Na can??o, o autor parte de Bras?lia para compor um cen?rio nacional em que falta a ?tica, onde a corrup??o e a viol?ncia imperam. Justifique essa afirma??o com passagens do texto.
b. Na segunda estrofe, o autor refere-se a diversas regi?es violentas do Brasil. Que regi?es s?o essas?
c. Pode-se perceber que h? ironia no sentido e na ?nfase vocal que Renato Russo d? ? express?o ?tudo em paz? ? Explique.
d. Resuma o ponto de vista sobre a corrup??o no Brasil, apresentado na can??o.
e. O que voc? pensa sobre a corrup??o no Brasil?
f. Voc? tem facilidade para expor suas opini?es? ? f?cil defender nossas ideias com palavras? ? importante respeitar a opini?o alheia, mesmo que essa opini?o seja diferente da nossa?
g. Em nosso cotidiano, s?o muitas as formas de expressar nossa opini?o, diante de acontecimentos, atitudes ou ideias pol?micas. Mas h? situa??es em que expressar uma opini?o exige uma elabora??o mais cuidadosa. E o caso do artigo de opini?o.
O que voc? sabe a respeito desse g?nero? Geralmente, onde ele ? veiculado?
Professor, aproveite esse momento para direcionar o olhar dos alunos para o g?nero a ser trabalhado ? artigo de opini?o. Esclare?a a eles que, quando algu?m deseja expor seu modo de pensar por meio de um ve?culo de comunica??o, ? fundamental que se expresse de maneira clara, relacionando argumentos que sustentem o ponto de vista defendido.
Segundo Passo ? Delimita??o e problematiza??o do tema
Professor, ap?s conversar com os alunos sobre o g?nero artigo de opini?o, a partir da can??o de Renato Russo, apresente a eles, em datashow, o artigo ?Ambi??o e ?tica? de Stphen Kanitz, publicado na p?gina: http://www.kanitz.com/veja/ambicao_e_etica.asp
Cada aluno poder? acessar o texto em seu note, nets ou tablets.
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Ambi??o e ?tica Ambi??o ? tudo o que voc? pretende fazer na vida. S?o seus objetivos, seus sonhos, suas resolu??es para o novo mil?nio. As pessoas costumam ter como ambi??o ganhar muito dinheiro, casar com uma mo?a ou um mo?o bonito ou viajar pelo mundo afora. A mais pobre das ambi??es ? querer ganhar muito dinheiro, porque dinheiro por si s? n?o ? objetivo: ? um meio para alcan?ar sua verdadeira ambi??o, como viajar pelo mundo. No fim da viagem voc? estar? de volta ? estaca zero quanto ao dinheiro, mas ter? cumprido sua ambi??o. As pessoas mais infelizes que eu conhe?o s?o as mais ricas. Quanto mais rico, mais infeliz. Nunca me esque?o de um coment?rio de uma copeira, na casa de um empres?rio arquimilion?rio, que cochichava para a cozinheira: "Todas as festas de rico s?o t?o chatas como esta?" "Sim, todas, sem exce??o", foi a resposta da cozinheira. De fato, ningu?m estava cantando em volta de um viol?o. Os homens estavam em p? numa roda falando de dinheiro, e as mulheres numa outra roda conversavam sobre n?o sei o que, porque eu sempre fico preso na roda dos homens falando de dinheiro. N?o h? nada de errado em ser ambicioso na vida, muito menos em ter "grandes" ambi??es. As pessoas mais ambiciosas que conhe?o n?o s?o os pontocom que querem fazer um IPO (sigla de oferta p?blica inicial de a??es) em Nova York. S?o os l?deres de entidades beneficentes do Brasil, que querem "acabar com a pobreza do mundo" ou "eliminar a corrup??o do Brasil". Esses, sim, s?o projetos ambiciosos. J? ?tica s?o os limites que voc? se imp?e na busca de sua ambi??o. ? tudo que voc? n?o quer fazer na luta para conseguir realizar seus objetivos. Como n?o roubar, mentir ou pisar nos outros para atingir sua ambi??o. A maioria dos pais se preocupa bastante quando os filhos n?o mostram ambi??o, mas nem todos se preocupam quando os filhos quebram a ?tica. Se o filho colou na prova, n?o importa, desde que tenha passado de ano, o objetivo maior. Algumas escolas est?o ensinando a nossos filhos que ?tica ? ajudar os outros. Isso, por?m, n?o ? ?tica, ? ambi??o. Ajudar os outros deveria ser um objetivo de vida, a ambi??o de todos, ou pelo menos da maioria. Aprendemos a n?o falar em sala de aula, a n?o perturbar a classe, mas pouco sobre ?tica. N?o conhe?o ningu?m que tenha sido expulso da faculdade por ter colado do colega. "Ajudar" os outros, e nossos colegas, faz parte de nossa "?tica". N?o colar dos outros, infelizmente, n?o faz. O problema do mundo ? que normalmente decidimos nossa ambi??o antes de nossa ?tica, quando o certo seria o contr?rio. Por qu?? Dependendo da ambi??o, torna-se dif?cil impor uma ?tica que frustrar? nossos objetivos. Quando percebemos que n?o conseguiremos alcan?ar nossos objetivos, a tend?ncia ? reduzir o rigor ?tico, e n?o reduzir a ambi??o. Monica Levinski, uma insignificante estagi?ria na Casa Branca, colocou a ambi??o na frente da ?tica, e tirou o Partido Democrata do poder, numa elei??o praticamente ganha, pelo enorme sucesso da economia na sua gest?o. Definir cedo o comportamento ?tico pode ser a tarefa mais importante da vida, especialmente se voc? pretende ser um estagi?rio. Nunca me esque?o de um almo?o, h? 25 anos, com um importante empres?rio do setor eletr?nico. Ele come?ou a chorar no meio do almo?o, algo incomum entre empres?rios, e eu n?o conseguia imaginar o que eu havia dito de errado. O caso, na realidade, era pessoal: sua filha se casaria no dia seguinte, e ele se dera conta de que n?o a conhecia, praticamente. Aquele choro me marcou profundamente e se tornou logo cedo parte da ?tica na minha vida: nunca colocar minha ambi??o na frente da minha fam?lia. Defina sua ?tica quanto antes poss?vel. A ambi??o n?o pode anteced?-la, ? ela que tem de preceder ? sua ambi??o. Publicado na Revista Veja edi??o 1684 ano 34 no 3 de 24 de janeiro de 2001 |
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Dispon?vel em: http://www.gostodeler.com.br/materia/6656/crise_mundial_e_artigo_de_stephen_kanitz.html
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STEPHEN KANITZ, consultor de empresas e conferencista, vem realizando semin?rios em grandes empresas no Brasil e no exterior. J? realizou mais de 500 palestras nos ?ltimos 10 anos.
Mestre em Administra??o de Empresas pela Harvard University, foi professor Titular da Faculdade de Economia, Administra??o e Contabilidade da Universidade de S?o Paulo. Criador de Melhores e Maiores da Revista Exame, avaliou at? 1995 as 1000 maiores empresas do pa?s. Sua experi?ncia como consultor lhe rendeu v?rios pr?mios: Pr?mio ABAMEC Analista Financeiro do Ano, Pr?mio JABUTI 1995 - C?mara Brasileira do Livro e o Pr?mio ANEFAC. ? ?rbitro da BOVESPA na C?mara de Arbitragem do Novo Mercado. Dispon?vel em: http://www.kanitz.com/index_refresh.htm |
Professor, fa?a a leitura oral do texto para os alunos, a seguir, estabele?a uma interlocu??o com eles a respeito do artigo, por meio das perguntas seguintes que dever?o ser digitadas e entregues a eles para que fa?am o registro das respostas em seus laptops ou tablets.
Quest?es sobre o texto
1. Observe a p?gina em que o artigo foi publicado. Quem assina o texto?
2. O texto est? escrito em primeira pessoa? Justifique sua resposta com exemplos do texto.
3. O artigo ? sobre ambi??o e ?tica. Releia o primeiro e o quinto par?grafos. Responda:
Como o autor define ambi??o e ?tica? Qual a rela??o entre elas?
4. Em um artigo de opini?o ? comum o autor:
Identifique essas partes no texto lido.
5. Para convencer o leitor ou ouvinte de uma dada opini?o, ? preciso apresentar argumentos, isto ?, motivos que sejam capazes de justific?-la.
Observe o trecho:
?A mais pobre das ambi??es ? querer ganhar muito dinheiro, porque dinheiro por si s? n?o ? objetivo: ? um meio para alcan?ar sua verdadeira ambi??o, como viajar
pelo mundo. No fim da viagem voc? estar? de volta ? estaca zero quanto ao dinheiro, mas ter? cumprido sua ambi??o.?
a. Qual a justificativa do autor para a afirma??o: ?a mais pobre das ambi??es ? querer ganhar muito dinheiro??
b. Operadores argumentativos s?o mecanismos lingu?sticos que permitem indicar a for?a e a orienta??o argumentativa dos enunciados, determinando o modo de dizer o que se tem para dizer.
Por meio dessa palavra (porque):
( ) introduz-se uma justificativa ou explica??o para o enunciado anterior;
( ) estabelece-se uma rela??o de causa e consequ?ncia entre os enunciados.
c. Identifique, no texto, outras ocorr?ncias do operador argumentativo porque, e explique a rela??o de sentido estabelecida por meio dele.
6. Os operadores mas, por?m, no entanto, todavia ? assinalam uma oposi??o entre argumentos expl?citos ou impl?citos no texto.
Releia esta passagem do texto - quinto par?grafo ? e explique a rela??o de sentido introduzida pelo operador mas.
?A maioria dos pais se preocupa bastante quando os filhos n?o mostram ambi??o, mas nem todos se preocupam quando os filhos quebram a ?tica. Se o filho colou na prova, n?o importa, desde que tenha passado de ano, o objetivo maior?.
7. Releia o quarto par?grafo do texto:
?N?o h? nada de errado em ser ambicioso na vida, muito menos em ter "grandes" ambi??es. As pessoas mais ambiciosas que conhe?o n?o s?o os pontocom que querem fazer um IPO (sigla de oferta p?blica inicial de a??es) em Nova York. S?o os l?deres de entidades beneficentes do Brasil, que querem "acabar com a pobreza do mundo" ou "eliminar a corrup??o do Brasil". Esses, sim, s?o projetos ambiciosos.?
a. O que se pode inferir da vis?o do autor sobre a corrup??o no Brasil? Comente.
8. Releia o sexto par?grafo do texto:
?Algumas escolas est?o ensinando a nossos filhos que ?tica ? ajudar os outros. Isso, por?m, n?o ? ?tica, ? ambi??o. Ajudar os outros deveria ser um objetivo de vida, a ambi??o de todos, ou pelo menos da maioria. Aprendemos a n?o falar em sala de aula, a n?o perturbar a classe, mas pouco sobre ?tica. N?o conhe?o ningu?m que tenha sido expulso da faculdade por ter colado do colega. "Ajudar" os outros, e nossos colegas, faz parte de nossa "?tica". N?o colar dos outros, infelizmente, n?o faz. ?
A partir da posi??o do autor, manifeste sua opini?o a respeito de ?tica.
Problematiza??o do Tema
Professor, a partir das respostas das quest?es sobre o artigo de opini?o, ?Ambi??o e ?tica?, de Stephen Kanitz, chame a aten??o dos alunos para a import?ncia dos operadores argumentativos na indica??o da for?a argumentativa dos enunciados, direcionando o leitor para a constru??o de determinados sentidos.
Aproveite esse momento para orientar os alunos a formular a pergunta que ir? nortear as atividades de pesquisa que ser?o realizadas por eles.
Focalizando os operadores, uma poss?vel pergunta poderia ser:
Qual ? a fun??o dos operadores argumentativos no g?nero discursivo artigo de opini?o?
Justificativa
Professor, oriente os alunos a produzirem a justificativa, depois de realizadas as atividades de pesquisa. Desse modo, eles ter?o mais clareza da import?ncia dos operadores argumentativos na articula??o das ideias no texto, uma vez que esses elementos contribuem para o encaminhamento das decis?es estrat?gicas, tomadas intencionalmente pelo autor do texto, ao construir a argumenta??o e ganhar a ades?o do leitor. Eles dever?o construir o texto, procurando responder ? pergunta: por que ? importante realizar um estudo sobre o emprego dos operadores argumentativos no g?nero artigo de opini?o?
Terceiro Passo ? Hora da pesquisa
Os alunos, em grupo de cinco componentes, dever?o realizar as atividades propostas.
Atividade 1
1. Os alunos dever?o realizar uma pesquisa sobre os operadores argumentativos, a partir do seguinte roteiro:
a. Operadores argumentativos: defini??o
b. Os operadores argumentativos s?o utilizados para introduzir v?rios tipos de argumentos. Quais s?o os operadores mais comuns?
Sugest?o de links para pesquisa:
http://www.professorafrancinetecel.com/component/k2/item/8-os-operadores-argumentativos.html
http://pt.wikipedia.org/wiki/Operadores_argumentativos
2. Depois de acessarem os links, os alunos, a partir da pesquisa realizada, dever?o identificar a rela??o de sentido estabelecida pelos operadores argumentativos em destaque no artigo ?A origem da corrup??o?, de Stephen Kanitz., dispon?vel na p?gina: http://www.kanitz.com/veja/corrupcao.asp
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A origem da corrup??o O Brasil n?o ? um pa?s intrinsecamente corrupto. N?o existe nos genes brasileiros nada que nos predisponha ? corrup??o, algo herdado, por exemplo, de desterrados portugueses. A Austr?lia que foi col?nia penal do imp?rio brit?nico, n?o possui ?ndices de corrup??o superiores aos de outras na??es, pelo contr?rio. N?s brasileiros n?o somos nem mais nem menos corruptos que os japoneses, que a cada par de anos t?m um ministro que renuncia diante de den?ncias de corrup??o. Somos, sim, um pa?s onde a corrup??o, p?blica e privada, ? detectada somente quando chega a milh?es de d?lares e porque um irm?o, um genro, um jornalista ou algu?m botou a boca no trombone, n?o por um processo sistem?tico de auditoria. As na??es com menor ?ndice de corrup??o s?o as que t?m o maior n?mero de auditores e fiscais formados e treinados. A Dinamarca e a Holanda possuem 100 auditores por 100.000 habitantes. Nos pa?ses efetivamente auditados, a corrup??o ? detectada no nascedouro ou quando ainda ? pequena. O Brasil, pa?s com um dos mais elevados ?ndices de corrup??o, segundo o World Economic Forum, tem somente oito auditores por 100.000 habitantes, 12.800 auditores no total. Se quisermos os mesmos n?veis de lisura da Dinamarca e da Holanda precisaremos formar e treinar 160.000 auditores. Simples. Uma das maiores universidades do Brasil possui hoje 62 professores de Economia, mas s? um de auditoria. Um ?nico professor para formar os milhares de fiscais, auditores internos, auditores externos, conselheiros de tribunais de contas, fiscais do Banco Central, fiscais da CVM e analistas de controles internos que o Brasil precisa para combater a corrup??o. A principal fun??o do auditor inclusive nem ? a de fiscalizar depois do fato consumado, mas a de criar controles internos para que a fraude e a corrup??o n?o possam sequer ser praticadas. Durante os anos de ditadura, quando a liberdade de imprensa e a auditoria n?o eram prioridade, as verbas da educa??o foram redirecionadas para outros cursos. Como consequ?ncia, aqui temos doze economistas formados para cada auditor, enquanto nos Estados Unidos existem doze auditores para cada economista formado. Para eliminar a corrup??o, teremos de redirecionar rapidamente as verbas de volta ao seu devido destino, para que sejamos uma na??o que n?o precise depender de dedos duros ou genros que botam a boca no trombone, e sim de profissionais competentes com uma ?tica profissional elaborada. Pa?ses avan?ados colocam seus auditores num pedestal de respeitabilidade e de reconhecimento p?blico que garante a sua honestidade. Na Inglaterra, institu?ram o Chartered Accountant. Nos Estados Unidos eles t?m o Certified Public Accountant. Uma m?e inglesa e americana sonha com um filho m?dico, advogado ou contador p?blico. No Brasil, o contador p?blico foi substitu?do pelo engenheiro. Bons sal?rios e valoriza??o social s?o os requisitos b?sicos para todo sistema funcionar, mas no Brasil estamos pagando e falando mal de nossos fiscais e auditores existentes e nem ao menos treinamos nossos futuros auditores. Nos ?ltimos nove anos, os sal?rios de nossos auditores p?blicos e fiscais t?m sido congelados e seus quadros, reduzidos - uma das raz?es do crescimento da corrup??o. Como o custo da auditoria ? muito grande para ser pago pelo cidad?o individualmente, essa ? uma das poucas fun??es pr?prias do estado moderno. Tanto a auditoria como a fiscaliza??o, que vai dos alimentos e seguran?a de avi?es at? os direitos do consumidor e os direitos autorais. O capitalismo remunera quem trabalha e ganha, mas n?o consegue remunerar quem impede o outro de ganhar roubando. H? quem diga que n?o ? papel do Estado produzir petr?leo, mas ningu?m discute que ? sua fun??o fiscalizar e punir quem mistura ?gua ao ?lcool. N?o ser?o interven??es cir?rgicas (leia-se CPIs), nem rem?dios potentes (leia-se c?digos de ?tica), que ir?o resolver o problema da corrup??o no Brasil. Precisamos da vigil?ncia de um poderoso sistema imunol?gico que combata a infec??o no nascedouro, como acontece nos pa?ses considerados honestos e auditados.Portanto, o Brasil n?o ? um pa?s corrupto. ? apenas um pa?s pouco auditado. Publicado na Revista Veja, edi??o 1600, ano 32, n? 22, de 2 de junho de 1999, p?gina 21 Dispon?vel em: http://www.kanitz.com/veja/corrupcao.asp |
Atividade 2
Professor, discuta o artigo ?Origem da Corrup??o? com os alunos. A seguir, proponha a eles que assistam aos v?deos sobre o assunto:
F?bula da corrup??o - dispon?vel em: http://www.youtube.com/watch?v=Rx6Gqu5Gq7A
O que voc? tem a ver com a corrup??o - dispon?vel em: http://www.youtube.com/watch?v=hblBL1KTTfw
Eduardo Bueno - in?cio da corrup??o no Brasil - dispon?vel em: http://www.youtube.com/watch?v=n6tWt3IOtmM&feature=relatedenda
Ap?s assistirem aos v?deos os alunos dever?o produzir um artigo de opini?o expressando o que eles pensam a respeito da corrup??o.
Cada grupo dever? selecionar um texto para ser apresentado na sala de aula para colegas e professores e postado no Blog da turma.
Professor, oriente os alunos sobre os seguintes aspectos em rela??o ? produ??o do texto:
Quarto Momento: Socializa??o e Resultados da Pesquisa
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Sugest?o de links para os alunos:
Argumenta??o e linguagem dissertativa - dispon?vel em: http://www.youtube.com/watch?v=o7lR6zcLHcQ&feature=results_video&playnext=1&list=PL5E58ADE7BEB358B3
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Sugest?o de links a ser consultado pelo professor quando da elabora??o de sua aula:
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UCA - O texto argumentativo: a articula??o entre as ideias do texto - dispon?vel em: http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=38520
UCA - Editorial versus Artigo de opini?o - dispon?vel em: http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=37887
UCA - O texto argumentativo: a intencionalidade e as escolhas de linguagem - dispon?vel em: http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=38521
UCA - Conhecendo a argumenta??o: tipos de argumentos - Dispon?vel em: http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=38507
UCA - Marcas de oposi??o no texto - dispon?vel em: http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=35908
A avalia??o dos alunos dever? ser feita ao longo de todo o processo. Dever?o ser levados em considera??o os seguintes crit?rios: