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Land Art

Autor e Co-autor(es)

Renata Oliveira Caetano imagem do usuário

JUIZ DE FORA - MG COL DE APLICACAO JOAO XXIII

Nelson Vieira da Fonseca Faria

Estrutura Curricular

Modalidade / Nível de Ensino Componente Curricular Tema
Ensino M?dio Artes Arte Visual: Contextualiza??o
Ensino M?dio Artes Arte Visual: Estruturas morfol?gicas

Dados da Aula

O que o aluno poderá aprender com esta aula

Perceber como ? poss?vel que a arte extrapole os espa?os museol?gicos;

Conhecer obras que agregam a natureza na arte;

Produzir uma obra coletiva de grandes propor??es na escola;

Duração das atividades

Aproximadamente 4 aulas de 50 minutos.

Conhecimentos prévios trabalhados pelo professor com o aluno

"O que ? arte contempor?nea?"

Dispon?vel no link: http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=40619

Estratégias e recursos da aula

Iniciar a aula debatendo com os alunos sobre o lugar das obras de arte. Pergunte:

  • Qual ? o lugar das obras de arte?
  • ? poss?vel ver obras de arte fora dos museus? Onde?

O professor deve explicar que atualmente a pr?tica art?stica se expandiu de tal forma que pode estar em espa?os fora dos museus: nas ruas, na natureza, na internet. Isso acontece por causa da mudan?a do par?metro art?stico em processo desde a metade do s?culo XX que abre espa?o para a aproxima??o da arte com a vida, para experimenta??es de v?rias ordens, para o uso de materiais at? ent?o tidos como n?o art?sticos.

A Land Art foi uma das respostas art?sticas poss?veis, surgida na d?cada de 1960, com artistas buscando a natureza como lugar de suas obras. Essa postura ? bastante diferente da utiliza??o da natureza como pintura de g?nero vista em diversas obras, como por exemplo, a Paisagem do Rio, pintada por Gustave Coubert em 1869.

01 Paisagem do Rio

http://mundomaior.blog.br/wp-content/uploads/2011/03/Gustave_Coubert_river_landscape-large.jpg

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Os artistas que criavam dentro do contexto da Land Art buscavam na grandiosidade da natureza a reflex?o sobre o fazer art?stico sempre completado pelo tempo e pelo espa?o em que se inseria. Mostrar alguns exemplos:

  • Espiral de terra e pedra constru?da no Grande lago Salgado, em Utah por Robert Smithson. 1970

02 Jetty Spiral

http://murfinator.com/wp-content/uploads/2011/10/Spiral-Jetty.jpg

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Lighting Fileds, s?rie de para-raios posicionados em um campo aberto no Novo M?xico por Walter de Maria. 1977

03 Lighting Fields

http://artappreciation101.files.wordpress.com/2011/06/demaria_the-lightning-field-19771.jpg

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Costa Australiana embrulhada por Christo.

04 Costa australiana embrulhada

http://1.bp.blogspot.com/_KfNfv1YWRRA/TRJNSsdECvI/AAAAAAAAAQ0/TK4LpmNqLqs/s1600/Costa+Recoberta+Christo+e+Janne-Claude.jpg

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Instala??o de cadeiras feita por Doris Salcedo na Bienal de Istambul em 2003

05 Instala????o de cadeiras

http://www.papaissue.com/wp-content/uploads/2010/11/doris-salcedo.jpg

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As obras em Land Art existem durante algum tempo e contam basicamente com o registro fotogr?fico para chegar ao grande p?blico, como vimos nos exemplos mostrados acima.

O professor pode utilizar os textos de C?tia Kanton ou de Cacilda Teixeira da Costa com os alunos para acrescentar mais conhecimentos ? aula (seguem nos recursos complementares alguns trechos).

Atividade 1:

Ap?s conhecerem essa outra forma de fazer art?stico relacionada ? paisagem, proponha aos alunos que eles escolham o lugar que mais gostam na escola.

Eles devem fazer um desenho desse local que pode ser ?reas abertas (p?tios, quadras) ou espa?os fechados (salas de aula). O importante ? que ele tente desenhar respeitando ao m?ximo as caracter?sticas reais do local escolhido.

Com os desenhos finalizados o professor deve propor que eles imaginem uma interfer?ncia nesse local, algo que habitualmente n?o poderia estar ou acontecer nesse ambiente que eles desenharam. Distribua folhas de papel manteiga ou papel vegetal. O aluno deve posicionar a folha por cima do seu desenho e redesenh?-lo, agora inserindo as caracter?sticas que n?o fazem parte desse ambiente na realidade.

Essa atividade ? uma aproxima??o dos alunos com a possibilidade (ainda que hipot?tica) de interferir nos ambientes. O professor pode realizar uma exposi??o contrapondo os locais reais desenhados pelos alunos e as interfer?ncias imaginadas para esses locais.

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Atividade 2:

Propor a cria??o coletiva de uma grande obra dentro do contexto da Land Art na escola.

Os alunos devem decidir quais materiais ser?o utilizados. Por exemplo, eles podem escolher materiais descartados pela escola (cadeiras, mesas, papel, etc) ou criar um obra onde cada um traga objetos que digam sobre sua personalidade e quando agrupados criem um grande retrato da turma dentro da escola.

Antes de iniciar essa atividade, o professor deve pedir autoriza??o para usar um espa?o aberto dentro da escola para a montagem do trabalho dos alunos. Com a devida autoriza??o, combine um dia para que todos tragam os objetos, ou d? um prazo para que os alunos consigam agrupar os materiais necess?rios.

O mais importante ? estabelecer um dia para a montagem coletiva do trabalho.

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Atividade 3:

Para a documenta??o e divulga??o seria interessante a cria??o de um blog da turma, que pode ser alimentado constantemente pelo professor e pelos alunos.

Pode-se fazer uma escala de responsabilidade semanal para que cada aluno com a ajuda do professor possa documentar os trabalhos sobre Land Art desde a primeira atividade e postar as fotos no blog.

Lembre que o processo de documenta??o de toda a constru??o da obra dos alunos serve como base para posterior avalia??o de todo o trabalho. Para isso, deixe reservado um dia para poder mostrar as imagens aos alunos, deixando que eles fa?am as avalia??es de tudo o que houve na turma desde at? finaliza??o do trabalho. Vale a pena avaliar junto com a turma a rea??o das outras pessoas para com a obra, mostrando como se trata de um ciclo de constru??o de conhecimento que n?o se restringe somente para os alunos envolvidos diretamente, mas tamb?m para quem tomou contato esse tipo de produ??o.

Recursos Complementares

Seguem abaixo trechos de textos que podem servir de refer?ncia tanto para o professor, como podem ser utilizados tamb?m com os alunos:

CANTON, K?tia. Espa?o e Lugar. S?o Paulo, WMF Martins Fontes, 2009, pp. 15 a 20 (Cole??o temas da arte contempor?nea)

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O LUGAR DA ARTE

Os termos espa?olugar t?m o mesmo significado? Na verdade, cada um deles designa uma rela??o singular com as circunst?ncias e os objetos, segundo o pensamento de Anthony Giddens. Para esse soci?logo brit?nico, a palavra ?espa?o? ? utilizada genericamente, enquanto ?lugar? se refere a uma no??o espec?fica de espa?o: trata-se de um espa?o particular, familiar, respons?vel pela constru??o de nossas ra?zes e nossas refer?ncias no mundo.

[...] Uma das caracter?sticas que definem a exist?ncia da arte ? o fato de ela ocupar um espa?o comumente pensado como espa?o institucionalizado do museu ou da galeria, para citar os exemplos mais conhecidos de institui??es art?sticas.

Historicamente, o museu sofreu modifica??es ao longo do tempo [...]

As primeiras cole??es de arte eram privadas e pertenciam a pessoas poderosas e de grande poder aquisitivo. J? a primeira cole??o p?blica, o primeiro museu do Ocidente, ? o Museu do Louvre, inaugurado em Paris em 1793. Em ambos os casos, as paredes eram repletas de obras.

Diferentemente dessas cole??es de arte, a arte moderna, que come?a a tomar corpo no s?culo XIX, demanda um novo tipo de distribui??o das obras no espa?o, com menos ac?mulo, mais respiro entre elas e uma predomin?ncia das formas retas e das cores brancas. Baseados no conceito de autonomia da arte, os espa?os museol?gicos consagrados ? exibi??o da arte moderna s?o chamados de ?cubos brancos?. Em 1929, ? inaugurado, em Nova York, o primeiro Museu de Arte Moderna, o MoMA, com uma arquitetura modernista que privilegia a ideia de uma neutralidade para abrigar uma arte que deve falar por si mesma.

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O PAPEL DA LAND ART

Nos anos 1960, particularmente nos Estados Unidos, muitos artistas, movidos por um esp?rito de tempo cada vez mais comprometido com a experimenta??o, passaram a questionar a institucionaliza??o da arte pelos museus. Na tentativa de transformar o espa?o de ?fora?, em oposi??o aos espa?os de ?dentro?, eles se lan?aram ? ocupa??o do espa?o externo, que muitas vezes coincidia com o espa?o da natureza.

Essa ocupa??o transformou-se em movimento art?stico, chamado de land art, que se caracteriza n?o por ser uma arte da paisagem, como no caso das pinturas de paisagem sistematizadas como g?nero pela Academia de Belas-Artes desde o s?culo XVII, mas sim como uma arte feita na paisagem. Por tr?s da ideia da land art, est?, portanto, o desejo de mapear um novo territ?rio art?stico.

Tal atitude pode ser associada ao esp?rito norte-americano de conquistar novas fronteiras. Outra associa??o poss?vel est? no desejo de domesticar uma natureza intocada e agreste, n?o raro virgem da presen?a humana. A a??o na natureza se deve tamb?m ao desejo desses artistas de buscar a solid?o ou a medita??o como contraponto ? urbaniza??o crescente. Em suma, a possibilidade de realizar uma constru??o junto ? natureza, muitas vezes no isolamento, incita uma experi?ncia est?tica inovadora. [...] 

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COSTA, Cacilda Teixeira da. Arte no Brasil 1950-2000: Movimentos e Meios. S?o Paulo, Alameda, 2004, pp. 65 a 20.

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LAND ART

Dos ambientes e da Arte povera deriva a land art, uma interven??o sobre a natureza e na natureza que, ao contr?rio da busca de fisicalidade, enfatiza o processo mental. Organiza-se como movimento em 1968, com a exposi??o Earth works, tendo como ponto de partida as reflex?es minimalistas de Robert Morris, Carl Andr? e Dan Flavin que sublinham o procedimento, a mat?ria e o papel do lugar no resultado da obra. A partir da?, popularizou-se a express?o site specifics, em refer?ncia aos trabalhos feitos para um lugar determinado e que incorporam o entorno onde est?o instalados.

No caso da land art, a natureza ? o meio e o lugar em que se d? a experimenta??o art?stica. ? a natureza o verdadeiro agente da obra de arte, pois, com o tempo (eros?o, chuva, esta??es), ela acaba por modificar o car?ter primeiro da proposta de trabalho. Ao operar com o tempo, tais proposi??es rompem com a no??o de perenidade, mas fixam o inst?vel por meio de processos fotomec?nicos. Desejam romper com o mito art?stico, mas cada artista imprime ? natureza a marca de sua subjetividade, apropriando-se dela de modo est?tico. [...]

Avaliação

  • Observar se os alunos compreenderam a arte feita fora dos espa?os museol?gicos.
  • Avaliar a compreens?o do aluno acerca desse tipo de obra;
  • Avaliar o processo de cria??o e constru??o da obra coletiva assim como as observa??es escritas e imag?ticas postadas no blog pelos alunos.