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O uso do argumento de autoridade: at? que ponto ele ? ?til?

Autor e Co-autor(es)

Walleska Bernardino Silva imagem do usuário

UBERLANDIA - MG ESC DE EDUCACAO BASICA

Eliana Dias e Lazu?ta Goretti

Estrutura Curricular

Modalidade / Nível de Ensino Componente Curricular Tema
Educa??o de Jovens e Adultos - 2? ciclo L?ngua Portuguesa Linguagem escrita: leitura e produ??o de textos
Ensino Fundamental Final L?ngua Portuguesa An?lise lingu?stica: organiza??o estrutural dos enunciados
Ensino Fundamental Final L?ngua Portuguesa An?lise lingu?stica: processos de constru??o de significa??o
Ensino M?dio L?ngua Portuguesa G?neros discursivos e textuais: narrativo, argumentativo, descritivo, injuntivo, dialogal
Ensino M?dio L?ngua Portuguesa Produ??o, leitura, an?lise e reflex?o sobre linguagens
Ensino M?dio L?ngua Portuguesa Rela??es sociopragm?ticas e discursivas

Dados da Aula

O que o aluno poderá aprender com esta aula

  • Refletir sobre o peso da autoridade de uma pessoa em rela??o ao pr?prio discurso, ou seja, o que e por que determinada pessoa est? ou n?o est? autorizada a afirmar o que diz.
  • Relacionar, analisar e avaliar crit?rios para a elei??o de argumentos de autoridade eficientes e usos desse recurso em trechos de textos opinativos.

Duração das atividades

2 aulas de 100 minutos cada.

Conhecimentos prévios trabalhados pelo professor com o aluno

  • Textos opinativos.
  • Argumenta??o.
  • Exposi??o oral.

Estratégias e recursos da aula

Estrat?gias e recursos:

  • trabalho em equipe;
  • discuss?o oral e coletiva;
  • apresenta??o de exposi??o oral;
  • data show;
  • computador com internet ou xeroc?pias.

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Aula 1

Atividade 1

O objetivo dessa atividade ? levar os alunos ? reflex?o de que algo tem mais valor quando dito por algu?m que tem autoridade, especialidade, conhecimento "de causa" no assunto.

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O professor iniciar? a aula dizendo o seguinte enunciado: "Amanh?, devido ao meu pedido ? prefeitura, algumas ruas do centro da cidade ser?o interditadas. Isso porque quero levar meus filhos para passearem nas lojas do centro, mas, com o tr?nsito ca?tico, tenho medo de que eles  sejam atropelados."

http://3.bp.blogspot.com/_YJvAk71hcUg/SVe2U7WC7cI/AAAAAAAAEbg/AYJ4NkFFXJ4/s400/d%C3%BAvida.jpg Acesso em 17 ago. 2013. 

A ideia ? que os alunos mediante esse enunciado questionem a veracidade dele. Quando o fizerem, o professor dir?: "Voc?s acham poss?vel eu ter esse pedido atendido? Por qu??"

O prop?sito desses enunciados ? gerar uma discuss?o em que os alunos reflitam sobre:

  • PEDIDO DE RUAS INTERDITADAS x AUTORIDADE PARA A REALIZA??O DO PEDIDO.

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http://www.fea.usp.br/media/fck/Image/fotos/20110428%20FEA%20Debate%20-%20Religi%C3%A3o%20(8).jpg Acesso em 17 ago. 2013.  

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A conclus?o esperada ? que os alunos entendam que s? haveria possibilidades de o pedido ser atendido caso fosse feito por uma autoridade no assunto e que n?o fosse justificado pelo simples desejo de algu?m levar os filhos para passearem nas lojas do centro. 

O professor dever? questionar os alunos: "Em qual situa??o e com qual justificativa o pedido talvez tivesse chances de ser atendido?"

Uma ideia, por exemplo, ? que se a Presidente da Rep?blica, em visita ? cidade, tivesse um trajeto que necessitasse da interdi??o de algumas ruas do centro, para n?o causar tumultos, com certeza, o pedido seria acatado, porque foi feito por uma autoridade (no caso, os assessores da Presidente) e porque tem justificativa plaus?vel: evitar tumultos, o que pode gerar acidentes e outros imprevistos graves.

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Arrolada essa discuss?o inicial, o professor projetar? os trechos de textos opinativos abaixo e ap?s leitura coletiva e em voz alta, pedir? aos alunos que respondam, oralmente, aos questionamentos relativos a cada passagem. 

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1) "Segundo a Ag?ncia Nacional Italiana de Turismo (Enit), em S?o Paulo, as viagens para a It?lia com foco no turismo religioso vai devem crescer em 25% este e no pr?ximo ano. De acordo com Savatore Costanzo, diretor da Enit para Am?rica Latina, a visita do Papa Francisco durante a Jornada Mundial da Juventude refor?ou o desejo dos viajantes em conhecer a It?lia e suas muitas atra??es religiosas ? s?o 30 mil bas?licas e Igrejas, 700 museus diocesanos, 220 santu?rios, monast?rios e conventos de propriedade da Igreja Cat?lica, ou seja, 70% dos bens culturais daquele pa?s. 'Esperamos um incremento de 25% no n?mero de turistas da Am?rica Latina no segundo semestre de 2013, considerando apenas o turismo religioso', diz Costanzo."

POR BRUNO ASTUTO

Dispon?vel em: http://epoca.globo.com/colunas-e-blogs/bruno-astuto/noticia/2013/08/visita-do-bpapa-franciscob-ao-brasil-faz-turismo-religioso-crescer-na-italia.html Acesso em 17 ago. 2013.

a) Qual a tese apresentada no texto?

b) Quem apresenta essa tese?

c) Qual o peso s?cio-hist?rico ideol?gico de quem apresenta a tese? Comentem. Pensem na tese e na rela??o dela com quem diz.

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2) "Infesta??o na cozinha
Um relat?rio da ONU diz que os insetos podem ser uma importante fonte de prote?nas no futuro. Decidi prov?-los"
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POR NAT?LIA SPINAC?
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a) Esse trecho ? t?tulo e subt?tulo de uma reportagem da Revista ?poca. Sabendo disso, qual a raz?o de utilizar a ONU logo no subt?tulo?
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b) O que fez a jornalista afirmar "Decidi prov?-los"?
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c) Qual o impacto do t?tulo? H? ameniza??o de impacto no subt?tulo? Explique.

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3) "A carne feita em laborat?rio

O primeiro hamb?rguer feito a partir de c?lulas-tronco de vaca projeta um futuro em que a carne ser? produzida em pequenas fazendas urbanas

FELIPE PONTES, DE LONDRES
18/08/2013 12h49 - Atualizado em 18/08/2013 13h14

? dura a vida sem teleprompter. Dilma Rousseff tem ?timas ideias quando l? o que seu marqueteiro escreve para ela dizer ? na??o. Nem ? preciso decorar. Basta dar ?nfase ?s palavras sublinhadas, sorrir quando a rubrica manda sorrir ? e surge a estadista. Outro dia, a presidente tomou coragem e resolveu dar uma entrevista por ela mesma, na bucha, sem efeitos especiais. Era para a m?dia impressa, ent?o ningu?m veria suas famosas pausas na busca aflita pela linha de racioc?nio. Mas a coisa complicou mesmo assim. Algu?m precisa urgentemente inventar o teleprompter 24 horas.

Na fat?dica entrevista ? Folha de S.Paulo, Dilma se soltou. ?Eu t? misturada com o governo dele total?, disse, numa refer?ncia ? administra??o do seu antecessor e padrinho. Nesse tom despachado, tipo estadista de beira de estrada, chamando a rep?rter de ?minha querida? sempre que se irritava (tentando ser contundente sem o bendito letreiro do teleprompter), a presidente produziu uma p?rola. Respondendo sobre a queda de sua popularidade, e as consequentes especula??es em torno de uma volta de Lula ? Presid?ncia em 2014, Dilma disse: ?Lula n?o vai voltar, porque ele n?o saiu?.

Se o marqueteiro presidencial assistia ? entrevista, deve ter suspeitado que o grande momento chegaria. Na busca por tiradas espertas, numa esp?cie de arremedo brizolista (frases de efeito para n?o responder ao que ? perguntado), Dilma j? tinha dito coisas como ?tudo o que sobe, desce? ? para em seguida emendar, triunfal: ?Tudo o que desce, sobe?. E isso acompanhado do gestual de malandragem, usando o dedo indicador para arregalar o olho puxando a pele para baixo, tipo ?eu sei das coisas?. No que veio a pergunta sobre o retorno de Lula, ela n?o teve d?vida: rebateu com uma varia??o do famoso ?a volta dos que n?o foram?.

A declara??o de que Lula n?o voltar? porque n?o saiu significaria, num pa?s atento e saud?vel, um fim de linha. Uma admiss?o cabal e inequ?voca de nulidade ? a maior autoridade da Rep?blica desautorizando publicamente a si mesma. A pat?tica confiss?o de uma marionete. O Brasil passou os ?ltimos dois anos e meio cultivando fetiches para dar recordes de aprova??o a Dilma: as mulheres no poder, a grande gestora que enquadra os pol?ticos, a ?presidenta? que fala menos (do que Lula) e faz mais, a faxineira ?tica que n?o tolera os m?todos duvidosos do seu antecessor, a ?gerentona? que domou o PT etc. Enquanto o Brasil vivia feliz da vida esse del?rio, Dilma agia como se Lula fosse um retrato amarelado na parede. ?No meu governo mando eu?, e da? para cima.

De repente, num solu?o das pesquisas de opini?o, a carruagem vira ab?bora. A Cinderela dos oprimidos volta ? condi??o de servi?al e revela a fada madrinha barbuda (ou bigoduda). Ningu?m entendeu mal, ningu?m ouviu errado. Dilma declarou espontaneamente, sem teleprompter, que Luiz In?cio da Silva nunca saiu da Presid?ncia da Rep?blica. N?o ? uma dedu??o. A pergunta era sobre uma poss?vel volta de Lula ? Presid?ncia. Portanto, Dilma declarou que ?ele n?o saiu? da Presid?ncia. Se ela n?o sabe o que diz, n?o pode presidir um pa?s. Se sabe ? pelo significado do que disse ?, tamb?m n?o pode.

O Brasil, por alguma raz?o misteriosa, se recusa a ver ? que Dilma ? o Celso Pitta de Lula. Uma personagem in?cua, eleita por um pa?s irrespons?vel, para guardar o lugar do PT e seus s?cios na mina de ouro do Planalto. O resultado disso ? um governo faz de conta, em que o titular de fato circula por a? fazendo lobby, e a titular de direito solta bal?es de ensaio para distrair a plateia. Um governo que mente ? luz do dia sobre suas pr?prias contas, que vem anunciar um corte or?ament?rio de fantasia, quando, na realidade, acaba de gerar o pior resultado fiscal desde o governo passado, avacalhando progressivamente a meta de superavit. Na mesma entrevista, a presidente que ? mas n?o ? defende seu ministro da Fazenda, ridicularizado mundo afora, para negar a evidente escalada inflacion?ria.
Quanto vale a ret?rica oca de uma autoridade sem poder?

Esse poder emana de um povo que sai ?s ruas sem saber por qu?. Quem sabe o papa Francisco n?o d? uma passadinha no Pal?cio e resolve essa bagun?a? 

Dispon?vel em: http://epoca.globo.com/colunas-e-blogs/guilherme-fiuza/noticia/2013/08/dilma-e-bvolta-dos-que-nao-foramb.html Acesso em 17 ago. 2013

a) Por que o papa Francisco foi citado por Fiuza como poss?vel personalidade capaz de resolver "essa bagun?a"?

b) De que bagun?a se trata na vis?o de Fiuza?

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Atividade 2

O prop?sito dessa atividade ? permitir que os alunos relacionem regras para a constru??o de argumentos de autoridade eficientes e usos desse recurso em trechos de textos opinativos.

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Nessa aula, os alunos dever?o ler o texto de Desid?rio Murcho, "Argumento de autoridade". Dispon?vel em: http://criticanarede.com/autoridade.html Acesso em 17 ago. 2013 

http://skoob.s3.amazonaws.com/autores/5764/57641319555423G.jpg Acesso em 17 ago. 2013  

Desid?rio apresenta quatro regras que considera essenciais para que o argumento de autoridade seja considerado bom. A partir dessas regras, os alunos, em grupos, dever?o voltar aos trechos trabalhados na primeira atividade e opinarem sobre o que considera Desid?rio e o que est? posto nos trechos. Para tanto, h? necessidade de os alunos pesquisarem sobre as autoridades citadas nos textos opinativos. As conclus?es a que chegarem ter?o de ser comunicadas em exposi??o oral com apresenta??o de recurso visual.

Professor, v? para o laborat?rio de inform?tica para que os alunos pesquisem ou j? traga alguns textos impressos que colaborem para a compreens?o, por parte dos alunos, acerca da autoridade de cada texto.

Argumento de autoridade

Desid?rio Murcho
Universidade Federal de Ouro Preto

Aos argumentos baseados na opini?o de um ou mais especialistas chama-se argumentos de autoridade. Os argumentos de autoridade t?m geralmente a seguinte forma l?gica (ou s?o a ela redut?veis): ?disse que P; logo, P?. Por exemplo: ?Arist?teles disse que a Terra ? plana; logo, a Terra ? plana?. Um argumento de autoridade pode ainda ter a seguinte forma l?gica: ?Todas as autoridades dizem que P; logo, P?.

A maior parte do conhecimento que temos de f?sica, matem?tica, hist?ria, economia ou qualquer outra ?rea baseia-se no trabalho e opini?o de especialistas. Os argumentos de autoridade resultam desta necessidade de nos apoiarmos nos especialistas. Por isso, uma das regras a que um argumento de autoridade tem de obedecer para poder ser bom ? esta:

1. O especialista (a autoridade) invocado tem de ser um bom especialista da mat?ria em causa.

Esta ? a regra violada no seguinte argumento de autoridade: ?Einstein disse que a maneira de acabar com a guerra era ter um governo mundial; logo, a maneira de acabar com a guerra ? ter um governo mundial?. Dado que Einstein era um especialista em f?sica, mas n?o em filosofia pol?tica, este argumento ? mau.

Contudo, apesar de Marx ser um especialista em filosofia pol?tica, o seguinte argumento de autoridade tamb?m ? mau: ?Marx disse que a maneira de acabar com a guerra era ter um governo mundial; logo, a maneira de acabar com a guerra ? ter um governo mundial?. Neste caso, ? mau porque viola outra regra:

2. Os especialistas da mat?ria em causa n?o podem discordar significativamente entre si quanto ? afirma??o em causa.

Dado que os especialistas em filosofia pol?tica discordam entre si quanto ? afirma??o em causa, o argumento ? mau. ? por causa desta regra que quase todos os argumentos de autoridade sobre quest?es substanciais de filosofia s?o maus: porque os fil?sofos discordam entre si sobre quest?es substanciais. Poucas s?o as afirma??es filos?ficas substanciais que a generalidade dos fil?sofos aceitam unanimemente e por isso n?o se pode usar a opini?o de um fil?sofo para provar seja o que for de substancial em filosofia. Fazer isso ? falacioso.

Os seguintes argumentos contra Galileu s?o igualmente maus: ?Arist?teles disse que a Terra est? im?vel; logo, a Terra est? im?vel? e ?A B?blia diz que a Terra est? im?vel; logo, a Terra est? im?vel?. O primeiro ? mau porque nem todos os grandes especialistas da altura em astronomia, entre os quais se contava o pr?prio Galileu, concordavam com Arist?teles; o argumento viola a regra 2. O segundo ? mau porque os autores da B?blia n?o eram especialistas em astronomia; o argumento viola a regra 1.

Considere-se o seguinte argumento: ?Todos os especialistas afirmam que a teoria de Einstein est? errada; logo, a teoria de Einstein est? errada?. Qualquer pessoa poderia ter usado este argumento quando Einstein publicou pela primeira vez a teoria da relatividade. Este argumento ? mau porque ? derrotado pela for?a dos argumentos independentes que sustentam a teoria de Einstein. A regra violada ? a seguinte:

3. S? podemos aceitar a conclus?o de um argumento de autoridade se n?o existirem outros argumentos mais fortes ou de for?a igual a favor da conclus?o contr?ria.

A regra 2 ? redundante relativamente a 3. N?o se aceita um argumento de autoridade baseado num fil?sofo quando h? outros argumentos de igual for?a, baseados noutro fil?sofo, a favor da conclus?o contr?ria. Mas 3 abrange o tipo de erro presente no ?ltimo argumento sobre Einstein, ao passo que 2 n?o o faz. No caso do argumento de Einstein, o erro consiste no facto de o argumento de autoridade baseado em todos os especialistas em f?sica ser mais fraco do que os pr?prios argumentos f?sicos e matem?ticos que sustentam a teoria de Einstein.

Considere-se o seguinte argumento: ?O psiquiatra X defende que toda a gente deve ir ao psiquiatra pelo menos tr?s vezes por ano; logo, toda a gente deve ir ao psiquiatra pelo menos tr?s vezes por ano?. Admita-se que todos os especialistas em psiquiatria concordam com X, que ? um grande especialista na ?rea. A regra 3 diz-nos que este argumento ? fraco porque h? outros argumentos que colocam em causa a conclus?o: dados estat?sticos, por exemplo, que mostram que a percentagem de curas efectuadas pelos psiquiatras ? diminuta, o que sugere que esta pr?tica m?dica ? muito diferente de outras pr?ticas cujo sucesso real ? muit?ssimo superior. Al?m disso, este argumento viola outra regra:

4. Os especialistas da mat?ria em causa, no seu todo, n?o podem ter fortes interesses pessoais na afirma??o em causa.

Quando Einstein afirma que a teoria da relatividade ? verdadeira, tem certamente muito interesse pessoal na sua teoria. Mas os outros f?sicos n?o t?m qualquer interesse em que a teoria da relatividade seja verdadeira; pelo contr?rio, at? t?m interesse em demonstrar que ? falsa, pois nesse caso seriam eles a ficar famosos e n?o Einstein. Mas nenhum psiquiatra tem interesse em refutar o que diz X. E, por isso, a sua afirma??o n?o tem qualquer valor ? porque ? a comunidade dos especialistas, no seu todo, que tem tudo a ganhar e nada a perder em concordar com X.

Os argumentos de autoridade s?o v?cuos ou despropositados quando invocam correctamente um especialista para sustentar uma conclus?o que pode ser provada por outros meios mais directos. Por exemplo: ?Frege afirma que omodus ponens ? v?lido; logo, o modus ponens ? v?lido?. Dado que a validade do modus ponens pode ser verificada por outros meios mais directos (nomeadamente atrav?s de um inspector de circunst?ncias), este argumento ? v?cuo ou despropositado. Os argumentos de autoridade devem unicamente ser usados quando n?o se pode usar outras formas argumentativas mais directas.

Usa-se muitas vezes a express?o ?argumento de autoridade? como sin?nimo de ?mau argumento de autoridade?. Todavia, nem todos os argumentos de autoridade s?o maus; o progresso do conhecimento ? imposs?vel sem recorrer a argumentos de autoridade; e pode-se distinguir com alguma profici?ncia os bons dos maus argumentos de autoridade, atendendo ?s regras dadas.

Desid?rio Murcho
Extra?do de Enciclop?dia de Termos L?gico-Filos?ficos, segunda edi??o, org. por Jo?o Branquinho, Desid?rio Murcho e Nelson Gol?alves Gomes (S?o Paulo: Martins Fontes, 2006)

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Atividade 3

O objetivo dessa atividade ? os alunos apresentarem suas conclus?es acerca da rela??o entre regras para um bom argumento de autoridade X trechos da primeira atividade.

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Os alunos ter?o de apresentar  suas conclus?es acerca da rela??o solicitada na atividade 2, por meio de exposi??o oral com utiliza??o de recurso visual.

Professor, esse momento ? importante para que os alunos compreendam que o argumento de autoridade pode ser um argumento infal?vel para corroborar uma tese qualquer, desde que a autoridade do argumento atenda a requisitos especiais, conforme colocou Desid?rio Murcho.

Para comprovar que o argumento de autoridade deve atender a requisitos m?nimos, o professor ler? junto com os alunos o texto de Paul Krugman, que questiona a autoridade do argumento posto por outro articulista que ? citado por Krugman, em seu texto.

Argumentos de autoridades

6 de julho de 2010 | 15h47

Paul Krugman

Um r?pido coment?rio a respeito da coluna de David Brookspublicada hoje. N?o sei a que ele est? se referindo quando diz:

Aqueles que enfatizam o lado da procura n?o apresentam uma boa explica??o para os ?ltimos dois anos.

Engra?ado, pensei que tiv?ssemos uma explica??o ?tima: um agudo decl?nio na demanda decorrente da crise financeira e um pacote de est?mulo que, como alertamos desde o in?cio, estava muito aqu?m do necess?rio. E, como tenho tentado demonstrar, os acontecimentos confirmaram quase inequivocamente o ponto de vista daqueles que enfatizam a procura.

Mas h? algo mais na coluna de David, algo que vejo com frequ?ncia: a no??o de que, simplesmente porque um grande n?mero de pessoas importantes acredita numa ideia, ela deve necessariamente fazer sentido:

Al?m disso, aqueles que enfatizam a procura escrevem como se todos os que discordam de sua opini?o s?o imorais ou imbecis. Mas, na verdade, muitos economistas premiados s?o contr?rios a uma nova rodada de est?mulo. A maioria dos l?deres europeus e dos presidentes dos bancos centrais do continente acha que ? hora de reduzir o endividamento, e n?o aument?-lo ? opini?o partilhada por muitos economistas das institui??es econ?micas internacionais. T?m certeza de que esses te?ricos est?o equivocados, e os seus, corretos?

Sim, tenho certeza. Isto se chama analisar as evid?ncias. Analisei atentamente os argumentos apresentados pelos Defensores da Dor e tamb?m as evid?ncias que supostamente sustentariam a posi??o deles ? e cheguei ? conclus?o de que nada confirma o que est?o sugerindo.

Al?m disso, temos de nos perguntar como ? poss?vel termos passado pelos ?ltimos dez anos e ainda imaginarmos que, simplesmente porque um grande n?mero de Pessoas S?rias acredita em algo, devemos acreditar tamb?m. E o Iraque? A bolha imobili?ria? O medo da infla??o? (Vale lembrar que Trichet de fato aumentou os juros em junho de 2008, pois ele acreditava que a infla??o ? e n?o a crise financeira ? era a grande amea?a enfrentada pela Europa.)

A li??o que aprendi nos ?ltimos anos n?o foi Seja Humilde e sim Questione a Autoridade. O leitor deveria fazer o mesmo.

Dispon?vel em: http://blogs.estadao.com.br/paul-krugman/2010/07/06/argumentos-de-autoridades/ Acesso em 17 ago. 2013  

Recursos Complementares

Para leitura do professor:

Artigos:

COELHO, A. Argumento de autoridade: an?lise argumentativa e ajuizamento cr?tico. Dispon?vel em:  http://aquitemfilosofiasim.blogspot.com.br/2010/11/argumento-de-autoridade-argumentum-ad.html Acesso em 17 ago. 2013. 

LOPES, M. M. Sobre conven??es em torno de argumentos de autoridade. Dispon?vel em: http://www.scielo.br/pdf/%0D/cpa/n27/32138.pdf Acesso em 17 ago. 2013. 

MOSCA, L.S. O espa?o tensivo da controv?rsia: uma abordagem discursivo-argumentativa. Dispon?vel em: http://dlcv.fflch.usp.br/sites/dlcv.fflch.usp.br/files/Mosca.pdf Acesso em 17 ago. 2013. 

Apresenta??o:

Argumenta??o e ret?rica. Dispon?vel em: http://www.slideshare.net/norbas/argumentao-e-retrica-15126947 Acesso em 17 ago. 2013.

Aulas Portal do Professor:

UCA - Conhecendo a argumenta??o: tipos de argumentos. Dispon?vel em: http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=38507 Acesso em 17 ago. 2013 

Estudando o texto: perspectivas e argumentos. Dispon?vel em: http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=8208 Acesso em 17 ago. 2013 

Avaliação

Nessa proposta, os alunos dever?o ser capazes de avaliar se um argumento de autoridade ? de fato eficiente para o que se pretende defender. Isso dar-se-? pelas atividades indutivas do primeiro momento da aula e durante a constru??o da exposi??o oral sobre a rela??o que ter?o de empreender entre os trechos de textos opinativos lidos e os crit?rios para produ??o de um argumento de autoridade.