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“Políticas de colonização e imigração no Brasil na segunda metade do século XIX”

Autor e Co-autor(es)

Leonardo Souza de Araújo Miranda imagem do usuário

BELO HORIZONTE - MG Universidade Federal de Minas Gerais

Anna Flávia Arruda Lanna; Mauro Mendes Braga; Vinicius Garzon Tonet

Estrutura Curricular

Modalidade / Nível de Ensino Componente Curricular Tema
Educação de Jovens e Adultos - 2º ciclo História Migrações, cultura e identidades
Educação de Jovens e Adultos - 2º ciclo História Trabalho e relações sociais
Ensino Médio História Caracteristicas e transformações das estruturas produtivas
Ensino Médio História Poder
Ensino Médio História Tempo: transformações e mentalidades
Ensino Médio História Trabalho

Dados da Aula

O que o aluno poderá aprender com esta aula

Nesta aula, o aluno terá a oportunidade de compreender aspectos relacionados aos dilemas e controvérsias da época, no que tange às políticas de incentivo à ocupação do espaço territorial brasileiro na segunda metade do século XIX. As aulas possibilitarão ao aluno relacionar a vinda de imigrantes com os novos ideais econômicos, políticos e sociais presentes na sociedade brasileira.

Duração das atividades

Cinco aulas de 50 minutos.

Conhecimentos prévios trabalhados pelo professor com o aluno

É necessário que os alunos já tenham conhecimento a respeito do Primeiro Reinado e do Período Regencial. O tema pode ser utilizado para a introdução da matéria acerca do Segundo Reinado.

Estratégias e recursos da aula

1ª. AULA
 
Atividade 1
 
Em um primeiro momento, todos os alunos irão debruçar-se sobre a temática em geral. É importante que os alunos contextualizem o período, apreendendo-o de diferentes maneiras, considerando tanto discursos imagéticos quanto textuais. O professor deverá ministrar uma aula de exposição sobre o início da plantação do café no Brasil, que se deu no Vale do Paraíba e na Baixada Fluminense, sobretudo entre 1840 e 1870. Mostrar aos alunos as condições favoráveis ao plantio na região: clima, terra e proximidade com portos. Explicitar como se dava a produção baseada na plantation. Após esse primeiro momento, o professor deverá começar a explicar a mudança geográfica das principais plantações de café da região litorânea para o oeste paulista a partir de 1870. Além disso, mostrar aos alunos aspectos referentes ao esgotamento das terras fluminenses e a disponibilidade e fertilidade das terras da nova região; explicar a importância da ferrovia que ligava a região ao litoral paulista; refletir sobre o motivo da Lei Eusébio de Queirós, que, ao aumentar o preço dos escravos, contribuiu para o incentivo governamental à imigração italiana; mostrar como a situação interna italiana favoreceu a vinda de imigrantes; demonstrar, também, como o incentivo à imigração europeia estava ligado ao ideal de “branquear” a população brasileira.
 
Para esta aula, indicamos as imagens a seguir:
 
 
 
 
 
 
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Imagem 1. Registro fotográfico do trabalho escravo e da vida rural no País.

Disponível em: http://vivipara.blogspot.com.br/2010/08/jean-victor-frond-e-o-brasil-pitoresco.html

 

Imagem 2.  A economia cafeeira começou a prosperar significativamente na

região do Vale do Paraíba fluminense e paulista na década de 1840

 e entrou em decadência a partir  de 1870. Disponível em: http://clio21.blogspot.com.br/2012/06/primeiro-reinado-periodo-regencial-e.html

Imagem 3. Fazenda do Secretário. Litografia de Fazenda de Victor Frond – meados do século XIX.

Disponível em: http://onossograndequintal.wordpress.com/

Imagem 4. Panfleto estimulando a imigração para o Brasil.

Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Imigra%C3%A7%C3%A3o_italiana_no_Brasil

Imagem 5. Navio com italianos no porto de Santos (1907). 

Disponível em:http://pt.wikipedia.org/wiki/Imigra%C3%A7%C3%A3o_italiana_no_Brasil

2ª. AULA      

Atividade 2  

Na segunda aula, o professor deverá organizar um debate entre os alunos, colocando como tema central os motivos que levaram à imigração branca europeia e o imaginário que existia na época a respeito do negro. O professor deverá problematizar as imagens dos atores históricos do contexto sobre a população negra, vista como “boçal”, “menos racional”, “bárbara”, “bruta”, etc., bem como sobre a população branca europeia, tida como detentora de “genes bons” e “sabedora do valor do trabalho”.

Um paralelo com nossos dias deverá ser feito. Incentivar nos alunos a percepção de como o preconceito foi construído socialmente e que os reflexos dessa construção existem até hoje. A contextualização dos personagens históricos é importante, mas o professor deverá conduzir o tema a fim de construir uma educação inclusiva e cidadã. Fazer com que os alunos se percebam como agentes históricos capazes de construir uma identidade que aceite as pluralidades culturais.

3ª. AULA

Na terceira aula, o professor deverá ensinar aos alunos a diferença entre a teoria e a prática dos sistemas imigratórios. Demonstrar como os latifundiários levavam vantagem com os sistemas de parceria, meação e barracão, e como os trabalhadores, livres em teoria, ficavam cada vez mais atrelados aos fazendeiros por conta de dívidas, na maioria das vezes, impossíveis de serem sanadas. Após essa primeira parte, o professor deverá mostrar aos alunos como os maus-tratos dados aos imigrantes levaram ao rompimento diplomático entre Brasil e Itália, e como D. Pedro II conseguiu restabelecer a relação criando o sistema de colonato. O professor deverá problematizar a estratégia do imperador e refletir se houve mudança real no trato com os imigrantes por parte dos cafeicultores.

Ao final da aula, o professor deverá propor uma pesquisa individual, extraclasse, para a aula seguinte sobre as condições de trabalho no campo hoje. O objetivo da pesquisa é traçar um paralelo entre nossas tradições agrárias e a realidade contemporânea. Os alunos poderão recorrer a sites na Internet. O professor poderá incentivar os alunos a perguntarem dentro do círculo familiar se algum conhecido já trabalhou em condições similares aos imigrantes do XIX. Não há necessidade de entrega da pesquisa, uma vez que ela será o suporte para um debate na quarta aula.

 

4ª. AULA

 

Apresentação da pesquisa dos alunos para a classe.

 

5ª. AULA

 

Debate sobre o tema das aulas passadas, a fim de verificar semelhanças e diferenças no trabalho do campo no Brasil do final do século XIX e nos dias atuais.

Recursos Complementares

Avaliação

O professor deverá avaliar a participação do aluno nas aulas e, sobretudo, nos seminários. Comentários, perguntas, sugestões e dúvidas deverão sempre ser avaliados positivamente. O critério de avaliação, levando-se em conta a participação e o envolvimento do aluno com a disciplina, é fundamental para que se possa valorizar o estudante que se dedica à matéria.