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Plat?o: O mito da caverna

Autor e Co-autor(es)

ROSANGELA MENTA MELLO imagem do usuário

TELEMACO BORBA - PR WOLFF KLABIN CE E FUND MED NOR E PROF

EZIQUIEL MENTA

Estrutura Curricular

Modalidade / Nível de Ensino Componente Curricular Tema
Ensino M?dio Filosofia Hist?ria da filosofia

Dados da Aula

O que o aluno poderá aprender com esta aula

O mito da caverna de Plat?o e sua rela??o com os meios de comunica??o da atualidade. O contexto hist?rico em que vivia Plat?o e a forma??o da consci?ncia cr?tica.

Duração das atividades

2 aulas

Conhecimentos prévios trabalhados pelo professor com o aluno

No??es b?sicas de Filosofia e o pensamento filos?fico. Ju?zos intuitivos.

Estratégias e recursos da aula

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  • Iniciar as atividades dialogando com os estudantes, no sentido de registrar o que os alunos pensam sobre a percepção que temos do mundo (mito da caverna). Neste primeiro momento é importante que o Professor estimule a turma a participar e que registre as concepções dos alunos sobre o tema proposto. A seguir, Professor, anote quais as curiosidades que os estudantes possuem sobre o tema e o que gostariam de discutir?
  • Faça um levantamento dos programas de TV e rádio que os estudantes mais gostam de assistir. Qual o horário predileto para ver TV e ouvir rádio. Este levantamento contribuirá para o professor estabelecer uma analogia entre o mundo real e a ideologia dos meios de comunicação.

 

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Diante das questões levantadas pela turma, irão surgir várias concepções sobre o que é real, ideal e o ideológico. É importante neste momento, que o professor faça um desafio, ou seja, é a criação de uma necessidade para que o educando, através de sua ação, busque o conhecimento e estabeleça uma relação com os que já possuem.

Sugestões de questões que podem ser colocadas no quadro de giz para incentivar a turma sobre o tema:

  • Dimensão filosófica: O que é mito? Como Platão concebe o mito da caverna? Qual a relação do mito da caverna com os dias atuais?
  • Dimensão histórica: O homem enquanto construtor de sua história se utiliza do poder para dominar os outros? Como Platão relaciona o mito da caverna com o contexto histórico de sua época?
  • Dimensão social: Qual o papel dos meios da comunicação na formação da consciência crítica do ser humano?

 

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Atividade 1


Durante a nossa existência construímos várias formas de pensar, inicialmente partimos do conhecido para o desconhecido e sempre buscamos novas formas de conhecer. Quanto mais buscamos compreender o mundo que nos cerca, mais percebe m os a infinidade do universo.

Utilizando uma imagem de Escher, disponível na Wikipédia em: http://en.wikipedia.org/wiki/Image:Escher%27s_Relativity.jpg acessado em 12/09/08, convide seus alunos para observarem os seus detalhes:

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Inicie uma discussão analisando a obra:

 

  • Quais os detalhes que mais chamam atenção?
  • Quais os principais personagens da obra?
  • Que leitura pode fazer das escadas?
  • Por que os rostos não têm identificação?
  • Qual a mensagem do autor?
  • Esta imagem representa o real? O conhecido?
  • Podemos pensar num mundo como o representado por Escher?
  • Quais os órgãos dos sentidos utilizaram para compreender esta imagem?
  • Será que nossos sentidos realmente representam o real?
  • O que é percepção e o que é realidade?

Solicite aos estudantes que anotem em seus cadernos os conceitos discutidos pela turma, pois eles demonstram nossas primeiras idéias para o tema proposto. No decorrer da aula, os adolescentes vão construindo novos conceitos, de forma que você Professor poderá perceber esta trajetória.

 

Atividade 2:


Convite seus alunos para fazer uma análise da trilogia Matrix, pois através da Filosofia podemos analisar a mensagem de Matrix sobre a realidade ou a virtualidade que nos cerca. Levando em consideração o Mito da Caverna e a metáfora Matrix, podemos dizer que estas teorias são brilhantes!

 

The Matrix, a trilogia sobre a realidade ou ficção?

 

A série de filmes Matrix (The Matrix, EUA, 1999) conquistou milhares de admiradores pelo mundo todo e logo se tornou referência para reflexões filosóficas e diversas discussões na internet e entre os jovens.

Este trabalho pretende, a partir do filme, já assistido p ela maioria alunos em suas c a sas, levá-los a uma série de discussões e reflexões.

O professor seleciona pequenos trechos do vídeo para discussão, tais como na primeira cena que começa com a pergunta "o que é Matrix?".

 

...a principal mensagem da trilogia é um novo conceito da "verdade". Nessas películas cinematográficas, a "verdade" é que este mundo é apenas uma matrix ilusória. Observe um diálogo entre Morfeu e Neo e veja o que é a "verdade":
Neo: O que é Matrix?
Morfeu: Você quer saber o que é Matrix? Matrix está em toda parte [...] é o mundo que acredita ser real para que não perceba a verdade.
Neo: Que verdade?
Morfeu: Que você é um escravo, Neo. Como todo mundo, você nasceu em cativeiro. Nasceu em uma prisão que não pode ver, cheirar ou tocar. Uma prisão para a sua mente.

(Chamada.com.br, 2008)

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Sugerimos as opções abaixo para uso do vídeo com a turma:

  • Locar o vídeo/DVD, selecionar as cenas e assistir pela TV.
  • Baixar os vídeos do Youtube, gravar em CD/DVD, e assistir na TV ou no computador. Tem um programa gratuito, o VDownloader que você pode instalar em seu computador para baixar os vídeos da internet e salvar os vídeos diretamente em MPEG, AVI (resolução original, 320X240, 640X480 e 320X240 com qualidade baixa) , iPod, PSP, MP3 (somente o áudio), VCD (PAL e NTSC), SVCD (PAL e NTSC), DVD (PAL e NTSC) ou no formato original, para sistemas operacionais em Windows e para o sistema Linux acesse o site: http://br.mozdev.org/firefox/youtube.
  • Podem-se levar os estudantes ao laboratório de informática ou conectar um computador ligado a internet na TV ou datashow para assistir direto do site do youtube as principais cenas do filme.
  • Outra opção seria gravar o vídeo em um pen-drive e utilizá-lo em uma TV com a entrada usb.

 


Mito Matrix
http://br.youtube.com/watch?v=Lhy44UYK_nc


O mito da caverna ( Alegoria da caverna ) Platão
http://br.youtube.com/watch?v=WkWQ6jB3jm0


Professor acesse o site: http://eventosfinais.tripod.com/matrixeafilosofia.htm sobre a Matrix e a Filosofia, onde o autor apresenta uma análise da obra de Platão comparando-a com o Filme Matrix, trazendo vários conceitos para a nossa realidade.

http://portaldoprofessor.mec.gov.br/storage/discovirtual/aulas/747/imagens/ROTEIROS.gif

Sugerimos a aplicação da dinâmica cine-fórum para esta atividade:


Objetivos:

  • Integrar o filme nas experiências de vida de cada participante.
  • Desenvolver o espírito crítico, através da formulação de opiniões pessoais.
  • Compreender a mensagem do mito da caverna, os valores artísticos e a técnica do filme.

 

Desenvolvimento:

1º Momento: preparação

  • Deixar claro para os alunos os objetivos a serem estudados com o vídeo.
  • Observar os diálogos com atenção.
  • Anotar os momentos interessantes.
  • Relacionar as informações do filme com o mito da caverna de Platão.

2º Momento:

  • Apresentação do filme.

3º Momento: Formação dos grupos.

  • Formar um pequeno grupo à frente.
  • Formar um grande grupo, para analisar e enriquecer as colocações obtidas na turma.
  • Observação: a discussão constitui o instrumento do desenvolvimento cultural. Para maior eficácia, convém que a discussão se realize logo após o posicionamento do filme, quando ainda estão vivas as imagens.

 

Elementos do cine-fórum:

  • Um diretor do debate
  • Dois redatores (para maior rique za das anotações)
  • Um animador
  • Um cronometrista.

 

Funções dos elementos:

Diretor do debate – qualidades:

  • Compreensão do filme e domínio do conteúdo.
  • Segurança e facilidades de expressão.
  • Simpatia e comunicabilidade.
  • Firmeza e elasticidade de idéias.
  • Sentido de humor.

Redator:

  • Obter relatório e síntese do assunto.
  • Enumerar, descrever, comparar, distinguir, verificar contradições.

Animador:

  • Orientar democraticamente a discussão.
  • Colocar os espectadores para se expressarem.
  • Infundir confiança para obter troca de idéias, falando pouco e ouvindo atentamente.
  • Ordene a discussão, evitando a dispersão.
  • Exige clareza e brevidade nas intervenções.

Cronometrista:

  • Dispor o tempo de maneira a que as etapas sejam cumpridas dentro dos espaços quantitativos adequados.

Avaliação:

  • O pequeno grupo será avaliado, através da identificação dos seus respectivos papéis no desenrolar da técnica do Cine-fórum pelo grande grupo e pelas produções a serem realizadas.

 

Atividade 3

http://portaldoprofessor.mec.gov.br/storage/discovirtual/aulas/747/imagens/sugestoes.gif

A partir desta análise filosófica incentive a construção de histórias em quadrinhos, ilustrando o entendimento do grupo sobre o mito da caverna.

Para esta atividade, sugerimos o software HagáQuê (HQ) no site do NIED/UNICAMP. É um software livre, de fácil instalação em qualquer máquina.

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Exemplo da tela do HQ

 

O professor de filosofia pode sugerir outras atividades reflexivas, realizadas em pequenos grupos, dramatizações, estudo de caso ou mesmo com discussões circulares.

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Fonte: http://cinefilosofia.com.sapo.pt/imagens/matrix-neo.jpg


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Neste momento os alunos expressam as soluções encontradas para os problemas iniciais. Passaremos a elaboração teórica da síntese, isto é, da nova postura mental. Os estudantes deverão elaborar um texto dissertativo que expresse suas reflexões sobre o tema proposto.

 


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Nova postura prática ante a realidade: Intenções, predisposições, prática, novo conhecimento.

A questão do pensar filosoficamente é um tema para ser debatido por todos. É muito importante, neste momento, que cada indivíduo faça uma reflexão sincera e expresse suas idéias.

O vídeo sobre a Meatrix faz uma releitura ao filme Matrix, nos leva refletir sobre as conseqüências da sociedade de consumo e o uso exacerbado do poder. Refletindo sobre as questões apresentadas, sugira aos alunos que escrevam uma lista de ações individuais e coletivas que podem tornar nossa sociedade mais justa, democrática, com qualidade de vida para todos, para ser afixada no edital da escola.



The Meatrix
http://br.youtube.com/watch?v=eeCocA0dwdc



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Toda a atividade precisa ser acompanhada, no sentido de percebermos o nível de aprendizagem e de elaboração mental diante do tema proposto. Oriente o estudante para ler atentamente a ficha abaixo de auto-avaliação e indique o nível em que se enquadra. É opcional colocar valores em cada nível.

COMO VOCÊ, SITUA-SE DIANTE DAS SEGUINTES QUESTÕES?

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  1. CHAMADA.COM.BR. Matrix e sua filosofia pós-moderna. Disponível em http://www.chamada.com.br/ acessado em 12/09/08.
  2. GOURGAND, Pierre. As técnicas de trabalho de grupo. Lisboa: Ed. Portuguesa, 1978.
  3. LIMA, Lauro de Oliveira. Dinâmica de grupo. Petrópolis: Vozes, 2007.
  4. PLATÃO. O mito da caverna. Obra disponível para download no site Projeto Livros para todos em http://livrosparatodos.net/livros-downloads/o-mito-da-caverna.html acessado em 13/09/08.
  5. SATIKO, An gélica; W UENSCH, Ana Miriam. Pensando melhor: iniciação ao filosofar. 3. Ed. São Paulo: Saraiva, 1999.
  6. SILVA, Heraldo Aparecido. Matrix e a Filosofia.In: http://eventosfinais.tripod.com/matrixeafilosofia.htm acessado em 12/09/08.

 

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PLATÃO. O mito da caverna. Obra disponível para download no site Projeto Livros para todos em http://livrosparatodos.net/livros-downloads/o-mito-da- caverna.html acessado em 13/09/08.

O Mito da Caverna
Extraído de "A República" de Platão.  6° ed. Ed. Atena, 1956, p. 287-291

(Transcrição literal do texto disponível no site citado)

SÓCRATES – Figura-te agora o estado da natureza humana, em relação à ciência e à ignorância, sob a forma alegórica que passo a fazer. Imagina os homens encerrados em morada subterrânea e cavernosa que dá entrada livre à luz em toda extensão. Aí, desde a infância, têm os homens o pescoço e as pernas presos de modo que permanecem imóveis e só vêem os objetos que lhes estão diante. Presos pelas cadeias, não podem voltar o rosto. Atrás deles, a certa distância e altura, um fogo cuja luz os alumia; entre o fogo e os cativos imagina um caminho escarpado, ao longo do qual um pequeno muro parecido com os tabiques que os pelotiqueiros põem entre si e os espectadores para ocultar-lhes as molas dos bonecos maravilhosos que lhes exibem.
GLAUCO - Imagino tudo isso.
SÓCRATES - Supõe ainda homens que passam ao longo deste muro, com figuras e objetos que se elevam acima dele, figuras de homens e animais de toda a espécie, talhados em pedra ou madeira. Entre os que carregam tais objetos, uns se entretêm em conversa, outros guardam em silêncio.
GLAUCO - Similar quadro e não menos singulares cativos!
SÓCRATES - Pois são nossa imagem perfeita. Mas, dize-me: assim colocados, poderão ver de si mesmos e de seus companheiros algo mais que as sombras p rojetadas, à claridade do fogo, na parede que lhes fica fronteira?
GLAUCO - Não, uma vez que são forçados a ter imóveis a cabeça durante toda a vida.
SÓCRATES - E dos objetos que lhes ficam por detrás, poderão ver outra coisa que não as sombras?
GLAUCO - Não.
SÓCRATES - Ora, supondo-se que pudessem conversar, não te parece que, ao falar das sombras que vêem, lhes dariam os nomes que elas representam?
GLAUCO - Sem dúvida.
SÓRATES - E, se, no fundo da caverna, um eco lhes repetisse as palavras dos que passam, não julgariam certo que os sons fossem articulados pe las sombras dos objetos?
GLAUCO - Claro que sim.
SÓCR ATES - Em suma, não creriam que houvesse nada de real e verdadeiro fora das figuras que desfilaram.
GLAUCO - Necessariamente.
SÓCRATES - Vejamos agora o que aconteceria, se se livrassem a um tempo das cadeias e do erro em que laboravam. Imaginemos um destes cativos desatado, obrigado a levantar-se de repente, a volver a cabeça, a andar, a olhar firmemente para a luz. Não poderia fazer tudo isso sem grande pena; a luz, sobre ser-lhe dolorosa, o deslumbraria, impedindo-lhe de discernir os objetos cuja sombra antes via.
Que te parece agora que ele responderia a quem lhe dissesse que até então só havia visto fantasmas, porém que agora, mais perto da realidade e voltado para objetos mais reais, via com mais perfeição? Supõe agora que, apontando-lhe alguém as figuras que lhe desfilavam ante os olhos, o obrigasse a dizer o que eram. Não te parece que, na sua grande confusão, se persuadiria de que o que antes via era mais real e verdadeiro que os objetos ora contemplados?
GLAUCO - Sem dúvida nenhuma.
SÓCRATES - Obrigado a fitar o fogo, não desviaria os olhos doloridos para as sombras que poderia ver sem dor? Não as consideraria realmente mais visíveis que os objetos ora mostrados?
GLAUCO - Certamente.
SÓCRATES - Se o tirassem depois dali, fazendo-o subir pelo caminho áspero e escarpado, para só o liberar quando estivesse lá fora, à plena luz do sol, não é de crer que daria gritos lamentosos e brados de cólera? Chegando à luz do dia, olhos deslumbrados pelo esplendor ambiente, ser-lhe ia possível discernir o s objetos que o comum dos homens tem por serem reais? GLAUCO - A princípio nada veria.
SÓCRATES - Precisaria de algum tempo para se afazer à claridade da região superior. Primeiramente, só discerniria bem as sombras, depois, as imagens dos homens e outros seres refletidos nas águas; finalmente erguendo os olhos para a lua e as estrelas, contemplaria mais facilmente os astros da noite que o pleno resplendor do dia.
GLAUCO - Não há dúvida.
SÓCRATES - Mas, ao cabo de tudo, estaria, decerto, em estado de ver o próprio sol, primeiro refletido na água e nos outros objetos, depois visto em si mesmo e no seu próprio lugar, tal qual é.
GLAUCO - Fora de dúvida.
SÓCRATES - Refletindo depois sobre a natureza deste astro, compreenderia que é o que produz as estações e o ano, o que tudo governa no mundo visível e, de certo modo, a causa de tudo o que ele e seus companheiros viam na caverna.
GLAUCO - É claro que gradu almente chegaria a todas ess as conclusões.
SÓCRATES - Recordando-se então de sua primeira morada, de seus companheiros de escravidão e da idéia que lá se tinha da sabedoria, não se daria os parabéns pela mudança sofrida, lamentando ao mesmo tempo a sorte dos que lá ficaram?
GLAUCO - Evidentemente.
SÓCRATES - Se na caverna houvesse elogios, honras e recompensas para quem melhor e mais prontamente distinguisse a sombra dos objetos, que se recordasse com mais precisão dos que precediam, seguiam ou marchavam juntos, sendo, por isso mesmo, o mais hábil em lhes predizer a aparição, cuidas que o homem de que falamos tivesse inveja dos que no cativeiro eram os mais poderosos e honrados? Não preferiria mil vezes, como o herói de Homero, levar a vida de um p obre lavrador e sofrer tudo no mundo a voltar às primeiras ilusões e viver a vida que antes vivia?
GLAUCO - Não há dúvida de que suportaria toda a espécie de sofrimentos de preferência a viver da maneira antiga.
SÓCRATES - Atenção ainda para este ponto. Supõe que nosso homem volte ainda para a caverna e vá assentar-se em seu primitivo lugar. Nesta passagem súbita da pura luz à obscuridade, não lhe ficariam os olhos como submersos em trevas?
GLAUCO - Certamente.
SÓCRATES - Se, enquanto tivesse a vista confusa -- porque bastante tempo se passaria antes que os o lhos se afizessem de novo à obscuridade -- tivesse ele de dar opinião sobre as sombras e a e ste respeito entrasse em discussão com os companheiros ainda presos em cadeias, não é certo que os faria rir? Não lhe diriam que, por ter subido à região superior, cegara, que não valer a a pena o esforço, e que assim, se alguém quisesse fazer com eles o mesmo e dar-lhes a liberdade, mereceria ser agarrado e morto?
GLAUCO - Por certo que o fariam.
SÓCRATES - Pois agora, meu caro GLAUCO, é só aplicar com toda a exatidão esta imagem da caverna a tudo o que antes havíamos dito. O antro subterrâneo é o mundo visível. O fogo que o ilumina é a luz do sol. O cativo que sobe à região superior e a contempla é a alma que se eleva ao mundo inteligível. Ou, antes, já que o queres saber, é este, pelo menos, o meu modo de pensar, que só Deus sabe se é verdadeiro. Quanto à mim, a coisa é como passo a dizer-te. Nos extremos limites do mundo inteligível está a idéia do bem, a qual só com muito esforço se pode conhecer, mas que, conhecida, se impõe à razão como causa universal de tudo o que é b elo e bom, cria dora da luz e do sol no mundo visível, autora da inteligência e da verdade no mundo invisível, e sobre a qual, por isso mesmo, cumpre ter os olhos fixos para agir com sabedoria nos negócios particulares e públicos.

 

 

 

Recursos Complementares

Sugerimos a leitura de cordel do Mito das Cavernas no blog Mousse de Maracuj?, dispon?vel em http://moussedemaracuja.blogspot.com/2007/11/o-cordel-do-mito-das-cavernas.html acessado em 13/09/08.

Avaliação

A avalia??o tamb?m ser? realizada no decorrer das atividades, inicialmente observando a forma??o de conceitos dos estudantes, analisando seus questionamentos e interven??es, procurando, atrav?s do di?logo, perceber se houve apropria??o dos conte?dos propostos e uma mudan?a de postura frente aos problemas levantados, no que se refere ? supera??o de id?ias do senso comum para a dimens?o filos?fica. O professor acompanhar? fazendo leitura das produ??es dos estudantes, sugerindo as interven??es necess?rias, incentivando leituras e a retomada de conte?dos, se necess?rio. Sugerimos que as hist?rias em quadrinhos, produzidas pelos estudantes sejam colocadas no edital da escola.