BELO HORIZONTE - MG ESCOLA DE EDUCACAO BASICA E PROFISSIONAL DA UFMG - CENTRO PEDAGOGICO
Professor Luiz Prazeres
Modalidade / Nível de Ensino | Componente Curricular | Tema |
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Educa??o de Jovens e Adultos - 2? ciclo | L?ngua Portuguesa | Linguagem escrita: leitura e produ??o de textos |
Ensino M?dio | L?ngua Portuguesa | Produ??o, leitura, an?lise e reflex?o sobre linguagens |
? Nesta aula ser? desenvolvido com os alunos um trabalho sobre o uso de senten?as proverbiais, seja por repeti??o, par?frase ou par?dia, isto ?, levando os alunos a uma reflex?o sobre a constru??o do sentido de senten?as proverbiais em usos atualizados.
? Al?m disso, esta aula deve fazer com que os alunos reflitam sobre as caracter?sticas do g?nero cartaz, compreendendo suas caracter?sticas formais e prop?sitos comunicativos.
? Ao final das atividades, pretende-se fazer com que os alunos sejam capazes de articular os g?neros prov?rbio e cartaz.
? Para acompanharem esta aula, os alunos devem saber de antem?o o que s?o ditos populares (prov?rbios, ditados).
? Para iniciar a aula, o professor deve apresentar aos alunos a m?sica (material em ?udio) e a letra de ?Bom conselho?, do compositor e cantor brasileiro Chico Buarque de Hollanda. (Recomenda-se que o professor distribua a letra da m?sica em material impresso.)
Bom Conselho
Chico Buarque/ Composi??o: Chico Buarque
Ou?a um bom conselho
Que eu lhe dou de gra?a
In?til dormir que a dor n?o passa
Espere sentado
Ou voc? se cansa
Est? provado, quem espera nunca alcan?a
Venha, meu amigo
Deixe esse rega?o
Brinque com meu fogo
Venha se queimar
Fa?a como eu digo
Fa?a como eu fa?o
Aja duas vezes antes de pensar
Corro atr?s do tempo
Vim de n?o sei onde
Devagar ? que n?o se vai longe
Eu semeio o vento
Na minha cidade
Vou pra rua e bebo a tempestade
(Dispon?vel em: http://letras.terra.com.br/chico-buarque/85939/, acessado em 9 set. 2009)
? Ap?s os alunos terem escutado a m?sica, o professor deve chamar a sua aten??o deles para a presen?a de express?es populares no texto e para a forma como tais express?es est?o sendo utilizadas, por meio das seguintes demandas.
a) A m?sica ?Bom Conselho? utiliza certas express?es que nos fazem lembrar ditos populares. Sublinhe no texto os fragmentos em que voc? reconhece tais express?es.
b) Essas express?es s?o colocadas no texto da forma como voc? as conhece? H? alguma modifica??o de sentido? Remonte, em seu caderno, as express?es populares ?s quais a m?sica remete e explique a diferen?a de sentido, se houver, entre a express?o original (can?nica) a que est? presente na letra da m?sica.
Observa??o: Caso seja necess?rio, sugere-se que o professor considere uma das express?es e execute as demandas em ?a? e ?b? juntamente com os alunos, a t?tulo de exemplo, da seguinte maneira:
Ou?a um bom conselho/Que eu lhe dou de gra?a ? Se conselho fosse bom, n?o seria dado, mas vendido. (Express?o popular cl?ssica)
ATIVIDADE 2:
? Em um segundo momento da aula, sugere-se que o professor apresente aos alunos os seguintes prov?rbios acompanhados da explica??o de sua origem. (Recomenda-se que o professor utilize material impresso ou proje??o, com aux?lio de retroprojetor ou aparelho de datashow.)
? As apar?ncias enganam:
Significativo: Nem tudo aparenta o que realmente ?.
Hist?rico: Esta ? f?cil. Todo mundo sabe que a express?o surgiu naqueles parques de interior onde havia espelhos que deformavam nossa imagem. Num a gente ficava alto e fininho e no outro baixo e gordinho.
? Quebrar a cara:
Significativo: Dar-se mal.
Hist?rico: A express?o ? deste s?culo e americana. Surgiu quando come?aram a colocar grandes portas de vidro nas lojas de Nova York. Nunca se sabia se estavam abertas ou fechadas e os americanos, muitas vezes, "quebravam a cara" indo de encontro ao vidro. J? deve ter acontecido com voc? tamb?m.
? Deus ajuda quem cedo madruga:
Significativo: Quem come?a a trabalhar cedo ganha mais dinheiro (de Deus).
Hist?rico: Esta frase s? pode ter sido criada pelos padres para acordarem os alunos internos ?s cinco da manh? para assistir ? missa (em latim). Hoje em dia, quem madruga mesmo s?o os assalariados, os oper?rios. Cad? ajuda, meu Deus?
? A f? move montanhas
Significativo: Com perseveran?a e f?, tudo se consegue.
Hist?rico: Na verdade a palavra inicial n?o era "f?" e sim as iniciais de Federal Enterprise Dynamite, a FED, contratada pelo governo portugu?s para dinamitar montanhas em Vila Rica (hoje Ouro Preto) na ?poca do ciclo do ouro nas Minas Gerais. E, pelo jeito, a FED) movia mesmo montanhas. Dizem at? que o ex-presidente Geisel seria descendente do primeiro diretor da FED, Sir Washington W. Geisel.
Esses e outros exemplos de prov?rbios com hist?rico e explica??o est?o dispon?veis em: http://www.marioprataonline.com.br/o bra/literatura/adulto/benedit o/verbetes/frame_trechos.htm, acessado em 10 set. 2009)
Observa??o: M?rio Prata ? um premiado escritor mineiro, autor de pe?as de teatro, filmes. Seu livro "Mas ser? o Benedito?" re?ne mais de 400 express?es, prov?rbios e ditos populares, em que s?o apresentadas, com humor e irrever?ncia, interessantes e divertidas poss?veis origens para tais express?es.
? O professor deve, ent?o, solicitar a alguns alunos que leiam, em voz alta, o hist?rico de prov?rbios, e os demais devem ser estimulados a fazer coment?rios a respeito desse poss?vel hist?rico. Em seguida, deve ser distribu?da uma lista de prov?rbios, como a que colocamos a seguir.
? A cavalo dado n?o se olham os dentes.
? Boi sonso, chifrada certa.
? Criaste, n?o castigaste, mal criaste.
? De gr?o em gr?o a galinha enche o papo
? Em lagoa com piranha,jacar? nada de costas.
? Filho de on?a j? nasce pintado.
? Gato escaldado tem medo de ?gua fria.
? Homem sem dinheiro ? um viol?o sem cordas.
? Ladr?o de tost?o, ladr?o de milh?o.
? Mais vale um p?ssaro na m?o do que dois a voar.
? N?o chore sobre o leite derramado.
? O mundo ? dos espertos.
? Para bom entendedor meia palavra basta.
? Quando a barriga est? cheia, toda goiaba tem bicho.
? Quem quer a rosa, ag?ente o espinho.
? Roma n?o se fez num s? dia.
? Se a barba significasse respeito, bodes n?o teriam chifres.
? Tamanho n?o ? documento.
? Um mal nunca anda s?.
? Vale mais um p?ssaro na m?o que dois voando.
? Zangam-se as comadres, descobrem-se as verdades.
Dispon?vel em http://pt.wikipedia.org/wiki/Lista_de_prov%C3%A9rbios, acessado em 10 set. 2009.
? Os alunos, agrupados em tr?s ou quatro, devem ent?o escolher livremente um ou dois prov?rbios e fazer a seguinte tarefa:
Explicite o significado dos prov?rbios selecionados por voc? e exercite a sua criatividade inventando, tal como fez M?rio Prata nos exemplos mostrados anteriormente, um poss?vel hist?rico para esses prov?rbios. Em seguida, crie uma situa??o em que cada um dos prov?rbios escolhidos possa ser aplicado.
? Ap?s os alunos terem conclu?do essa tarefa, um integrante de cada grupo deve ir ? frente da sala apresentar o trabalho feito.
? Finalizando essa atividade, o professor deve chamar a aten??o dos alunos para a condi??o metaf?rica do prov?rbio, o que lhe confere o car?ter estrat?gico para se lidar com v?rias situa??es. Ou seja, os prov?rbios, apesar de serem uma forma cristalizada, s?o capazes de se adaptar a diferentes contextos. Para conduzir os alunos nessa reflex?o, o professor pode recorrer, por exemplo, ?s imagens da Monalisa (a seguir), de Leonardo Da Vinci (Recomenda-se que o professor mostre as imagens em proje??o, com aux?lio de retroprojetor ou aparelho de datashow.)
Imagens:
? O professor deve mostrar que essas imagens, por serem de dom?nio p?blico, alcan?am o leitor de forma mais direta, j? que ele j? conhece a imagem original, assim como j? conhece o prov?rbio. Ainda que as imagens sejam modificadas, distorcidas, como foram os prov?rbios na m?sica de Chico Buarque, ?Bom Conselho?, essas modifica??es trazem consigo sempre a mem?ria da imagem original.
ATIVIDADE 3
? No terceiro momento da aula, deve ser trabalhado o g?nero cartaz. Sugere-se que o professor leve ? sala de aula alguns exemplares de cartazes e mostre aos alunos, ou apresente alguns exemplos digitalizados, como os que se tem a seguir em proje??o com aux?lio de aparelho datashow
Imagens
Dispon?vel em: http://www.ccs.saude.gov.br/revolta/images/cartazes/Cartaz-VacinacaoG.jpg, acessado em 10 set. 2009.
Dispon?vel em: http://www.senad.gov.br/concursos/cartaze%20diversos/cartaz_eletronico.jpg, acessado em 10 set. 2009.
? Ao expor os cartazes, o professor deve fazer os seguintes questionamentos:
a) Qual parece ser a finalidade destes cartazes?
b) Onde geralmente s?o afixados?
c) Para que servem as ilustra??es?
d) Como ? a linguagem utilizada os cartazes?
e) Co
mo est? a disposi??o do texto?
? Um resumo em t?picos das respostas a cada pergunta deve ser colocado na lousa (quadro negro) para que os alunos possam sistematizar as caracter?sticas principais do g?nero, chegando a defini??o ? seguinte no??o:
Cartaz: tem por objetivo fazer uma divulga??o, motivando a leitura de seu conte?do ao apresent?-lo de forma breve, atraente e com palavras bem significativas.
? Para concluir esta parte destinada ao reconhecimento do g?nero e sedimentar o que os alunos apontaram como respostas de ?a? a ?e? por intui??o, sugere-se que o professor apresente aos alunos as dicas a seguir, para a confec??o de cartazes. (Recomenda-se que o professor utilize material impresso ou proje??o, com aux?lio de retroprojetor ou aparelho de datashow.)
Dicas para fazer cartazes
O cartaz serve para motivar ou divulgar. Para atingir esse objetivo, ele deve ser bem apresentado.
Atraente: as pessoas passam apressadas e s? um cartaz interessante pode chamar-lhes a aten??o.
Simples: para ser entendido rapidamente. A mensagem deve ser clara, breve, precisa. Tratar de um s? assunto, eliminando o que n?o for essencial.
Ilustra??o: A ilustra??o deve ser auto-explicativa. Use apenas s?mbolos que se identifiquem facilmente com a mensagem.
Texto: poucas palavras, mas bem significativas e adequadas ao p?blico alvo. A letra deve ser bem leg?vel.
Cor: o cartaz deve apresentar cores vivas e contrastantes, exatamente para chamar a aten??o do p?blico.
Distribui??o dos elementos: Texto e gravura devem ser distribu?dos de forma agrad?vel, requer-se, ent?o:
Harmonia: se apresenta uma coisa pesada, uma carga de caminh?o, por exemplo, a letra n?o pode ser muito delicada, nem as cores muito suaves. Se apresenta algo delicado, perfume, por exemplo, levar? cores mais vivas e letras mais finas.
Unidade e ritmo: todos os elementos devem estar em concord?ncia entre si, e ter a sua import?ncia na transmiss?o da mensagem central. A posi??o das figuras ? muito importante. Elas devem sempre estar voltadas para o centro visual dirigindo o olhar do p?blico para a mensagem. Se voltadas para as margens, dispersam a aten??o.
Foco: entre v?rias coisas, destacar aquilo que quer dar mais import?ncia, indicando-o pelo tamanho, posi??o, cor, forma.
Balan?o ou equil?brio: ? a disposi??o dos elementos de forma a equilibrar o espa?o do cartaz. N?o colocar tudo num canto, ou tudo no meio. (Revista Fam?lia Crist?, 11/1974, p. 62)
Dispon?vel em: http://www.portrasdasletras.com.br/pdtl2/sub.php?op=orientacao/docs/cartazes, acessado em 10 set. 2009.
? Para finalizar esta aula, o professor deve solicitar aos alunos, como dever de casa, que pesquisem sobre algum tema que seja de seu interesse fazer uma campanha, como anti-drogas ou preserva??o do meio ambiente. Em dia posterior, os alunos devem reunir-se em grupos de quatro ou cinco para confeccionarem cartazes para divulga??o de uma camp
anha sobre o tema pesquisado, tendo em vista as caracter?sticas desse g?nero e utilizando um prov?rbio na constru??o da frase principal.
? Seria interessante que o professor sugerisse aos alunos que manipulassem um prov?rbio base, tal como fez Chico Buarque em ?Bom Conselho?.
? O professor deve solicitar aos grupos que apresentem os seus cartazes para a turma. Assim, a avalia??o pode se realizada a partir dessa apresenta??o, em que o professor ter? meio para avaliar se os alunos compreenderam as caracter?sticas e o prop?sito do g?nero cartaz e ainda se foram capazes de utilizar uma senten?a proverbial em favor de uma situa??o comunicativa espec?fica. Ou seja, por meio desse trabalho, o professor deve verificar se os alunos foram capazes de articular os g?neros cartaz e prov?rbio.