- Iniciar a aula apresentando algumas imagens de trabalhos artísticos que têm a "apropriação" como procedimento artístico e expressivo. (Veja as imagens sugeridas abaixo)
- A apresentação poderá ser feita por slides em datashow ou material impresso. Mas é importante que o grupo de alunos/as tenha acesso as imagens, pois elas poderão começar a provocar a curiosidade, o que motiva o debate: "Isso é ou não é arte?".
- Comumente a arte moderna e a contemporânea ainda podem "assustar" ou podem criar alguns desconfortos, mas isso não é motivo para não proporcionarmos contatos entre alunado e obras. Logo, procure ler e conhecer os/as artistas que vai trabalhar antes da aula.
- Enquanto apresenta as imagens, pergunte ao grupo a opinião sobre o que estão vendo, se estão entendendo os elementos composicionais, se reconhecem alguns deles do cotidiano, o que os mesmos fazem pensar ou sugerem, etc
- Nessa etapa é fundamental a participação crítica, descritiva e de argumentação do grupo. Enquanto as questões e opiniões vão surgindo, aproveite para esclarecer que "Apropriação" é um recurso utilizado nas artes visuais há pelo menos 100 anos e consiste em apropriar-se de outros elementos não-artísticos, retirando objetos seu uso cotidiano, reaproveitando materiais diversos e aplicando-os nos trabalhos artísticos. Que artistas como Picasso, Duchamp, Oppenheim, mais recentemente as brasileiras Rosana Paulino, Rosângela Rennó, entre outras do cenário artístico utilizam esse procedimento em seus trabalhos.
- E mais: Que o procedimento tem uma gama de variações que são determinadas pelas intenções e processos de criação de cada artista, logo não há uma norma única ou regra para que seja realizada.
- Recorra aos exemplos dados, lembrando que não se fecha neles as possibilidades de abordar o assunto proposto:
- 1- "Natureza morta com cadeira de palha", Pablo Picasso, 1912. Veja que o artista dá pista no título da obra sobre o material "estranho" que utiliza. A palha, comumente utilizada em acentos e encostos de cadeiras, é reutilizada na pintura. O artista criou uma composição onde um pedaço de palha é mesclado em meio à fragmentação cubista.
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- 2- "Minha enfermeira" (My nurse), Meret Oppenheim, 1936. Nessa obra, a artista utiliza sapatos brancos, de salto, que aludem às enfermeiras e/ou noivas, e os transforma numa espécie de galinha amarrada numa bandeja. Será que as escolhas da artista são gratuitas? O que há por trás dessa "apropriação"? Por que será que a artista amarra os sapatos femininos como se fossem uma galinha pronta a ser servida?
- A artista queria denunciar através de sua arte a opressão que muitas mulheres sofriam (e ainda sofrem), assim ela utiliza elementos do cotidiano que ao serem unidos dão a obra um tom crítico, social e político. Lembrar que naquela ocasião, a revolução feminista ainda não havia acontecido, mas o movimento crescia particularmente na classe culta.
http://www.all-art.org/art_20th_century/oppenheim1.html
- 3- Para finalizar, mas não encerrar o assunto, a obra "sem título", 1989, do artista brasileiro Nuno Ramos .
- Testando os limites da matéria, o artista acopla à tela uma série de objetos e materiais diversos, criando uma superfície grossa e pastosa, com muito relevo. Em seguida, o artista trabalha cores e organiza visualmente seu trabalho.
http://www.itaucultural.org.br/aplicexternas/enciclopedia_ic/index.cfm?fuseaction=artistas_obras&cd_verbete=2916&cd_idioma=28555
- É possível que essas aulas dêem muito debate, pois as obras provocam o nosso olhar e aquecem a discussão sobre "o que é arte". E isso é muito importante em tempos atuais, afinal, a arte muda seu signficado ao longo dos tempos. Assim, precisamos proporcionar situações de aula para que as atualizações sejam feitas.
- Após a conversa e apreciação das obras mencionadas, peça ao grupo para tentar definir por si só o significado do procedimento "apropriação" na arte e lance a pergunta "apropriação é o mesmo que plágio?"
- Permita que alguns alunos ou alunas digam oralmente seus textos, assim ainda poderá fazer mais algumas correções, ajustes ou ponderações sobre o tema.