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M?sica - Recep??o, gosto e identidade - primeira parte (aula 4)

Autor e Co-autor(es)

Luciano Cintra Silveira imagem do usuário

RIO DE JANEIRO - RJ COL DE APLIC DA UNIV FED DO RIO DE JANEIRO

Claudia Helena Azevedo Alvarenga

Estrutura Curricular

Modalidade / Nível de Ensino Componente Curricular Tema
Educa??o de Jovens e Adultos - 1? ciclo Estudo da Sociedade e da Natureza Cultura e diversidade cultural
Educa??o de Jovens e Adultos - 2? ciclo Artes M?sica: desenvolvimento da linguagem musical
Ensino M?dio Artes M?sica: Canal
Ensino M?dio Artes M?sica: Contextualiza??o

Dados da Aula

O que o aluno poderá aprender com esta aula

Nessa aula pretendemos que o aluno possa avaliar criticamente sua posi??o dentro de um grande cen?rio de produ??o e consumo, como sujeito receptador, consciente ou n?o, de um ou mais g?neros musicais, e capaz de atribuir ? sozinho ou em grupo ? novos significados ? pr?tica musical. No contexto do EJA, esse seria o objetivo fundamental, que norteia n?o apenas essa aula, mas toda a s?rie que estamos propondo: o resgate do discurso silenciado.

Duração das atividades

2 aulas de 50 minutos (1h40min)

Conhecimentos prévios trabalhados pelo professor com o aluno

Nesse momento o aluno j? deve ser capaz de refletir sobre as pr?ticas socialmente estabelecidas que contextualizam todo e qualquer fazer musical. O pr?prio conceito de 'm?sica' estabelecido 'a priori' (ver "M?sica - Uma proposta de Aula Introdut?ria no contexto da EJA (aula 1)") j? deve estar sendo repensado pelos alunos que agora devem estar atentos para os elementos n?o musicais presentes na m?sica (ver "M?sica - G?neros Musicais: Aspectos etnogr?ficos (aula 3)").

Estratégias e recursos da aula

A aula deve come?ar com uma apresenta??o informal sobre os trabalhos previamente realizados onde cada aluno deve ter feito um relato descritivo de alguma pr?tica musical escolhida por ele mesmo (ver "M?sica - G?neros Musicais: Aspectos etnogr?ficos (aula 3)"). Nesse momento, os trabalhos menos detalhados podem ser ampliados em sala, com o est?mulo do professor, de modo que, ao final desse primeiro momento, tenhamos uma pequena amostra etnogr?fica.

A partir da?, o professor deve sugerir que cada aluno, tendo em vista a escolha de um g?nero que de fato tenha relev?ncia em seu cotidiano, escolha um dos exemplos e comece a refletir a respeito de sua pr?pria posi??o dentro do processo. Procuraremos direcionar o foco para n?s mesmos enquanto ouvintes, an?nimos, desconhecidos e ao mesmo tempo identificados com uma coletividade.

Nossas pr?ticas podem e devem ser, agora, exploradas com a maior naturalidade poss?vel a fim de evitar os 'descaminhos' da busca pela resposta certa. Frequentemente, os alunos - e mesmo qualquer interlocutor - fazem isso; isso ? ainda mais presente no contexto do EJA onde os sentimentos de atraso e de exclus?o acompanham cada um dos alunos. Professor e alunos devem aos poucos tentar mapear como cada aluno ouve a m?sica em quest?o, como eles se inserem no grupo de consumidores daquela m?sica e quais s?o as pr?ticas estabelecidas coletivamente que eles compartilham com seus pares.

O professor pode confrontar coletivo vs. individual, na tentativa de encontrar as formas e caminhos escolhidos individualmente. A produ??o - podemos chamar dessa forma - dos consumidores se d? nas suas escolhas, no seu jeito ?nico e ao mesmo tempo universal de ouvir m?sica. Da? segue, se for do interesse dos alunos, a discuss?o a respeito de quais os n?veis que separam e determinam essa produ??o individual da produ??o coletiva, e poderemos chegar ao ponto de perceber que o coletivo se estabelece no individual e que o individual constr?i o coletivo, n?o como simples tautologia, mas como uma rela??o de interdepend?ncia onde todo o comportamento ? constru?do socialmente.

Use os exemplos abaixo como ilustra??o e exemplifica??o da discuss?o. Al?m disso, toda refer?ncia ao vestu?rio, ao comportamento, ? linguagem e aos padr?es de conduta cabem como bons exemplos dessa aula. Os exemplos abaixo est?o dispon?veis no endere?o eletr?nico:

http://blogs.myspace.com/index.cfm?fuseaction=blog.view&friendId=349285712&blogId=513731318

Exemplo 1

Nesse exemplo podemos perceber a participa??o ativa da plateia de forma que os n?veis de produ??o e recep??o se confundem. Interessante observar que no momento em que Bobby McFerrin prop?e a ideia, o p?blico reage com estranheza e demora a aceitar a invers?o com naturalidade. Muitos da plateia n?o abrem m?o do seu lugar de ouvinte, permanecendo calados.

http://www.youtube.com/watch?v=RHcEFk1i3b4

Exemplo 2

O ambiente da m?sica popular urbana, a rua, a mesa de bar, o p?blico ? vontade, em p?, no meio da rua. Esse v?deo permite observar quais os comportamentos t?picos dos ouvintes, e como eles se posicionam em rela??o ? m?sica. Com participa??o ativa, de forma ruidosa e descompromissada, a informalidade se estabelece como elemento fundamental desse tipo de atividade.

http://www.youtube. com/watch?v=XNvzUdU4XAY

Exemplo 3

Nesse exemplo observamos o que se chama ' Roda de Pogo', uma dan?a ritualizada t?pica de shows de rock e punk onde as pessoas se batem umas nas outras, em frente ao palco, de forma a retroalimentar a ebuli??o da performance.

http://www.youtube.com/watch?v=9vbY3rPb9Wg

Recursos Complementares

Nessa aula seria muito interessante o uso de v?deos que exemplifiquem pr?ticas musicais contextualizadas onde se perceba nitidamente os diversos fazeres que comp?em o entorno dos processos de produ??o e recep??o: a roda de samba, de jongo ou de capoeira, os bailes funk, as festas populares, as prociss?es, as missas, os desfiles de carnaval, etc.

Avaliação

Pe?a aos alunos que fa?am uma descri??o de alguma pr?tica musical, observando comportamentos padr?es, maneiras de se vestir e de falar, e tudo que seja poss?vel verificar na constru??o do processo de identifica??o coletiva de diversos sujeitos fliliados a esta ou ?quela pr?tica musical. Os alunos devem mapear os exemplos e trazer para a continua??o na pr?xima aula.