O aluno poderá perceber e experimentar:

• As características de um ritmo informal - popular;
• Compreender o forró como forma da cultura nordestina levada ao restante do país;
• Verificar nas letras das músicas do forró, quais aspectos da cultura nordestina estão nelas descritas;
• O posicionamento, sincronia e o comando do forró na dança de salão;
• Passos iniciais do ritmo forró dançado a dois;
• As relações e transformações do soltinho para o forró.

Não é necessário conhecimento anterior.

1º Momento

– Iniciar a aula comentando sobre como o ritmo, a dança e as letras das músicas carregam características da cultura. Fazer uma relação citando como o funk por exemplo, hoje mostra características sociais de populações com questões específicas no campo sócio economico. Também apontar como no caso do Funk, ele vem se expandindo a outros grupos sociais, o que gera uma mudança de significado cultural.

-  apontar que por analogia, o mesmo ocorre com o forró. Característico do nordeste, com letras que retratam as questões sociais daquela região, hoje se expandiu pelo país.

2º Momento

Utilizar alguns trecho das letras das músicas do forró para apontar as características do nordeste ou do nordestino. Seria interessante que se trabalhsse com a letra das músicas que serão utilizadas abaixo, para realizar as danças.

Exemplo:

...só deixo meu Cariri, no último pau de Arará. Comentários: a migração nordestina em função da seca; o transporte nos caminhões "pau de arará" (empuleirados na trazeira do caminhão); o apego a sua cidade.

Fazer em seguida uma breve explanação acerca do ritmo Forró:

            O forró é a febre do momento, este ritmo é tipicamente nordestino e ganha força por ser expressivo e alegre. Ao contrário do que muitas pessoas pensam, o forró tem uma grande variedade de estilos, com destaque para o miudinho, puladinho e pé-de-serra. Atualmente, o forró está ganhando força e vem conquistando adeptos entre os jovens e adolescentes de todo o país devido a um movimento originado nas universidades do interior de São Paulo onde passos do forró aliados à movimentos próprios do soltinho ganham popularidade embalados ao som do Xote (estilo de forró mais cadenciado). Esta procura por um ritmo que até pouco tempo, era visto com preconceito, está novamente mudando “a cara” do forró.

 (No site recomendado em recursos complementares você encontra músicas para download e mais informações sobre o Forró).

Atividade 01: Vivenciando o básico

            Originalmente o forró é um ritmo muito corpo a corpo, o seu básico é formado por três tempos e um contra tempo que pode ser representado por um gingado ou simplesmente uma ligeira pausa. Vamos então a sua técnica:

• Técnica – Pés unidos, o movimento das pernas se inicia com um ligeiro abrir de pernas para o lado esquerdo (com a perna esquerda que marca o tempo um para o lado), em seguida a perna direita se junta à esquerda marcando o tempo dois (pernas unidas novamente) e finalmente o tempo três é marcado semelhante ao um, ou seja, abrindo a perna esquerda para o lado. O contra tempo pode ser marcado com um gingado (nesse caso marcado com o pé direito que, com a ponta do pé presa ao chão gira o calcanhar ligeiramente para frente.) ou uma pausa (ausência de movimento), ou ainda um leve unir de pernas. O pé que marca o contra tempo é responsável por iniciar uma nova seqüência para o lado oposto (marca o próximo tempo um). Originalmente o passo é feito de um lado para o outro.

Deixar que os alunos vivenciem o movimento sem música e dep ois com música separad amente em velocidades de marcação diferentes (músicas lentas e rápidas).

• Após experimentar separadamente incentivar a vivência em pares levando em consideração os pontos trabalhados em outros ritmos:
  • O posicionamento inicial de “damas” e “cavalheiros” é o seguinte: Cavalheiros – mão direita no centro das costas da dama (espalmada) e mão esquerda segurando a mão direita da dama na altura do seu ombro entre o casal. Damas – Mão esquerda apoiada no ombro do cavalheiro e mão direita na mão esquerda do mesmo. Ambos com os pés unidos. No caso específico do forró não existe uma postura para se dançar, podendo todo o corpo se movimentar durante a dança.
  • Como o movimento a dois é espelhado, foi convencionado que a forma de se iniciar o passo para “damas” e “cavalheiros” fossem opostas. Damas iniciam com a direita para o lado direito e cavalheiros iniciam com a esquerda para o lado esquerdo. O comando está diretamente ligado a esse início, ou seja, cavalheiro empurra a dama com o braço para o seu lado esquerdo/ direito da dama.

OBS: O vídeo que mostra os movimentos ensinados pode ser encontrado no endereço:

http://www.youtube.com/watch?v=aIGQa4CJXVM

Atividade 02: Aproximando o forró aos giros do soltinho

Como já foi falado, uma das características marcantes do “forró universitário” é a aproximação do ritmo aos passos normalmente utilizados no rock (soltinho). Para isso o corpo a corpo do forró é temporariamente substituído por uma estrutura semelhante a do soltinho (05 tempos/03 referências), porém seguindo as marcações do forró (03 tempos e 01 contra tempo), ficando com (03 tempos, 01 contra tempo e 03 referências). Para tal a estruturação do passo só se modifica quando o “par” está frente a frente (onde se marcava 03 tempos no soltinho passa-se marcar o contra tempo da mesma forma que se marca no básico do forró). Para vivenciar essa questão o professor pode mostrar um passo bem simples: O giro da dama ida e volta:

Técnica – Após iniciar com o básico, “cavalheiro” empurra a dama para trás no momento que ele estiver marcando o contra tempo com a sua esquerda. Nesse momento (após o empurrar – comando inicial) cavalheiro vai com a esquerda para trás e dama vai com a direita para trás, afastando um do outro e preparando para o giro. Mão esquerda do cavalheiro continua segurando a direita da dama. O passo se segue com o cavalheiro girando a dama no sentido anti horário passando a mesma na sua frente (mão direita do cavalheiro trava o movimento da dama nas costas após o giro). O movimento das pernas segue a marcação indicada acima (03 tempos, 01 contra tempo e 03 referências). O movimento continua com um novo girar da dama, agora no sentido horário, passando novamente a frente do cavalheiro, que termina com as costas da mão direita nas costas da dama. A partir daí o movimento se repete quantas vezes o cavalheiro desejar e comandar. Após o giro da dama no sentido anti horário, cavalheiro pode aproveitar o afastar da dama para voltar naturalmente à marcação do básico.

OBS. Chamar a atenção dos alunos para a referência dama/cavalheiro e semelhança nas marcações de perna do soltinho para esse passo.

Deixar que os alunos vivenciem o movimento em pares sem música e depois com música em velocidades de marcação diferentes (músicas lentas e rápidas).

OBS: O vídeo que mostra os movimentos ensinados pode ser encontrado no endereço:

http://www.youtube.com/watch?v=s-NY8kg6GCs

Para um melhor entendimento a cerca do rock/soltinho e seus movimentos sugiro que visite a aula “Dança comigo: Ritmo Rock – De volta aos anos 60” de autoria de Wilson Vassallo Fagun des publicada no portal no endere ço:

http://portaldoprofessor.mec.gov.br/verAula.html?aula=15129

Atividade 03: Construindo novos giros

           Usando como referência o giro trabalhado na atividade anterior e as relações com giros já vivenciados dentro do soltinho, pedir para que os alunos construam como atividade final, outras formas de girar durante o dançar no forró (girando o próprio corpo e/ou o parceiro) tentando não sair da marcação dos tempos do forró universitário (03 tempos, 01 contra tempo e 03 referências).

http://www.portaldadanca.com/home.aspx

(Textos, vídeos e músicas).

Discutir com a turma aspectos relacionados às atividades vivenciadas. Como: Quais as impressões acerca de movimentos feitos sem uma postura rígida como nos outros ritmos que também são dançados a dois? O forró é um ritmo mais solto e constituído de passos muito semelhantes aos de outros ritmos, isso o torna mais fácil de ser aprendido ou as seqüelas deixadas por outros ritmos o torna mais difícil? Justifique? Quais são os elementos que dificultam o movimentar-se dentro do ritmo? Foi difícil produzir movimentos com uma nova estrutura de marcação semelhante a do rock/soltinho? Quais os comentários e conclusões acerca das atividades e do ritmo em questão?

Verificar junto a turma, se compreenderam as manifestações culturais que integram o tema: o ritmo, a letra e a dança.