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Corridas rústicas

 

24/07/2012

Autor e Coautor(es)
Eliete do Carmo Garcia Verbena e Faria
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JUIZ DE FORA - MG Universidade Federal de Juiz de Fora

Agostinho Beethoven Macedo Beghelli Filho

Estrutura Curricular
Modalidade / Nível de Ensino Componente Curricular Tema
Ensino Médio Educação Física Esporte: Projetos de formação dos alunos
Dados da Aula
O que o aluno poderá aprender com esta aula

- Identificar elementos capazes de interferir no desenvolvimento da corrida realizada ao ar livre;

- Identificar as adaptações realizadas no ato de correr, necessárias às diversas peculiaridades do percurso;

- Vivenciar a corrida com as mudanças de ritmo e de esforço proporcionadas pelas características do percurso escolhido no entorno da escola;

- Discutir as corridas rústicas como fenômeno crescente da sociedade atual.

Duração das atividades
A aula será organizada em três encontros, com duração total de 200 minutos.
Conhecimentos prévios trabalhados pelo professor com o aluno

Nesta aula os alunos vivenciarão a corrida rústica, a análise dos aspectos fisiológicos, a criação de um percurso de corrida e a vivência do mesmo.

Espera-se que o aluno reconheça que no componente curricular Educação Física o conhecimento se desenvolve a partir da vivência das atividades que formam o acervo de movimentos desenvolvidos pela humanidade ao longo de sua história e sistematizados no que se tem chamado de cultura corporal de movimentos.

Considerando a idade e o estágio de desenvolvimento dos alunos do Ensino Médio, há conhecimentos de natureza histórica, filosófica, sociológica, física, biológica e química, por exemplo, que vêm sendo trabalhados por outros componentes curriculares ao longo do processo de formação do aluno e que subsidiam o entendimento do esporte como manifestação cultural que se baseia na realização de movimentos sistematizados e de diferentes graus de complexidade em sua execução.

Em termos de vivência prática, a temática aborda a corrida, em diferentes espaços e de diferentes formas e, para tanto, é necessário que o aluno tenha conhecimento sobre a técnica básica de execução da corrida, bem como suas variações no que se refere a sentido, velocidade e associação com saltos, por exemplo.

Estratégias e recursos da aula

A aula será organizada em três encontros, com tempos diferentes, nos quais os alunos vivenciarão a corrida rústica, a análise de aspectos fisiológicos e a criação de um percurso de corrida.

1º ENCONTRO - 100 minutos

Esse encontro foi proposto com um tempo ampliado na expectativa de que a vivência da corrida rústica e a reflexão sobre Frequência Cardíaca fossem trabalhadas de forma articulada. Caso a organização do tempo tal como proposto seja uma dificuldade, sugere-se que haja uma subdivisão desse encontro em dois outros de 50 minutos cada: um para a vivência da corrida rústica e outro para o trabalho da Frequência Cardíaca.

Momento 1:

Os alunos serão informados sobre a organização da aula e dos objetivos relativos a este primeiro encontro. Será feita uma discussão sobre a importância da variação da Frequência Cardíaca (FC) durante a corrida e a sua relação com a intensidade do esforço e a condição de treinamento físico dos praticantes. Em caso de dúvida, os alunos serão esclarecidos sobre como fazer a tomada da Frequência Cardíaca (pulso radial, pulso carotídeo ou uso de frequencímetro).

Para compreensão da FC, sua variação e sua importância na prática de corrida rústica, os alunos vivenciarão a prática da corrida rústica no entorno da escola em um trajeto definido pelo professor e serão orientados a perceberem diferenças na forma de correr em função de peculiaridades do percurso. As diferenças na forma de correr podem incluir aspectos variados como amplitude das passadas, inclinação do tronco, movimentação dos braços, etc. Em pontos estratégicos, como no início e no término da corrida e em trechos plano e em aclive, serão orientados a parar para verificar a Frequência Cardíaca.

Será necessário anotar a FC identificada nos momentos definidos.

OBS.: Em caso de dificuldade em sair com os alunos da escola, pode-se adaptar um percurso no espaço escolar para a realização da vivência da corrida rústica.

Exemplo: Proposta de percurso no entorno de uma escola.                           

Fonte: Google Maps (Acesso 19/05/2012)

Momento 2:

Retornando à escola, os alunos expressarão suas percepções sobre a corrida rústica em um debate. Após, eles retomarão as Frequências Cardíacas identificadas durante o percurso analisando a condição apresentada por eles na atividade e farão o cálculo da zona alvo. O cálculo das zonas alvo de trabalho leva em consideração algumas variáveis da Frequência Cardíaca:

A Frequência Cardíaca máxima que é o maior número de batimentos cardíacos por minuto que o aluno poderia atingir, é calculada pela fórmula: FCmax = 210 – (0,65 x idade).

Outra variável é a Frequência Cardíaca de Reserva (FCR), caracterizada como a diferença entre a Frequência Cardíaca máxima e a Frequência Cardíaca de repouso (FCR =  FCmax - FCrep). Esta frequência cardíaca de reserva é aquela que efetivamente sofre variações em função do exercício realizado.

A Zona Alvo de Treinamento (ZAT) é definida por um limite inferior de Frequência Cardíaca que é a menor intensidade de esforço capaz de produzir determinados efeitos de treinamento e um limite superior de Frequência Cardíaca que é a maior intensidade de esforço que produz o mesmo efeito de treinamento. Assim, para o cálculo da ZAT utilizam-se as fórmulas:

ZAT = (FCR x i) + FCrep (*)

onde "i" pode ser obtido na tabela(**) a seguir, de acordo com os percentuais indicados para a finalidade pretendida (coluna Intensidade) e para os Efeitos de Treinamento pretendidos.

Intensidade

Efeitos de treinamento

Atividade moderada
(50-60% FCmax)

Esta é a zona de treinamento para: pessoas sedentárias que estão começando uma atividade física e aqueles que estão voltando de contusão ou problema de saúde. Também é nesta zona que os corredores devem fazer o aquecimento e desaquecimento de treinamentos mais intensos. Alguns benefícios ao se exercitar nesta zona são o fortalecimento do coração e redução de: colesterol, gordura corporal, pressão sanguínea e risco de doenças degenerativas.

Controle de peso
(60-70% FCmax)

Nesta intensidade o seu organismo utiliza mais gordura como fonte de energia. Nesta zona você fortalece o seu coração e a partir desta intensidade seu organismo começa a sofrer os efeitos positivos do treinamento aeróbico.

Aeróbica
(70-80% FCmax)

Treinando nesta zona você não só beneficiará seu coração, mas também o seu sistema respiratório. Correndo nesta zona irá aumentar a sua capacidade aeróbica ao: aumentar sua capacidade pulmonar; aumentar o número e tamanho dos seus vasos sanguíneos; e fortalecer e aumentar o tamanho do coração.

Limiar anaeróbico
(80-90% FCmax)

Se o seu objetivo é apenas manter a forma provavelmente não deverá gastar muito tempo treinando nesta zona. No limiar anaeróbico seu treinamento começa a ficar mais anaeróbico do que aeróbico. Em algum ponto nesta zona o seu coração não será capaz de bombear sangue e oxigênio suficientes para suprir os músculos em atividade e seu organismo terá que usar fontes anaeróbicas de energia. Nesta zona você treinará seu corpo para metabolizar eficientemente o ácido lático. Está é uma zona de treinamento dura, então não deve treinar nela por mais de uma hora.

Esforço Máximo
(90-100% FCmax)

Você não deve correr nesta zona a menos que esteja em ótima forma. Está é uma zona de alto risco de contusões. Nesta zona você se exercitará acima do limiar anaeróbico e seu corpo trabalhará em regime de débito de oxigênio. Se treinar neta zona, permaneça por períodos curtos de tempo.

(*) - Mais detalhes sobre a zona alvo e a fórmula de cálculo em http://www.efdeportes.com/efd67/aerobico.htm

(**) - Tabela adaptada de http://www.copacabanarunners.net/zona.html

(Acessos 22/05/2012)

 

Momento 3:

Esse encontro será encerrado com a solicitação de que os alunos pesquisem sobre identificação de percurso pelo “Google Maps”, pois essas informações serão necessárias para as próximas atividades.

 

2º ENCONTRO – 50 minutos

Momento 1:

Os alunos serão informados sobre os objetivos desse encontro e se estabelecerá um diálogo sobre definição de percurso, tema da pesquisa solicitada anteriormente.

Momento 2:

Esse momento deverá acontecer em um laboratório de informática com acesso à internet. Os alunos se dividirão em grupos de 6 a 8 integrantes para a criação de um percurso que será utilizado segundo as orientações dadas pelo professor. Para que a atividade contemple, com segurança, as características da corrida rústica, bem como as possibilidades de vivência pela turma, algumas orientações serão colocadas:

·         Percurso de até 2 km;

·         Iniciar e finalizar na escola;

·         Percurso em um raio de aproximadamente 1 km da escola;

·         Diversificar as características do percurso estabelecido.

Após a criação do percurso, será feita uma discussão sobre espaço urbano e sua influência sobre a prática da corrida rústica. Será também definido o percurso, dentre aqueles criados pelos alunos, que será vivenciado no próximo encontro.

 

3º ENCONTRO – 50 minutos

Momento 1:

Os alunos serão informados sobre os objetivos desse encontro que tem como propósito vivenciar o percurso de corrida rústica criado no encontro anterior e aplicação dos conhecimentos acerca da atividade física e a resposta de FC ao exercício. 

Momento 2:

Vivência da corrida rústica a partir do trajeto elaborado pelos alunos, com verificação da FC no início e final do trajeto, além de outros pontos indicados durante a elaboração do percurso.

Momento 3:

Discussão acerca das percepções sobre os níveis de esforços realizados nas duas experiências vivenciadas relacionando-as às zonas alvo de FC calculadas, sobre as variações na corrida em função das características dos diversos trechos do percurso e sobre a corrida rústica na cidade e região onde vivem.

Recursos Complementares

Textos de apoio ao professor:

Espaços e políticas de esporte e lazer como componentes essenciais na agenda de planejamento municipal. Disponível em: http://www.ceap.br/artigos/ART27082009163148.pdf (Acesso em 25/05/2012).

A cidade e os grandes eventos olímpicos: uma geografia para quem? Disponível em: http://www.efdeportes.com/efd78/geo.htm (Acesso em 22/05/2012).

Material de apoio ao aluno:

Mapas coletivos: Disponível em http://www.mapascoletivos.com.br/main

Programa Nacional de Marcha e de Corrida. Disponível em: http://www.marchaecorrida.pt/frequenciacardiaca.htm

(Acessos 22/05/2012).

Avaliação

Os alunos serão avaliados considerando as seguintes atividades:

- Apresentação de um percurso variado que permita experimentar diferentes situações de corrida;

- Análise da variação da Frequência Cardíaca relacionada a cada finalidade de prática de corrida (zona alvo) e identificação dos níveis de esforços correspondentes relacionando-os à fórmula de cálculo da FCmax.

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