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Música, charge e caricatura: representações do Estado Novo (1937/1945)

 

24/05/2013

Autor e Coautor(es)
LEIDE DIVINA ALVARENGA TURINI
imagem do usuário

UBERLANDIA - MG Universidade Federal de Uberlândia

Eliana Dias e Lazuíta Goretti de Oliveira

Estrutura Curricular
Modalidade / Nível de Ensino Componente Curricular Tema
Ensino Médio Sociologia Poder, política e Estado Moderno
Ensino Médio Sociologia Cultura e diversidade cultural
Ensino Médio História Poder
Ensino Médio História Processo histórico: nações e nacionalidades
Ensino Médio História Tempo: transformações e mentalidades
Ensino Médio Sociologia Ideologia e a indústria cultural
Ensino Médio História Memória
Ensino Médio História Cultura
Dados da Aula
O que o aluno poderá aprender com esta aula

Definir e diferenciar os conceitos de charge e caricatura.

Reconhecer a charge e a caricatura como fontes históricas relevantes para a compreensão das representações sobre o Estado Novo produzidas entre os anos 30 e 40 do século passado. 

Identificar a censura praticada na música produzida no período em questão como parte do projeto de controle social e político do governo Vargas no Estado Novo. 

Compreender as principais características do período do governo de Getúlio Vargas denominado de Estado Novo (1937/1945).

Duração das atividades
06 aulas de 50 minutos cada.
Conhecimentos prévios trabalhados pelo professor com o aluno

Aspectos gerais do governo de Getúlio Vargas no Brasil (1930/1945 e 1951/1954).

Estratégias e recursos da aula

Estratégias:

  • Interpretação de fontes orais e escritas
  • Seleção e interpretação de fontes iconográficas
  • Trabalhos individuais e em grupo
  • Análise de livros didáticos e paradidáticos
  • Debate

 

Recursos:

  • Laboratório de Informática, tablet, notebook
  • Internet
  • Power Point ou programa similar
  • Base de dados da Biblioteca Nacional Digital do Brasil

 

Módulo 1 - O tema em foco: Golpe de Estado e instauração do Estado Novo

 

Atividade 1

Vargas e o Estado Novo

http://www.igeduca.com.br/biblioteca/que-dia-e-hoje/getulio-vargas-implanta-o-estado-novo.html. Acesso em 16/05/2013

 

a. Inicie as atividades deste módulo, solicitando aos alunos que leiam o texto acima. O mesmo pode ser reproduzido pelo professor ou acessado na internet, no link indicado. 

b. O texto tem o objetivo de introduzir o período em foco nesta proposta didática: o Estado Novo, período do governo de Getúlio Vargas que durou de 1937 a 1945. Peça aos alunos para relacionarem a pergunta feita (Que dia é hoje?) com a data colocada imediatamente abaixo (10/11/1937). A partir da leitura realizada, os alunos devem responder a questão formulada. Afinal, o que aconteceu neste dia?

c. O texto fala em um golpe de Estado na época. Explique o que isto significa e quais elementos são utilizados no texto para reforçar a afirmação.

Para auxiliar os alunos na discussão, confira o texto "O que é um golpe de Estado?" no link: http://revistaescola.abril.com.br/geografia/fundamentos/golpe-estado-honduras-501894.shtml

Atividade 2

Ainda com o objetivo de apresentar o tema abordado nesta proposta, os alunos podem conferir a questão abaixo, relativa à Prova de História do Enem 2009. A questão chama a atenção para a centralização do poder nas mãos de Getúlio Vargas, durante o período de seu governo intitulado Estado Novo. Ela poderá ser reproduzida em papel ou acessada no link indicado:

O autor da constituição de 1937, Francisco Campos, afirma no seu livro, O Estado Nacional, que o eleitor seria apático; a democracia de partidos conduziria à desordem; a independência do Poder Judiciário acabaria em injustiça e ineficiência; e que apenas o Poder Executivo, centralizado em Getúlio Vargas, seria capaz de dar racionalidade imparcial ao Estado, pois Vargas teria providencial intuição do bem e da verdade, além de ser um gênio político.

CAMPOS, F. O Estado nacional. Rio de Janeiro: José Olympio, 1940 (adaptado).

Segundo as ideias de Francisco Campos:

a) Os eleitores, políticos e juízes seriam mal-intencionados.

b) O governo Vargas seria um mal necessário, mas transitório.

c) Vargas seria o homem adequado para implantar a democracia de partidos.

d) A Constituição de 1937 seria a preparação para uma futura democracia liberal.

e) Vargas seria o homem capaz de exercer o poder de modo inteligente e correto.

Resposta: e

Habilidade: Interpretar historicamente e/ou geograficamente fontes documentais acerca de aspectos da cultura.

Disponível em: http://www.historiadigital.org/historia-do-brasil/brasil-republica/era-vargas/questao-enem-2009-constituicao-de-1937/. Acesso em 17/05/2013

Antes de apresentar a resposta aos alunos, o professor deve solicitar a  eles que leiam a questão e a respondam individualmente. Depois, o professor deve escolher alunos que irão indicar quais são as alternativas incorretas e por que, até que se chegue à alternativa “e” como aquela que possui a resposta mais coerente para o texto da questão.

 

A partir dessa discussão inicial, apresente aos alunos a proposta de buscar compreender aspectos do ESTADO NOVO, por meio de um trabalho com charges, caricaturas e música produzidas na época. Vamos lá?

 

Módulo 2 - A utilização da charge e da caricatura como fontes históricas

 

Atividade 1

Definindo e diferenciando os conceitos de charge e caricatura

 

a. Para iniciar a atividade, o professor deve questionar os alunos: o que é uma charge? Quais as suas características? E a caricatura? Vocês saberiam diferenciá-las? Saberiam dizer onde já viram charges e caricaturas?

b. Depois de ouvir os alunos, peça a eles que escrevam, ainda sem consultar nenhum tipo de material (dicionário, enciclopédia, livro, revista etc.), um conceito para cada um dos termos (charge e caricatura), a partir do que discutiram. É importante que o professor parta dos conhecimentos prévios dos alunos sobre o tema proposto. Muitas vezes trabalhamos com nossos alunos determinados conceitos como se os mesmos fossem familiares a eles e descobrimos depois, com surpresa, que não são. O questionamento proposto no item "a" auxiliará o professor a observar esta questão.

c. Em seguida, introduza os dois conceitos pelo material mais acessível aos alunos na escola: o dicionário. Caso a escola conte com Laboratório de Informática ou  os alunos tenham acesso a notebooks/tablets, eles poderão consultar dicionários on line. Por exemplo, no Novo Dicionário AURÉLIO da Língua Portuguesa (1986), encontramos as seguintes definições:

Charge: representação pictórica, de caráter burlesco e caricatural, em que se satiriza um fato específico, em geral de caráter político e que é do conhecimento público. Caricatura: desenho que, pelo traço, pela escolha dos detalhes, acentua ou revela certos aspectos caricatos de pessoa ou fato. Representação burlesca em que se arremedam ou satirizam comicamente pessoas e fatos. Reprodução deformada de algo.

d. Ainda com o objetivo de definir e diferenciar os conceitos de charge e caricatura, indique aos alunos a leitura do texto abaixo:

A diferença entre charge e caricatura

Acreditem em mim: pouquíssimas pessoas sabem a diferença entre charge e caricatura. Excetuando-se os profissionais da área e os admiradores de ambas as artes, a maioria ainda pensa se tratar da mesma coisa, mas com nomenclaturas diferentes. Não é. (...)

Confira o texto na íntegra no link: http://blogs.estadao.com.br/tragico-e-comico/2010/02/28/a-diferenca-entre-charge-e-caricatura/. Acesso em 17/05/2013

 

e. Os alunos devem fazer uma leitura individual e atenta do texto.

f. Após a leitura, peça aos alunos para falarem sobre as semelhanças e/ou diferenças entre as suas definições prévias e as encontradas no dicionário e no texto trabalhado. Em seguida, a partir de toda a discussão realizada, proponha a reelaboração coletiva dos dois conceitos pelos alunos, sob a sua orientação.

g. Após a conceituação, os alunos devem buscar em jornais, revistas ou na internet, um exemplo concreto de charge e de caricatura. Eles mesmos podem trazer de casa esses materiais ou o próprio professor pode levá-los para a sala de aula, para seleção e análise dos alunos.

[atenção] Neste momento, a proposta não é o trabalho com charges e caricaturas específicas da Era Vargas. Para a melhor compreensão dos dois conceitos, trabalhe inicialmente com charges e caricaturas referentes à atualidade. O trabalho com o período em questão deverá ser precedido de uma reflexão sobre a importância da charge e da caricatura enquanto fontes históricas, o que será feito na atividade seguinte.

 

h. Divida os alunos em grupos. Eles deverão socializar, no grupo, o material reunido com os exemplos de charge e caricatura. Após a análise, cada grupo deverá escolher uma charge e uma caricatura (dentre as analisadas) para apresentar aos demais colegas da turma.

i. Na apresentação, os grupos deverão ressaltar os traços marcantes de cada gênero textual: os elementos observados e a composição dos mesmos (pessoas, objetos,  vestimentas, cenário, fisionomias/expressões, metáforas, exageros, deformação de características etc.), além do tipo de linguagem utilizada (confira no Portal do Professor a aula "Linguagem verbal, não verbal e mista" disponível no link: http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=23921), entre outros aspectos.

 

Atividade 2

A charge e a caricatura como fontes históricas

 

a. Lendo sobre o assunto, o professor descobrirá que existem muitos estudos e debates a respeito dos conceitos relacionados ao chamado "humor gráfico" (caricatura, charge, cartum etc.) e nem sempre os autores concordam quando se trata de explicitar claramente uma definição e uma diferenciação dos conceitos. (Confira, em Recursos Complementares, algumas fontes que discutem esta questão). Para esta atividade, é fundamental destacar a relevância de fontes iconográficas como a charge e a caricatura para as reflexões de natureza histórica. Assim, a sugestão abaixo é para leitura do professor, para que tenha os subsídios necessários para o trabalho que será realizado:

Sugestão de leitura: Caras e Caretas. Texto disponível na íntegra em: http://cursoaprovando.com.br/admin/assets/downloads/Meu%20nome%20%C3%A9%20Brasil00011345755572777.pdf. Acesso em 16/05/2013

Neste texto, a autora Sheila do Nascimento Garcia, ao propor um trabalho com charges e caricaturas publicadas pela Revista Careta durante o Estado Novo, afirma:

(...) O trabalho com fontes iconográficas deve ser construído a partir de reflexões e questionamentos que objetivem desvendar que leituras sobre determinado período histórico estão sendo oferecidas aos leitores. Incentivem seus alunos a ultrapassar o mero exercício descritivo das imagens e a penetrar realmente no universo cultural, político e social das charges. Se as primeiras respostas indicarem apenas a etapa da descrição superficial, questione os possíveis motivos que levaram o chargista a escolher determinada cor, símbolo, objeto ou expressão facial, e quais as mensagens inerentes a essas escolhas, em relação ao assunto retratado.

 

b. Após a leitura do texto, o professor deverá conversar com os alunos, ressaltando que:

A charge é um recurso importante para o ensino/estudo da História não apenas por ser uma representação pictórica – o que de início já se define como uma provocação para os alunos – mas também por ter como princípio inerente a possibilidade de reflexão sobre uma determinada situação, fato, ideia. Ao fazer a opção pelo trabalho com a charge é importante reconhecer nesta linguagem um potencial para a reflexão histórica, não a encarando como mera ilustração, como muitas vezes acontece, particularmente em manuais didáticos. É importante levar o aluno a perceber a historicidade presente em outras fontes e linguagens que não o texto escrito. Isso pode contribuir para aguçar a sua capacidade de interpretação e espírito crítico, permitindo-lhe estabelecer relações entre fontes e/ou linguagens utilizadas no estudo de temas históricos.

 
c.
Para que os alunos tenham clareza da proposta, peça a eles para acessarem a aula "A charge na sala de aula, uma perspectiva para o ensino e a aprendizagem de História", na qual encontrarão um trabalho com uma charge do precursor deste gênero textual que é, segundo Fernando Moretti, Honoré Daumier (confira dados do autor clicando em seu nome) bem como um trabalho com a primeira charge política impressa e publicada no Brasil. As atividades desenvolvidas na aula podem auxiliar os alunos na atividade que será realizada no módulo 3.

Link da aula no Portal do Professor: http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=5406

 

Módulo 3 - Charge e caricatura dos anos 30 e 40 do século XX: representações do Estado Novo

 

Atividade 1

Os alunos como agentes do processo de seleção e análise de fontes sobre o Estado Novo

Partindo das reflexões e atividades realizadas no módulo 2, a proposta para esta atividade é a seleção e leitura, pelos alunos, de charges e caricaturas relacionadas ao contexto político, econômico e social do Brasil durante o Estado Novo, para a construção de interpretações históricas sobre o período.

Fique atento(a)!                  

 Nesta atividade, os alunos deverão selecionar somente charges e caricaturas  produzidas durante o Estado Novo e publicadas em revistas e jornais da época.

Roteiro de Atividades:

a. Para essa atividade os alunos precisarão de computadores e acesso à internet.

b. Divida os alunos em nove grupos. Em turmas de 27 alunos, por exemplo, serão 3 alunos por grupo. Caso as turmas sejam maiores, o professor fará a divisão equitativa dos alunos. Justificativa: cada grupo ficará com um ano do Estado Novo para pesquisar. De 1937 a 1945 são nove anos.

c. Oriente os alunos a acessarem o site da Biblioteca Nacional Digital do Brasil, no link: http://bndigital.bn.br/.

d. Na parte superior do site, à direita, será possível visualizar o mecanismo de BUSCA. Para esta atividade, a sugestão é que os alunos procurem charges e caricaturas relativas ao Estado Novo na Revista Careta. Sendo assim, escreva no sistema de busca a palavra CARETA. Confira na imagem abaixo:

Site Biblioteca Nacional

http://bndigital.bn.br/. Acesso em 17/05/2013

 

e. Clicando em busca, o sistema colocará à disposição dos alunos  o link abaixo, no qual eles encontrarão uma página com todos os anos da Revista Careta, de 1908 a 1960. Confira:

Site Biblioteca Nacional 2

 http://objdigital.bn.br/acervo_digital/div_periodicos/careta/careta_anos.htm. Acesso em 17/05/2013

f. Clicando no ano definido para o seu grupo (conforme orientações do item b), os alunos terão à disposição os periódicos de todos os meses. Aí bastará "folhear digitalmente" o periódico em busca de charges e caricaturas relacionadas ao Estado Novo. Como exemplo, veja abaixo a página relativa ao ano de 1937:

Site Biblioteca Nacional 3

 

g. Além da Revista Careta, a Biblioteca Nacional tem um acervo que disponibiliza outros periódicos da época. A escolha pela revista foi estimulada pelo trabalho desenvolvido por Sheila do Nascimento Garcia, como mencionado no módulo 2, pois como a autora ressalva, "durante o Estado Novo, as charges da revista Careta funcionaram como uma oposição inteligente à propaganda oficial do governo Vargas". Assim, embora houvesse o exercício de um projeto de dominação política e social alicerçado em uma dada imagem de Vargas e seu governo, havia também espaços para a crítica dessa imagem e, portanto, para a oposição. É o que podemos ver em muitas publicações da revista em questão.

Confira, abaixo, algumas charges extraídas desta rica fonte histórica e suas respectivas temáticas. Estas e outras charges e caricaturas poderão ser objeto de análise pelos grupos:

 

 Acróstico

 

Careta 2

Careta 3

1. Revista Careta. 24/04/1937. No. 1505

2. Revista Careta. 17/07/1937. No. 1517 3. Revista Careta. 18/12/1937. No. 1539

 A charge satiriza a campanha presidencial em torno da sucessão de Getúlio Vargas em 1937.  Entretanto, a sucessão não ocorreu devido ao golpe de Estado e isto possibilita aos alunos discutirem, por exemplo, tanto o sentido da frase de Vargas "– Sim, haverá ‘sucessão’, isto é, sucesso grande! O vencedor está entre esses nomes", quanto o fato de o nome de Vargas aparecer ao centro, determinando o arranjo do acróstico. 

O candidato José Américo prepara o seu discurso enquanto Getúlio Vargas fica escondido e à espera para fazê-lo tropeçar. A charge possibilita uma reflexão sobre as reais intenções de Getúlio Vargas, que pretendia permanecer no poder e não garantir o processo de sucessão. A charge discute o fechamento da Câmara por Getúlio Vargas possibilitando uma reflexão sobre as medidas autoritárias e repressivas adotadas no Estado Novo.

Acesso em 16 de maio de 2013

1. http://objdigital.bn.br/acervo_digital/div_periodicos/careta/careta_1937/careta_1937_1505.pdf

2. http://objdigital.bn.br/acervo_digital/div_periodicos/careta/careta_1937/careta_1937_1517.pdf

3. http://objdigital.bn.br/acervo_digital/div_periodicos/careta/careta_1937/careta_1937_1539.pdf

 

 

Careta 4 Situação Financeira A bola do dia
1. Revista Careta. 25/12/1937. No. 1540 2. Folha da Noite. 29/11/1945 3. O Globo. 14/06/1945
A charge satiriza a dissolução dos partidos políticos no governo de Getúlio Vargas e possibilita uma reflexão sobre a repressão e o autoritarismo inerentes ao Estado Novo. A charge critica a situação econômica do Brasil ao final do governo Vargas, trazendo uma possibilidade de aprofundamento desta questão no período. A charge satiriza a longevidade do governo Vargas que, em seu primeiro governo, ficou 15 anos na presidência do país. Os alunos podem aprofundar uma reflexão sobre os fatores que explicam a permanência de Vargas no poder.

Acesso em 16 de maio de 2013

1. http://objdigital.bn.br/acervo_digital/div_periodicos/careta/careta_1937/careta_1937_1540.pdf

2. http://chargistaclaudio.zip.net/arch2012-04-22_2012-04-28.html

3. http://mestresdahistoria.blogspot.com.br/2012/06/uma-leitura-da-era-vargas-atraves-das.html

 

h. Para a análise das charges e caricaturas, é importante que o professor oriente os alunos a:

1. Anotar a data de publicação, o número da edição da revista e o autor (se houve um autor que assine o trabalho).

2. Fazer inicialmente a descrição de todos os elementos observados na charge ou caricatura: pessoas, objetos, vestimentas, cenário, fisionomias/expressões, metáforas, exageros, deformação de características etc.

3. Observar e anotar a linguagem utilizada na charge ou caricatura: verbal, não verbal, mista.

4. Proceder ao trabalho de interpretação da charge/caricatura, situando-a em seu contexto social, político, cultural.

5. Buscar informações em outras fontes, as quais possibilitem aprofundar a(s) ideia(s) central(is) da charge/caricatura.

6. Organizar os dados da análise em um editor de texto, para que possa ser socializado posteriormente com os colegas.

 

i.  Como os alunos encontrarão, com certeza, um grande número de charges e caricaturas em um ano da revista, a sugestão é que cada grupo selecione pelo menos 3 (três) entre aquelas que forem consideradas mais significativas e representativas do período. Esta definição deverá ser discutida entre alunos e professor.

j.  Ao final do trabalho de seleção e análise das charges e caricaturas referentes ao Estado Novo, os grupos devem apresentar o resultado do trabalho para os demais colegas da turma, em data previamente marcada pelo professor.

 

Módulo 4 - Censura e controle social na música produzida no Estado Novo

 

Atividade 1

A música também é uma fonte histórica de grande relevância para o estudo do Estado Novo, uma vez que pode nos dar a dimensão tanto da manipulação política e ideológica do governo Vargas, quanto também da crítica e da oposição ao regime. Pois, conforme Isabel Cristina Gallindo Perez:

Nada melhor que as canções tão presentes na vida dos brasileiros das décadas de 1930 e 1940 para se analisar o período Vargas, tendo como foco como as mesmas foram controladas e censuradas pelo Departamento de Imprensa e propaganda, o DIP. A música pode ser considerada como um canal de expressão de uma sociedade em um dado período de tempo.

Disponível em: http://www.gestaoescolar.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/producoes_pde/artigo_isabel_cristina_galindo_perez.pdf Acesso em 17/05/2013

Para iniciar as atividades, os alunos vão acessar a internet para ouvir o programa MPB na Era Vargas, de Tehrence Veras. Confira o link e também a descrição feita por ele no site:

Programa

“O tema que abordo nessa edição é música e política. Mais especificamente a feita na chamada era de ouro, que abrange os anos 30,40 e 50. Vou mostrar como a música popular pode e deve ser usada para conhecer melhor o país politicamente. Nesse caso, o Brasil durante a época da ditadura Vargas. É bom ressaltar que a quantidade de músicas com teor político dessa época é enorme. Pincelei apenas algumas que serviram para ilustrar as histórias desse tempo.”

http://www.overmundo.com.br/banco/mpb-na-era-vargas. Acesso em 17/05/2013

 

Roteiro para a atividade:

a. O áudio tem pouco mais que 9 minutos. Os alunos devem ouvi-lo atentamente uma primeira vez, sem interrupções e comentários.

b. Em seguida, o professor deverá propor que ouçam uma segunda vez, parando a cada música mencionada pelo narrador, identificando o gênero musical. Oriente os alunos a atentarem para as informações fornecidas por Tehrence Veras a respeito das canções do programa.

c. O professor deverá dividir os alunos em grupos, sendo que cada grupo ficará responsável pela análise de uma música veiculada no período em estudo. No áudio, Tehrence Veras cita canções como Glórias do Brasil, É negócio casar, Bonde São Januário, O trem atrasou. Entretanto, para esta atividade, outras músicas que não estão no áudio (como Canção do Trabalhador e Lenço no pescoço, por exemplo) também podem ser analisadas. Oriente os alunos a fazerem uma pesquisa prévia de canções dos anos 30 e 40 do século XX no Brasil. Os alunos podem encontrar letra, áudio, vídeo e informações sobre a canção selecionada em sites de busca na internet.

Questões norteadoras para o trabalho de análise das músicas:

1. Inicialmente os alunos deverão buscar a letra integral da música (no áudio são apresentados apenas fragmentos), o compositor e o intérprete da mesma, ano de lançamento e outras informações técnicas que julgarem oportunas.

2. Depois, iniciando o trabalho de análise, deverão identificar e buscar informação sobre o gênero musical da canção (samba, marchinha etc.).

3. Em seguida, os alunos deverão situar a canção em seu contexto social, político, cultural, discutindo sobre a mensagem/ideia central veiculada pela mesma.

d. Para que o professor possa orientar os alunos, colocamos abaixo um exemplo de análise feita com a música "Bonde São Januário", extraída de outra aula que fizemos, em coautoria com o professor Elmiro Lopes da Silva e Getúlio Ribeiro:

Nesta atividade, analisaremos uma música que foi censurada pelo DIP, num dos casos mais conhecidos da história da música brasileira durante a Era Vargas.

A música é "Bonde São Januário", composta por Wilson Batista e Ataulfo Alves, famosos sambistas da época.

Foi lançada em 1941, ou seja, em pleno momento de atuação do DIP.

LETRA da música conforme lançada

"Bonde São Januário" - Letra censurada pelo DIP

Quem trabalha
É quem tem razão
Eu digo
E não tenho medo
De errar

Quem trabalha...

O Bonde São Januário
Leva mais um operário
Sou eu
Que vou trabalhar

O Bonde São Januário...

Antigamente
Eu não tinha juízo
Mas hoje
Eu penso melhor
No futuro
Graças a Deus
Sou feliz
Vivo muito bem
A boemia
Não dá camisa
A ninguém
Passe bem!

 

Letra disponível em: http://letras.terra.com.br/wilson-batista/259906/

Quem trabalha
É quem tem razão
Eu digo
E não tenho medo
De errar

Quem trabalha...

O Bonde São Januário
Leva mais um sócio otário
Sou eu
Que vou trabalhar

O Bonde São Januário...

Antigamente
Eu não tinha juízo
Mas hoje
Eu penso melhor
No futuro
Graças a Deus
Sou feliz
Vivo muito bem
A boemia
Não dá camisa
A ninguém
Passe bem!

 

Fonte: http://drzem.blogspot.com/2009/12/o-bonde-sao-januario-o-bonde-que-leva.html

 

Para discutir a música:

1. Como a letra da música fala do trabalho?

2. É possível estabelecer uma relação entre a letra da canção e a política do governo de Getúlio Vargas, no Estado Novo? Explique.

Após comparar a letra censurada com a letra da música conforme lançada, responda:

1. Você percebeu alguma diferença entre as duas? Identifique.

2. A mudança realizada na letra influenciou o sentido da canção? Por quê?

3. É possível dizer que a letra original confronta a política de Getúlio Vargas durante o Estado Novo? Justifique

Confira a aula "Música Brasileira e Era Vargas - UCA", no link do Portal do Professor: http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=31032

 

Sobre a música em questão, "Bonde São Januário", o professor e os alunos podem conferir também uma proposta de trabalho realizada por Lilian Aguiar, intitulada "Música e Censura na Era Vargas", no link: http://educador.brasilescola.com/estrategias-ensino/musica-censura-na-era-vargas.htm

e. Após terminarem a análise das letras conforme orientações, os grupos deverão apresentar os resultados do trabalho realizado para os colegas, utilizando para isto um programa de produção e apresentação de slides, disponível em computadores da escola, e data show.

 

Atividade 2

 

DEBATE

Após a apresentação de cada grupo, promova um debate entre os alunos para que possam socializar as reflexões e discutir possíveis dúvidas que não foram esclarecidas durante as apresentações.

a. O professor deve ser o coordenador do debate, colocando as regras para a dinâmica, fazendo a inscrição dos alunos que desejam falar, controlando o tempo das falas, levantando questões que devem ser priorizadas na discussão, intervindo se houver eventuais problemas, como alunos que fugirem da temática ou que não respeitarem a fala dos colegas, anotando questões que devem ser retomadas para esclarecimentos ao final da dinâmica, entre outros.

b. No decorrer do debate a participação é livre e todos os alunos podem pedir a palavra sempre que julgarem necessário. Cabe ao coordenador (professor) administrar as falas para que todos que solicitarem um tempo sejam contemplados e possam expor as suas considerações sobre o tema.

c. Ao final do debate, o coordenador deve estipular um tempo mínimo (por exemplo, 1 minuto) para que cada um dos membros participantes do debate possam expor as suas últimas considerações sobre o tema. Portanto, aqueles que falaram menos ou que não falaram nada durante o debate também terão a oportunidade de colocar as suas conclusões.

d. Para fechar a dinâmica, o professor/coordenador apresentará as questões que anotou durante o debate, as quais necessitam de esclarecimentos, colocando as suas próprias considerações sobre o tema.

Módulo 5 - Os alunos investigam o tema no livro didático e paradidático de   

 

Roteiro da atividade:

Para concluir as atividades, proponha aos alunos uma investigação sobre a utilização de charges, caricaturas e música no tratamento do tema Estado Novo no livro didático e paradidático de História. Para tanto:

a. Os alunos devem investigar os livros didáticos e paradidáticos de História disponíveis na própria escola.  

b. Divida os alunos em grupos. Cada grupo ficará responsável pela análise de um livro didático ou paradidático. A escolha será feita sob a orientação do professor.

c. Questões norteadoras do trabalho de análise/investigação a ser realizado pelo grupo:

1. O livro didático investigado utiliza alguma fonte trabalhada nesta proposta (charge, caricatura e música)? Qual?

2. No livro analisado, as fontes utilizadas (charge, caricatura ou música) foram produzidas durante o Estado Novo (caso da nossa proposta) ou foram elaboradas na atualidade, por autores que tiveram a intenção de representar por meio delas um determinado fato histórico, para compor material didático e paradidático?

Esta questão é importante porque há, por exemplo, uma grande utilização de charges e caricaturas feitas especificamente para o livro didático, as quais representam a visão do autor do livro sobre o fato histórico e não a visão daqueles que viveram o fato à época. Isto não significa que essas fontes não sejam interessantes para o ensino/estudo de História, já que são interpretações históricas, mas certamente possuem outras características e como tal devem ser tratadas.

3.Os alunos devem observar como a fonte é tratada no material didático: apenas “ilustram” o assunto ou são discutidas, interpretadas pelo autor no contexto das discussões propostas sobre o tema? A charge/caricatura/música é contextualizada em seu universo cultural, social, político pelo autor do material didático?

4. Qual a interpretação do grupo sobre a fonte analisada? Coincide totalmente com a do autor do material didático (caso ele tenha feito alguma interpretação)?


d. Depois do trabalho de análise, cada grupo deverá preparar uma apresentação que permita aos demais colegas da turma visualizarem as fontes encontradas, sobre as quais apresentarão suas conclusões.

Recursos Complementares

Para os alunos:

Golpe de 1937. http://www1.uol.com.br/rionosjornais/rj38.htm

A função social das charges na Era Vargas. http://narrativasdobrasil.blogspot.com.br/2012/05/funcao-social-das-charges-na-era-vargas.html

Diretrizes do Estado Novo (1937-1945). http://cpdoc.fgv.br/producao/dossies/AEraVargas1/anos37-45

 

Para os professores:

Histórias desenhadas: os usos das expressões gráficas de humor como fontes para a História. http://www.anpuh-sc.org.br/revfront_17%20pdfs/art6_format_historiasdesenhadas_emer_miche.pdf

Charge: uma prática discursiva e ideológica. http://www2.eca.usp.br/nonaarte/ojs/index.php/nonaarte/article/view/3/7

Conceito de caricatura: não tem graça nenhuma. http://www.uel.br/revistas/dominiosdaimagem/index.php/dominios/article/view/27/13

A música popular sob o Estado Novo (1937-1945). http://musicanoensinodehistoria.pbworks.com/w/file/fetch/55401282/Musica_popular_no%20Estado_Novo.pdf

 

Todos os links foram acessados em 18/05/2013.

Avaliação

A avaliação deve oferecer ao professor elementos que lhe possibilitem auxiliar o estudante em seu desenvolvimento. Assim, o professor poderá avaliar os alunos a cada etapa da proposta didática, a partir das estratégias desenvolvidas e dos recursos utilizados. A avaliação deve permitir ao professor observar se os objetivos propostos na aula foram efetivamente alcançados pelos alunos.

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