Desenvolver o ouvido melódico e harmônico.

Ampliar os conhecimentos acerca das relações matemáticas existentes entre as alturas dos graus da escala diatônica.

Reutilizar garrafas PET como instrumentos musicais e discutir o impacto ambiental de sua utilização em embalagens, bem como das estratégias de Redução, Reutilização e Reciclagem (os “Três R’s”) em vigor.

O aluno deverá ser capaz de trabalhar um conteúdo musical em grupo com o auxílio de instrumentos, favorecendo a participação equitativa de todos os integrantes do grupo e auxiliando-se mutuamente na compreensão e aplicação das técnicas e conceitos envolvidos.

Nesta coleção de três aulas, os alunos utilizarão garrafas PET como instrumentos de percussão e como meio para a pesquisa das relações matemáticas existentes entre as alturas dos graus da escala diatônica. Sua reutilização será o instigador de reflexões e questionamentos acerca dos problemas ambientais causados por estas embalagens.

Noções acerca da escala diatônica maior e de seu solfejo relativo (dó móvel). Utilização correta e execução das notas nos instrumentos colocados à disposição dos grupos de alunos para a pesquisa prática durante a aula.

Conceitos

As relações intervalares existentes na escala diatônica temperada podem ser expressas em termos matemáticos pela razão entre suas frequências. Se chamarmos a frequência da nota mais grave de f1 e a da nota mais aguda de f2, a razão f2/f1 irá expressar matematicamente o intervalo entre elas. Ou seja, no caso de um intervalo de oitava onde a frequência da nota mais aguda é o dobro da frequência da mais grave, sua expressão matemática será a razão 2/1 (obtida, por exemplo, simplificando a razão 880/440 entre as frequências da nota lá3 = 440Hz e da nota lá4 = 880Hz).

Aplicando esse raciocínio ao funcionamento de uma corda, temos que levar em conta que a frequência de vibração de uma corda será inversamente proporcional ao seu comprimento, ou seja, quanto maior a corda, menor será a sua frequência de vibração e mais grave será o som produzido por ela. Quanto menor a corda, maior será a sua frequência de vibração e mais agudo o som. Sendo assim, para obter os intervalos da escala diatônica em uma corda qualquer, basta aplicar ao seu comprimento a razão inversa expressa acima: f1/f2.

Veja o Recurso Educacional abaixo, especialmente entre os 8'30" e 14'50" do vídeo.

A matemática da música

Em uma garrafa vazia, a coluna de ar que se forma dentro dela, ao ser colocada em vibração, funciona como uma corda no que diz respeito à sua frequência de vibração. Este princípio é a base do funcionamento das flautas, por exemplo, e de qualquer tubo que se use para gerar som: seu comprimento define a nota mais grave que o tubo pode produzir. Uma garrafa nada mais é que um tubo fechado em uma das extremidades.

Portanto, garrafas cujos comprimentos estejam na razão inversa de um intervalo da escala diatônica, ao se colocar suas colunas de ar em vibração, irão produzir um intervalo desta.

Veja mais dados a respeito nos links incluídos nos “Recursos Complementares” abaixo.

Observações importantes

Professor(a), toda e qualquer iniciativa de preservação ambiental só é duradoura se desperta nas pessoas envolvidas alguma consciência dos problemas envolvidos. Essa consciência pode resultar em mudança de atitude ou apenas em mudança de enfoque reflexivo, mas é importante que gere algum movimento, pois só assim poderemos mudar o curso atual dos problemas ambientais do planeta.

Preparação a ser feita pelo Professor, anterior à aula

Faça uma coleta seletiva de garrafas PET. Para isso, você poderá engajar os alunos de sua turma e até mesmo outros alunos da escola, desde que explique a todos seus objetivos para essa iniciativa. Esta coleta deve selecionar as garrafas pela sonoridade que apresentam ao serem percutidas pela base e pelo seu comprimento. Se forem selecionadas garrafas de formatos parecidos (da mesma marca de refrigerante, por exemplo), mas de tamanhos proporcionalmente diferentes (2.000ml, 1.500ml, 1.000ml, 500ml, etc.), é bem provável que seu comprimento siga também uma proporção parecida.

Tenha à disposição diversos instrumentos afinados e cuja afinação não esteja sujeita a modificações provenientes da forma de execução, ou seja, que sirvam como uma referência segura de afinação: piano, teclado, xilofone, metalofone, etc. Tenha também lápis e papel a serem distribuídos aos grupos de alunos que você irá formar durante a aula.

Tenha barbante, fita, fita adesiva ou sacos à disposição para agrupar as garrafas utilizadas por cada um dos grupos que você irá formar durante a aula.

Desenvolvimento da aula

Com as garrafas PET coletadas em mãos e alguns instrumentos afinados à disposição (piano, teclado, xilofone, metalofone, etc.), dividida sua turma em grupos de, no máximo, cinco alunos. Para essa divisão você pode lançar mão de diversas estratégias, mas é importante que os alunos se sintam bem no grupo do qual vierem a fazer parte. Você mesmo(a) pode decidir a composição dos grupos, pode deixar com que os alunos decidam livremente, pode fazer algum tipo de sorteio, pode chamar alguns alunos que irão escolher alternadamente um membro para seu grupo até completar o total desejado, pode estabelecer alguma regra (por exemplo: todos os grupos deverão ter meninos e meninas) e deixar com que eles escolham como irão se dividir, etc.

Dê a cada grupo formado um conjunto de garrafas, procurando fazer com que cada grupo receba: um conjunto de garrafas da mesma marca, porém de tamanhos diferentes, e um conjunto de garrafas de outras marcas variadas, diferentes da primeira, porém também de tamanhos diferentes. Não deixe com que os grupos percebam que você fez essa seleção prévia.

Peça aos alunos que peguem uma garrafa qualquer dada ao seu grupo e testem seu som segurando-a pelo gargalo (onde está a rosca da tampa), percutindo sua base contra o chão. Antes é preciso observar que força demais irá amassar a garrafa, modificando seu som e, na maior parte das vezes, impedindo seu uso musical. Peça a eles para que evitem brincar com as garrafas de maneiras diferentes da que você solicitar e, especialmente, — embora com garrafas PET isso raramente seja doloroso — não batam com elas nos colegas. Uma batida leve, como que deixando a garrafa “quicar” no chão, será o suficiente para produzir um som razoavelmente alto.

De posse de um dos instrumentos afinados que vocês têm à disposição e de lápis e papel, peça aos grupos que descubram qual é a nota que cada uma das garrafas produz e que anotem o resultado. Explique aos seus alunos que cantar a nota produzida pela garrafa ajuda a encontrar sua correspondente no instrumento. Solicite ainda que eles trabalhem cooperativa e disciplinadamente em grupo, auxiliando-se mutuamente para completar as tarefas propostas, tendo certeza de revezar-se na utilização do instrumento e das garrafas e anotando os dados de forma organizada, tanto para que eles possam recuperá-los na próxima aula, quanto para que você possa ajudá-los, se necessário.

Deixe com que os grupos façam livremente essa pesquisa. Ajude aos grupos que necessitarem, especialmente porque garrafas grandes podem produzir sons graves demais para a extensão vocal de seus alunos e/ou para os instrumentos utilizados como referência e será necessário utilizar de oitavas ao cantar para descobrir em que nota estão afinadas.

Terminada esta tarefa, lance as seguintes questões para a turma e esclareça que eles não precisam achar respostas definitivas ou certas para elas, apenas experimentar, discutir e formular hipóteses a seu respeito:

- Existe alguma relação entre o tamanho das garrafas e sua afinação? Qual ou quais?

- Existe alguma relação entre a forma da garrafa e a qualidade do seu som? Qual ou quais?

- Que outras maneiras de se tirar som da garrafa existem, além daquela ensinada nesta aula (percutir a garrafa no chão pela base)?

- Que usos musicais o grupo sugere para as garrafas que tem em mãos?

Peça ainda aos grupos que anotem suas respostas/hipóteses e que coloquem um cabeçalho identificador na folha (com local, data, nomes dos integrantes, turma e qualquer outro dado que você julgue pertinente).

Faltando 10 minutos para o final da aula, peça aos grupos que façam uma pesquisa acerca das vantagens e desvantagens do plástico PET e acerca das medidas que estão sendo tomadas para diminuir seu impacto ambiental. Peça ainda que busquem informações sobre o que significam os “Três R’s” do pensamento de consumo sustentável e qual a sua importância. Os resultados dessas duas pesquisas devem ser trazidos na próxima aula. (Veja links acerca destes temas nos “Recursos Complementares” abaixo.)

Termine a aula agrupando e identificando as garrafas de cada grupo. Faça isso amarrando, prendendo ou acondicionando-as juntas, sem misturá-las com as dos outros grupos e identificando qual dos grupos as utilizou. Recolha a folha de cada grupo.

Links acerca da escala diatônica e das relações matemáticas existentes entre suas alturas:

http://pt.wikipedia.org/wiki/Escala_diatônica

http://www.music-center.com.br/escalas.htm

http://pt.wikipedia.org/wiki/Série_harmônica_(música)

Links acerca de garrafas PET, dos "Três R´s" do consumo consciente e de educação ambiental em geral:

http://www.recicloteca.org.br/Default.asp

http://pt.wikipedia.org/wiki/Consumo_consciente

http://pt.wikipedia.org/wiki/Redução_(resíduos)

http://pt.wikipedia.org/wiki/Reutilização

http://pt.wikipedia.org/wiki/Reciclagem

http://www.reviverde.org.br/

http://www.coolkids.guarda.pt/content/3r-s-reduzir-reutilizar-reciclar

http://www.hortaviva.com.br

Os alunos serão capazes de:
- pesquisar a afinação e as características sonoras e de funcionamento das diferentes garrafas, tomadas como instrumentos musicais;
- anotar corretamente e de forma organizada o resultado do trabalho do seu grupo;
- trabalhar em grupo de forma organizada, discutindo, debatendo e registrando com espírito cooperativo.