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Rompendo o silêncio: Superando o racismo no cotidiano escolar

 

21/03/2010

Autor y Coautor(es)
SANDRO PRADO SANTOS
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UBERLANDIA - MG ESC DE EDUCACAO BASICA

Cláudia Regina M. G. Fernandes

Estructura Curricular
Modalidad / Nivel de Enseñanza Disciplina Tema
Ensino Médio História Cidadania: diferenças e desigualdades
Ensino Fundamental Final Pluralidade Cultural Ser humano como agente social e produtor de cultura
Ensino Médio Sociologia Cultura e diversidade cultural
Educação de Jovens e Adultos - 2º ciclo História Cidadania e cultura contemporânea
Ensino Fundamental Final Pluralidade Cultural Direitos humanos, direitos de cidadania e pluralidade
Ensino Fundamental Final Pluralidade Cultural Pluralidade cultural na formação do Brasil
Datos de la Clase
O que o aluno poderá aprender com esta aula

• Refletir sobre as atitudes discriminatórias praticadas pelos outros e por si mesmo.
• Praticar atitudes cotidianas mais conscientes em relação a manifestações de racismo, preconceito e discriminação.
• Conhecer o negro como sujeito histórico com desejos e vontades rompendo com a questão da vitimização.
• Reforçar a percepção do outro (princípio da alteridade).
• Conscientizar que a luta contra o preconceito racial é responsabilidade de todos.
• Reduzir as desigualdades e promover a igualdade étnico-racial.

Duração das atividades
De 2 a 3 aulas de 50 minutos
Conhecimentos prévios trabalhados pelo professor com o aluno

Não há necessidade de conhecimentos prévios sejam trabalhados para a efetuação destas aulas.

Estratégias e recursos da aula

Estratégias utilizadas:• Aula interativa.
• Socialização das produções dos/as alunos/as.
• Uso do laboratório de informática ou sala de vídeo.
• Diálogos interdisciplinares.

ATIVIDADE 1: Isto é preconceito, vocês sabiam?

Essa atividade tem como objetivo discutir e destacar ações cotidianas que veiculam estereótipos e preconceitos e, logo, legitimam as discriminações sociais.

Professor/a, peça que os/as alunos/as fiquem em círculo e em seguida apresente algumas questões problematizadoras, que veiculam estereótipos e preconceitos, para eles/as discutirem, as quais sugerimos a seguir.

• Colocar apelidos nas pessoas negras, como Pelé, Mussum, tição, café, chocolate, buiu, branca de neve. Os apelidos pejorativos são uma forma perversa de desumanizar e desqualificar seres humanos.
• Elogiar negros dizendo que são de “alma branca”.
• Fazer piada de mau gosto, usando o termo “coisa de preto” ou “serviço de preto”.
• Querer agradar a negros dizendo que é negro, “mas” é bonito, ou que “apesar” do “cabelo ruim” é inteligente.
• Usar eufemismo (expressões mais polidas) como “moreninho”, “escurinho”, “pessoas de cor”, evitando a palavra negro ao se referir a pessoas negras.
• Negar a ascendência negra do mulato, dizendo que ele não é “totalmente” negro que é de raça apurada, ou usar as expressões “limpar o sangue” e “melhorar a raça”, ao se referir à miscigenação.
• Fazer comparação, usando a cor branca como símbolo de que é limpo, bom, puro e em contrapartida, usar a cor preta representando o que é sujo, ruim e feio.

Esses apontamentos foram retirados da fonte: Almanaque Pedagógico Afro-brasileiro de Rosa Margarida de Carvalho Rocha. Referência completa nos recursos complementares da aula.

Cabe ao/a professor/a incentivar a discussão.


Professor/a, o que não pode faltar:


• Reconhecimento das desigualdades étnicos-raciais e uma postura crítica diante do “mito da democracia racial”;
• Refletir o que significa ser branco/a no Brasil? Quais os fatores ideológicos, políticos, sociais, históricos e culturais que permeiam as relações de poder entre a cultura negra e a branca?
• Percepção do impacto do racismo e suas combinações com outras formas de discriminação no espaço social e escolar;
• Estratégias de combate a atitudes preconceituosas e discriminatórias na sociedade no cotidiano escolar.
• Plano de ação para inclusão do tema étnico-racial no espaço escolar;
• Diálogos e interações com outros/as educadores e com a organização do Movimento Negro.
• Compreensão, respeito e valorização a diversidade sociocultural e a convivência solidária em uma sociedade democrática.
• Entendimento da necessidade de uma sensibilização para a pluralidade de valores e universos culturais distintos, cada vez mais presentes em nosso cotidiano.
• A reflexão de que ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor de sua pele ou por sua origem. Para odiar, as pessoas precisam aprender; e, se podem aprender a odiar, podem ser ensinadas a amar.

Atividade 2: Trabalhando com a música “Haiti”

Tendo em vista trabalhar de forma mais descontraída esta temática, e, buscando, sobretudo instigar o senso crítico e a reflexão dos/as alunos/as, o/a professor/a entregará a cada aluno/a a letra da música “Haiti” – Compositor: Caetano Veloso e Gilberto Gil, a fim de que eles/as possam acompanhar juntamente com a veiculação de um vídeo. Este esta disponível em: http://www.youtube.com/watch?v=TzlFn-Eq15w

                                                   Figura 1: Cenas do vídeo “Haiti”

                            Disponível em: http://www.youtube.com/watch?v=TzlFn-Eq15w

Cada aluno/a terá como atividade analisar a letra da música, tentando apontar os principais aspectos tratados.


Música: “Haiti” Caetano Veloso
Disponível em: http://letras.terra.com.br/caetano-veloso/44730/



Letra da música: Haiti
Composição: Caetano Veloso e Gilberto Gil (1993)

Quando você for convidado pra subir no adro
Da fundação casa de Jorge Amado
Pra ver do alto a fila de soldados, quase todos pretos
Dando porrada na nuca de malandros pretos
De ladrões mulatos e outros quase brancos
Tratados como pretos
Só pra mostrar aos outros quase pretos
(E são quase todos pretos)
E aos quase brancos pobres como pretos
Como é que pretos, pobres e mulatos
E quase brancos quase pretos de tão pobres são tratados
E não importa se os olhos do mundo inteiro
Possam estar por um momento voltados para o largo
Onde os escravos eram castigados
E hoje um batuque um batuque
Com a pureza de meninos uniformizados de escola secundária
Em dia de parada
E a grandeza épica de um povo em formação
Nos atrai, nos deslumbra e estimula
Não importa nada:
Nem o traço do sobrado
Nem a lente do fantástico,
Nem o disco de Paul Simon
Ninguém, ninguém é cidadão
Se você for a festa do pelô, e se você não for
Pense no Haiti, reze pelo Haiti
O Haiti é aqui
O Haiti não é aqui
E na TV se você vir um deputado em pânico mal dissimulado
Diante de qualquer, mas qualquer mesmo, qualquer, qualquer
Plano de educação que pareça fácil
Que pareça fácil e rápido
E vá representar uma ameaça de democratização
Do ensino do primeiro grau
E se esse mesmo deputado defender a adoção da pena capital
E o venerável cardeal disser que vê tanto espírito no feto
E nenhum no marginal
E se, ao furar o sinal, o velho sinal vermelho habitual
Notar um homem mijando na esquina da rua sobre um saco
Brilhante de lixo do Leblon
E quando ouvir o silêncio sorridente de São Paulo
Diante da chacina
111 presos indefesos, mas presos são quase todos pretos
Ou quase pretos, ou quase brancos quase pretos de tão pobres
E pobres são como podres e todos sabem como se tratam os pretos
E quando você for dar uma volta no Caribe
E quando for trepar sem camisinha
E apresentar sua participação inteligente no bloqueio a Cuba
Pense no Haiti, reze pelo Haiti
O Haiti é aqui
O Haiti não é aqui

                                                   Figura 2: Cenas do vídeo da música “Haiti”                                           

                                       Disponível em: http://www.youtube.com/watch?v=TzlFn-Eq15w

Feito isso, cada aluno/a deverá expor de forma oral os principais aspectos elencados. É importante que o/a professor/a indague os/as alunos/as se a conhecia, se gostaram, o que acharam do que ouviram, entre outros. É fundamental que resgate os seguintes pontos para uma discussão:

• Como o Haiti foi representado pela letra da música? Professor/a, nesse momento deixe bem claro para os/as alunos/as que o Haiti foi o primeiro país independente da América Latina; é um país de população miserável, de descendentes de escravos.
• Segundo a letra da música qual é o lugar chave ocupado pela população de negros?
• No Brasil, essas ocupações são diferentes?
• Podemos dizer que o nosso país vive em uma democracia racial? Apontar argumentos favoráveis ou contrários.
• A música faz referência ao Haiti, mas em algum momento ela faz menção à nossa situação? Em quais pontos?
• Quando a letra descreve que o “Haiti é aqui”, o que os compositores estão querendo retratar?
• A todo o momento, a letra faz citação das misérias sociais, e estas estão associadas a imagem do negro. Por que esse quadro ainda permanece na maioria dos países?
• Quando canta Caetano diante das cenas da violência discriminatória em “Haiti”, “ninguém, ninguém é cidadão”, o que ele nos mostra com isso?


Dica:
Professor visite a Musicoteca “Raça” do site Unidade na diversidade: tudo começa na escola. Nesse ambiente encontrará várias músicas, como ferramenta educacional, que retratam sobre a temática.
Disponível em: http://www.unidadenadiversidade.org.br/

ATIVIDADE 3: Nos libertando das amarras sociais

Professor/a, como fechamento das aulas sugerimos que apresente um vídeo com duração de trinta segundos, intitulado “Combate ao racismo Institucional – Inserção 2”.
Disponível em: http://www.youtube.com/watch?v=3zG6ca_FpB0&feature=related

                                                   Figura 3: Cenas do vídeo Combate ao racismo Institucional

                 Disponível em: http://www.youtube.com/watch?v=3zG6ca_FpB0&feature=related

Após assistir ao vídeo, o/a professor/a perguntará aos/as alunos/as o que sabem sobre o racismo, e, posteriormente indagá-los/as sobre o que acharam do vídeo.

Após os relatos dos/as alunos/as, sugerimos que o/a professor/a faça algumas perguntas:
• Qual a sensação de vocês diante das imagens?
• Quando a protagonista do vídeo diz “A pior violência é a que amarra a sua cidadania”, o que ela quer transmitir para os espectadores?
• Quem são as maiores vítimas do preconceito?
• Quais as amarras sociais, retratadas no vídeo, que contribuem para a reprodução das desigualdades sociais e/ou raciais?
• Dê exemplos de ações discriminatórias?
• Alguém de vocês já sofreu algum tipo de preconceito? De que forma? Qual foi a reação?
• Podemos dizer que a nossa cidadania esta sendo garantida socialmente?
• O que é ser cidadão em nossa sociedade?
• Quais os marcadores sociais que legitimam a desumanização do negro em nossa sociedade?
• O que a faixa representa em nossa sociedade?
• Qual/is o/s significado/s que o vídeo nos passa quando a faixa é desenrolada do corpo da mulher?
• Mencionem palavras que poderão compor uma faixa que nos garante uma formação e uma vida humanizadora.
O/a professor/a poderá elaborar outras questões conforme encontrar pertinência. Os/as alunos/as podem responder oralmente as perguntas. A finalidade delas é fomentar a reflexão, a criticidade, bem como o diálogo entre eles a respeito da temática.

                           Figura 4: Cenas do vídeo Combate ao racismo Institucional

                      Disponível em: http://www.youtube.com/watch?v=3zG6ca_FpB0&feature=related

Lembre-se:

O/a professor/a poderá abordar outras expressões e/ou trechos do vídeo à medida que achar pertinente.
Professor/a, para o fechamento da atividade e relacionamento com as demais, discuta com os/as alunos/as o significado de algumas expressões e relacione com o cotidiano dos alunos, as situações relatadas pela turma no debate anterior, e os direitos do cidadão negro quanto no convívio na sociedade.

Recursos Complementares
  • ROCHA, Rosa Margarida de Carvalho. Almanaque Pedagógico Afro-brasileiro: uma proposta de intervenção pedagógica na superação do racismo no cotidiano escolar. Contagem, Minas Gerais: Ed. Mazza, 2006.
  • Do ponto de vista legal é uma exigência que os currículos do ensino fundamental e médio em escolas públicas e/ou privadas de ensino deverão incorporar em suas práticas aspectos da cultura afro-brasileira e indígena (Lei 11.645/2008). Disponível em: www.mec.gov.br/legislação - Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB/96). Artigo 26A.

Sugestões de outros matérias pedagógicos

Kit educativo: A cor da Cultura. Canal Futura, disponível em:
http://www.acordacultura.org.br

Música: Coisa de pele (Jorge Aragão): Disponível em:
http://www.youtube.com/watch?v=KxUgOEUS5zU


Curta-metragem: Educação e cidadania 9: Racismo - A situação do negro hoje. O mito da democracia racial. A necessidade da conscientização de negros e brancos sobre o assunto. Depoimentos: senadora Benedita da Silva, jornalista Fernando Conceição. Disponível em:
http://www.curtagora.com/filme.asp?Codigo=2680&Ficha=Completa


EducarRedehttp://www.educarede.org.br. Portal educativo, totalmente gratuito e aberto, dirigido a educadores/as e a alunos/as do Ensino Fundamental e do Ensino Médio da rede pública e a outras instituições educativas. A temática pluralidade cultural encontra-se em:
http://www.educarede.org.br/educa/index.cfm?pg=oassuntoe.interna&id_tema=10&id_subtema=1


Sugestões de outras aulas do portal que contemplam a temática:

  • Pluralidade Cultural: relações étnico-raciais no cotidiano escolar
  • Superando o racismo na escola: por uma cidadania multicultural.
  • Respeito às diferenças na escola: Diferentes, mas não desiguais.
  • Educar para a igualdade racial: rompendo preconceitos, estereótipos e ações discriminatórias.
  • Racismo e ensino de Ciências no contexto escolar: implicações nas relações sociais.


Webibliografia: Sites que o/a Professor/a poderá visitá-los ou consultá-los para o enriquecimento dessas aulas.


Projeto Unidade na Diversidade: www.unidadenadiversidade.org.br


Criola: www.criola.org.br


Campanha diálogos contra o racismo: www.dialogoscontraoracismo.org.br


Biblioteca Virtual de Direitos Humanos: www.direitoshumanos.usp.br


DHNet: www.dhnet.org.br


Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial
www.presidencia.gov.br/seppir


Comunidade Bahá’Ì do Brasil: www.bahai.org.br

Avaliação

A avaliação deverá ser realizada durante todo o processo, observando a participação dos alunos, bem como a realização das atividades. Para isso, indicamos alguns critérios:

  • Respostas aos questionamentos;
  • Participar das discussões sempre que esta solicitar expressão oral;
  • Trabalho colaborativo, sugestão de idéias, criatividade e integração com o grupo;


Dica: O/a professor/a deverá avaliar não só a apropriação no conteúdo, referente à temática da aula, como também a capacidade individual e coletiva dos/as alunos/as de argumentar e discutir um tema.

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