15/05/2010
Eziquiel Menta
Modalidad / Nivel de Enseñanza | Disciplina | Tema |
---|---|---|
Ensino Médio | Sociologia | Estudo das sociedades humanas |
Ensino Médio | Filosofia | Ética |
Ensino Médio | História | Cultura |
Compreender o caráter histórico-social da moral e o caráter pessoal, se posicionando filosoficamente, com argumentos convincentes.Estabelecer relações da moral com a ética, compreendendo os conceitos à luz da filosofia.Refletir, com base no texto "O novo manifesto", de Lima Barreto, do início do século XX, sobre a realidade do mundo político de hoje.
PRÁTICA SOCIAL INICIAL
Sugerimos que o Professor, antes de iniciar as atividades propostas, nesta aula, faça um diagnóstico com sua turma, o que segundo o Professor João Luiz Gasparin – UEM chama de Prática Social Inicial do Conteúdo.Proponha o estudo deste tema e levante junto aos estudantes as suas vivências do conteúdo, isto é, anote o que já sabem sobre o tema a ser trabalhado e o que gostariam de saber sobre o assunto em pauta. Teremos uma visão geral dos conhecimentos empíricos da turma, seus desejos e curiosidades, possíveis erros conceituais que deverão ser trabalhados no decorrer das atividades.
Segundo o Professor João Luiz Gasparin – UEM a problematização é um desafio, ou seja, é a criação de uma necessidade para que o educando, através de sua ação, busque o conhecimento. É importante o professor apresentar alguns desafios para motivá-los a refletirem sobre o tema. Neste momento não há necessidade de responder as questões, mas de apresentá-las. As mesmas serão discutidas no contexto da aula.
Sugerimos os seguintes questionamentos:
Além destes pontos os estudantes vão levantar outros que gostariam de estudar, mas nem sempre podemos trabalhar tudo, então se devem selecionar com o grupo os principais problemas a serem discutidos nas aulas a seguir, de acordo com as atividades propostas para cada momento da aula. Sugerimos que essa atividade seja trabalhada de forma interdisciplinar, em conjunto com outras disciplinas, de acordo com as dimensões a seguir (o objetivo desta atividade é levar tanto o professor, como o estudante perceber que o tema pode e deve ter várias dimensões, relações com outros conteúdos e disciplinas):
Vamos iniciar a aula analisando a seguinte imagem, postada no picasa sobre a evolução do homem.
FONTE: http://picasaweb.google.com/lh/photo/bmpNvitN3z4-ptSRwOZTgQ acessada em 27/03/2010 Atividade 2 Roteiro de discussão:
Após as discussões com a turma, é importante que seja anotado a síntese das idéias do grupo.
A nossa sociedade construiu ao longo de séculos um conjunto de regras e valores que determinaram o comportamento dos indivíduos, para que haja condições de convivência comum.
Segundo Aranha; Martins, 1986, p. 303, “exterior e anterior ao indivíduo, há uma moral constituída, que orienta seu comportamento por meio de normas. Em função da adequação ou não à norma estabelecida, o ato será considerado moral ou imoral.” Desta forma, podemos considerar que a organização social depende deste conjunto de normas para se estabelecer. Segundo as autoras o ser humano é capaz de produzir interdições. Com a passagem da natureza à cultura, os usos e costumes são produzidos passam a ser regulamentados pelas leis, desta forma, surge à moral para garantir a boa convivência entre os indivíduos.
Fazendo um contraponto com a imagem apresentada acima, sobre a evolução do homem, podemos dizer que sempre existiram relações de poder entre os homens desde o início da humanidade.
Vamos recordar as questões levantadas na problematização:
Observando os costumes, percebemos que estamos sempre olhando as pessoas e as coisas avaliando, emitindo juízos de valor sobre cada situação. Professor! Passe no quadro de giz as seguintes questões para a discussão, de preferências em grupos:
A partir destes questionamentos, solicite que se organizem em grupos de até 5 alunos para discutirem as questões, anotarem a síntese e apresentar para a turma após 20 minutos de discussão. Vamos ouvir a fala dos estudantes e ao final organizar uma sintese integradora das atividades até o presente.
SUGESTÃO: Outra atividade interessante é a organização de um glossário de termos que os estudantes irão se apropriar ao longo das aulas de Filosofia. Para esta atividade, sugerimos a visita a sites que disponibilizam glossários on-line, onde os estudantes poderão conhecer a sua organização para que se organizem. Este glossário pode ser realizado no caderno do aluno, no final das páginas. Em um edital na sala, onde vão se acrescentando palavras a medida que descobrem o seu significado filosófico, ou mesmo on-line, usando servidores de escrita colaborativa (maiores informações em http://portaldoprofessor.mec.gov.br/links_interacao.html?categoria=204)
DICIONÁRIO ESCOLAR DE FILOSOFIA. Disponível em: http://www.defnarede.com/ acessado em 11/04/2010.
Passe no quadro de giz a citação abaixo para discussão:
O aumento do grau de consciência e de liberdade, e, portanto de responsabilidade pessoal no comportamento moral, introduz um elemento contraditório que irá o tempo todo, angustiar o homem: a moral, ao mesmo tempo em que é um conjunto de regras que determina como deve ser o comportamento dos indivíduos de um grupo, é também a livre e consciente aceitação das normas. (ARANHA; MARTINS, 1986, p. 304)
Percebemos que uma atitude somente será moral se estiver de acordo com nossa opinião, nossas idéias, nossa aceitação pessoal da norma. Somente livres poderemos agir de acordo com nossa consciência, com responsabilidade nas decisões tomadas. Este é o caráter pessoal da moral. Quando nos referimos ao caráter social e pessoal da moral, poderemos agir de acordo com o dogmatismo ou legalismo (ARANHA; MARTINS, 1986, p. 304), fortalecendo a lei, mas ao mesmo tempo, incutindo nas pessoas o medo a não-observância da lei. Se aceitarmos o individualismo, corremos o risco em não haver mais a moral, uma vez cada ser humano poderá impor seus desejos e vontades, ou seja, na ausência de princípios.
A partir do momento que o homem passa a viver no mundo moralmente estruturado, este deve se apropriar de uma consciência moral, orientando suas escolhas e seu discernimento. O agir humano é caracterizado pela capacidade de antecipar-se ao resultado a ser alcançado, tornando o ato moral propriamente voluntário. Neste sentido o ser humano possui o desejo e a vontade. Sendo o desejo algo natural do ser humano, mas deve ser controlado, para que não seja negada a moral.
A complexidade do ato moral reside no fato que ele provoca efeitos não só na vontade, mas naqueles que a cercam e na própria sociedade como um todo [...] para que um ato seja considerado moral, ele deve ser livre, consciente, intencional, mas também é preciso que não seja um ato solitário. (ARANHA; MARTINS, 1986, p. 307)
Para ilustrar o texto apresentado, vamos ouvir este áudio do Portal do Professor:
Reproduzimos o texto “O novo manifestado” publicada em Vida Urbana de Lima Barreto:
Eu também sou candidato a deputado. Nada mais justo. Primeiro: eu não pretendo fazer coisa alguma pela pátria, pela família, pela humanidade. Um deputado que quisesse fazer qualquer coisa dessas, ver-se-ia bambo, pois teria, certamente, os duzentos e tantos espíritos dos seus colegas contra ele. Contra as suas idéias levantar-se-iam duas centenas de pessoas do mais profundo bom senso. Assim, para poder fazer alguma coisa útil, não fará coisa alguma, a não ser receber o subsídio. Eis aí em que vai consistir o máximo da minha ação parlamentar, caso o preclaro eleitorado sufrague o meu nome nas urnas. Recebendo os três contos mensais, darei mais conforto à mulher e aos filhos, ficando mais generoso nas facadas aos amigos. Desde que minha mulher e os meus filhos passem melhor de cama, mesa e roupas, a humanidade ganha. Ganha, porque, sendo eles parcelas da humanidade, a sua situação melhorando, essa melhoria reflete sobre o todo de que fazem parte. Concordarão os nossos leitores e prováveis eleitores, que o meu propósito é lógico e as razões apontadas para justificar a minha candidatura são bastante ponderosas. De resto, acresce que nada sei da história social, política e intelectual do país; que nada sei da sua geografia; que nada entendo de ciências sociais e próximas, para que o nobre eleitorado veja bem que vou dar um excelente deputado. Há ainda um poderoso motivo, que, na minha consciência, pesa para dar este cansado passo de vir solicitar dos meus compatriotas atenção para o meu obscuro nome. Ando mal vestido e tenho uma grande vocação para elegâncias. O subsídio, meus senhores, viria dar-me elementos para realizar essa minha velha aspiração de emparelhar-me com a deschanelesca elegância do senhor Carlos Peixoto. Confesso também que, quando passo pela Rua do Passeio e outras do Catete, alta noite, a minha modesta vagabundagem é atraída para certas casas cheias de luzes, com carros e automóveis à porta, janelas com cortinas ricas, de onde jorram gargalhadas femininas, mais ou menos falsas. Um tal espetáculo é por demais tentador, para a minha imaginação; e, eu desejo ser deputado para gozar esse paraíso de Maomé sem passar pela algidez da sepultura. Razões tão ponderosas e justas, creio, até agora, nenhum candidato apresentou, e espero da clarividência dos homens livres e orientados o sufrágio do meu humilde nome, para ocupar uma cadeira de deputado, por qualquer Estado, província, ou emirado, porque, nesse ponto, não faço questão alguma. Às urnas. Correio da Noite, Rio, 16-1-1915.
FONTE: WIKISOURCE. O novo manifesto. Disponível em: http://pt.wikisource.org/wiki/O_novo_manifesto acessado em 27/03/2010
A partir das discussões levem os estudantes perceberem que a consciência moral é a faculdade de observar a própria conduta e formular juízos sobre os atos passados, presentes e as intenções futuras. Na filosofia prática, a ética busca aplicar o conhecimento sobre o ser para construir aquilo que deve ser.
Momento em que o aluno se aproxima da solução do problema. É quando o conteúdo empírico se torna científico. Elaboração teórica da síntese, da nova postura mental. Para que o estudante expresse o pensamento elaborado, deverá produzir um texto dissertativo sobre o tema proposto na aula, onde deverá constar:
ARANHA, M. L. de A; MARTINS, M. H. P. Filosofando: introdução à Filosofia. São Paulo: Moderna, 1986.
COTRIN, Gilberto. Fundamentos da Filosofia: ser, saber e fazer. São Paulo: Saraiva, 1999.
DREHER, Edmundo H. Saber pensar. São Paulo: Ed. Champagnat, 1992
LAW, Stephen. Guia Ilustrado Zahar: Filosofia. Rio de Janeiro: Zahar, 2009.
“Como Sócrates é o fundador da ciência em geral, mediante a doutrina do conceito, assim é o fundador, em particular da ciência moral, mediante a doutrina de que eticidade significa racionalidade, ação racional. Virtude é inteligência, razão, ciência, não sentimento, rotina, costume, tradição, lei positiva, opinião comum. Tudo isto tem que ser criticado, superado, subindo até à razão, não descendo até à animalidade - como ensinavam os sofistas. É sabido que Sócrates levava a importância da razão para a ação moral até àquele intelectualismo que, identificando conhecimento e virtude - bem como ignorância e vício - tornava impossível o livre arbítrio.”
Fonte: MUNDO DOS FILÓSOFOS. Sócrates. Disponível em: http://www.mundodosfilosofos.com.br/socrates.htm acessado em 28/03/2010.
A avaliação será realizada durante as aulas, através da participação dos estudantes, mediante suas produções, onde deverão expressar o seu entendimento sobre os seguintes critérios:
Cinco estrelas 6 calificaciones
Denuncia opiniones o materiales indebidos!
19/05/2014
Cinco estrelasAchei excelente,com ela tirei duvidas e melhorei a didatica.
29/09/2013
Cinco estrelasO Plano apresentado, foi bastante sugestivo para o complemento de minha aula.
26/11/2012
Cinco estrelasParabéns! excelente material
25/10/2010
Cinco estrelasExcelente! Pode-se sem dúvidas levantar questionamentos, interessantes e trazer a tona, discussões que podem dar resultados fantásticos!
15/09/2010
Cinco estrelasexcelente vai me axiliar no meu, projeto de intervenção pedagógica
26/05/2010
Cinco estrelasMuitpo bom esse roteiro, com ele é possível levantar questionamentos importantes e necessários para a formação do jovem na contemporaneidade.