Portal do Governo Brasileiro
Início do Conteúdo
VISUALIZAR CLASE
 


Poemas e Poesia: introduzindo o tema

 

13/05/2010

Autor y Coautor(es)
Tânia Guedes Magalhães
imagem do usuário

JUIZ DE FORA - MG Universidade Federal de Juiz de Fora

Cristina Weitzel

Estructura Curricular
Modalidad / Nivel de Enseñanza Disciplina Tema
Ensino Fundamental Final Língua Portuguesa Língua oral e escrita: prática de produção de textos orais e escritos
Ensino Fundamental Final Língua Portuguesa Língua oral e escrita: prática de escuta e de leitura de textos
Datos de la Clase
O que o aluno poderá aprender com esta aula

O aluno poderá entender melhor a diferença entre poema e poesia, sistematizar conceitos sobre poema e conceitos como metalinguagem, sentido literal e sentido figurado, e algumas figuras de linguagem: aqui serão tratadas a metáfora e personificação.

Duração das atividades
3 aulas de 50 minutos
Conhecimentos prévios trabalhados pelo professor com o aluno

Habilidades básicas de leitura e escrita

Estratégias e recursos da aula

Etapa 1:

A) Professor, faça uma sondagem inicial com os alunos, explicando o que for necessário:

  • A linguagem de uma reportagem/ notícia é diferente da linguagem de um poema?
  • Por quê?
  • O que é linguagem subjetiva e linguagem objetiva?
  • Poema e poesia são a mesma coisa?

B) O texto abaixo pode ser entregue e lido com os alunos (em seguida, proceda a uma explicação dos conceitos apresentados).

Poesia e poema significam a mesma coisa?  

 Não.

Haverá poesia sempre que, criando ou fazendo coisas, somos dominados pelo sentimento do belo, sempre que nos comovermos com lugares, pessoas e objetos. A poesia, portanto, pode estar nos lugares, nos objetos e nas pessoas. Assim, não só os poemas, mas uma paisagem, uma pintura, uma foto, uma dança, um gesto, um conto, por exemplo, podem estar carregados de poesia.

Poema é uma palavra que vem do latim e que significava composição em verso; companhia de atores, comédia, peça teatral, o que se faz, obra, manual; criação do espírito, invenção. Portanto, poema é poesia que se organiza com palavras.

 

C) Entregue para os alunos o texto abaixo e peça que leiam silenciosamente. Após a leitura, leia você o texto em voz alta para eles.

 

Texto 1:   

Os poemas

Os poemas são pássaros que chegam

não se sabe de onde e pousam

no livro que lês.

Quando fechas o livro, eles alçam vôo

como de um alçapão. Eles não têm pouso

nem porto

alimentam-se um instante em cada par de mãos

e partem.

E olhas, então, essas tuas mãos vazias,

no maravilhoso espanto de saberes

que o alimento deles já estava em ti...

(Fonte: QUINTANA, Mário.Esconderijos do tempo. Porto Alegre: L&PM,1980.)

 

D) Após a leitura do texto, pergunte aos alunos qual o tema tratado no poema. Ao chegarem à resposta (o poema trata sobre poemas), explique a eles sobre a metalinguagem ( o texto abaixo pode ser entregue, passado no quadro ou apenas explicado).

 

Quando um texto é utilizado para explicar o próprio texto dizemos que predomina a função metalingüística.   

Metalinguagem é a propriedade que tem a língua de voltar-se para si mesma, é a forma de expressão dos dicionários e das gramáticas. Uma música cujo tema seja o próprio fazer musical terá empregado esse recurso. Assim, podemos dizer que o poema lido apresenta metalinguagem.  

 Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/folha/educacao/ult305u1745.shtml  

 

Etapa 2   

Sentido literal e sentido figurado   

A) Apresente as seguintes imagens aos alunos:

 

 

B) Faça um paralelo entre a figura e a expressão, mostrando o sentido literal (nas figuras) e o figurado (o que realmente significam essas expressões).   

C)Em seguida, leia as definições abaixo:     

De maneira geral, usamos as palavras com dois diferentes sentidos: o sentido literal e o sentido figurado.

Sentido literal : nesse caso, o sentido da palavra é exato, direto, simples, não deixa dúvida. Geralmente, nos textos em que deve predominar uma linguagem clara e objetiva, como os jornalísticos e científicos, as palavras aparecem com um único sentido, aquele que aparece nos dicionários. O sentido literal também é chamado denotativo.

Sentido figurado: quando o sentido da palavra aparece com um sentido ampliado ou alterado no contexto, sugerindo idéias diferentes do sentido literal, dizemos que a palavra está no sentido figurado. O sentido figurado também é chamado conotativo.

 

F) Pergunte oralmente aos alunos:

  • Em relação às imagens apresentadas, as expressões escritas foram usadas em sentido literal ou figurado?
  • A linguagem do poema Poemas é literal ou figurada? Peça que leiam trechos do poema que comprovem a resposta dada.
  • Que semelhanças podem justificar o fato de o poeta ter comparado pássaros e poemas?

G) Distribua aos alunos os seguintes exercícios:   

1.Observe as duas definições abaixo:   

a)Poemas são pássaros. (poema de Mário Quintana)

b)      Poema é obra em versos. (dicionário)   

A que se deve a diferença de definições?   

2. Elabore agora uma definição científica e uma poética para coração.

Definição científica

Definição poética   

a) Podemos concluir que um cientista precisa fazer uso de uma linguagem objetiva, utilizando o significado mais conhecido das palavras porque sua intenção comunicativa é:

b) Já a intenção dos poetas não é explicar nada, sua linguagem é subjetiva porque a intenção comunicativa é:   

A linguagem subjetiva dá um novo sentido a palavras conhecidas. O novo sentido nasce de uma semelhança percebida pelo autor. Para Quintana, os poemas são como os pássaros.        

 H) Cabe aqui conceituar a metáfora. O texto abaixo deve ser entregue aos alunos e os conceitos explicados.

A metáfora

Essas semelhanças ou relações que o poeta estabelece entre dois elementos, sem usar um termo de comparação (como, semelhante a, etc) chama-se metáfora e é uma figura de palavra muito usada na poesia. Ela ocorre quando um termo é substituído por outro em função de algum ponto de contato, de alguma semelhança entre eles. No poema de Quintana, se a opção fosse a comparação ficaria assim: Os poemas chegam não se sabe de onde como os pássaros chegam e não se sabe de onde.  

FONTE:http://revistaescola.abril.com.br/lingua-portuguesa/pratica- pedagogica/o-que-cabe-na-lata-do-poeta-426207.shtml 

 

I) Entregue para os alunos uma cópia da letra da música abaixo e peça que leiam silenciosamente. Se possível, leve a música gravada para que eles ouçam.

Texto 2:

Metáfora (Gilberto Gil)  

 Uma lata existe para conter algo

Mas quando o poeta diz: "Lata"

Pode estar querendo dizer o incontível   

 

Uma meta existe para ser um alvo

Mas quando o poeta diz: "Meta"

Pode estar querendo dizer o inatingível   

 

Por isso, não se meta a exigir do poeta

Que determine o conteúdo em sua lata

Na lata do poeta tudonada cabe

Pois ao poeta cabe fazer

Com que na lata venha caber

O incabível   

 

Deixe a meta do poeta, não discuta

Deixe a sua meta fora da disputa

Meta dentro e fora, lata absoluta

Deixe-a simplesmente metáfora 

  

J) Após a leitura , distribua aos alunos uma cópia dos seguintes exercícios:   

Exercícios

Leia novamente:

 

Por isso, não se meta a exigir do poeta

que determine o conteúdo em sua lata

Na lata do poeta tudonada cabe

Pois ao poeta cabe fazer

Com que na lata venha caber

O incabível

1. Você concorda com o que é dito nesses versos? Justifique sua resposta.  

2. Qual o motivo poderia explicar o fato de o poeta ter escrito a palavra tudonada junto, como se fosse uma palavra só?

 

Etapa 3

A) Entregue para os alunos uma cópia dos textos  e atividades abaixo. Peça que se sentem em duplas, leiam e façam as atividades que serão corrigidas oralmente. 

Leia com atenção os textos abaixo e responda às questões que se seguem.

Texto 3:

A incapacidade de ser verdadeiro

Carlos Drummond de Andrade

Paulo tinha fama de mentiroso. Um dia chegou em casa dizendo que vira no campo dois dragões-da-independência cuspindo fogo e lendo fotonovelas. A mãe botou-o de astigo, mas na semana seguinte ele veio contando que caíra no pátio da escola um pedaço de lua, todo cheio de buraquinhos, feito queijo, e ele provou e tinha gosto de queijo. Desta vez Paulo não só ficou sem sobremesa como foi proibido de jogar futebol durante quinze dias.

Quando o menino voltou falando que todas as borboletas da Terra passaram pela chácara de Siá Elpídia e queriam formar um tapete voador para transportá-lo ao sétimo céu, a mãe decidiu levá-lo ao médico. Após o exame, o Dr. Epaminondas abanou  a cabeça:  

 - Não há nada a fazer, Dona Coló. Este menino é mesmo um caso de poesia.

ANDRADE, Carlos Drummond de. A cor de cada um. Rio de Janeiro, Ed. Record, 1998.

Exercícios:   

1.Podemos dizer que, de acordo com o texto, Paulo era:

a) um grande mentiroso que precisava ser castigado pela mãe.

b) uma pessoa doente que precisava de cuidados médicos.

c) um garoto que fingia sempre e não tinha medo de castigos.

d) um menino que imaginava e inventava a partir do que via.

e) um caso sem solução, pois já se habituara a enganar a mãe.      

 2. No texto encontramos dois pontos de vista ou duas formas diferentes de ver Paulo, a visão da mãe e a do médico. Apresente-as.   

3. Na sua opinião, qual seria o objetivo comunicativo principal do texto?   

4. Com base na leitura do texto, escreva o que é poesia?   

5. Considere a definição abaixo:   

Personificação ou prosopopéia - figura de estilo que consiste em atribuir a objetos inanimados ou seres irracionais sentimentos ou ações próprias dos seres humanos.   

Assinale a opção em que aparece um exemplo de personificação:   

a) ... dragões cuspindo fogo e lendo fotonovelas.

b) ... A mãe botou-o de castigo, mas na semana seguinte...

c) ... o menino voltou falando que todas as borboletas...

d) ... e ele provou e tinha gosto de queijo.

e) Não há nada a fazer, Dona Colo.

Texto 4:     

A PESCA   

Affonso Romano de Sant`Anna

O anil

o anzol

o azul   

o silêncio

o tempo

o peixe   

a agulha vertical mergulha   

a água

a linha

a espuma   

o tempo

o peixe

o silêncio   

a garganta

a ancora

o peixe   

a boca

o arranco

o rasgão   

aberta a água

aberta a chaga

aberto o anzol  

 aquelíneo

ágil-claro

estabanado   

o peixe

a arcia

o sol.

6. Com base no texto  “A Pesca”, preencha o quadro abaixo. (Professor, faça uma tabela com os itens abaixo para que os alunos preencham.) 

Título:

Autor:

Assunto:

Número de estrofes:

Número de Rimas:

7. A partir do nosso conhecimento de mundo sobre uma pescaria, percebemos que o poema “narra” diversos momentos de uma pescaria. Cada estrofe nos remete a um momento específico. Relacione cada estrofe com o momento ao qual remete:

Estrofe 1:

Estrofe 2:

Estrofe 3:

Estrofe 4:

Estrofe 5:

Estrofe 6:

Estrofe 7:

Estrofe 8:

Estrofe 9:

Estrofe 10:   

Texto 5 :   

Autopsicografia

O poeta é um fingidor.

Finge tão completamente

que chega a fingir que é dor

A dor que deveras sente.

E os que lêem o que escreve,

Na dor lida sentem bem,

Não as duas que ele teve,

Mas só a que eles não têm.

E assim nas calhas de roda

Gira, a entreter a razão,

Esse comboio de corda

Que se chama coração.

Fernando Pessoa   

Exercícios:   

1.A palavra autopsicografia é formada por três radicais gregos ( auto – psico – grafia). Qual o significado dessa palavra?   

2. Analise os versos seguintes: "E os que lêem o que escreve, Na dor lida sentem bem, Não as duas que ele teve, Mas só a que eles não têm"

a) A quem se referem as formas verbais no plural: lêem, sentem e têm?  

 b) O que você compreende por a “dor lida”?   

c) A quem se referem as formas verbais no singular: escreve e teve?   

d) Que palavra foi omitida neste verso: “Não as duas que ele teve?”   

e) E nesse verso, que palavra foi omitida: “Mas só a que eles não têm?”

f) Após compreender o sentido do poema como um todo, relacione-o ao título.

B)  Dado um tempo para a realização das atividades, leia os textos, as propostas de atividade em voz alta  e corrija os exercícios  com a participação dos alunos. ( Para as questões discursivas, sugerimos que solicite a eles que digam a resposta dada a cada questão e construa no quadro sugestões de respostas.)

Recursos Complementares

 

Avaliação

Apresente aos alunos a proposta de produção abaixo. As produções devem ser entregues a você que, após a correção, as devolverá propondo a reescrita das que precisarem. 

1.Em duplas, seguindo o modelo do poema lido “A Pesca”, escolha outra atividade ( A viagem, A noite, O passeio, A conquista, O beijo, etc) e descreva-a em forma de poema como fez Affonso Romano de Sant`Anna. Baseie-se no conhecimento de mundo que todos nós temos.

Professor, ao final da criação, peça que cada dupla leia seu poema aos colegas. Seria interessante se você selecionasse alguns textos para expor para os outros alunos da escola lerem ( em murais ou outros espaços que a escola disponibilize). Faça uma votação com os próprios alunos para ver quais textos serão expostos.   

2. Proponha que os alunos pesquisem um autor qualquer e tragam para a sala um poema desse autor. Solicite que, em duplas, eles leiam o poema e façam uma leitura em voz alta aos colegas, explicando questões centrais do poema. Sugira que o poema seja projetado para que, ao ouvir a leitura do colega, todos leiam. Para isso, use datashow ou retroprojetor.

3. Organize com os alunos um recital de poesias para ser apresentado para outra turma ou , se achar conveniente, para toda a escola. Peça que, em duplas ou trios, selecionem um poema ( que pode ser o mesmo da atividade anterior) e ensaiem sua apresentação, que deve passar realmente a emoção exigida pelo poema escolhido.                                                                                                                                       

Opinión de quien visitó

Quatro estrelas 8 calificaciones

  • Cinco estrelas 7/8 - 87,5%
  • Quatro estrelas 1/8 - 12,5%
  • Três estrelas 0/8 - 0%
  • Duas estrelas 0/8 - 0%
  • Uma estrela 0/8 - 0%

Denuncia opiniones o materiales indebidos!

Opiniones

Sem classificação.
INFORMAR ERRORES
¿Encontraste algún error? Descríbelo aquí y colabora para que las informaciones del Portal estén siempre correctas.
CONTACTO
Deja tu mensaje al Portal. Dudas, críticas y sugerencias siempre son bienvenidas.