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Violência de gênero? O que é isso? Como desconstruí-la?

 

15/05/2010

Autor y Coautor(es)
SANDRO PRADO SANTOS
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UBERLANDIA - MG ESC DE EDUCACAO BASICA

CLÁUDIA REGINA M. G. FERNANDES

Estructura Curricular
Modalidad / Nivel de Enseñanza Disciplina Tema
Ensino Médio Biologia Diversidade da vida e hereditariedade
Ensino Médio Geografia Questões ambientais, sociais e econômicas
Educação de Jovens e Adultos - 2º ciclo História Relações de poder e conflitos sociais
Educação de Jovens e Adultos - 2º ciclo História Cidadania e cultura contemporânea
Ensino Médio Sociologia Cultura e diversidade cultural
Ensino Fundamental Final Orientação Sexual Relações de gênero
Ensino Médio Sociologia Mudança e transformação social
Ensino Fundamental Final História Cidadania e cultura no mundo contemporâneo
Ensino Médio Sociologia Movimentos sociais / direitos / cidadania
Datos de la Clase
O que o aluno poderá aprender com esta aula
  1. Refletir sobre as diferentes manifestações de violência, contra a mulher, em suas vidas pessoais e comunidades e desenvolver as habilidades necessárias para buscar apoio para si mesmos/as e outras mulheres que são vítimas de violência em suas comunidades;
  2. Contestar a noção do destino biológico reprodutor as mulheres e analisar o contexto histórico da construção do lugar da mulher na sociedade;
  3. Explorar as várias formas de violência existentes, particularmente na vida e nos relacionamentos de mulheres jovens, e as relações entre gênero, poder e violência.
  4. Refletir sobre normas sociais de gênero que reforçam certos tipos de violência, particularmente violência contra a mulher, tratando-a como normal e natural, e encorajar a mulher jovem a reconhecer seu potencial de proteger a si mesma.
Duração das atividades
De 2 a 3 aulas de 50 minutos
Conhecimentos prévios trabalhados pelo professor com o aluno

Não há necessidade de conhecimentos prévios sejam trabalhados para a efetuação destas aulas.

Estratégias e recursos da aula

Estratégias utilizadas:

  1.  Aula interativa.
  2. Socialização das produções dos/as alunos/as.
  3. Uso do laboratório de informática ou sala de vídeo.   

ATIVIDADE 1: Diferentes formas de violência contra a mulher   

Professor/a, essa atividade terá como objetivo explorar as várias formas de violência existentes, particularmente na vida e nos relacionamentos de mulheres jovens, e as relações entre gênero, poder e violência, bem como encorajá-los os/as a buscarem soluções decisivas para as situações de preconceito e violência contra a mulher.

O que irá precisar: Sala ampla e confortável que permita a formação de grupos, folhas de papel-sulfite e folhas com as histórias descritas.

O que você deverá fazer:

  1. Dividir a turma em grupos de cinco participantes.
  2. Entregar para cada grupo uma história de uma situação diferente, para que eles/as discutam sobre o tipo de violência descrito e tomem uma decisão a respeito.
  3. Solicitar aos grupos a desenvolverem as seguintes atividades na folha de papel-sulfite
  • Descrever uma definição de violência, refletindo sobre o que isto significa para o grupo.
  •  Apontar as ações e/ou atitudes discriminatórias, bem como as consequências desvantajosas para o discriminado para cada uma das histórias propostas.
  •  Identificar decisões e/ou soluções para o caso.

 4. Após o término dessa etapa, solicite que os grupos façam a socialização da atividade proposta.

SUGESTÕES DE HISTÓRIAS 

Extraídas do Manual M: trabalhando com mulheres jovens.

Disponível em: http://www.promundo.org.br/o-promundo/apresentacao/

HISTÓRIA 1    

William convidou Suzana para passear. Conversaram um pouco, lancharam e William a convidou para ir a um motel, dizendo que ele tinha dinheiro para passarem algumas horas lá. Suzana disse que sim. Eles foram para o motel e começaram a se beijar. William começou a tirar sua roupa. Mas Suzana disse a ele que não queria transar. William ficou furioso. Disse a ela que havia gastado muito dinheiro com o quarto, e falou: “O que é que os meus amigos vão dizer?” Ele queria forçar uma barra para convencê-la.

HISTÓRIA 2

Susana tem um filho de 11 anos, Henrique, que é muito criativo e cheio de energia. Entretanto, ele está sempre tendo problemas na escola por uma coisa ou outra. O marido de Susana, João, geralmente a culpa pelo mau comportamento do filho, dizendo que ela gasta muito tempo em seu trabalho, quando deveria estar em casa, cuidando de Henrique. Um dia, Susana e seu marido entraram em uma discussão e ele bateu nela. Machucada e nervosa, Susana deu uns tapas em Henrique, dizendo que ele era um filho ingrato que só lhe trazia problemas.

HISTÓRIA 3

Maria namora Ricardo há poucos meses. Recentemente, Ricardo começou a questionar o seu comportamento. Ele sempre pergunta a Maria com quem ela conversa na aula, por que ela não estava em casa quando ele ligou e por que ela passa parte do seu dia conversando com suas amigas, quando poderia estar com ele. Maria tenta não dar muita atenção a estes comentários, mas ultimamente Ricardo tem falado de forma rude e muito nervoso. Tem xingado e gritado com ela nos corredores da escola e depois pede desculpas. Na noite passada, ele bateu nela. Ele diz que está chateado porque ele a ama, mas ela “o deixa louco” de ciúmes.

HISTÓRIA 4

Fernanda mal tinha começado o Ensino Médio quando conheceu João. Ele era diferente dos outros caras que ela já tinha conhecido. Foi o primeiro amor da vida dela e ela queria passar todo seu tempo livre com ele. Parou de sair com suas amigas e as suas notas caíram. Ela estava mentindo constantemente para seus pais sobre com quem estava e, por isso, não poderia vê-lo o tempo todo. Ele era muito ciumento e Fernanda não poderia ter nenhum amigo homem sem que ele ficasse com raiva. Depois de saírem por dois meses, eles começaram a brigar muito porque ela não queria transar com ele. Um dia eles tiveram uma briga feia e ele bateu nela.

HISTÓRIA 5

Ana tem 21 anos de idade e mora numa cidade turística. No ano passado, ela conheceu um estrangeiro, banqueiro, com quem começou a namorar. Ela não contou sobre o namoro para sua família. Apesar de ser mais velho, ela gostava de sair com ele, especialmente quando ele levava para restaurantes caros e boates chiques. No fim de sua viagem, ele a convenceu a acompanhá-lo a seu país de origem. Ele prometeu que seria fácil conseguir um emprego, e Ana aceitou o convite. Depois de chegar lá, ele imediatamente pegou seu passaporte e mostrou-se extremamente controlador, e às vezes fisicamente agressivo. Ela também descobriu que ele não era banqueiro e que não tinha muito dinheiro. Ana se sentiu muito isolada, sem amigos ou família e sem conhecer a língua local. Ele a pressionou para trabalhar como stripper, um trabalho duro, e que incluía ofertas diárias para se prostituir.   

Pontos para a discussão:   

  • Alguma pessoa, seja homem ou mulher, “merece” apanhar ou sofrer algum tipo de violência? Por quê?
  • Quais os diferentes tipos de violência apontados nas histórias? E em quais os contextos de ocorrência?
  • Introduza a ideia (a partir das definições levantadas pelo grupo) de que os atos de violência podem ser divididos em três categorias: física, emocional/ psicológica e sexual. Dessa forma, solicite que os grupos façam essas associações com as respectivas histórias apresentadas.
  • Existem violências que estão relacionadas ao sexo da pessoa? Qual o tipo de violência mais comum praticada contra as mulheres?
  • O que você aprendeu com esta atividade? Você aprendeu alguma coisa que poderia ser aplicada em sua própria vida ou relacionamentos?

Professor/a como forma de fechamento da atividade sugerimos que deixa bem claro para os/as alunos/as os seguintes pontos:   

  1. A violência é uma forma de exercer controle ou poder sobre outra pessoa.   
  2. A violência acontece quando alguém abusa de uma situação de poder.
  3. É importante pensar em outras formas de violência, assim como em contextos e circunstâncias diferentes em que a violência acontece.
  4. Seja contra mulheres, crianças, homens, idosos, indivíduos de diferentes grupos religiosos ou orientações sexuais, a violência é sempre uma violação dos direitos humanos.  

ATIVIDADE 2: Aprofundando a discussão - Conhecendo a Lei Maria da Penha  

Após o término da atividade 1, discutir com os/as alunos/as se já presenciaram cenas de violência de gênero em sua comunidade ou na escola. O que eles/as podem fazer nesses momentos?  

O/a professor/a essa atividade tem como objetivo apresentar a Lei de proteção à mulher, como uma das alternativas a que podem recorrer quando sofrem violência.   

Nesse momento é fundamental o/a professor/a apresentar aos/as alunos/as a lei de proteção às mulheres que sofrem violência.

A íntegra da Lei Maria da Penha está disponível em <http://www.planalto.gov.br/CCIVIL/_Ato2004-2006/2006/Lei/L11340.htm>.

Pontos para a discussão: ·         

  1. O que eles e elas acham da dominação masculina? O que deve ser mudado? Como fazer?         
  2.  O que muda com a Lei Maria da Penha? ·         
  3. Por que uma Lei especial de enfrentamento à violência doméstica e familiar contra as mulheres? ·         
  4. Podemos considerar que a aprovação de tal lei representa uma história de luta e transformação para as mulheres? Por quê?

Observação para o/a professor/a:

• É importante e/ou relevante que o/a professor/a aborde os direitos humanos e os benefícios da solidariedade humana para a vida coletiva.

• È interessante debater: diante das desigualdades de gênero o que pode ser feito em termos de direitos humanos e atitudes solidárias?

O/a professor/a precisa deixar bem claro que os direitos humanos constituem o marco de reconhecimento dos direitos e liberdade básicas inerentes à base humana, sem qualquer espécie de discriminação. São os direitos que consagram o respeito à dignidade humana, que visam resguardar a integridade física e psicológica das pessoas perante seus semelhantes e perante o Estado em geral. Exemplos desses direitos e liberdades reconhecidos como direitos humanos incluem os direitos civis e políticos, o direito à vida e à liberdade, liberdade de expressão e igualdade perante a lei, direitos sociais, culturais e econômicos, o direito à saúde, ao trabalho e à educação. O/a professor/a poderá utilizar o link abaixo como consulta e indicá-lo como fonte de consulta para os/as alunos/as:

Declaração Universal dos Direitos Humanos – Disponível em: <http://www.mj.gov.br/sedh/ct/legis_intern/ddh_bib_inter_universal.htm>.      

ATIVIDADE 3: Como finalização das aulas, sugerimos que o/ professor/a apresente o vídeo intitulado “Não é fácil, não!” (Figura 1), disponível em:

http://www.promundo.org.br/o-promundo/apresentacao/ 

Professor/a nesse site poderá encontrar esse vídeo, digitando "Não é fácil, não!"

                   Figura 1: Cenas do vídeo "Não é fácil, não!".

O vídeo foi produzido pelo PROMUNDO, esta é uma organização não-governamental (ONG) brasileira que busca promover a igualdade de gênero e o fim da violência contra mulheres, crianças e jovens. Fonte: http://www.promundo.org.br/o-promundo/apresentacao/ 

Sinopse do vídeo

Pedro, sem um emprego formal, passa a ganhar menos que sua mulher, Kelly, e com isso se sente humilhado e inconformado. Um dia, por causa do stress e dos conflitos constantes, Pedro quase parte para a violência física contra Kelly. Neste momento, ele tem a visão de um menino que o leva a repensar sua vida e a maneira como aprendeu a ser homem. A partir da história de Pedro, é possível aprofundar a discussão sobre a forma como os homens são socializados, desmistificar a ideia de que a violência de homens contra mulheres está ligada ao desemprego e ao consumo de álcool e, principalmente, buscar alternativas não violentas para a resolução de conflitos familiares. Fonte: http://www.promundo.org.br/audiovisuais/para-jovens-e-adultos/dvd-nao-e-facil-nao/ 

                    Figura 2: Cenas do vídeo "Não é fácil, não!"

Após o término do vídeo, sugerimos que o/a professor/a solicite aos alunos/as preparem uma frase e/ou um texto que procure sensibilizar as diferentes manifestações de violência, contra a mulher, em suas vidas pessoais. O objetivo dessa atividade é que tais produções auxiliem no desenvolvimento de as habilidades necessárias para buscar apoio para si mesmos/as e outras mulheres que são vítimas de violência em suas comunidades   

Dica interdisciplinar como contribuições de diálogos entre os diferentes campos do saber:

O/a professor/a com essas aulas poderá propor possibilidades de parcerias, interdisciplinares, com outras áreas do conhecimento como a História, a Geografia e Artes. Nesse contexto, seria válido o estudo de como os “papéis” masculinos e femininos foram sendo construídos ao longo da história, em diferentes regiões geográficas e as formas de representações artísticas do ser masculino e ser feminino na sociedade ocidental e oriental.

 É possível trabalhar as discriminações em Educação Artística, uma vez que os atributos relacionados à sensibilidade artística costumam ser associados ao feminino. No caso de dança (balé, especialmente), a discriminação dos meninos que se interessam por sua prática é muito evidente e merece ser debatida.

• Em Geografia, podem-se incluir as perspectivas de gênero no estudo dos movimentos migratórios, analisando os efeitos das migrações em arranjos familiares, ocupações profissionais e de espaços.

• E, ainda, em um projeto conjunto, um possível tema de estudo para História e Geografia é a história das mulheres, suas lutas pela conquista de direitos e as enormes diferenças que podem ser encontradas ainda hoje nas diversas partes do globo.

Recursos Complementares

PROMUNDO - uma organização não-governamental (ONG) brasileira que busca promover a igualdade de gênero e o fim da violência contra mulheres, crianças e jovens. http://www.promundo.org.br/o-promundo/  

CFEMEA - O site - http://www.cfemea.org.br/, tem cartilhas e outros materiais que facilitam a abordagem do tema com outros educadores/as e em sala de aula, a exemplo da cartilha “Lei Maria da Penha do papel para a vida”, produzida pelo CFEMEA, acessível em pdf.     

Contribuições de outras aulas relacionadas com a temática, as mesmas estão disponível para consulta no portal do professor MEC.   

1. Gênero: uma diferença cultural entre homens e mulheres

2. Rompendo as tradicionais fronteiras entre masculinidades e feminilidades  

3. Acorda Raimundo... Acorda”: As transformações de papéis masculinos e femininos

4. Feminino? Masculino? Que pergunta é essa?  

5. Mapeando o gênero: construindo relações mais justas      

6. Movimento feminista: problematizando o espaço da mulher na sociedade

7. Violência contra a mulher

Avaliação

A avaliação dos/as alunos/as pode ser feita em todos os momentos das atividades propostas, sendo considerada a contribuição individual nas discussões e demais atividades em grupo, assim como, o envolvimento dos/as alunos/as nas atividades solicitadas. Ademais, a elaboração da frase e/ou texto pode ser uma oportunidade para o professor avaliar a participação, o envolvimento, a escrita, a capacidade crítica e argumentativa dos educandos.  

Opinión de quien visitó

Quatro estrelas 2 calificaciones

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Opiniones

  • tatiana, Colégio Luís Eduardo Magalhães , Bahia - dijo:
    tatianalsiqueira28@hotmail.com

    09/11/2015

    Quatro estrelas

    Excelente. As aulas do professora Sandro são inspiradoras. Parabéns!


  • luciana hallak, U.E. Sampaio Corrêa , Rio de Janeiro - dijo:
    luciana_hallak@yahoo.com.br

    21/10/2012

    Cinco estrelas

    Adorei a aula!!!! Estou adaptando para minha turma da EJA, em relação ao número de alunos e a linguagem para não causar muito incômodo. Mas a aula é muito boa. Parabéns!


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