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A Revolução de 30: vencidos e vencedores

 

25/01/2011

Autor y Coautor(es)
Leila Floresta
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UBERLANDIA - MG Universidade Federal de Uberlândia

Aléxia Pádua Franco, Leide Divina Alvarenga

Estructura Curricular
Modalidad / Nivel de Enseñanza Disciplina Tema
Ensino Médio História Poder
Educação de Jovens e Adultos - 2º ciclo História Relações de poder e conflitos sociais
Ensino Fundamental Final História Nações, povos, lutas, guerras e revoluções
Datos de la Clase
O que o aluno poderá aprender com esta aula

O aluno será estimulado a refletir sobre os projetos políticos em disputa na chamada “Revolução de 30” a partir da interpretação de discursos de época, análise de trechos de livros e análise de mapa histórico.

Duração das atividades
05 aulas - 250 minutos
Conhecimentos prévios trabalhados pelo professor com o aluno

A conjuntura histórica Internacional e Nacional na década de 1920: Crise da Bolsa de Valores de Nova York de 1929 e recessão mundial; Política do Café-com-Leite no Brasil; Coronelismo e “voto de cabresto” na República Velha; O Movimento Tenentista; O Governo de Washington Luís e o movimento operário. 

Estratégias e recursos da aula

Estratégias:

O conjunto de 05 aulas relacionado ao tema “A Revolução de 30: vencidos e vencedores” tem como proposta estimular e capacitar os alunos à análise de documentos de época, compreensão de diferentes visões de historiadores sobre o movimento e localização temporal e espacial de fatos relacionados ao movimento. Assim, as linguagens e registros serão estudados e confrontados ao longo do tempo previsto, a fim de que os mesmos possam construir criticamente interpretações históricas em torno das diferentes posições políticas em disputa naquele movimento.

Atividade 1 - O professor iniciará o estudo por meio de um debate em torno do conceito de "Revolução", utilizando para isso as próprias referências dos alunos e contrapondo-as às definições filosóficas e sociológicas.

Atividade 2 - Em seguida, em grupos, os alunos farão uma pesquisa em diferentes livros didáticos a fim de se familiarizarem com o tema, extraindo diferentes versões tradicionais e oficiais acerca da “Revolução” de 30. Esta atividade em si já antecipa e estimula a percepção de diferentes interpretações, uma vez que alguns livros didáticos preservam versões mais tradicionais e factuais, relatando realizações de líderes políticos e partidos, enquanto outras leituras mais atualizadas já expõem pesquisas que inserem novos debates em torno deste movimento, incluindo as ações do Bloco Operário e Camponês e as contradições entre os discursos democráticos dos líderes do movimento e seus desdobramentos políticos e sociais e a partir de 1930.

Atividade 3- Nesta etapa o professor utilizará um mapa histórico do Brasil, a partir do qual os alunos farão a inserção de fatos e movimentos que antecederam a chamada Revolução de 30, explicando as diferenças regionais, a produção econômica dos Estados, etc.

Atividade 4- Nesta etapa, a estratégia será a realização de um debate envolvendo os alunos em grupos, representando e defendendo as diferentes visões acerca do movimento de 1930, a partir da análise e leitura de trechos de documentos de época e de visões de diferentes historiadores.

Atividade 5- Ao final das atividades, os alunos deverão responder a seguinte indagação:   * 1930: uma Revolução ?

Recursos:

Atividade 1 - Os diferentes conceitos de "revolução". Site sugerido:  http://www.suapesquisa.com/historia/dicionario/revolucao.htm 

Atividade 3- Os antecedentes da “Revolução de 30” 1.1.1- Análise do mapa do Brasil e inserção dos movimentos sociais e políticos entre 1920 e 1930.

 

      Fonte: F. de Campos e M. Dolhnikoff. Atlas de História do Brasil. São Paulo: Scipione, 1993.    

 Possibilidades Interpretativas: 

A visão oficial da “Revolução de 30” reforça imagens históricas de uma grande mudança no cenário político e social brasileiro a partir de 1930, como decorrência da deposição do presidente Washington Luís e a tomada do poder central pelos “revolucionários”, liderados por Getúlio Vargas e pela “Aliança Liberal”.Esta atividade pretende dar visualidade ao contexto histórico da década de 1920, enfatizando as ações do movimento tenentista. Assim, o professor poderá solicitar aos alunos, em grupos ou individualmente, que insiram e destaquem no mapa, com a ajuda do professor de geografia, os movimentos e fatos políticos ocorridos neste período. O mapa já apresenta o caminho percorrido pela “Coluna Prestes”. Os alunos deverão indicar no caderno, a partir de pesquisa nos livros, o que foi este movimento (atividade de história) e caracterizar o relevo e a produção econômica dos diferentes Estados que a Coluna percorreu naquele período (atividade de história e geografia). Em seguida, os alunos deverão indicar no mapa onde, quais os participantes, porque e como ocorreram os demais movimentos e fatos, por meio de um tratamento interdisciplinar envolvendo as disciplinas de História, Geografia, Sociologia, Filosofia e Literatura, tais como:

A Semana de Arte Moderna, de 1922. * A Revolta do Forte de Copacabana, de 1922. * A política do “Café-com-Leite”, na República Velha. * O coronelismo e o voto-de-cabresto, na República Velha. * A revolta tenentista de Isidoro Dias Lopes, em 1924. * O assassinato de João Pessoa, em 1930. * A “batalha” de Itararé, em 1930. * A viagem de trem de Getúlio Vargas, líder da Aliança Liberal, do Rio Grande do Sul ao Rio de Janeiro, em 1930, após a vitória do movimento.  

Abordagem Interdisciplinar dos Conceitos: - O professor de História, em conjunto com os professores de Sociologia,  Filosofia e Literatura, poderá realizar um debate com os alunos, discutindo os conceitos que mais apareciam nos discursos da época do movimento de 1930 e suas relações com o contexto brasileiro atual, tais como: * Revolução e Contra Revolução * Oligarquia * Burguesia * Golpe de Estado * Liberalismo * Comunismo * Tenentismo * Coronelismo * Modernismo * Nacionalismo * Caudilhismo * Autoritarismo.   

Atividade 4

A) Trechos de Discursos de Época:   

1- “ Façamos a revolução, antes que o povo a faça”. Antônio Carlos de Andrada, governador de Minas Gerais, 1930. (Partido Republicano Mineiro –PRM)   

2- “ A questão social é um caso de polícia”. Presidente Washington Luís, 1929. ( Partido Republicano Paulista – PRP)  

 3- “ Não nos enganemos. Somos governados por uma minoria que, proprietária das fazendas e latifúndios, senhora dos meios de produção e apoiada nos imperialismos estrangeiros que nos exploram e nos dividem, só será dominada pela verdadeira insurreição generalizada, pelo levantamento consciente das mais vastas massas das nossas populações dos sertões e das cidades...”. Luís Carlos Prestes, “Manifesto de Maio”, 1930. In: CARONE, Edgar. O tenentismo. São Paulo: Difel, 1975.p. 346.  

 4-  “(...) a Nação vê renascer a sua consciência política e olha o futuro, com ânimo de caminhar pelos seus próprios passos, sem a tutela dos falsos guias que a conduziram ao desprestígio político e à ruína econômica. A Revolução de 30 criou, evidentemente, uma nova mentalidade nacional. Marcou o início de uma nova etapa de consciência política.” Gal. Waldomiro Castilho de Lima, Interventor Federal no Estado de São Paulo. São Paulo: Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, 20/07/1933. In: DE DECCA, Edgar. 1930: O silêncio dos vencidos. 6 ed. São Paulo: Brasiliense, 1994.p. 72.   

5- “Se a revolução era necessária em acrescida à História da República em 1924, com maior razão o é em 1928. Não há, portanto, entendimento possível entre a revolução e o governo, a menos que este último se decida a aceitar a aplicação do programa revolucionário.” Miguel Costa, Jornal “O Combate”, 18/07/1928, In: DE DECCA, Edgar. 1930: O silêncio dos vencidos. 6 ed. São Paulo: Brasiliense, 1994.p. 85.   

6-  “ A obra do Partido Democrático, como dos partidos operários, era de cooperar com a agitação fecunda dos espíritos, a agitação das massas, a marcha nacional que contemplamos para outro porvir, que não o da escravidão política e o esmagamento econômico que nos espera como povo e nação. (...) Em tudo, porém, era preciso elementar cuidado de não se tornarem incompatíveis essas duas forças que necessariamente teriam de convergir para derrubar o inimigo comum no campo político do presente.(...)”   Maurício de Lacerda, Jornal “O Combate”, 15/02/1928  (discurso reproduzido no jornal O Estado de São Paulo)  

 B)  As  Interpretações de Historiadores:  

 1- “ Essa união é que possibilita a vitória da Revolução de 1930, depois da qual se processa uma luta, em muito idêntica à da crise da República, entre a fração da classe dominante que participou da revolução e os elementos da classe média que lhe constituíram o fermento e que eram nitidamente representados pelos militares oriundos do tenentismo.” SODRÉ, Nelson Werneck. O que se deve ler para conhecer o Brasil. 4 ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1973. p. 205.   

2- “ Que houve pois em 1930? A substituição de um setor das classes dominantes por outro, sem que nada alterasse no país. (...) Desse modo a Revolução de 30 não foi na verdade uma revolução como não foi igualmente um movimento puramente militar e menos ainda uma guerra civil. Talvez se pudesse classificá-la como uma insurreição político-militar com apoio parcial do povo, embora possa continuar chamando-se Revolução de 30, nome que, com as devidas ressalvas, não prejudica ninguém.”  BASBAUM, Leôncio. História sincera da República: de 1889 a 1930. 4 ed. São Paulo: Alfa-Ômega, 1981. p. 293.  

 3- “O problema era, portanto, não só conter uma possibilidade de revolução, mas impedir o avanço da arregimentação operária em torno do BOC ( Bloco Operário e Camponês) – um partido de trabalhadores – questão que desmascarou progressivamente as forças políticas que organizavam as classes dominantes e os setores médios urbanos, fossem eles governistas ou oposicionistas. “ DE DECCA, Edgar. 1930: O silêncio dos vencidos. 6 ed. São Paulo: Brasiliense, 1994. p. 205.  

 Possibilidades Interpretativas

 Após a leitura e análise dos discursos e trechos de livros apresentados, com base no roteiro inserido abaixo, os alunos serão divididos em grupos e cada grupo deverá defender as idéias dos diferentes segmentos sociais e políticos que estiveram envolvidos no movimento de 1930, distribuídos da seguinte forma:

Grupo 1- Os Tenentes Grupo 2- O Partido Republicano Paulista Grupo 3- O Partido Republicano Mineiro Grupo 4- O Partido Liberal de São Paulo Grupo 5- A Aliança Liberal Grupo 6- O Bloco Operário e Camponês  

Roteiro para Análise dos  Documentos: 

1- Quem fez o texto? 2- Qual a época da produção do documento? 3- Qual é o assunto do documento? A quem ou a que se refere? 4- A quem é dirigido o discurso? 5- De que forma são retratados os sujeitos citados pelo autor? 6- Qual a visão de revolução para o autor? 7- Identifique e encontre o significado de palavras ou expressões desconhecidas.

Recursos Complementares

Filmes e Documentários

1- Filme: “ O Crime do Zé Bigorna” Diretor: Anselmo Duarte Ano: 1977 Duração: 100 minutos O objetivo da projeção do filme é possibilitar aos alunos o contato com uma produção cinematográfica produzida em 1977 e que retrata, numa obra de ficção, o ambiente histórico de uma cidade do interior do nordeste do Brasil, às vésperas da eclosão da “Revolução de 30”, com destaque para a crise do coronelismo.   

2- Documentário: “1930: Tempo de Revolução” Diretor: Eduardo Escorel Ano: 1990 Duração: 48 minutos O objetivo da projeção do documentário é conhecer cenas e imagens produzidas na época, a fim de familiarizar os alunos com o ambiente sócio-cultural e político brasileiro no final da década de 1920 e início da década de 1930, além de entender as opiniões de diferentes pesquisadores sobre o assunto.

3-Documentário: "Revolução de 30". Direção: Sílvio Back. Ano: 1980, disponível no endereço:

http://pt.wikipedia.org/wiki/Revolu%C3%A7%C3%A3o_de_30_(document%C3%A1rio) 

Sites Relacionados ao Tema:

Arquivo do Estado de São Paulo:http://www.arquivoestado.sp.gov.br/ 

Centro de Pesquisa em Documentação de História Contemporânea do Brasil - Fundação Getúlio Vargas: www.cpdoc.fgv.br 

Arquivo Nacional -RJ - www.arquivonacional.gov.br 

Centro Cultural São Paulo: www.centrocultural.sp.gov.br 

Avaliação

O professor poderá avaliar a participação dos alunos no debate e o seu envolvimento na preparação das atividades propostas. A capacidade de compreensão dos objetivos propostos poderá ser acompanhada ao longo de todo o processo, por meio da abordagem da indagação central da aula: "1930: uma Revolução ?".  No processo avaliativo serão observados: a capacidade desenvolvida pelos alunos para a interpretação de documentos de época e visões atualizadas de historiadores, a habilidade no tratamento interdisciplinar do trabalho com mapas, a capacidade de reflexão e interpretação sobre os diversos conceitos de revolução e "Revolução de 30".

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