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A morte como salvação no Romantismo

 

23/09/2010

Autor y Coautor(es)
wendell de freitas amaral
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JUIZ DE FORA - MG COL DE APLICACAO JOAO XXIII

Maria Cristina Weitzel Tavela

Estructura Curricular
Modalidad / Nivel de Enseñanza Disciplina Tema
Ensino Médio Literatura Estudos literários: análise e reflexão
Ensino Médio Literatura Literatura brasileira, clássica e contemporânea: criações poéticas, dramáticas e ficcionais da cultura letrada
Datos de la Clase
O que o aluno poderá aprender com esta aula

Identificar as marcas discursivas e ideológicas dessa poética e seus efeitos de sentido;

relacionar características discursivas e ideológicas de obras românticas brasileiras ao contexto histórico de sua produção, circulação e recepção;

localizar as manifestações do desejo de morte na poesia romântica brasileira; posicionar-se frente a valores, ideologias e propostas estéticas representadas em obras literárias românticas;

reconhecer a manifestação dessa sensibilidade em obras atuais.

Duração das atividades
4 aulas de 50 minutos
Conhecimentos prévios trabalhados pelo professor com o aluno

Habilidades básicas de leitura, escrita e informática.

Iniciação ao estudo do Romantismo na literatura.

Estratégias e recursos da aula

Com o advento do Romantismo verifica-se uma valorização da produção literária como expressão individual, a poesia se personaliza, e a lírica adquire então um prestígio sem igual. Uma das definições mais usuais para o poeta romântico e que ultrapassou o século XIX é a do gênio incompreendido. O romântico, sentindo-se deslocado no mundo por se tratar de um iluminado, um vate, próximo da divindade, apresenta-se como portador de capacidade imaginativa superior a dos homens comuns, o que, acredita, possibilita a ele falar com Deus e com a Natureza, servindo-lhes como porta-voz ao mundo concreto. Abaixo uma simples ilustração da medida dessa sensibilidade egocêntrica do gênio romântico, desse "EU" absoluto.

"EU" > Mundo

                                                                                                                                                               

Benedito Nunes dá a medida dessa imposição espiritualista do gênio romântico sobre o caráter vulgar da humanidade e sua consequente distância do real:

"É que, altivo, incompreendido e distante, o poeta romântico impõe-se, intimado pela inspiração que o visita, a tarefa universal de legislador do reino dos fins espirituais intangíveis, onde, imune à lei da causalidade e às mutáveis circunstâncias do mundo exterior, ocupa (...) um lugar firme e elevado em relação à humanidade"

(NUNES, Benedito. A visão romântica.1978, p.62).

Acreditando possuir uma sensibilidade superior frente a uma sociedade em mutação, a qual se via impelida por uma necessidade de mecanização racionalista como pressuposto de uma crescente industrialização, o poeta – ser marginalizado por sua improdutividade material ou econômica – frequentemente está em luta para conquistar a glória almejada. Maldizendo o mundo por sua insensibilidade artística, à medida que é, por outro lado, mal-visto pela aparente indolência e precariedade material, o poeta não escapa da relação de conflito entre a sua subjetividade e o real, tensão esta que parecerá interminável, visto que os conflitantes parâmetros de valores sociais e morais estão em pólos opostos e parecem irredutíveis.

"EU" X Mundo

                                                                                                                                                           

Surge daí um sentimento melancólico, descrente, desesperado, uma insatisfação permanente que foi batizada como spleen, mais comumente caracterizada como Mal do século.

O que resta ao poeta se no mundo físico e concreto não alcança o reconhecimento, a felicidade e a glória? Resta, então, somente o culto idealista e utópico do sonho, do invisível, do inacessível, do misterioso, do longínquo, do infinito... é nesta busca que a Morte surge como o caminho mais curto para alcançar esta transcendência. A morte passa a ser a única solução definitiva para os problemas do homem. Na morte seria encontrado o alívio que representa a salvação em outra vida, onde os desejos irrealizados seriam possíveis.

Para esta aula veremos como isso se dá em alguns poema de Junqueira Freire, Fagundes Varela, Castro Alves e Álvares de Azevedo.

Ofélia – John Everett Millais (1851-1852)

http://jardindeguata.blogspot.com/2010_01_01_archive.html 

Atividade 1

Professor, para a primeira atividade, divida a turma em 5 grupos e entre eles sugira que pesquisem os seguintes temas. Abaixo algumas dicas de sites:

Ultra-Romantismo http://www.spectrumgothic.com.br/literatura/ultraromantismo.htm 

Byronismo e mal do século http://www.filologia.org.br/soletras/8/11.htm 

Junqueira Freire http://www.genealogiafreire.com.br/bio_luis_jose_junqueira_freire.htm 

Fagundes Varela  http://br.oocities.com/edterranova/fagundespoe.htm  

Álvares de Azevedo http://alvares-deazevedo.blogspot.com/ 

Após a pesquisa:

(1) reúna os alunos na classe e proponha um seminário envolvendo toda a turma.

(2) sugira a apresentação dos dados coletados (características da linguagem e trechos dos poemas) de maneira oral ou expositiva (quadro, retroprojetor, datashow etc).

(3) peça para os alunos relacionarem os dados ao que foi dito anteriormente sobre a sensibilidade romântica egocêntrica e o desejo pela morte.

(4) inicie com os grupos do Ultra-Romantismo e do Mal do século e, gradativamente, os alunos dos outros grupos sentir-se-ão à vontade para se manifestar e divulgar o que aprenderam sobre os três poetas cujas poéticas se incluem nestas categorias.

Professor, vá anotando no quadro ou em um material à parte para que depois todos possam reunir as informações cruciais para o conhecimento destes temas.

http://coisasdaelis.wordpress.com/2009/05/11/a-morte-de-cada-dia/ 

Atividade 2

Para a segunda atividade inicie com os alunos a leitura e a análise dos versos de alguns poemas de Junqueira FreireFagundes Varela e Castro Alves.

Divida a turma em pequenos grupos e sorteie os poemas para que eles possam "buscá-los" numa pesquisa.

São eles:

Junqueira Freire - Morte (hora de delírio) / O arranco da Morte - http://www.orfeuspam.com.br/Apostilas/LiteraturaBrasileira/Romantismo/JUNQUEIRA_FREIRE.htm 

Fagundes Varela - Tristeza / Noturno - http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/DetalheObraForm.do?select_action=&co_obra=2167  

Castro Alves - Mater Dolorosa / A cruz da estrada - http://www.revista.agulha.nom.br/calves2.html 

Terminada a pesquisa, a leitura e a análise dos textos:

(1) peça para os grupos registrarem o que perceberam nos poemas sobre

a) o desejo de morrer ou a visão da morte como caminho para uma outra vida melhor,

b) qual o ponto de vista manifestado em cada texto.

Essas notações não devem conter referências ao título do poema nem ao grupo que produziu a análise.

(2) recolha cada uma das análises e redistribua-as entre os grupos, tomando cuidado para não devolver as anotações para seus autores. Todos deverão estar com as anotações dos colegas.

O objetivo é fazer com que os grupos leiam uma análise diferente e possam, após uma leitura oral dos poemas, feita por todos os grupos, apontar a qual texto aquela análise faz referência.

Deste modo, todos estarão atentos aos poemas indicados e às análises feitas pelos próprios estudantes.

http://jornale.com.br/wicca/?p=1708 

Atividade 3

Para a terceira atividade, serão lidos os poemas de Álvares de Azevedo, considerado por muitos críticos o melhor exemplo desta poética da exacerbação do indivíduo que envereda por si adentro para cantar o seu tédio, o seu melancólico desencanto com a vida, o seu desespero e vontade de morrer.

O evasionismo (fuga), a oposição ao mundo, mantém-se em sua poética seja pelo culto da morte ou do sonho, seja pela agressão irônica à realidade presente. Nos poemas em que o “eu” lírico se apresenta como terno e recatado, há uma entrega aos seus sonhos de amor e obsessão pela morte, onde ela surge como possibilidade de solução para o tédio de viver; além da mulher amada como virgem apenas sonhada e por isso esperada também após a morte.

(1) indique para a turma os poemas abaixo do livro Lira dos Vinte Anos - http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/DetalheObraForm.do?select_action=&co_obra=1732  

Lembrança de Morrer - No Túmulo do Meu Amigo João Batista da Silva Pereira Júnior - O pastor Moribundo - Soneto: Pálida à luz da lâmpada sombria - Trindade - Soneto: Já da morte o palor me cobre o rosto - Despedidas a... - Adeus, meus sonhos - Página rota

Após a leitura dos poemas, considerando a questão biográfica de Álvares de Azevedo, que escreveu sua obra antes dos 21 anos, portanto, tido por muitos críticos como um poeta do qual os dramas do adolescente, as aspirações e decepções, a insegurança, a ebulição de sentimentos toma parte em muitos de seus textos:

(2) abra um espaço para o debate com seus alunos sobre as possíveis relações entre a vida do poeta e, neste caso, de qualquer adolescente, e as aspirações idealistas pelo sonho e pela morte como redenção ou alívio, presentes nos versos lidos.

(3) faça deste momento um momento de reflexão não apenas sobre a poesia de Álvares de Azevedo, mas sobre a própria existência de cada um.

a) como encaramos as desilusões da Vida?

b) que esperamos da Morte?

c) já sentimos o desejo de morrer? Por qual motivo?

d) é possível perceber esse spleen nas manifestações culturais contemporâneas?

Através deste questionamento, será possível que o aluno revele um pouco de seus sonhos, desejos, e de como enfrenta suas frustrações, ao mesmo tempo discutindo a maneira com que vê esse desejo de evasão em obras contemporâneas: músicas, filmes, poemas etc.

Recursos Complementares

BOSI, Alfredo. História concisa da literatura brasileira. 2. ed. São Paulo: Cultrix, 1978.

CANDIDO, Antonio. Formação da literatura brasileira: momentos decisivos. Belo Horizonte: Ed. Itatiaia; São Paulo: Edusp, 1975.

COUTINHO, Afrânio. A literatura no Brasil: era romântica. São Paulo: Global, 2004.

GUINSBURG, J. (org.) O Romantismo. São Paulo: Perspectiva, 1993.

A escola de morrer cedo - Lya Luft - www.academia.org.br/abl/media/prosa4b.pdf  

http://www.cce.ufsc.br/~nupill/ensino/caract_romant.htm 

http://www.graudez.com.br/literatura/romantismopoesia.html   

http://www.webartigos.com/articles/12222/1/Romantismo/pagina1.html 

http://www.machadodeassis.ufsc.br/obras/criticas/CRITICA,%20Fagundes%20Varela%20-%20Cantos%20e%20fantasias,%201866.htm 

Avaliação

A avaliação deve pautar-se na produção oral e escrita dos alunos durante as atividades.

Opinión de quien visitó

Quatro estrelas 3 calificaciones

  • Cinco estrelas 2/3 - 66,67%
  • Quatro estrelas 1/3 - 33,33%
  • Três estrelas 0/3 - 0%
  • Duas estrelas 0/3 - 0%
  • Uma estrela 0/3 - 0%

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