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A conquista da América sob o ponto de vista das populações nativas

 

07/10/2010

Autor y Coautor(es)
LEIDE DIVINA ALVARENGA TURINI
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UBERLANDIA - MG Universidade Federal de Uberlândia

Aléxia Pádua Franco

Estructura Curricular
Modalidad / Nivel de Enseñanza Disciplina Tema
Educação de Jovens e Adultos - 2º ciclo História Relações de poder e conflitos sociais
Ensino Fundamental Final História Nações, povos, lutas, guerras e revoluções
Educação de Jovens e Adultos - 1º ciclo Estudo da Sociedade e da Natureza Cultura e diversidade cultural
Datos de la Clase
O que o aluno poderá aprender com esta aula

Caracterizar diferentes reações das populações indígenas da América à presença dos europeus, no século XV.

Refletir sobre a visão das populações nativas em relação à conquista e aos conquistadores, a partir de relatos incas, maias e astecas, dentre outros.

Interpretar mapas representativos da diversidade de povos que habitavam o continente americano no período anterior ao século XV.

Duração das atividades
06 aulas de 50 minutos
Conhecimentos prévios trabalhados pelo professor com o aluno

As razões que levaram os europeus ao processo de exploração e dominação do continente americano através das navegações realizadas a partir do século XV.

Estratégias e recursos da aula

I- A História das populações indígenas da América não começou em 1492

O objetivo desta primeira aula é chamar a atenção dos alunos para a diversidade de povos e culturas existentes na América antes da chegada dos europeus, no século XV. Para tanto, sugerimos três atividades:

1- Teorias sobre a origem dos primeiros habitantes da "América" 

Esta primeira aula pode contribuir para que os alunos desconstruam a idéia de que a história do continente no qual vivemos iniciou-se apenas no século XV, com a conquista européia, uma vez que as pesquisas científicas indicam que a ocupação da "América" ocorreu muito antes da chegada dos europeus e, por todos os lados do continente, diferentes histórias foram construídas desde então.

Explorando a temática a partir do trabalho com jornais, revistas, livros didáticos e internet:

a- Os alunos, sob a orientação do professor, devem levar para a sala de aula revistas e jornais (recentes), além de livros didáticos e paradidáticos selecionados previamente, os quais contenham informações relativas às pesquisas sobre a origem dos primeiros habitantes da América. Para as escolas que contam com computadores, os quais podem ser acessados pelos estudantes, o professor pode solicitar que os alunos consultem sites de revistas e jornais online que tratam do tema.  No caso de consulta à internet, sugerimos:  

 http://www.comciencia.br/reportagens/arqueologia/arq01.shtml 

http://historia.abril.com.br/cotidiano/ocupacao-america-nova-face-homem-americano-434878.shtml 

http://www.klickeducacao.com.br/conteudo/pagina/0,6313,POR-1252-9416-,00.html 

http://novahistorianet.blogspot.com/2009/01/amrica-colonial.html 

b- Dividir os alunos em grupos para a atividade. Por exemplo, um grupo pode ficar responsável pela análise do tema em livros didáticos e paradidáticos, outro grupo pode explorar o conteúdo de jornais e revistas impressas e um terceiro grupo pode se dedicar ao trabalho de consulta sobre o tema na internet.

c- As conclusões de cada grupo devem ser socializadas na turma, por meio de apresentação oral e debate.

2- A "América" antes do século XV

Levar para a sala de aula o mapa da "América Pré-Colombiana", seja em prancha plastificada ou em material impresso. O objetivo é chamar a atenção do aluno para a diversidade de povos que habitavam o continente antes do século XV.

Orientações para o trabalho com o mapa:

a-  Observar atentamente o mapa, em todos os seus detalhes. (A identificação do mapa pelo título "América Pré-Colombiana" não deve ser informada ao aluno, portanto o professor deve cobrir (no caso de mapa em prancha plastificada ou laminada) ou não informar (no caso de mapa em material impresso).  

Professor, ao iniciar a aula, não faça afirmações que antecipem o conteúdo do mapa aos alunos. Deixe que eles próprios tirem as suas conclusões, a partir da observação e reflexão, pois, embora muitos possam identificar o continente americano no mapa, outros podem apresentar dúvidas em função de não reconhecerem as referências feitas aos diferentes povos indígenas. Deixe que todos coloquem suas hipóteses. Em seguida, promova uma discussão a respeito das questões abaixo relacionadas.

b- O mapa refere-se a que território?

c- O mapa refere-se a que época? Justifique.

d- Quais as suas conclusões a respeito do mapa?

Estimule os alunos a falarem sobre o que sabem, leram ou já ouviram falar a respeito dos povos representados no mapa como os incas, os maias, os astecas, os apaches, os sioux, povos indígenas do Brasil, etc.

e- Peça aos alunos para darem um título ao mapa. Depois, informem a eles o título oficial (América Pré- Colombiana) e proponha um debate a respeito dos diferentes títulos atribuídos por eles ao mapa. É uma boa oportunidade para discutir com os alunos a perspectiva eurocêntrica do título oficial, ou dos próprios títulos criados por eles, se for o caso.

3- Lendas, mitos e contos dos povos indígenas da América

A proposta para esta atividade é que os alunos tenham contato com alguns dos muitos e variados mitos, contos e lendas de povos como os incas, maias, astecas, povos indígenas do Brasil e da América do Norte. O objetivo é que este contato permita aos alunos compreenderem que os europeus invadiram e dominaram territórios habitados por povos com grande diversidade e riqueza cultural; povos que possuíam as suas visões de mundo e  saberes coletivos herdados de seus ancestrais. Conhecer alguns dos mitos, lendas e contos desses povos significa, de certa forma, reconhecer e legitimar a história construída por eles neste continente, antes e depois da chegada dos europeus.

Orientações para a atividade:

Propor aos alunos a leitura, interpretação e socialização dos contos, lendas e mitos dos povos indígenas da América. Abaixo, sugerimos livros e sites que podem ser consultados pelos alunos:

Fonte da imagem: http://adrianomessiasescritor.blogspot.com/2009/05/antes-de-colombo-chegar-antes-de-la.html

Livro e site sugeridos para o contato com lendas incas, maias e astecas:

MESSIAS, Adriano. Antes de Colombo chegar. Belo Horizonte: Alis Editora, 2009.

http://www.ecsbdefesa.com.br/defesa/fts/MitosAmerindios.pdf 

 Livro e sites sugeridos para o contato com lendas e mitos dos povos indígenas do Brasil:

Livro: ANDRADE E SILVA, Waldemar. Lendas e mitos dos índios brasileiros. 2a ed., São Paulo, FTD, 1999.

www.fundaj.gov.br/docs/pe/pe0034.html 

http://www.lendorelendogabi.com/lendas_mitos/lendas_e_mitos.htm 

Livro sugerido para consulta a respeito de lendas e mitos dos povos indígenas da América do Norte:

QUESNEL, Alain. Índios da América do Norte. Mitos e lendas. São Paulo: Ática, 2002.

II- O ponto de vista das populações nativas sobre a conquista européia na América 

1- Relatos incas, maias e astecas sobre a conquista espanhola

Para esta aula, a proposta é a leitura e interpretação de relatos extraídos do livro de Miguel León-Portilla. Confira a referência bibliográfica da obra:

LEÓN-PORTILLA, Miguel. A Conquista da América Latina vista pelos índios. Relatos astecas, maias e incas. Petrópolis: Vozes, 1987.

Abaixo, excertos extraídos da obra, para uma idéia mais clara das possibilidades de trabalho com o livro do autor mexicano:

"Nos caminhos jazem dardos quebrados;

os cabelos estão espalhados.

Destelhadas estão as casas,

incandescentes estão seus muros.

Vermes abundam por ruas e praças,

e as paredes estão manchadas de miolos arrebentados.

Vermelhas estão as águas, como se alguém as tivesse tingido, e se as bebíamos, eram águas de salitre.

Golpeávamos os muros de adobe em nossa ansiedade e nos restava por herança uma rede de buracos. Nos escudos esteve nosso reguardo, mas os escudos não detêm a desolação."

(Memória asteca da conquista, p.17/18)

" Barbudo inimigo, homem vermelho,

de onde chegas extraviado,

a que vieste,

que vento te trouxe,

o que é que queres

aqui em minha casa, aqui em minha terra? 

No caminho que percorreste?

Não te queimou o fogo do sol,

e o frio não te atravessou,

e o monte, afastando-se de teu caminho,

não te esmagou sob suas pedras,

e, abrindo-se a teus pés, a terra

não pôde te sepultar,

e o oceano, te envolvendo não te faz desaparecer.

De que maneira vieste

e o que queres comigo?

Vai-te, regressa a teu país

antes que se levante esta minha clava

de ouro e termine contigo.

Inimigo barbudo, já te disse

que voltes a tua terra."

(Memória quéchua da conquista, p.130)                           

"Então tudo era bom                                                     

e então (os deuses) foram abatidos.

Havia neles sabedoria.

Não havia então pecado...

Não havia então enfermidade,

não havia dor de ossos,

não havia febre para eles,

não havia varíolas...

Retamente erguido ia seu corpo então.

Não foi assim que fizeram os dzules

quando chegaram aqui.

Eles nos ensinaram o medo,

vieram fazer as flores murchar.

Para que sua flor vivesse,

danificaram e engoliram nossa flor...

Castrar o sol!

Isso vieram fazer aqui os dzules.

Ficaram os filhos de seus filhos,

aqui no meio do povo,

esses recebem sua amargura..."

(Memória maia da conquista, p. 59/60)

Os excertos acima e as questões que eles suscitam são exemplos das possibilidades de trabalho com os textos do livro. A desolação, a idéia de invasão e usurpação praticadas pelos europeus, o questionamento em relação aos motivos que os trouxeram ao continente, a visão dos europeus como inimigos, as doenças que provocaram a morte de muitos indígenas, o termo dzule que significa invasor, são idéias que podem ser exploradas pelos alunos, além de outras questões que a obra de Miguel León Portilla aborda, fundamentais para o trabalho sobre as reações dos povos indígenas ao processo de dominação do continente pelos europeus.

Orientações:

a- O professor pode sugerir a leitura do livro todo ou selecionar textos relativos à memória asteca, inca e maia da conquista.

Professor, os relatos contidos no livro, sob o formato de crônicas e poemas, sugere uma dinâmica de leitura que alie texto escrito e linguagem oral, possibilitando um maior envolvimento do aluno com o texto, ao qual ele poderá emprestar a sua interpretação e expressividade através de uma leitura dramatizada.  

b- Apóso trabalho de leitura e interpretação, os alunos devem ser orientados a representar, por meio de desenhos e poemas as idéias centrais da obra.

2- O ponto de vista das comunidades indígenas do Brasil atual sobre a conquista portuguesa

Proposta de atividade:

Para uma reflexão sobre o ponto de vista das comunidades indígenas do Brasil  em relação ao "descobrimento do Brasil" em 1500, a proposta é a projeção e debate do vídeo:

 Uma outra história [Índios no Brasil]    Disponível em: http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnica.html?id=18482  

Episódio do programa Índios no Brasil, da TV Escola. Trata do descobrimento do Brasil, segundo a visão do índio brasileiro. Aborda também a cartilha criada pelos índios que separa a história de seu povo em quatro períodos: tempo da maloca, tempo da correria, tempo do cativeiro e tempo do direito. (Fonte: Portal do Professor)

Os depoimentos abaixo, extraídos do vídeo, dão uma idéia das questões que podem ser discutidas:

Os brancos falam que descobriu o Brasil, mas já tinha índio...fica mentindo, fica falando, ah descobriu o Brasil, mas não descobriu não, porque já tinha yanomami, já tinha macuxi, já tinha outras tribo”  (Davi Kopenawa, Yanomami RR)

“A história que os brancos deixou pros seus filhos foi uma história assim, é, enfeitada, né.. chegaram na praia de canoa, nosso pessoal deu caju pra eles, deu muita fruta pra eles na praia, todos ficaram amigos (risos)... assim começou o Brasil. (...) nós éramos uma população em torno de 5 milhões de habitantes no litoral do Brasil...vinte, trinta anos depois que os brancos tinham chegado essa população tinha caído pra coisa de alguns milhares de indivíduos, e foi um encontro? Foi brincadeira na praia?Trocaram só amizade? Foi guerra de ocupação, né, foi uma guerra de entrar no outro país estrangeiro mesmo e ocupar ele.” (Ailton Krenak, Krenak, MG)

Além destes, o vídeo traz outros depoimentos muito relevantes para uma discussão, pelos alunos, sobre a temática proposta. Por outro lado, na cartilha elaborada pelos povos indígenas do Acre, intitulada "História Indígena", no "tempo da correria" e no "tempo do cativeiro" os indígenas falam sobre o significado, para os seus povos, da invasão e da dominação portuguesa no Brasil.

Orientação para a atividade:

Além do debate sobre as questões centrais do vídeo, os alunos devem ser orientados a sistematizarem as suas conclusões por meio de desenhos e poemas.

3- O ponto de vista das comunidades indígenas norte-americanas

 Para uma visão dos povos indígenas norte-americanos em relação à conquista européia na América, o professor pode propor a leitura do livro abaixo citado:

SOLA, José Antônio. Os índios norte-americanos. Cinco séculos de luta e opressão. São Paulo: Moderna, 1995.

A dinâmica de leitura, interpretação e discussão do livro, bem como a atividade de conclusão das idéias centrais é a mesma proposta na atividade 1 do item II.

Como culminância das atividades propostas, os alunos podem organizar um painel com os desenhos e poemas produzidos sobre a temática proposta no item II, para compartilhar as conclusões da turma com outros colegas da escola.

Atenção, professor!

A temática abordada nesta aula pode ser melhor desenvolvida com a contribuição de professores de outras áreas:

A Área de Língua Portuguesa pode auxiliar os alunos no trabalho de leitura e interpretação das obras propostas, além da produção de poemas;

A Área de Artes pode auxiliar os alunos na produção dos desenhos representativos do ponto de vista das populações indígenas sobre a conquista da América; 

Recursos Educacionais
Nome Tipo
Uma outra história [Índios no Brasil] Vídeo
Recursos Complementares

1- A História vista de baixo: a visão asteca da conquista espanhola, de Isadora Machado B. de Morais. Acesse: http://www.amerindia.ufc.br/articulos/pdf2/isadora.pdf  

2- E se os espanhóis tivessem perdido a guerra? Conferir em: http://super.abril.com.br/superarquivo/2004/conteudo_350158.shtml 

3- Era uma vez na América. Acesse: http://revistaescola.abril.com.br/ensino-medio/era-vez-america-427361.shtml 

4- LEON-PORTILLA, Miguel. A visão dos vencidos. A tragédia da conquista narrada pelos astecas. Porto Alegre: L&PM, 1985.

Avaliação

 A ação avaliativa deve permear toda a prática pedagógica do professor, dando-lhe constantemente elementos que lhe possibilitem contribuir para o processo de desenvolvimento do raciocínio histórico dos estudantes. Desta maneira, o professor poderá avaliar os alunos a cada etapa do trabalho, por meio das atividades desenvolvidas: leitura, interpretação, produção de desenhos e poemas, debates, organização do painel, além da sistematização de conclusões orais e escritas. 

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