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O direito de ser diferente

 

19/10/2010

Autor y Coautor(es)
Eliane Candida Pereira
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SAO PAULO - SP Universidade de São Paulo

Mary Grace Martins

Estructura Curricular
Modalidad / Nivel de Enseñanza Disciplina Tema
Ensino Fundamental Final Pluralidade Cultural Direitos humanos, direitos de cidadania e pluralidade
Datos de la Clase
O que o aluno poderá aprender com esta aula
  • Discutir estratégias para a valorização das diferenças como meio de fortalecimento da democracia e  cidadania.
  • Saber utilizar diferentes fontes de informação e recursos tecnológicos para construir conhecimentos.
  • Trabalhar em grupos interagindo para atingir um objetivo comum.
Duração das atividades
4 horas aula
Conhecimentos prévios trabalhados pelo professor com o aluno

........

Estratégias e recursos da aula

"Para viver democraticamente em uma sociedade plural é preciso respeitar os diferentes grupos e culturas que a constituem. A sociedade brasileira é formada não só por diferentes etnias, como também por imigrantes de diferentes países. Além disso, as migrações colocam em contato grupos diferenciados. Sabe-se que as regiões brasileiras têm características culturais bastante diversas e que a convivência entre grupos diferenciados nos planos social e cultural muitas vezes é marcada pelo preconceito e pela discriminação. O grande desafio da escola é reconhecer a diversidade como parte inseparável da identidade nacional e dar a conhecer a riqueza representada por essa diversidade etnocultural que compõe o patrimônio sociocultural brasileiro, investindo na superação de qualquer tipo de discriminação e valorizando a trajetória particular dos grupos que compõem a sociedade".   

Disponivel em Pluralidade Cultural. http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/pluralidade.pdf   

Essa sequência de atividades possibilitará a discussão e a valorização das diferenças como meio de fortalecimento da democracia e  cidadania.  

1ª atividade: abrindo a discussão sobre linguagens e regionalismos

Apresente a música Linguajar Catrumano de Teo Azevedo aos alunos, disponibilizando o áudio  Educação carcerária  . Esse arquivo é  um dos programas Escola Brasil onde a música  Linguajar Catrumano  é veiculada dos 9 minutos do programa até 11 minutos e vinte segundos. O programa está disponível no Portal do Professor em http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnica.html?id=312  

Após  a apreciação da música, estimule que os alunos comentem o vocabulário que a compõe, listando algumas palavras e verificando quais conhecem os significados.  Proponha, então,  que os alunos organizem grupos de trabalho para pesquisa do significado das  palavras usando a internet. Cada grupo deverá apresentar sinônimos e criar frases que contextualize o uso das palavras.

Organize a socialização das produções dos grupos. Discuta a dificuldade em localizar as palavras e as suas possíveis razões, considerando tratar-se de regionalismos da tradição oral.

2ª atividade: debate - o que pensam sobre as diferentes manifestações regionais na comunicação oral?

Destaque o seguinte verso da música

" Português que muito doutor desconhece"

Provoque comentários dos alunos: por que o autor faz essa afirmação?

Atenção para o debate, professor!

"Ao tratar este assunto, é importante distinguir diversidade cultural, a que o tema se refere, de desigualdade social. As culturas são produzidas pelos grupos sociais ao longo das suas histórias, na construção de suas formas de subsistência, na organização da vida social e política, nas suas relações com o meio e com outros grupos, na produção de conhecimentos etc. A diferença entre culturas é fruto da singularidade desses processos em cada grupo social. A desigualdade social é uma diferença de outra natureza: é produzida na relação de dominação e exploração socioeconômica e política. Quando se propõe o conhecimento e a valorização da pluralidade cultural brasileira, não se pretende deixar de lado essa questão."    

Disponivel em Pluralidade Cultural , p.121 em http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/pluralidade.pdf   

Em seguida, apresente o áudio  Linguajar catrumano [Decantando a República] , também disponível no Portal do Professor,  e complemente a discussão destacando que os regionalismos  da comunicação oral, na maioria das vezes, preservam elementos do falar do português arcaico (como dizer "pregunta" e não "pergunta") e, bem como de línguas indígenas, como o tupi e o nheengatu. Comente que nessas duas línguas indígenas, por exemplo,  não há certos fonemas como o "lh" (ex: palha) e o "l" gutural (ex: animal). Por este motivo em alguns casos a palavra "palha" vira "paia" e "animal" vira algo como "animar".

3ª atividade: buscando mais informações sobre o linguajar catrumano

Disponibilize o seguinte texto para os alunos:

Caipira não! Catrumano!

Embora a imagem do falar do Norte de Minas Gerais e Sertão da Bahia ainda sofra com os preconceitos de outras partes do Brasil ou mesmo das metrópoles desses Estados, é já considerado no mínimo dialeto, mas alguns já o definem como idioma, o falar desse perímetro, que recebe a alcunha de catrumano.

Dotado de estruturas semânticas diferenciadas, por vezes vemos nele reminiscências de influências de outros colonizadores, como a palavra aperrear, que parece evocar a língua espanhola em que perro, cão, também é associado à agressividade, como na expressão portuguesa filho do cão, entre outras expressões que também se verificam antigas, como misantrópico, significando alguém triste, melancólico, apócito e alpercata.

A anatomia também varia, com o uso de termos relacionados à agropecuária, como cupim passa a definir também uma parte do corpo humano e não apenas do boi.

Apesar de ser visto como curiosidade engraçada pelas pessoas das metrópoles, já existem dois dicionários científicos Catrumano-Português, e ao menos um grande projeto cultural, o projeto Invasão Catrumana da UNIMONTES.

No Catrumano, em gera o “lh” dá lugar ao “i”, e o “inho” costuma se tornar “im”, como em alho que vira áio ou ái, olho que vira ôi, e também em espêi (espelho), cuié (colher), brí (brilho), fi (filho), orêia (orelha; também pessoa intrometida, curiosa, alcoviteiro) tabáio (trabalho), juêi (joelho), tuáia (toalha), mió (melhor), véi (velho; também grande amigo) e muié (mulher), ou amarelinho que vira amarelim, e mesmo na mesma lógica, bãe (banho), suzim (sozinho), entre outras alterações como a troca de pronúncias em que R vira L e L vira R, como em faltar que vira fartá, ou ainda frô (flor) ou balco (barco), e por aí em diante. A alteração do -ão em palavras femininas para -ã também é clássica, assim se diz congestã, questã, gestã, e piniã que também perde o o inicial. A queda do i em -eiro e sua transgormação em êro, sem falar na transformação eventual do v em b que muito se assemelham ao espanhol, novamente, são traços curiosos que aparecem por exemplo em tabicêro (travesseiro), terrêro (terreiro, quintal de casa), ramêra (rameira, prostituta). Outra alteração semelhante altera -vor- como árvre ou árve (árvore), pórva ou pórve (pólvora), e também em -for- como em fósque ou fórsfe (fósforo).

Publicado por: Clio Museu de Cultura Material | 05/02/2009 http://revistadomuseu.wordpress.com/2009/02/05/caipira-nao-catrumano/  

Na sala de informática, ou usando computadores portáteis com acesso à Internet, peça que acessem o site da publicação original, pois lá encontrarão muitas palavras e seus respectivos significados.

Disponibilize um tempo da aula para que consultem o vocabulário com algumas variações de idioma e de palavras pertencentes ao Catrumano. Depois promova uma roda de conversa sobre as palavras ou expressões mais curiosas, do ponto de vista dos alunos.

Comente que o autor da música com a qual trabalharam anteriormente, Teo Azevedo é um dos autores de um dicionário catrumano: AZEVEDO, Teo e Assis, Angelo.DICIONARIO CATRUMANO: pequeno glossário de locuções regionais. São Paulo: Editora Letras e Letras, 1996.

4ª atividade: fortalecendo a democracia e  a cidadania por meio da valorização das diferenças 

Promova uma retomada das atividades já desenvolvidas, aproveitando para comentar:

  • Reconhecer as normas de escrita das palavras e textos é diferente de apresentar preconceitos sobre os regionalismos presentes na comunicação oral.
  • É importante considerar que os usos linguísticos são sempre variados e criativos, mudam com o tempo, já que a nossa língua é dotada de um dinamismo que acompanha as mudanças da própria sociedade.

  • Em 2005 foi criado o Movimento Catrumano - uma iniciativa de autoridades e instituições do norte de Minas Gerais, em prol da valorização do significado da região para a cultura do país.

Lance a pergunta: quais são as características do falar nordestino (por exemplo, pernambucano e bahiano), do sudeste (por exemplo o carioca e o paulista) e do sul do Brasil (por exemplo gaúcho)?

Após explorar  peculiaridades  com essa discussão, proponha que os alunos criem anuncios publicitários que valorizem as c na comunicação. Enfatize que os grupos deverão ser criativos, de forma que os anúncios apontem o respeito à diferença como uma forma de  fortalecimento da democracia e  cidadania. Indique que os alunos usem o laboratório de informática da escola, criando mensagens com imagens e textos ou videos curtos produzidos com a câmera do celular ou outro recurso disponivel.

Acompanhe o planejamento das produções, fazendo as intervenções que tornarem-se necessárias.

Agende o dia da socialização das produções, organizando a mostra das imagens impressas e dos vídeos com auxilio de um projetor multimídia.

Recursos Educacionais
Nome Tipo
Educação carcerária Áudio
Linguajar catrumano [Decantando a República] Áudio
Recursos Complementares

Sugestão de leitura:

"Saber uma língua é separar o certo do errado?" de Ataliba T. de Castilho, disponível em http://www.museudalinguaportuguesa.org.br/files/mlp/texto_16.pdf 

Avaliação

Verifique se os sinônimos levantados pelos alunos para as palavras da música "Linguajar Catrumano" estão corretos.

Observe se a produção final valorizou as diferenças regionais na linguagem oral , estabelecendo relações com o fortalecimento da democracia e do direito à cidadania. Após cada apresentação, comente com o grupo suas observações e permita comentários dos outros grupos também.

Durante as atividades faça anotações sobre a participação dos alunos:

  • expondo opiniões
  • buscando a organização do trabalho em equipe

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