18/10/2010
BELO HORIZONTE - MG ESCOLA DE EDUCACAO BASICA E PROFISSIONAL DA UFMG - CENTRO PEDAGOGICO
Cenice Griffo
Modalidad / Nivel de Enseñanza | Disciplina | Tema |
---|---|---|
Ensino Fundamental Inicial | Alfabetização | Gêneros de texto |
Ensino Fundamental Inicial | Alfabetização | Processos de leitura |
Ensino Fundamental Inicial | Alfabetização | Concepção de texto |
Ao final dessas atividades, esperamos que o aluno:
Essa sequência didática é indicada para as crianças que dominam o sistema alfabético. Esse aprendizado ocorre quando o aluno compreende que cada letra (grafema), geralmente, é representada por um som (fonema) e, por isso, já é capaz de ler e de escrever de forma mais autônoma.
Nessa sequência didática, os aprendizes estudarão a capoeira com o objetivo de construir conhecimentos sobre o tema para entrevistar, com embasamento, capoeiristas, de preferência, da comunidade. Assim, sugerimos que você converse com um grupo de capoeira e o convide para participar da atividade 5.
Atividade 1: O que sabemos sobre a capoeira?
Objetivos: Levantar os conhecimentos prévios que os alunos possuem sobre o tema.
Conhecer e relacionar os conhecimentos referentes a obras de arte sobre o tema.
1.1 Primeiras ideias. Leve as crianças para assistirem o vídeo “Roda de Capoeira de crianças”, localizado no site http://www.youtube.com/watch?v=97SNeVcNLJA. Elas deverão observar os seguintes pontos:
Ao final, converse com os aprendizes sobre esses itens e pergunte o que sabem sobre a história da capoeira. Você pode orientar a discussão a partir das seguintes questões:
1.2 Leitura de imagens. Para iniciar o estudo da história da capoeira, sugerimos o trabalho com a leitura de imagens. Propomos as seguintes:
Rugendas, 1835 (Retirada do site: http://www.revistadehistoria.com.br/v2/home/?go=detalhe&id=3125)
Escravo tocando berimbau DEBRET. 1824. (Retirado do site: http://www.centroreferenciacapoeiracarioca.net/fotos.php.)
Explique aos estudantes o modo de produção dessas pinturas. Elas foram feitas por artistas europeus, que vieram ao Brasil, e representaram o que, para eles, era a capoeira. Para orientar a discussão você pode perguntar:
A partir desse diálogo registre no quadro as perguntas que ainda não puderam ser respondidas pelos alunos a partir do estudo das imagens. Essas questões deverão ser debatidas na próxima atividade, com a leitura de um texto histórico.
Atividade 2: Estudo de texto sobre a história da capoeira
Objetivos: Discutir sobre o conceito de história
Ler e compreender o texto.
2.1 O que é história? Escreva no quadro a palavra HISTÓRIA e pergunte aos aprendizes o que eles entendem por esse termo. Você pode orientar a discussão por meio das questões:
Ao final, convide a turma a fazer o registro coletivo das conclusões a que chegaram, principalmente a respeito do conceito de história que conseguiram construir. Complemente as informações, quando necessário. Com esse debate, esperamos que os alunos se aproximem do conceito convencional de História e dos processos usuais para a escrita da mesma. Em outras propostas de atividade com textos históricos, o debate deverá ser retomado para que os aprendizes ampliem tal entendimento.
2.2 Leitura do texto. Entregue às crianças o texto abaixo. Antes de iniciar a leitura, pergunte se já ouviram falar do continente africano e do país Portugal. Peça que os localizem no mapa e conte um pouco de suas relações com o Brasil. Enquanto Portugal invadiu nosso país e o dominou por muito tempo, os africanos foram trazidos para trabalhar como escravos.
HISTÓRIA DA CAPOEIRA
(Imagem retirada do site: http://novidade-afn.blogspot.com/2010/04/mapa-mundi-2-clique-no-mapa.html)
A história da capoeira começa na época em que o Brasil era dominado por Portugal. Os povos africanos trazidos para o nosso país trabalhavam como escravos, principalmente nos engenhos (fazendas produtoras de açúcar) da região nordeste. Muitos destes escravos vinham da região de Angola, na África, que também foi dominada por Portugal. Os angolanos faziam muitas danças ao som de músicas.
Quando chegarem ao Brasil, os africanos perceberam a necessidade de desenvolver formas de proteção contra a violência e a repressão dos dominadores. Isso porque eles sempre recebiam castigos dos senhores de engenho. Quando fugiam das fazendas, eram perseguidos pelos capitães-do-mato, que os capturavam com muita violência e crueldade.
Os senhores de engenho proibiam os escravos de praticar qualquer tipo de luta. No entanto, como eles trouxeram muitas músicas da África, desenvolveram uma luta misturada com a dança que já sabiam. Surgia assim a capoeira, uma arte marcial disfarçada de dança. Ela foi importante para os negros e negras escravizados lutarem pela sua libertação.
A prática da capoeira acontecia em terreiros perto das senzalas (galpões que serviam de dormitório para os escravos). Muitas vezes, as lutas ocorriam em campos com pequenas árvores, chamados na época de capoeira ou capoeirão. Do nome deste lugar surgiu o nome desta luta.
(Texto retirado do site: http://www.baurueventos.com.br/grupo-memoria-capoeira/)
xxxxxxx
a) Leitura oral feita pela professora. Propomos que você leia o texto para os aprendizes e peça que eles acompanhem silenciosamente. Interrompa a leitura quando achar necessário explorar a compreensão que a turma está construindo do texto.
b) Leitura feita pelos alunos. Peça às crianças que contem quantos parágrafos o texto tem. Eleja uma delas para leitura de cada um e divida o quadro em quatro partes, uma para cada parágrafo. Os demais deverão ficar atentos, pois, após a leitura de cada parágrafo, terão que dizer que informações ele trouxe para você escrevê-las no quadro. Ao final, peça aos estudantes que recontem o texto a partir das informações registradas.
c) Pesquisa de termos desconhecidos. Divida a turma em duplas, peça aos aprendizes que façam uma leitura silenciosa do texto e grifem as palavras que lhes forem desconhecidas. Caso eles já dominem o uso do dicionário, deverão fazer a pesquisa, registrar o seu significado no caderno e socializá-lo à turma, explicando o seu sentido no texto. Se a turma ainda não tiver construído essa habilidade, esse procedimento poderá ser feito de forma coletiva.
2.3 Interpretação escrita do texto. Para o estudo desse texto, sugerimos que você trabalhe questões que demandem as habilidades de identificar informações no texto, relacionar essas informações e produzir inferências. Elas podem ser resolvidas de forma coletiva.
a) Localização de informações. Para os alunos trabalharem a habilidade de encontrar informações no texto, propomos as seguintes questões:
b) Relações entre as informações. Para os aprendizes trabalharem a habilidade de relacionar informações, sugerimos as seguintes questões:
c) Produção de inferências. Para os aprendizes aprenderem a compreender informações que não estão explícitas no texto (“ler nas entrelinhas”), sugerimos as questões: -
2.4 O que aprendemos com o texto. Além de responderem as questões feitas pelo professor, é importante que os estudantes reflitam sobre o que aprenderam com a leitura do texto. Assim, em outra aula, você pode lê-lo novamente e pedir que digam um aprendizado proporcionado pelo texto. Registre-os em seu caderno para retomá-los na atividade 4.
Atividade 3: Estudando a biografia de um Mestre da Capoeira
Objetivos: Ler e compreender um texto biográfico, identificando suas características principais.
Localizar informações no texto.
Sugerimos que você trabalhe com os aprendizes a Biografia do Mestre Pastinha, figura importante na história da capoeira. Para isso, entregue o texto abaixo aos alunos e desenvolva os procedimentos propostos.
MESTRE PASTINHA
(Retirada do site: http://3.bp.blogspot.com/_10iWDBQJawA/TBgFZFvsuNI/AAAAAAAAABM/ocVKBjSVnNo/s1600/mestre_pastinha.jpg )
Vicente Ferreira Pastinha nasceu em 1889. Seu pai era um comerciante, dono de um pequeno armazém no centro histórico de Salvador e sua mãe era uma negra natural de Santo Amaro da Purificação e vivia de vender acarajé e de lavar roupas.
Com oito anos de idade, em 1987, Pastinha conheceu a arte da capoeira. Quem o ensinou foi um negro africano a quem chamava de tio Benedito que ao ver Pastinha, um menino pequeno e magrelo, apanhar de um garoto mais velho resolveu ensinar-lhe a arte da capoeira. Passava tardes inteiras treinando num velho sobrado da rua do Tijolo em Salvador.
Viveu uma infância feliz, porém, pobre. Durante as manhãs frequentava aulas, onde também aprendeu pintura. À tarde, empinava pipa e jogava capoeira. Seu pai o colocou na Escola de Aprendizes de Marinheiro porque não concordava muito que Pastinha jogasse capoeira, pois achava que era muita vadiagem.
Em 1910, quando completou 21 anos, voltou para Salvador, decidido a ser pintor. Nos horários de folga praticava capoeira às escondidas porque naquela época esta luta era crime.
No ano de 1941, fundou o Centro Esportivo de Capoeira Angola, situado no casarão 19 do Largo do Pelourinho. Pastinha trabalhou bastante pela Capoeira, apresentando essa luta em vários países. Em Abril de 1981, participou da última roda de Capoeira de sua vida.
Numa sexta-feira, 13 de novembro de 1981, Mestre Pastinha se despede desta vida aos 92 anos, cego e paralítico, vítima de uma parada cardíaca fatal.
(Retirado do site: http://www.senzala.org.br/historia/bibliografia/11-mestre-pastinha.html)
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3.1 Leitura do texto. Leia o título do texto para as crianças e pergunte se elas conhecem o Mestre Pastinha. Caso não conheçam, informe que ele foi uma pessoa muito importante na história da capoeira. Combine com as crianças que a cada parágrafo lido, elas digam as informações que o texto nos dá sobre a vida desse personagem.
3.2 Linha do tempo. Em seguida, entregue à turma a tabela abaixo e peça aos aprendizes que localizem no texto os acontecimentos da vida do Mestre Pastinha.
ANO |
ACONTECIMENTO |
1889 |
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1897 |
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1910 |
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1941 |
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1981 |
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3.3 Características do texto biográfico. Explique às crianças que um texto sobre a vida de uma pessoa é chamado de biografia. Retome o texto do Mestre Pastinha e peça que elas pontuem o que é preciso dizer quando nos propomos a contar para um grande público a vida de uma pessoa. Ao final, os alunos deverão ter sistematizado algumas características desse gênero textual. Esperamos que a turma compreenda que:
Atividade 4: Roteiro para entrevistar os capoeiristas
Objetivo: Elaborar entrevista, observando a estrutura desse gênero textual
Peça aos estudantes que pontuem, oralmente, o que aprenderam sobre a capoeira com os estudos feitos nas atividades anteriores (leia o registro de seus aprendizados proporcionados pela leitura do texto histórico, elaborado por você na atividade 2).
Em seguida, proponha a realização de uma entrevista com um capoeirista para conhecer um pouco mais sobre essa prática cultural. Você pode orientar a discussão por meio das seguintes questões:
Nesse momento, divida a sala em grupos e peça que cada um elabore uma pergunta para ser feita na entrevista com o capoeirista (a questão pode ser relacionada a algo de sua história que ainda queiram saber, aos instrumentos e músicas usadas na capoeira, à forma como a pessoa se interessou por essa prática etc.)
Em seguida, peça a um representante de cada grupo que fale a questão elaborada. Registre-as no quadro e construa com as crianças um roteiro coletivo de entrevista. Ao final, leia todas as perguntas. Os alunos deverão avaliá-las, modificando ou acrescentando o que acharem necessário. Nesse momento, é importante discutir sobre as características desse gênero textual: é constituído por perguntas sobre o tema que desejamos aprender, as quais devem ser numeradas e colocadas uma abaixo da outra.
Atividade 5. Entrevista
Objetivo: Planejar e usar a fala em uma situação oral formal
Combine com os estudantes as regras para a realização da entrevista. A turma deverá eleger um aluno para exercer cada função abaixo. É importante prepará-los, ensaiando com eles o exercício dessas funções:
Ao final da entrevista, converse com os alunos sobre os aprendizados construídos e peça que avaliem a atuação de cada um nesse evento.
Atividade 6. Relatório final
Objetivo: Sistematizar e relatar os aprendizados proporcionados pelo estudo
Planejar, elaborar e revisar o texto
Ao final do trabalho, propomos a elaboração de um texto coletivo com os alunos. Eles deverão relatar o que foi estudado durante as atividades e o que aprenderam sobre a capoeira. Esse relato, além de ser fixado no mural da escola, poderá ser enviado para os familiares apreciarem o trabalho das crianças. A elaboração do texto poderá ser feita em três etapas:
a) Planejamento: Pergunte à turma sobre as atividades realizadas no projeto e os aprendizados obtidos. Registre os apontamentos em um canto do quadro e explique que esses itens deverão constar no texto coletivo final.
b) Elaboração. Durante a elaboração do texto, chame atenção dos alunos para seguirem o planejamento feito e, se necessário, acrescentarem novas informações, que não foram previstas no referido planejamento.
c) Revisão. Compare o texto final com o planejamento realizado e peça aos alunos que avaliem o nível de informatividade da produção que fizeram. Caso o texto não tenha todas as informações que desejam relatar, ele deverá ser completado.
Sugerimos que você pesquise o site do Laboratório de Estudos e Pesquisas em Ensino de História da UFMG: http://labepeh.com.br/?p=projeto_&id=4
Além disso, recomendamos o texto Letramento em História, localizado no site: http://www.espacoacademico.com.br/090/90santos.htm
Para avaliar se os alunos avançaram na leitura e na compreensão de textos históricos e biográficos, propomos que você desenvolva atividades semelhantes às sugeridas nesta sequência, com textos que abordem outras temáticas. Dessa forma, você poderá avaliar os aspectos em que esses aprendizes avançaram e os que ainda necessitam ser mais trabalhados.
Cinco estrelas 3 calificaciones
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30/05/2012
Cinco estrelaseu achei ótima a aula, me ajudou muito no meu trabalho de escola.
19/05/2012
Cinco estrelasAMEI ESSSA AULA E UMA AULA DE CONCHECIMENTO E ENTEDIMENTO E BIOGRAFIA SOBRE A VIDA DO MESTRE PARTINHA QUE FEZ HISTORIA NO BRASIL E NO MUNDO ORGULHO DESSA NAÇÃO AFRICANA E NEGRA.
14/03/2011
Cinco estrelasParabéns pela estruturação do estudo,perfeito gostaria de saber como foi o relato da experiencia que as crianças tiveram nestes encontros.