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As diferentes formas de falar

 

01/12/2010

Autor y Coautor(es)
MIRIAM RAQUEL PIAZZI MACHADO
imagem do usuário

JUIZ DE FORA - MG COL DE APLICACAO JOAO XXIII

Andréa Vassalo Fagundes

Estructura Curricular
Modalidad / Nivel de Enseñanza Disciplina Tema
Ensino Fundamental Inicial Língua Portuguesa Análise e reflexão sobre a língua
Ensino Fundamental Inicial Língua Portuguesa Língua oral: usos e formas
Datos de la Clase
O que o aluno poderá aprender com esta aula
  • Identificar a variação dialetal existente na sociedade.
  • Identificar a variante padrão, correlacionando com a não padrão.
  • Relacionar as variantes linguísticas com as diferentes regiões de nosso país.
Duração das atividades
3 aulas de 50 minutos aproximadamente
Conhecimentos prévios trabalhados pelo professor com o aluno

Estar inserido no processo de alfabetização/letramento.

Estratégias e recursos da aula

1ª aula:

a) Como atividade de incentivação, apresentar aos alunos as figuras abaixo e perguntar: Vocês sabem o que é?

Disponíveis nos links:

http://farm4.static.flickr.com/3255/2441086237_a7c5020a07.jpg?v=0  

http://4.bp.blogspot.com/_suIGFexnyxM/SkIpNbO-lsI/AAAAAAAAARk/pgxLI7xH6X4/s200/Iwata_kenichi_cassava.jpg  

Ouvir as crianças e depois apresentar as fichas com as palavras abaixo e perguntar se sabem o que significa cada uma:

MANDIOCA

MACAXEIRA

AIPIM

Os alunos poderão chegar à conclusão que as palavras referem-se à mesma coisa, o que varia é a forma de nomeá-las em cada região do Brasil.

b) Convidá-los a ler o texto, disponível no link:

http://portaldoprofessor.mec.gov.br/storage/materiais/0000014237.pdf  - p. 49-50 

PECHADA

     O apelido foi instantâneo. No primeiro dia de aula, o aluno novo já estava sendo chamado de “Gaúcho”. Porque era gaúcho. Recém-chegado do Rio Grande do Sul, com um sotaque carregado.

     – Aí, Gaúcho!

     – Fala, Gaúcho!

     Perguntaram para a professora por que o Gaúcho falava diferente.

     A professora explicou que cada região tinha seu idioma, mas que as diferenças não eram tão grandes assim. Afinal, todos falavam português. Variava a pronúncia, mas a língua era uma só. E os alunos não achavam formidável que num país do tamanho do Brasil todos falassem a mesma língua, só com pequenas variações?

     – Mas o Gaúcho fala “tu”! – disse o gordo Jorge, que era quem mais implicava com o novato.

     – E fala certo – disse a professora.  – Pode-se dizer “tu” e pode-se dizer“você”. Os dois estão certos. Os dois são português.

     O gordo Jorge fez cara de quem não se entregara.

     Um dia, o Gaúcho chegou tarde na aula e explicou para a professora o que acontecera.

     – O pai atravessou a sinaleira e pechou.

     – O quê ?

     – O pai. Atravessou a sinaleira e pechou.

     A professora sorriu. Depois achou que não era caso para sorrir. Afinal, o pai do menino atravessara uma sinaleira e pechara. Podia estar, naquele momento, em algum hospital. Gravemente pechado. Com pedaços de sinaleira sendo retirados do seu corpo.– O que foi que ele disse, tia? – quis saber o gordo Jorge.

     – Que o pai dele atravessou uma sinaleira e pechou.

     – E o que é isso?

     – Gaúcho... Quer dizer, Rodrigo: explique para a classe o que aconteceu.

     – Nós vinha...

     – Nós vínhamos.

     – Nós vínhamos de auto, o pai não viu a sinaleira fechada, passou no vermelho e deu uma pechada noutro auto.

     A professora varreu a classe com seu sorriso. Estava claro o que acontecera? Ao mesmo tempo, procurava uma tradução para o relato do gaúcho.Não podia admitir que não o entendera. Não com o gordo Jorge rindo daquele jeito. Pechada. “Sinaleira”, obviamente, era sinal, semáforo. “Auto” era automóvel, carro.Mas “pechar” o que era? Bater, claro. Mas de onde viera aquela estranha palavra? Só muitos dias depois a professora descobriu que “pechar” vinha do espanhol e queria dizer bater com o peito, e até lá teve que se esforçar para convencer o gordo Jorge de que era mesmo brasileiro o que falava o novato. Que já ganhara outro apelido. Pechada.

     – Aí, Pechada!

     – Fala, Pechada!

Fonte: VERÍSSIMO, Luis Fernando. Pechada. Revista Nova Escola. São Paulo, maio 2001

c) Após a leitura, pedir a alguns alunos que recontem com suas palavras o texto lido, para verificar se houve compreensão.

d) Os alunos poderão verificar no dicionário as palavras ditas pelo personagem Rodrigo, Gaúcho, relacionando com o significado dado pela professora no texto:

sinaleira

Aparelho instalado em ruas ou cruzamentos para dar sinais luminosos reguladores do trânsito; semáforo, sinal, farol.(p.637)

auto

Forma reduzida de automóvel.(p. 76)

Fonte: FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Minidicionário Século XXI Escolar: o minidicionário da l´pingua portuguesa. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2001.

pechou

pechar: Dar encontrão em; abalroar; pedir dinheiro a; dar encontrão;; encontrar-se. (p.533)

Fonte: FERNANDES, Francisco. Dicionário Brasileiro Globo - São Paulo: Globo, 1993.

2ª aula:

a) Retomar o texto lido na aula anterior, ressaltando a variação dialetal que existe em nossa sociedade, em função da região do país. Muitas vezes, em um mesmo lugar, observamos essas variações no modo de falar. Essas variações chamam-se: variantes linguísticas.

b) Apresentar o texto:

Variantes

 

     Uma língua nunca é falada de maneira uniforme pelos seus usuários: ela está sujeita a muitas variações.

     O modo de falar uma língua varia:

     - de época para época: o português de nossos antepassados é diferente do que falamos hoje;

     - de região para região: o carioca, o baiano, o paulista e o gaúcho falam de maneiras nitidamente distintas;

     - de grupo social para grupo social: pessoas que moram em bairros chamados nobres falam diferente dos que moram na periferia. Costuma-se distinguir o português das pessoas mais prestigiadas socialmente (impropriamente chamada de fala culta ou norma culta) e o das pessoas de grupos sociais menos prestigiados (a fala popular ou norma popular);

     - de situação para situação: cada uma das variantes pode ser falada com mais cuidado e vigilância (a fala formal) e de modo mais espontâneo e menos controlado (a fala informal). Um professor universitário ou um juiz falam de um modo na faculdade ou no tribunal e de outro numa reunião de amigos, em casa e em outras situações informais.

     Além dessas, há outras variações, como, por exemplo, o modo de falar de grupos profissionais, a gíria própria de faixas etárias diferentes, a língua escrita e oral. /

     Diante de tantas variantes linguísticas, é inevitável perguntar: qual delas é a correta?

     Resposta: não existe a mais correta em termos absolutos, mas sim, a mais adequada a cada contexto. Dessa maneira, fala bem aquele que se mostra capaz de escolher a variante adequada a cada situação e consegue o máximo de eficiência dentro da variante escolhida. Usar o português rígido, próprio da língua escrita formal, numa situação descontraída da comunicação oral é falar de modo inadequado. Soa como pretensioso, pedante, artificial. Por outro lado, é inadequado em situação formal usar gírias, termos chulos, desrespeitosos, fugir afinal das normas típicas dessa situação.

Obs: Esse é um fragmento de texto, que pode ser acessado a partir do link:

http://www.mundovestibular.com.br/articles/413/1/VARIANTES-LINGUISTICAS/Paacutegina1.html

c) A partir da leitura e discussão oral sobre o texto, dividir a turma em grupos a fim de que cada grupo pesquise os diferentes modos de falar de acordo com a:

GRUPO 1

FAIXA ETÁRIA

GRUPO 2

REGIÃO

GRUPO 3

GRUPO SOCIAL

GRUPO 4

CONTEXTO

d) Depois de feita a pesquisa (que poderá ser realizada na biblioteca da escola, usando a internet, caso a escola esteja conectada à rede) os grupos montarão um cartaz identificando diferentes modos de falar. Um grupo poderá indicar diferenças de acordo com a faixa etária, expressando as gírias mais usadas por eles atualmente, outro grupo fará o cartaz expressando diferentes formas de nomear o mesmo objeto, outro grupo poderá montar o cartaz expressando diferenças no modo de falar dependendo do contexto, etc.

3ª aula

a) Os alunos apresentarão os cartazes feitos pelos grupos, que ficarão em lugar de destaque na sala de aula.

b) A partir dos trabalhos apresentados, propor a escrita coletiva de um texto informativo que trate do conceito de variação linguística e suas aplicações.

EXEMPLO: A nossa língua pode ter muitas variações. Essas variações estão relacionadas a vários fatores, dentre eles: ....

Recursos Complementares

Para obter outras informações sobre "Variação Linguística", a professora poderá consultar o link:

http://pt.wikipedia.org/wiki/Varia%C3%A7%C3%A3o_%28lingu%C3%ADstica%29  

Avaliação

Verificar se os alunos conseguiram identificar a variação dialetal presente em nossa língua, a partir dos textos trabalhados, assim como se foram capazes de montar os cartazes destacando as variantes, identificando a variante padrão, ou norma culta e correlacionando-a com a não padrão.

Verificar se os alunos foram capazes de relacionar as variantes linguísticas presentes nas diferentes regiões do país, a partir dos cartazes feitos, da pesquisa, assim como, no texto coletivo produzido.

Opinión de quien visitó

Cinco estrelas 1 calificaciones

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Opiniones

  • Luana, COLÉGIO ESTADUAL HERMANO GOUVEIA NETO , Bahia - dijo:
    lugaty2012@hotmail.com

    11/10/2012

    Cinco estrelas

    ÓTIMO EXPLICA O ASSUNTO DE UMA MANEIRA QUE DA PRA ENTENDER.


Sem classificação.
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