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A carta de Pero Vaz de Caminha: literatura do descobrimento

 

26/11/2010

Autor y Coautor(es)
THYAGO MADEIRA FRANCA
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UBERLANDIA - MG ESC DE EDUCACAO BASICA

Aparecida Clemilda Porto

Estructura Curricular
Modalidad / Nivel de Enseñanza Disciplina Tema
Ensino Fundamental Final Língua Portuguesa Língua oral e escrita: processos de interlocução
Ensino Médio Literatura Estudos literários: análise e reflexão
Ensino Fundamental Final Língua Portuguesa Língua oral e escrita: prática de produção de textos orais e escritos
Datos de la Clase
O que o aluno poderá aprender com esta aula
  • conhecer e interpretar (por meio de fragmentos) a Carta a El Rei D. Manuel, de Pero Vaz de Caminha, quando do descobrimento do Brasil;
  • identificar alguns elementos literários e históricos presentes na carta;
  • analisar, criticamente, elementos ideológicos e linguísticos presente na Carta;
  • produzir um texto do gênero carta descritiva.
Duração das atividades
4 aulas de 50 minutos.
Conhecimentos prévios trabalhados pelo professor com o aluno

Os alunos deverão conhecer o gênero carta.

Estratégias e recursos da aula

ATIVIDADE 01

Lendo a Carta de Caminha

http://pre-vestibular.arteblog.com.br/30053/CARTA-de-Pero-Vaz-de-Caminha/  Acessado em: 15 de out. 2010. 

Professor, para que a presente aula se efetive, é indispensável que todos os alunos leiam a Carta em questão. Para tanto, você poderá optar por imprimir/copiar o texto para eles ou reproduzi-la em um aparelho de data show ou retroprojetor.

Link para download (domínio público) do texto da Carta:

http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/ua000283.pdf   Acessado em: 13 de out. 2010. 

Explique aos alunos que tal texto foi adaptado para o português atual (caso julgue interessante, nos recursos complementares há o link para o texto em português arcaico).

Dê alguns dias para que os alunos façam uma leitura da carta.

Peça, ainda, que eles anotem palavras e passagens não compreendidas.

ATIVIDADE 02

Escutando e interpretando a Carta

Após a leitura caseira, exiba o vídeo a seguir, áudio-livro da Carta de Pero Vaz de Caminha A Rei D.Manuel sobre o achamento da Terra de Vera Cruz, Brasil:

http://www.youtube.com/watch?v=Dk-ny9fG_gU   Acessado em: 14 de out. 2010.

Durante essa exibição, vá fazendo pausas em cada parágrafo, construindo, juntamente com os alunos, uma interpretação mais complexa da Carta.

Organize os alunos em duplas ou trios e instrua os mesmos a analisar os seguintes pontos:

  • quais são os acontecimentos relatados na Carta (o encontro, a primeira missa, etc)?
  • qual a função exercida pelo autor da Carta?
  • quem é o destinatário da Carta?
  • quais particularidades do nativo brasileiro são relatadas na Carta?
  • quais particularidades da vegetação brasileira são relatadas na Carta?
  • o vocabulário empregado na Carta é simples ou rebuscado?
  • a linguagem utilizada pelo autor tem características poéticas ou unicamente descritivas?
  • qual a importância desse documento para a História e para a Literatura brasileira?

Após a exibição pausada da Carta, permita que as duplas/trios façam comentários orais sobre o texto.

Você poderá organizar um debate, caso surjam questionamentos relevantes. O debate deverá ser organizado a partir das respostas construídas pelos alunos.

Não é necessário que você faça uma correção de tais questões antes do debate. Isso poderia nortear as interpretações deles em relação à Carta. Se julgar necessária, faça-a posteriormente.

ATIVIDADE 03

Analisando fragmentos da Carta

http://www.brasilazul.com.br/cartadeperovazdecaminha.asp   Acessado em: 14 out. 2010. 

Na presente atividade, você selecionará alguns fragmentos da Carta que serão distribuídos entre os alunos.

Organize-os, novamente, entre grupos de 4 ou 5 alunos, e distribua sequências discursivas específicas a eles.

O objetivo é focalizar a interpretação do embate entre os portugueses e os índios no fragmento recebido.

Sugestões de recortes textuais:

01: "Pardos, nus, sem coisa alguma que lhes cobrisse suas vergonhas. Trazia marcos nas mãos, e suas setas. Vinham todos rijamente em direção ao batel. E Nicolau Coelho lhes fez sinal que pousassem os arcos. E eles os depuseram. Mas não pôde deles haver fala nem entendimento que aproveitasse, por o mar quebrar na costa. Somente arremessou-lhe um barrete vermelho e uma carapuça de linho que levava na cabeça, e um sombreiro preto. E um deles lhe arremessou um sombreiro de penas de ave, compridas, com uma copazinha de penas vermelhas e pardas, como de papagaio. E outro lhe deu um ramal grande de continhas brancas, miúdas que querem parecer de aljôfar, as quais peças creio que o Capitão manda a Vossa Alteza. E com isto se volveu às naus por ser tarde e não poder haver deles mais fala, por causa do mar."

02: "A feição deles é serem pardos, um tanto avermelhados, de bons rostos e bons narizes, bem feitos. Andam nus, sem cobertura alguma. Nem fazem mais caso de encobrir ou deixa de encobrir suas vergonhas do que de mostrar a cara. Acerca disso são de grande inocência. Ambos traziam o beiço de baixo furado e metido nele um osso verdadeiro, de comprimento de uma mão travessa, e da grossura de um fuso de algodão, agudo na ponta como um furador. Metem-nos pela parte de dentro do beiço; e a parte que lhes fica entre o beiço e os dentes é feita a modo de roque de xadrez. E trazem-no ali encaixado de sorte que não os magoa, nem lhes põe estorvo no falar, nem no comer e beber."

03: "Os cabelos deles são corredios. E andavam tosquiados, de tosquia alta antes do que sobre-pente, de boa grandeza, rapados todavia por cima das orelhas. E um deles trazia por baixo da solapa, de fonte a fonte, na parte de trás, uma espécie de cabeleira, de penas de ave amarela, que seria do comprimento de um coto, muibasta e mui cerrada, que lhe cobria o toutiço e as orelhas. E andava pegada aos cabelos, pena por pena, com uma confeição branda como, de maneira tal que a cabeleira era mui redonda e mui basta, e mui igual, e não fazia míngua mais lavagem para a levantar."

04: "E Sancho de Tovar, e Simão de Miranda, e Nicolau Coelho, e Aires Corrêa, e nósoutros que aqui na nau com ele íamos, sentados no chão, nessa alcatifa. Acenderam-se tochas. E eles entraram. Mas nem sinal de cortesia fizeram, nem de falar ao Capitão; nem a alguém. Todavia um deles fitou o colar do Capitão, e começou a fazer acenos com a mão em direção à terra, e depois para o colar, como se quisesse dizer-nos que havia ouro na terra. E também olhou para um castiçal de prata e assim mesmo acenava para a terra e novamente para o castiçal, como se lá também houvesse prata!"

05: "Mostraram-lhes um papagaio pardo que o Capitão traz consigo; tomaram-no logo na mão e acenaram para a terra, como se os houvesse ali. Mostraram-lhes um carneiro; não fizeram caso dele. Mostraram-lhes uma galinha; quase tiveram medo dela, e não lhe queriam pôra mão. Depois lhe pegaram, mas como espantados. Deram-lhes ali de comer: pão e peixe cozido, confeitos, fartéis, mel, figos passados. Não quiseram comer daquilo quase nada; e se provavam alguma coisa, logo a lançavam fora.Trouxeram-lhes vinho em uma taça; mal lhe puseram a boca; não gostaram dele nada, nem quiseram mais.Trouxeram-lhes água em uma albarrada, provaram cada um o seu bochecho,mas não beberam; apenas lavaram as bocas e lançaram-na fora.Viu um deles umas contas de rosário, brancas; fez sinal que lhas dessem, e folgou muito com elas, e lançou-as ao pescoço; e depois tirou-as e meteu-as em volta do braço, e acenava para a terra e novamente para as contas e para o colar do Capitão, como se dariam ouro por aquilo."

06: "Ali acudiram logo perto de duzentos homens, todos nus, com arcos e setas nas mãos. Aqueles que nós levamos acenaram-lhes que se afastassem e depusessem os arcos. E eles os depuseram. Mas não se afastaram muito. E mal tinham pousado seus arcos quando saíram os que nós levávamos, e o mancebo degredado com eles. E saídos não pararam mais; nem esperavam um pelo outro, mas antes corriam a quem mais correria. E passaram um rio que aí corre, de água doce, de muita água que lhesdava pela braga. E muitos outros com eles. E foram assim correndo para além do rio entre umas moitas de palmeiras onde estavam outros. E ali pararam. E naquilo tinha ido o degredado com um homem que, logo ao sair do batel, o agasalhou e levou até lá. Mas logo o tornaram a nós. E com ele vieram os outros que nós leváramos, os quais vinham já nus e sem carapuças."

07: "Dos que ali andavam, muitos — quase a maior parte — traziam aqueles bicos de osso nos beiços. E alguns, que andavam sem eles, traziam os beiços furados e nos buracos traziam uns espelhos de pau, que pareciam espelhos de borracha. E alguns deles traziam três daqueles bicos, a saber um no meio, e os dois nos cabos. E andavam lá outros, quartejados de cores, a saber metade deles da sua própria cor, e metade de tintura preta, um tanto azulada; e outros quartejados d'escaques. Ali andavam entre eles três ou quatro moças, bem novinhas e gentis, com cabelos muito pretos e compridos pelas costas; e suas vergonhas, tão altas e tão cerradinhas e tão limpas das cabeleiras que, de as nós muito bem olharmos, não se envergonhavam."

08: "Esse que o agasalhou era já de idade, e andava por galanteria, cheio de penas, pegadas pelo corpo, que parecia seteado como São Sebastião. Outros traziam carapuças de penas amarelas; e outros, de vermelhas; e outros de verdes. E uma daquelas moças era toda tingida de baixo a cima, daquela tintura e certo era tão bem feita e tão redonda, e sua vergonha tão graciosa que a muitas mulheres de nossa terra, vendo-lhe tais feições envergonhara, por não terem as suas como ela. Nenhum deles era fanado, mas todos assim como nós."

Outros fragmentos poderão ser utilizados. Cada grupo deverá analisar seu recorte a partir dos pontos elencados na atividade 02, bem como dos seguintes:

  • palavras desconhecidas (buscar suas definições no dicionário);
  • descrição da fisionomia e estrutura física dos indígenas;
  • descrição de costumes dos índios;
  • descrição de objetos desconhecidos por eles;
  • descrição de possíveis riquezas que interessaram os portugueses;
  • presença de ironia quanto ao costume da nudez por parte dos índios.

Cada grupo deverá, em sala de aula, preparar uma apresentação de cerca de 5 minutos, interpretando, minuciosamente, o fragmento em estudo.

Complemente as falas dos alunos, caso seja necessário.

ATIVIDADE 04

Produzindo uma carta de um descobrimento

http://carreiradaindia.net/seccao/carta-de-pero-vaz-de-caminha/   Acessado em: 15 out. 2010. 

Baseados nas características do gênero textual em questão, os alunos deverão, individualmente, produzir uma carta nos seguintes moldes:

  • proposta 1: descrever o descobrimento de um novo território (pode ser um planeta ou um lugar fictício);
  • proposta 2: o aluno poderá escolher um estado brasileiro que ele menos conhece, fazer uma pesquisa sobre elementos que constituem o mesmo e produzir uma carta no lugar de alguém que o conhece.

 Independentemente de qual das propostas você optar, as cartas deverão:

  • discorrer sobre os nativos daquele lugar (características, costumes, crenças);
  • descrever as características do local descoberto (incentive aqui a criatividade se você optar pela proposta 1);
  • utilizar uma linguagem formal;
  • ter como destinatário alguém específico (o pai, a mãe, o amigo, o professor).

Dê 3 ou 4 dias para que os alunos produzam suas cartas.

Ao final da atividade, promova uma rodada de leitura dos textos produzidos.

Você poderá criar uma mural das cartas em algum lugar da escola (corredores, pátio, salões).

Recursos Complementares

Link para a versão original da Carta de Caminha (português arcáico):

http://pt.wikisource.org/wiki/Carta_a_El_Rei_D._Manuel_(ortografia_original) 

Acesso em: 15 de out.de 2010

Avaliação

Os alunos deverão ser avaliados nos seguintes aspectos:

  • interpretação da Carta a El Rei D. Manuel, de Pero Vaz de Caminha
  • análise crítica do embate ideológico entre portugueses e indígenas;
  • produção de um texto do gênero carta descritiva.
Opinión de quien visitó

Quatro estrelas 7 calificaciones

  • Cinco estrelas 6/7 - 85,71%
  • Quatro estrelas 1/7 - 14,29%
  • Três estrelas 0/7 - 0%
  • Duas estrelas 0/7 - 0%
  • Uma estrela 0/7 - 0%

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Opiniones

  • josette ramos martins 17/12/1965, Ce Professora Maria Terezinha de Carvalho , Rio de Janeiro - dijo:
    josette.rm@hotmail.com

    13/02/2013

    Quatro estrelas

    A atividade 3 levará a participação de todos. Atividades em grupos são muito produtivas.


  • jennifer , Outros Países - dijo:
    jennifergata@gmail.com

    15/10/2012

    Cinco estrelas

    eu achei isso o masimo agora eu entendi masi o descobrimento do brasiml


  • Nice, Centro Universitário do Norte - Uninorte , Amazonas - dijo:
    nicinha_auzier@hotmail.com

    23/08/2012

    Cinco estrelas

    Isso é o que eu procurava... muito bom este material, irá me ajudar e muito na minha apresentação!


  • Deodato Gomes Costa , ESCOLA ESTADUAL DOUTOR JOAO BERALDO , Minas Gerais - dijo:
    deodatogomes@hotmail.com

    29/07/2012

    Cinco estrelas

    A aula foi muito bem montada, ela consegue aproveitar os conhecimentos prévios dos alunos, trabalha intensamente o documento histórico-literário em si além de abri espaço para a produção do aluno. ou seja contempla uma atividade leitora e outra escritora, por meio de um excelente momento de reflexão.


  • Ellen, Hadib Miguel Haddad , São Paulo - dijo:
    ejp.28@hotmail.com

    14/03/2012

    Cinco estrelas

    É uma forma atrativa de aprendizado, pois o professor utiliza a tecnologia e permite o debate e o confronto de interpretações para extrair o nivel de absorção de seus alunos.


  • Analice, IEEBC / EEEF Vila Velha , Rio Grande do Sul - dijo:
    analicesilvabm@hotmail.com

    27/04/2011

    Cinco estrelas

    Gostei muito das sugestões para trabalha a Carta. Me ajudaram muito.Parabénspelo trabalho e sucesso nos demais!


  • maura izabel, constança de goes monteiro , Alagoas - dijo:
    mauraizabel@hotmail.com

    22/02/2011

    Cinco estrelas

    achei bastante interessante as dicas de trabalhar literatura


Sem classificação.
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