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Derramamento de Petróleo: destruindo o ambiente

 

17/12/2010

Autor y Coautor(es)
Lindomar de Oliveira Untaler
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UBERLANDIA - MG ESC DE EDUCACAO BASICA

Cláudia Regina M.G. Fernandes; Lérida de Oliveira

Estructura Curricular
Modalidad / Nivel de Enseñanza Disciplina Tema
Educação Profissional Ambiente, Saúde e Segurança Técnico em Controle Ambiental
Educação Profissional Recursos Naturais Técnico em Geologia
Educação Profissional Ambiente, Saúde e Segurança Técnico em Meio Ambiente
Ensino Médio Química Propriedades das substâncias e dos materiais
Ensino Fundamental Final Ciências Naturais Vida e ambiente
Datos de la Clase
O que o aluno poderá aprender com esta aula
  • Conhecer como se forma o petróleo na natureza
  • Conhecer como funciona uma plataforma de extração de petróleo
  • Identificar as implicações dos derramamentos de petróleo para o meio ambiente
Duração das atividades
04 AULAS (50 MINUTOS CADA)
Conhecimentos prévios trabalhados pelo professor com o aluno

Conhecimentos básicos sobre química, física, geologia, história e impactos ambientais provocados por derramamentos de petróleo na natureza.

Estratégias e recursos da aula

1º momento: iniciando a conversa

Cabe ao/a professor/a entregar o texto para os/as alunos/as e solicitar, em um primeiro momento, que os/as mesmos/as façam uma leitura silenciosa e individual. Caso o/a professor/a não tenha recursos para a impressão dos textos, cabe a ele/a preparar uma transparência para ser projetada com retroprojetor para que os/as alunos/as façam a leitura. Em um segundo momento, o/a professor/a deve solicitar uma leitura em voz alta por parte dos/as alunos/as para uma melhor compreensão. 

TEXTO 1

Qual é a gravidade do vazamento de petróleo no Golfo do México?

Por: The New York Times

Pássaros sobrevoam a área poluída pelo óleo no Golfo do México (Reuters)

O derramamento de petróleo no Golfo do México é grave. Mas quão grave ele é? Alguns especialistas foram rápidos ao prever o apocalipse, projetando imagens cruéis com 1.600 quilômetros de águas irreparáveis e praias em risco, pesca prejudicada por várias temporadas, espécies frágeis extintas e uma indústria economicamente arrasada por anos.

O presidente Barack Obama chamou o vazamento de "um possível desastre ambiental sem precedentes." E alguns cientistas previram que o petróleo poderá se prender na correnteza do golfo, levando a destruição para a Costa Atlântica. Ainda assim, a explosão da plataforma de águas profundas não é sem precedentes, nem é o pior acidente de petróleo da história. Seu impacto final dependerá de uma lista de variáveis, que incluem o clima, correntes oceânicas, as propriedades do petróleo e o sucesso ou fracasso dos esforços para estancar o fluxo.

Tragédias - Como disse um especialista, essa é a primeira batalha desta guerra. Ninguém sabe quem vai vencer no final. O poço, do qual vazam sem parar cerca de 800.000 litros de petróleo por dia, poderia continuar aberto por anos e mesmo assim não chegaria nem perto dos 136 bilhões de litros de petróleo derramados pelas forças do Iraque quando deixaram o Kuwait em 1991. Não chega nem perto da magnitude do Ixtoc I, que explodiu na baía de Campeche, no México, em 1979, e espalhou por volta de 500 milhões de litros de petróleo antes que o poço fosse controlado.

Terá que ficar muito pior até alcançar o impacto do acidente do petroleiro Exxon Valdez, em 1989, que contaminou 2.000 quilômetros de um intocado litoral e matou milhares de aves marinhas, lontras e focas, além de 250 águias e 22 orcas.

Ninguém, nem mesmo os advogados das indústrias de petróleo, está defendendo o acidente. A área contaminada do golfo continua aumentando e já foi encontrado petróleo em algumas áreas pantanosas na ponta da Louisiana. As praias e os arrecifes das ilhas de Flórida correm perigo se o óleo entrar na correnteza do golfo.

Esperança - Na segunda-feira, porém, o vento estava levando o petróleo para a direção contrária, para longe da correnteza. Os piores efeitos do vazamento ainda estão para acontecer. E se os esforços para conter o petróleo tiverem pelo menos um pouco de sucesso e o clima cooperar, o pior poderá ser evitado. "Até agora o que as pessoas estão temendo ainda não se concretizou", disse Edward B. Overton, professor de ciência ambiental da Faculdade do Estado de Louisiana e perito em vazamentos de petróleo. "Acham que será como o Exxon Valdez. Eu não imagino essa gravidade aqui a não ser que as coisas piorem muito."

Overton disse ter esperança que os esforços da British Petroleum para colocar tampas de concreto na boca do poço danificado vai funcionar, embora tenha dito se tratar de uma missão complicada e que poderia até piorar as coisas se danificar outros canos submarinos.

"O céu não está desabando", disse Quenton R. Dokken, biólogo marinho e diretor executivo da Fundação Golfo do México, um grupo de conservação em Corpus Christi, Texas. "Nós com certeza caímos em um buraco e teremos que lutar para sair dele, mas isso não significa que é o fim do Golfo do México."

Engenheiros falaram que o tipo de petróleo que sai do poço é mais leve que o grosso espalhado pelo Exxon Valdez, evapora com mais rapidez pela superfície e é mais fácil de queimar. Também aparenta responder melhor ao uso de dispersantes, que ajudam a reduzi-lo. Ainda assim, o petróleo continua capaz de causar danos significativos, principalmente quando se funde com a água e forma uma espécie de mousse que flutua e pode percorrer longas distâncias.

Estrago - Jacqueline Savitz, cientista sênior da Oceana, um grupo ambiental sem fins lucrativos, disse que grande parte do estrago já está se espalhando para longe do litoral e fora da vista da vigilância aeronáutica e dos navios de pesquisa. "Algumas pessoas estão dizendo que, como ainda não atingiu a costa, está tudo bem", ela diz. "Mas muitos animais vivem no oceano, e um vazamento deste é prejudicial assim que atinge a água. Colocaram em risco as tartarugas marinhas, camarões, caranguejos e as ostras. Muitas dessas espécies já estão sendo atacadas há dez dias. Nós estamos esperando para ver como é grave quando chegar ao litoral, mas nunca saberemos os verdadeiros impactos no oceano."

O impacto econômico é tão incerto quanto os danos ambientais. Com milhões de galões na água, alguns especialistas preveem um grande dano à economia. Especialistas no Instituto de Pesquisa Harte para Estudos do Golfo do México em Corpus Christi, por exemplo, estimam que 1,6 bilhão de dólares da economia anual - incluindo o turismo, pesca e outros - estão em risco. "E essa é só a ponta do iceberg", diz David Yoskowitz, do Instituto de Economia Social. "Ainda é cedo e existem muitas chances de ocorrerem impactos negativos."

Até quando? - O golfo não é um ambiente primitivo e já sobreviveu a problemas crônicos e agudos de poluição anteriormente. Refinarias e indústrias químicas que cruzam a costa do México até o Mississipi derramam incontáveis litros de poluentes na água.

Após o derramamento do Ixtox, há 31 anos atrás, o segundo maior da história, o golfo ricocheteou. Em três dias houve um pequeno rastro do vazamento fora da costa mexicana, agravado por um acidente com um petroleiro no golfo poucos meses depois, que liberou quase 10 milhões de litros, segundo especialistas. "O golfo é tremendamente vivo", disse Dokken. "Mas nós sempre temos que nos perguntar o quanto podemos aguentar de desastres como esse e nos recuperarmos. Como cientista, preciso reconhecer que simplesmente não sei."

Fonte: http://veja.abril.com.br/noticia/internacional/qual-gravidade-vazamento-petroleo-golfo-mexico acesso feito dia  acesso feito dia 10/10/2010  

2º momento: diálogo e reflexão

Cabe ao/a professor/a apresentar no quadro as questões abaixo para que os/as alunos/as respondam individualmente por escrito no caderno e posteriormente façam uma discussão coletiva.

  1. Por que o derramamento de petróleo provoca muitas mortes imediatas em animais? Resposta: Peixes, aves, zooplâncton e fitoplâncton não resistem às toxinas presentes na água e no solo e morrem.
  2. Por que muitos animais fogem dessas áreas afetas com o derramamento de petróleo? Resposta: Animais que têm a migração como uma de suas características, como as aves, podem sair da região para evitar a poluição.
  3. Você tem conhecimento de algum ser vivo que pode resistir a esse acidentes ambientais? Resposta: Pequenos invertebrados como as ostras podem sobreviver ao acidente. Eles filtram a água do mar e armazenam toxinas.
  4. Cite uma forma possível de contaminação por petróleo? Resposta: Os invertebrados, que estão na base da cadeia alimentar, são ingeridos pelos demais, que assim também se contaminam.
  5. Na sua opinião, é possível uma área afetada pelo derramamento de petróleo se recuperar? Resposta: O ambiente se regenera de forma gradual, à medida que o petróleo se dispersa com a movimentação da água.

3º momento: conhecendo e experimentando

Nesse momento da aula de Ciências cabe ao/a professor/a dividir a turma em grupos de, no máximo, 5 alunos/as para uma atividade extraclasse. Será feita uma pesquisa na biblioteca, consultando-se livros, revistas, internet, por meio da qual os/as alunos/as realizarão um levantamento sobre os mais recentes derramamentos de petróleo.

A partir desse levantamento, os/as alunos/as produzirão um relatório e farão uma apresentação expositiva para o restante do grupo em sala de aula. Os/as alunos/as podem, inclusive, elaborar o relatório em forma de vídeo com a utilização da câmera do telefone celular ou máquina fotográfica. Se o relatório for elaborado em forma de texto, o modelo abaixo pode ser adotado.  

Relatório (Modelo)

1-    Cabeçalho – deve conter data, nomes dos/as alunos/as, nome da escola, matéria, nome do professor   

2-    Introdução – deve situar rapidamente o objetivo específico do relatório.   

3 -    Desenvolvimento – deve conter informações sobre como foi feito o relatório.

4-   Conclusão – deve apresentar os principais dados obtidos e a opinião do grupo sobre os mesmos.

5-   Referências – deve conter os dados dos livros, revistas, sites consultados.  

4º momento: conhecendo e experimentando 

Depois de feita a leitura dos textos, cabe ao/a professor/a dividir a sala em grupos de, no máximo, 5 alunos/as, para a elaboração do experimento. É de responsabilidade do/a professor/a disponibilizar aos/as alunos/as os materiais necessários para a realização dessa atividade. Feita a divisão dos grupos, cabe ao professor/a orientar os/as alunos/as no decorrer da atividade.

TEXTO 2

 Formação do Petróleo

Ao longo de milhares de anos, restos de animais e vegetais mortos depositaram-se no fundo de lagos e mares e, lentamente, foram cobertos por sedimentos (pó de calcário, areia, etc). Mais tarde, esses sedimentos se transformaram em rochas sedimentares (calcário e arenito). As altas pressão e temperatura exercidas sobre essa matéria orgânica causaram reações químicas complexas, formando o petróleo. A idade de uma jazida pode variar de 10 a 400 milhões de anos. Dessa forma, o petróleo está localizado apenas nas bacias sedimentares. Junto desse recurso mineral, encontram-se associados a água e o gás natural (metano e etano).

 Perfuração e produção

Na etapa de perfuração, obtém-se a certeza da presença ou não do petróleo. A perfuração pode ser feita em terra ou no mar. Em terra, é feita por meio de uma sonda de perfuração (Figura 1). No mar, as etapas de perfuração são idênticas. A diferença é que são feitas por meio de plataformas marítimas. A profundidade de um poço pode variar de 800 a 6.000 metros. Atualmente, a bacia de Campos é responsável por 80% da produção nacional (730 mil barris de óleo/dia), sendo a mais importante do país. No ranking mundial dos países produtores, o Brasil está em 18º (produção de 1 milhão de barris de óleo/dia). Devido aos êxitos alcançados, a maior parte da produção é feita na bacia continental. O Brasil é recordista mundial em produção em águas profundas, tendo atingido em 1998 a marca de 1.853 metros de lâmina d’água. Terminada a etapa de produção, o petróleo e o gás natural são transportados por meio de dutos ou navios para os terminais, onde são armazenados. Em seguida, o petróleo é transferido para as refinarias, onde será separado em frações, pois o óleo bruto praticamente não tem aplicação.   

Refino do petróleo

O refino consiste em separar a complexa mistura de hidrocarbonetos em frações desejadas, processá-las e industrializá-las em produtos comerciáveis. O processo utilizado para separar as frações do petróleo é a destilação. Essa separação envolve a vaporização de um líquido por aquecimento, seguida da condensação de seu vapor. Existem diferentes tipos de destilação: simples, fracionada, etc. No caso do petróleo, é empregada a destilação fracionada, que é executada com a utilização de uma coluna de fracionamento. Nas refinarias, essas colunas são substituídas por enormes torres, chamadas de torres de fracionamento.

A partir dessa discussão, poderá ser abordado em sala de aula o tópico de separação de misturas de líquidos - destilação. Poderá ser realizada uma destilação simples com a explicação de cada etapa para que os/as alunos/as visualizassem o processo. Nesse ponto da aula, podem ser abordados também os conceitos de propriedades físicas, como ponto de ebulição. As propriedades físicas, como ponto de ebulição e solubilidade, estão intimamente relacionadas com a estrutura das substâncias e com as forças que atuam entre as moléculas (forças intermoleculares). Essas forças podem ser: dipolo-dipolo, ligação hidrogênio, de van der Waals ou London. Para exemplificar o tópico de forças intermoleculares.

EXPERIMENTO    

Determinação da percentagem de álcool na gasolina

A gasolina é um produto combustível derivado intermediário do petróleo. O álcool etílico, umas das substâncias adicionadas à gasolina tem vital papel na sua combustão. A porcentagem de álcool é regulamentada por Lei, e recentemente foi estabelecido um novo padrão que é de 18 a 24%. Se por um lado existe vantagens, existem as desvantagens também, como maior propensão à corrosão, maior regularidade nas manutenções do carro, aumento do consumo e aumento de produção de óxidos de nitrogênio. Disso tudo, nota-se a importância para a frota automotiva brasileira e para o meio ambiente, o rigoroso controle dessa porcentagem.

Material:    

  • 01 proveta de 100 mL,
  • bastão de vidro,
  • 50 mL de gasolina comum
  • 50 mL de água.   

Procedimento: 

1 -    Colocar 50 mL de gasolina comum em uma proveta de 100 mL ± 0,5 mL com tampa.

2 -    Completar  o volume até 100 mL com a solução saturada de NaCl.

FIGURA 1 - Montagem do experimento.

3 -    Fechar a proveta, misturar os líquidos invertendo-a  5 vezes. 

OBSERVAÇÃO: Segure firme para evitar vazamentos.

4 -    Manter em repouso até a separação das duas fases.

5 -    Ler o volume de ambas as fases.

6 -    Denominar o volume da fase aquosa de V'.

7 -    Subtrair de V', 50 mL e denominar este novo volume de V'', conforme a seguinte equação:

V'' = V' - 50 mL

V'' corresponderá  à quantidade de etanol presente em 50 mL da amostra de gasolina.

8 -    Calcular a % de álcool na gasolina, através da seguinte relação:

50 mL    —    100%

V"        —     x %

9 - Determine a massa da gasolina e expresse a % em m/m.

CUIDADOS IMPORTANTES:

  • Não acender ou ligar nenhum tipo de fonte de calor.
  • Usar  óculos de proteção e luvas.
  • Realizar o experimento na Capela, preferencialmente.
  • Guardar a fase não aquosa em recipiente adequado que estará disponível no laboratório para que seja adequadamente tratado.

Discussão:

A gasolina e a água foram vertidas na proveta. É possível observar que a fase aquosa formada apresentou um volume maior que o volume de água adicionado e que o volume de gasolina diminuiu. Isso ocorre porque o álcool é solúvel tanto em água quanto em gasolina, mas a sua solubilidade em água é maior. Com isso, há o aumento do volume observado na fase aquosa. A variação do volume da fase aquosa está relacionada com o teor de álcool na gasolina. O ponto de ebulição nos hidrocarbonetos está relacionado com as forças de van der Waals ou London, isto é, interações atrativas entre elétrons de uma molécula e núcleos de outra. Estas, por sua vez, dependem do número de elétrons dos átomos das moléculas ou, em última análise, da massa molecular. Quanto maior é a massa molecular, maior é o ponto de ebulição.  

Fonte: http://www2.fc.unesp.br/lvq/exp02.htm acesso feito dia 15/10/2010  

5º momento: trabalhando a curiosidade na interdisciplinaridade

Cabe ao/a professor/a de Ciências entrar em contato com o/a professor/a de Geografia e pedir sua contribuição para que, durante sua aula, seja feita com os/as alunos/as um levantamento, por meio de mapas, sobre: a) as regiões mais atingidas pelo derramamento de petróleo no Golfo do México e b) quais são as conseqüências desse derramamento para a geografia do local. Desse modo, os/as alunos/as podem compreender e visualizar melhor a dimensão e a localização da área que sofreu com o derramamento de petróleo. Além disso, podem obter um melhor aproveitamento do conteúdo trabalhado na aula de Ciências, assim como podem apresentar um bom engajamento e maior interesse durante as aulas de Geografia.

6º momento: aprendendo na interdisciplinaridade

Cabe ao/a professor/a de Ciências entrar em contato com o/a professor/a de História e pedir sua contribuição para que, durante sua aula, seja feita com os/as alunos/as uma discussão sobre a história do petróleo no Brasil. O/a professor/a de História como sugestão pode trabalhar com os/as alunos/as o Texto 3 ou trabalhar outro texto que o mesmo achar mais pertinente, adotando, para tanto, os procedimentos já descritos. Com isso, podem obter um melhor aproveitamento do conteúdo trabalhado na aula de Ciências, assim como podem apresentar um bom engajamento e maior interesse durante as aulas de História.

TEXTO 3

História do Petróleo no Brasil


Por: Rainer Sousa
Equipe Brasil Escola

Do monopólio varguista à construção da P-50: momentos da exploração petrolífera no Brasil.

Quando falamos sobre o petróleo, muitas pessoas têm a errônea impressão de que essa substância somente apareceu na história com o advento da Revolução Industrial. Contudo, desde a Antiguidade, temos relatos que nos contam sobre a existência desse material em algumas civilizações. Os egípcios utilizavam esse material para embalsamar os seus mortos, já entre os povos pré-colombianos esse mesmo produto era pioneiramente empregado na pavimentação de estradas.

No Brasil, a existência do petróleo já era computada durante os tempos do regime imperial. Nessa época, o Marquês de Olinda cedeu o direito a José Barros de Pimentel de realizar a extração de betume nas margens do rio Marau, na Bahia. Até as primeiras décadas do século XX, alguns estudiosos e exploradores anônimos tentaram perfurar alguns poços de petróleo sem obter êxito. Contudo, em 1930, o engenheiro agrônomo Manoel Inácio de Basto mudou essa situação.

Com base no relato de populares, ele teve a informação de que os moradores de Lobato, bairro suburbano de Salvador, utilizavam uma “lama preta” como combustível de suas lamparinas. Instigado por tal notícia, realizou testes e experimentos que atestavam a existência de petróleo nessa localidade. Contudo, não possuía contatos influentes que poderiam investir em sua descoberta. Persistente, em 1932 conseguiu entregar ao presidente Getúlio Vargas um laudo técnico que atestava o seu achado.

Nessa mesma década, a descoberta de importante riqueza foi cercada por uma série de medidas institucionais do governo brasileiro. Em 1938, a discussão sobre o uso e a exploração dos recursos do subsolo brasileiro viabilizou a criação do CNP - Conselho Nacional do Petróleo. Em suas primeiras ações, o conselho determinou várias diretrizes com respeito ao petróleo e determinou que as jazidas pertencessem à União. No ano seguinte, o primeiro poço de petróleo foi encontrado no bairro de Lobato.

Logo em seguida, novas prospecções governamentais saíram em busca de outros campos de petróleo ao longo do território brasileiro. No ano de 1941, o governo brasileiro anunciou o estabelecimento do campo de exploração petrolífera de Candeias, Bahia. Apesar das descobertas em pequena escala, o surgimento dessa nova riqueza incentivou, em 1953, a oficialização do monopólio estatal sobre a atividade petrolífera e a criação da empresa estatal “Petróleo Brasileiro S.A.”, mais conhecida como Petrobrás. Na década de 1960, novas medidas ampliaram o grau de atuação da Petrobrás na economia brasileira. No ano de 1968, a empresa passou a desenvolver um projeto de extração iniciando a exploração de petróleo em águas profundas. Após as primeiras descobertas na cidade sergipana de Guaricema, outras prospecções ampliaram significativamente a produção petrolífera brasileira. Em 1974, ocorreu à descoberta de poços na Bacia de Campos, a maior reserva de petróleo do país.

Com o passar do tempo, o Brasil se tornou uma das únicas nações a dominar a tecnologia de exploração petrolífera em águas profundas e ultraprofundas. Em 1997, durante o governo do presidente Fernando Henrique Cardoso, uma lei aprovou a extinção do monopólio estatal sobre a exploração petrolífera e permitiu que empresas do setor privado também pudessem competir na atividade. Tal medida visava ampliar as possibilidades de uso dessa riqueza.

Em 2003, a descoberta de outras bacias estabeleceu um novo período da atividade petrolífera no Brasil. A capacidade de produção de petróleo passou a suprir mais de 90% da demanda por esta fonte de energia e seus derivados no país. Em 2006, esse volume de produção atingiu patamares ainda mais elevados e conseguiu superar, pela primeira vez, o valor da demanda total da nossa economia. A conquista da autossuficiência permitiu o desenvolvimento da economia e o aumento das vagas de emprego.

No ano de 2007, o governo brasileiro anunciou a descoberta de um novo campo de exploração petrolífera na chamada camada pré-sal. Essas reservas de petróleo são encontradas a sete mil metros de profundidade e apresentam imensos poços de petróleo em excelente estado de conservação. Se as estimativas estiverem corretas, essa nova frente de exploração será capaz de dobrar o volume de produção de óleo e gás combustível do Brasil.

A descoberta do pré-sal ainda instiga várias indagações que somente serão respondidas na medida em que esse novo campo de exploração for devidamente conhecido. Até lá, espera-se que o governo brasileiro tenha condições de traçar as políticas que definam a exploração dessa nova fonte de energia. Enquanto isso, são várias as especulações sobre como a exploração da camada pré-sal poderá modificar a economia e a sociedade brasileira.

Fonte: http://www.brasilescola.com/brasil/historia-do-petroleo-no-brasil.htm acesso feito dia 10/10/2010 

Recursos Complementares

APRENDENDO UM POUCO MAIS: 

A importância econômica do petróleo

• Gás liquefeito de petróleo (GLP) - consiste de uma fração composta por propano e butano, sendo armazenado em botijões e utilizado como gás de cozinha.

• Gasolina - é um dos produtos de maior importância do petróleo, sendo um líquido inflamável e volátil. Consiste de uma mistura de isômeros de hidrocarbonetos de C5 a C9, obtida primeiramente por destilação e por outros processos nas refinarias. Hoje em dia, com a finalidade de baratear e aumentar a octanagem da gasolina, são adicionados outros produtos não derivados de petróleo à gasolina, como, por exemplo, o metanol e o etanol.

* Curiosidade – A introdução da gasolina na aviação teve início junto com o 14 Bis, avião inventado por Santos Dumont, no qual se utilizava um motor de carro.

• Querosene - o querosene é uma fração intermediária entre a gasolina e o óleo diesel. Esse derivado é obtido da destilação fracionada do petróleo in natura, com ponto de ebulição variando de 150 °C a 300 °C. O querosene não é mais o principal produto de utilização industrial, mas é largamente utilizado como combustível de turbinas de avião a jato, tendo ainda aplicações como solvente. Tem como característica produzir queima isenta de odor e fumaça.

• Óleo diesel - é um combustível empregado em motores diesel. É um líquido mais viscoso que a gasolina, possuindo fluorescência azul. Sua característica primordial é a viscosidade, considerando que, através dessa propriedade, é garantida a lubrificação. É comum a presença de compostos de enxofre no óleo diesel, cuja combustão dá origem a óxido e ácidos corrosivos e nocivos aos seres vivos, que geram a chuva ácida. O despertar da consciência de preservação do meio ambiente está induzindo os refinadores a instalar processos de hidrodessulfuração para reduzir o teor de enxofre.  

• Parafinas - é um produto comercial versátil, de aplicação industrial bastante ampla, como, por exemplo: impermeabilizante de papéis, gomas de mascar, explosivos, lápis, revestimentos internos de barris, revestimentos de pneus e mangueiras, entre outras.

* Curiosidade: A parafina é misturada ao chocolate para dar mais consistência, impedindo que este derreta.   

• Asfalto - sólido de cor escura, que apresenta massa molecular média elevada, é obtido do resíduo das destilações do petróleo. Grande parte do asfalto é produzida para a pavimentação e o asfalto oxidado é utilizado como revestimento impermeabilizante. O petróleo e seus derivados estão bastante presentes no cotidiano.

Referências bibliográficas

CHASSOT, A.I. Catalisando transformações na educação. Ijuí: Unijuí, 1993.

LUFTI, M. Cotidiano e educação em Química: os aditivos em alimentos como proposta para o Ensino de Química no Segundo Grau. Ijuí: Unijuí, 1998.

PERUZZO, T.M. e CANTO, E.L. Química na abordagem do cotidiano. São Paulo: Moderna, 1993.

PETROBRÁS. Refino, Revista da Petrobrás, ano II, n. 16, p. 14-15, 1995.

PETROBRÁS. Perfuração, o petróleo e a Petrobrás em perguntas e respostas. Rio de Janeiro: Serviço de Comunicação Institucional, 1997. p. 7.

PETROBRÁS. Disponível na Internet. http://www.petrobrás.gov.br. 14, abr, 1999. NEIVA, J. Conheça o petróleo. 6a ed. Rio de Janeiro: Expressão e Cultura, 1993.

Site:

Fonte: http://veja.abril.com.br/tema/desastre-ambiental-no-golfo-do-mexico acesso feito dia 15/11/2010 

Livros:

JOESTEN, M.D. e WOOD, J.L. World of chemistry. 2a ed. Fort Worth: Saunders College Publishing, 1996.

MACHADO A.H. Aula de Química. Discurso e conhecimento. Ijuí: Livraria Unijuí Editora, 1999.

RODRIGUES, J.R.; AGUIAR, M.R.M.P.; SANTA MARIA, L.C. e SANTOS, Z.A.M. Uma abordagem alternativa para o ensino da função álcool. Química Nova na Escola, v. 12, p. 20-23, 2000.

SILVA, E.R. e SILVA, R.R.H. Álcool e gasolina: combustíveis do Brasil. São Paulo: Scipione, 1997.   

Vídeos

PETROBRÁS. O refino. Rio de Janeiro: Serviço de Comunicação da Petrobrás, 1986. Videocassete (10 min) VHS son. color. PETROBRÁS. Do poço ao posto. Rio de Janeiro: Serviço de Comunicação da Petrobrás, 1992. Videocassete (9 min) VHS son. color.

Avaliação

A avaliação dos/as alunos/as pode ser feita em todos os momentos da aula: durante a leitura do texto, na execução dos experimentos e a apresentação de comentários e questionamentos. A avaliação pode ser feita a partir das contribuições individuais ou das contribuições do grupo como um todo, assim como a partir do envolvimento dos/as alunos/as nas atividades solicitadas.  

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