Portal do Governo Brasileiro
Início do Conteúdo
VISUALIZAR CLASE
 


Trabalhadores escravos e pobres livres: a participação popular na independência do Brasil

 

16/02/2011

Autor y Coautor(es)
LEIDE DIVINA ALVARENGA TURINI
imagem do usuário

UBERLANDIA - MG Universidade Federal de Uberlândia

Aléxia Pádua Franco

Estructura Curricular
Modalidad / Nivel de Enseñanza Disciplina Tema
Ensino Fundamental Final História Nações, povos, lutas, guerras e revoluções
Educação de Jovens e Adultos - 2º ciclo História Relações de poder e conflitos sociais
Educação de Jovens e Adultos - 1º ciclo Estudo da Sociedade e da Natureza Cidadania e participação
Datos de la Clase
O que o aluno poderá aprender com esta aula

Reconhecer a presença e a participação das camadas populares no processo de independência do Brasil.

Entender as motivações e especificidades da participação das camadas populares no processo de emancipação política do Brasil em relação a Portugal.

Refletir sobre os impactos da independência na estrutura da sociedade brasileira e os significados da mesma para as camadas populares.

Duração das atividades
05 aulas de 50 minutos
Conhecimentos prévios trabalhados pelo professor com o aluno

Mudanças ocorridas na sociedade colonial brasileira, a partir de 1808, com a chegada da família real portuguesa ao Brasil.

O processo de independência do Brasil.

Estratégias e recursos da aula

A participação popular na independência do Brasil

Na representação oficial da independência do Brasil, os grupos sociais que não pertenciam às elites brasileiras aparecem com expectadores, sem nenhuma (ou pequena) participação no processo de luta contra a dominação metropolitana. Neste sentido, o objetivo desta aula é possibilitar o contato dos alunos com fontes que questionem esta representação.

Atividades propostas:

I- Seleção e análise de textos sobre a temática da aulaica  ica

A- A sugestão é que o (a) professor (a) leia, previamente, os textos da historiadora Gladys Sabina Ribeiro e do historiador Hendrik Kraay, os quais abordam a temática em foco. A partir desta leitura será possível selecionar excertos a serem discutidos com os alunos ou elaborar um texto novo, a partir das referências citadas, com linguagem apropriada ao segmento no qual atua o professor.

 

Confira abaixo as referências bibliográficas e um resumo dos textos:

O desejo da liberdade e a participação de homens livres pobres e "de cor" na Independência do Brasil, de Gladys Sabina Ribeiro

"As insurreições da população "de cor" da Corte não foram apenas uma ameaça constante, erigiram-se em realidade palpável nas fugas, nos ajuntamentos e nos tumultos, que não raro se transformaram em devassas e que pontilham a documentação da Polícia e do Ministério da Justiça. Os escravos e libertos participaram com igual intensidade da política do país e dos movimentos ocorridos. Fizeram uma leitura própria das idéias sobre a independência como autonomia, sobre a liberdade e sobre a libertação do jugo da reescravização, tentando colocá-las na prática em diferentes momentos".

Texto disponível na íntegra emhttp://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-32622002000300003&lng=pt&nrm=iso

 

Pés de chumbo e Garrafeiros: conflitos e tensões nas ruas do Rio de Janeiro no Primeiro Reinado, de Gladys Sabina Ribeiro

"Ao contrário da aparente calma e ausência do povo na independência do Brasil, podemos afirmar que, no caso dos acontecimentos desenrolados na Corte, a “massa” efetivamente encontrava-se presente. Porém sua presença, atestada nas crônicas, nos relatos e na documentação da época possui dupla característica: ou é apresentada como heróica, quando o povo participava de acordo com os interesses das elites; ou violenta e irracional, quando sua participação era contrária aos rumos dos acontecimentos e representava uma alternativa de poder."

RIBEIRO, Gladys Sabina. Revista Brasileira de História. São Paulo: 12 (23-24):141-165,set.9/ago/1992.

 

Muralhas da independência e liberdade do Brasil: a participação popular nas lutas políticas (Bahia, 1820-1825), de  Hendrik Kraay

"O interessantíssimo estudo de Hendrik Kraay, Muralhas da independência e liberdade do Brasil: a participação popular nas lutas políticas (Bahia, 1820-1825), traz para o cenário político atores sociais menosprezados pela historiografia. Analisa o protagonismo das classes populares e discute não apenas como se inseriram e lutaram pela autonomia, mas também como se viam nesse processo. Defende que a guerra criou novas identidades e proporcionou-lhes uma nova consciência de sua importância para o Estado. Ao enfocar libertos e escravos da Bahia – lugar onde a independência assumiu um desdobramento singular em relação às províncias do centro-sul –, afirma haver muitos indícios de um "patriotismo popular" que interpretava a independência como realização dos homens de cor".

MALERBA, Jurandir (org.). A Independência brasileira: novas dimensões. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2006.

 

B- Para o primeiro contato com o tema, o professor também poderá elaborar um power point com a apresentação das idéias centrais dos textos acima citados e, a partir da apresentação, solicitar que os alunos registrem no caderno as suas considerações. Em seguida, devem socializar com os colegas as suas conclusões.

 

II- Interpretação e debate de texto  

Após o primeiro contato com o tema, a partir das referências citadas na aula anterior, propor aos alunos a leitura e a interpretação do texto do historiador Hendrik Kraay, intitulado "Independência é liberdade".  Confira, abaixo, um trecho do texto:  

"Mais do que libertar o Brasil, escravos baianos entraram na guerra para conquistar sua alforria. A maioria das batalhas não se resume a um propósito. E, às vezes, um mesmo lado da disputa abriga diferentes objetivos. Na Bahia, os escravos foram recrutados para lutar a favor da Independência. Mas esses soldados buscavam mais do que livrar o Brasil do domínio de Portugal. Empunharam armas na esperança de usar seus serviços de guerra como moeda de troca para obterem a alforria. (...) Os senhores temiam que seus escravos aproveitassem a ocasião para lutar por liberdade ou por novos direitos. Em novembro, depois da batalha de Pirajá, Labatut mandou recrutar “pardos e pretos forros” para criar um batalhão de libertos."

Texto disponível na íntegra em: http://www.brasil.gov.br/sobre/historia/independencia/independencia-e-liberdade

 

Orientações para a leitura e interpretação do texto

1- Pedir aos alunos que façam a leitura atenta e silenciosa do texto.

2- Fazer o vocabulário das palavras desconhecidas.

3- Fazer nova leitura, que desta vez poderá ser em voz alta, de maneira que cada aluno (a) leia uma parte do texto.

4- Responder, por escrito, as seguintes questões de interpretação:

A- Explique, com argumentos claros, qual era a grande motivação dos escravos que participaram, na Bahia, das lutas pela independência do Brasil, de acordo com o autor do texto.

B- Os senhores de engenho da Bahia não viam com bons olhos o recrutamento de escravos para a luta contra as tropas portuguesas.

  • Grife no texto as passagens que confirmam esta afirmativa.
  • Explique as razões do posicionamento dos proprietários baianos.

 

C- Leia com atenção a frase: “Os senhores temiam que seus escravos aproveitassem a ocasião para lutar por liberdade ou por novos direitos”. Quais seriam, a partir dos estudos que você já realizou anteriormente, os “novos direitos” pelos quais lutavam os escravos, além da liberdade?

DEBATE

Após a leitura e interpretação do texto, o professor deve incentivar os alunos para o debate das idéias centrais do mesmo, a partir das perguntas e respostas elaboradas no caderno.

 

III- Pesquisando

Livro didático 

A independência do Brasil no livro didático de História  

A proposta para esta aula é que os alunos façam uma investigação sobre se e como é tratada, no livro didático, a participação popular na independência do Brasil.

 Proposta de atividade:

1- Dividir os alunos em grupos. Cada grupo ficará responsável pela análise de um livro didático.

2- Questões norteadoras do trabalho de análise/investigação a ser realizado pelo grupo:

  • De acordo com o autor do livro didático, quais sujeitos sociais participaram do processo de independência do Brasil?
  • O autor do livro didático menciona a participação popular na independência do Brasil? Se a resposta for afirmativa, responda: De que maneira esta participação é apresentada? Quais eram os objetivos dos grupos sociais mencionados, segundo o autor do livro?
  • Como o autor apresenta os impactos da independência na estrutura da sociedade brasileira e os significados da mesma para as camadas populares?

 

3- Após o trabalho de análise/investigação, os grupos devem socializar as suas conclusões a partir de um Seminário. O Seminário é uma dinâmica muito rica porque tem como finalidade a identificação e a reflexão em torno de um problema, além da socialização de informações e conclusões relativas ao tema de estudo.

 

O projeto vencedor e os significados da independência do Brasil

I- Trabalhando com textos:

1- Propor aos alunos a leitura e a interpretação de textos que discutam os impactos e significados da independência do Brasil. Confira, por exemplo, o texto "O significado histórico da independência", disponível em: http://www.historianet.com.br/conteudo/default.aspx?codigo=3

2- Após a leitura e a interpretação de textos relativos ao tema, os alunos devem socializar as suas conclusões e registrá-las no caderno.

 

II- Trabalhando com o vídeo: "José Bonifácio e o seu projeto para o Brasil"

">. 

"O jornalista e escritor Laurentino Gomes conversa com Carlos Graieb sobre o livro '1822'. Nesta entrevista, ele conta por que o projeto político de José Bonifácio para o Brasil foi escolhido para o país. Ele ainda fala sobre o Brasil da época e da possibilidade de ocorrer uma guerra civil ou uma guerra étnica. Ele também explica o 7 de setembro."

Orientações para a atividade:

1- Registre no caderno, e comente com os colegas, as idéias centrais do vídeo.

2- No vídeo, Laurentino Gomes afirma que havia o medo dominante de rebeliões escravas, o que fez com que as elites regionais se congregassem em torno do imperador Pedro I para preservar os seus privilégios e impedir que a independência fugisse ao controle da classe proprietária. A partir dos estudos realizados, você diria que o projeto de independência vencedor contemplou os interesses das elites ou das camadas populares? Justique sua resposta com argumentos claros.

 

Produção de texto

Como culminância das atividades propostas para o tema da aula, os alunos devem produzir um texto a respeito da "Participação das camadas populares na independência do Brasil".

Atenção, professor! Esta aula poderá ser trabalhada em conjunto com o professor da disciplina de Língua Portuguesa, o qual orientará os alunos na conceituação e caracterização de diferentes  tipos e gêneros de textos e os acompanhará no desenvolvimento da atividade.  

Recursos Complementares

Professor, confira os endereços abaixo para ampliar as possibilidades de reflexão e debate acerca da temática proposta na aula e de outras relacionadas ao tema "Independência do Brasil". Alguns dos textos sugeridos nos links também poderão ser explorados pelos alunos:

1- Dissertação de mestrado de Sérgio Armando Diniz Guerra Filho, intitulada "O povo e a guerra. Participação das camadas populares nas lutas pela independência do Brasil na Bahia". Disponível em:  http://www.ppgh.ufba.br/IMG/pdf/O_Povo_e_a_Guerra.pdf

2- http://www.brasil.gov.br/sobre/historia/independencia

3- http://soprahistoriar.blogspot.com/2010/09/independencia-do-brasil-mito-ou.html

4- http://independenciadobrasilportal.wordpress.com/

Avaliação

A ação avaliativa deve permear toda a prática pedagógica do professor dando-lhe constantemente elementos que lhe possibilitem auxiliar o estudante no seu desenvolvimento. Deve permitir que o aluno organize o seu pensamento - seja através da expressão oral ou escrita - buscando, ao refletir sobre um determinado assunto, fazer uma leitura crítica das fontes analisadas, estabelecendo relações, levantando questões, buscando respostas e expondo conclusões. A avaliação deve ser utilizada primordialmente como um canal de comunicação entre o aluno e o professor. Fundamental para o primeiro uma vez que pode ajudá-lo a reorganizar o seu pensamento e superar dificuldades. Fundamental também para o professor que poderá sempre repensar a sua atuação, revendo conteúdos, metodologias de ensino, procedimentos avaliativos. Desta maneira, no desenvolvimento do tema proposto, o professor poderá avaliar a aprendizagem dos alunos a cada etapa do trabalho por meio das atividades incluídas no processo: leitura, interpretação e produção de textos, debates, socialização das produções dos alunos; apresentação oral e escrita de conclusões acerca da temática trabalhada.

Opinión de quien visitó

Cinco estrelas 2 calificaciones

  • Cinco estrelas 2/2 - 100%
  • Quatro estrelas 0/2 - 0%
  • Três estrelas 0/2 - 0%
  • Duas estrelas 0/2 - 0%
  • Uma estrela 0/2 - 0%

Denuncia opiniones o materiales indebidos!

Opiniones

  • francisco costa, FABEL - faculdade de Belém , Pará - dijo:
    franciscocosta1112@gmail.com.br

    30/05/2012

    Cinco estrelas

    Sou estudante de direito e pretendo escrever um artigo sobre "O POBRE E ABANDONADO TRABALHADOR BRASILEIRO", portanto, tenho lido alguns trabalhos relacionados ao assunto, tão bonitos e bem elaborados como este, e vejo, que tenho que melhorar muito para que possa chegar a este nível, párabéns.


  • Myure, UEAP , Amapá - dijo:
    myure.castro@hotmail.com

    29/08/2011

    Cinco estrelas

    Muito interessante! Bem explicado!


Sem classificação.
INFORMAR ERRORES
¿Encontraste algún error? Descríbelo aquí y colabora para que las informaciones del Portal estén siempre correctas.
CONTACTO
Deja tu mensaje al Portal. Dudas, críticas y sugerencias siempre son bienvenidas.