Nesta aula o aluno terá oportunidade de compreender o regime militar brasileiro por meio da relação que este estabeleceu com o Movimento Estudantil brasileiro. Além disso, poderá entender as formas de atuação e o lugar que ocuparam os estudantes na cena política brasileira dos anos 1960 a 1980. Por último, os alunos poderão compreender o papel histórico da resistência ao regime autoritário instaurado com o Golpe de 1964.

O Golpe Civil- Militar de 1964.

Introdução

Para a abordagem do tema proposto, é importante que o professor tenha sempre em mente a preocupação de apontar o crescente fechamento promovido pelo regime instaurado com o Golpe Civil-Militar de 1964. Para tanto, é importante frisar que a ideia de dissenso e de participação popular efetiva nos negócios públicos foi sendo gradativamente suspensa. Dessa forma, os estudantes buscaram criar seus próprios caminhos de interferência na esfera pública.

Desenvolvimento

Atividade 1:

Na primeira atividade, o professor deve promover uma breve revisão do período do regime militar brasileiro, por meio do vídeo de Boris Fausto.

Regime Militar 

Em seguida, deve estimular a discussão sobre o que é ser estudante, tendo como ponto de partida o trecho da minissérie  Anos Rebeldes (www.youtube.com/watch?v=c7XqKrBPjpU, acessado em dezembro de 2010), de 1992. Após assistirem ao trecho, os estudantes devem dar a sua opinião sobre o que é ser estudante, e de que forma essa condição lhes permite intervir na sociedade em que vivem.

Em seguida, o professor pode exibir o depoimento de Vladimir Palmeira (www.memoriasreveladas.gov.br/media/Video/vladimir.htm, acessado em dezembro de 2010), líder estudantil dos anos 1960 e o trecho da minissérie Anos Rebeldes (www.youtube.com/watch?v=9iipESE6Pbg, acessado em dezembro de 2010), exibida pela Rede Globo em 1992.

Imagem 1

  Manifestação estudantil em repúdio ao acordo MEC-Usaid, em 1966. Fonte: Projeto República | UFMG

Imagem 2

  Corpo do secundarista Edson Luiz, morto durante manifestação estudantil no restaurante Calabouço, no Rio de Janeiro em 1968.Fonte: Revista Manchete.

Imagem 3 

Capa de revista "Veja" sobre a prisão das lideranças estudantis no Congresso de Ibiúna, em São Paulo, em 1968. Fonte: Revista Veja

Imagem 4 

Assembléia durante a tentativa de realização do III Encontro Nacional de Estudantes em Belo Horizonte. Fonte: Projeto República | UFMG

Logo após, o professor deve conduzir uma discussão em forma de seminário, a respeito de que forma os estudantes atuavam politicamente: como eram as passeatas, para que serviam, o que reivindicavam? Para eles, por que a morte de um estudante gerou uma repercussão tão forte na sociedade brasileira de 1968?

Como atividade para casa, o professor pode propor aos alunos que pesquisem sobre as grandes manifestações de rua de 1968, levantando fotos, notícias de jornais e vídeos sobre o assunto. A pesquisa pode ser feita na biblioteca da própria escola, em bibliotecas públicas e hemerotecas e em sites de revistas com acervo digital.     

Atividade 2:

A segunda atividade terá como base o livro-documento Direito à Memória e à Verdade (www.presidencia.gov.br/estrutura_presidencia/sedh/.arquivos/livrodireitomemoriaeverdadeid.pdf, acessado em dezembro de 2010). Dividindo os alunos em quatro grupos, o professor deve propor a seguinte atividade:

• Cada grupo deve localizar os estudantes mortos ou desaparecidos durante o regime militar. Desses, quantos morreram em cada uma das três décadas em estudo (1960, 1970 e 1980).

• Em seguida, cada grupo deve escolher dois desses estudantes e montar uma ficha de toda a sua trajetória política. Sua militância se restringiu ao Movimento Estudantil, ou esses estudantes passaram a militar em organizações políticas externas ao meio estudantil?

Como atividade para casa, os estudantes devem  redigir um pequeno texto que relacione o número de estudantes mortos ou desaparecidos em cada década com o contexto histórico do período: podemos encontrar alguma relação entre esses números e o momento político brasileiro? 

Atividade 3:

No terceiro encontro, o professor deve tomar como base o site Memória do Movimento Estudantil, da parceria UNE/Fundação Roberto Marinho, na seção Depoimentos (http://www.mme.org.br/main.asp?Team={3EBBBABF-203C-4E3E-B99F-E8B0CF00E072}, acessado em dezembro de 2010) . Divididos em quatro ou cinco grupos (devem ser grupos pequenos), os alunos devem escolher um depoimento de um estudante dos anos 1960, um depoimento dos anos 1970 e outro dos anos 1980. Em seguida, os alunos devem montar um painel com os principais eventos e destacando a ocorrência que mais lhes chamou a atenção durante a militância estudantil dessas pessoas. A seguir, os alunos devem elaborar uma comparação entre o que era ser estudante nos anos 1960, 1970 e 1980, realçando as diferenças aparentes entre a militância e as atividades desenvolvidas em cada uma dessas épocas. Quais eram as atividades em que os estudantes se envolviam fora da sala de aula? Quais as suas principais reivindicações? Qual o impacto de sua atuação política? 

Conclusão

No decorrer das três atividades, os alunos devem compreender a intrínseca relação entre as formas de atuação política, as reivindicações estudantis e o contexto histórico- político. É desejável, inclusive, que os alunos passem a relacionar esse posicionamento político, menos com a cronologia pura e simples (anos e décadas), mas com os eventos políticos ocorridos no País (Atos Institucionais e governos). Os alunos devem compreender ainda a importância do papel político desempenhado pelos estudantes durante o regime militar. O professor pode, inclusive, estimular comparações entre o papel político estudantil naquele período e atualmente (tomando o cuidado de ressaltar o contexto histórico radicalmente distinto).

http://www.mme.org.br (acessado em dezembro de 2010)

http://movebr.wikidot.com/ (acessado em dezembro de 2010)

Além do desempenho individual dos alunos durante os grupos e os painéis, o professor pode avaliar as atividades de pesquisa e redação de texto propostas para serem feitas em casa, e detalhadas em cada uma das aulas.