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Uso da pontuação em textos narrativos

 

12/01/2011

Autor y Coautor(es)
Ana Paula Campos Cavalcanti Soares
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BELO HORIZONTE - MG Universidade Federal de Minas Gerais

Sulamita Nagem Dias Lima

Estructura Curricular
Modalidad / Nivel de Enseñanza Disciplina Tema
Educação de Jovens e Adultos - 1º ciclo Língua Portuguesa Linguagem oral
Educação de Jovens e Adultos - 1º ciclo Língua Portuguesa Leitura e escrita de texto
Datos de la Clase
O que o aluno poderá aprender com esta aula

•      Utilizar adequadamente a pontuação do discurso direto, destacando as falas de personagens (dois pontos, travessão).

•      Observar os sinais de pontuação nos textos.

•      Identificar os sinais de pontuação mais usuais (ponto, vírgula, ponto de interrogação) e compreender suas funções nos textos (relacionar o uso do ponto ao uso da letra maiúscula no início das frases).

•      Utilizar adequadamente ponto (e letra maiúscula no início das frases), ponto de interrogação, vírgula e parágrafo na escrita de textos.

Duração das atividades
04 horas/aula
Conhecimentos prévios trabalhados pelo professor com o aluno

-Dominar as relações entre grafemas e fonemas.

Estratégias e recursos da aula

As estratégias a serem utilizadas são:

- aula interativa;   

- trabalho em grupo;   

- texto impresso;   

- textos de diferentes gêneros.       

Desenvolvimento     

1ª atividade:

1)      O professor iniciará a aula distribuindo para os alunos o conto “Sebo” de Luís Fernando Veríssimo  e propondo que acompanhe a leitura que ele vai fazer.   

OBS: É interessante que o professor reproduza da forma como o texto está aqui: com marcas propositais. Destacamos expressões que servirão de análise após a leitura completa do texto.   

Texto 1:   

Sebo

Luís Fernando Veríssimo   

O homem disse o próprio nome e ficou me olhando atentamente. Como alguém que tivesse atirado uma moeda num poço e esperasse o "plim" no fundo. Repeti o nome algumas vezes e finalmente me lembrei. Plim. Mas claro. - Comprei um livro seu não faz muito. Ele sorriu, mas apenas com a boca. Perguntou se podia entrar. Pedi para ele esperar até que eu desengatasse as sete trancas da porta. - Você compreende - expliquei -, com essa onda de assassinatos... Ele compreendia. Estranhos assassinatos. Todas as vítimas eram intelectuais. Ou pelo menos tinham livros em casa. Dezesseis vítimas até então. Se soubesse que seria a décima sétima eu não teria me apressado tanto com as correntes. - Você leu meu livro? - ele perguntou. - Li! Essa terrível necessidade de não magoar os outros. Principalmente os autores novos. - Não leu - disse ele. - Li. Li! Essa obscena compulsão de ser amado. - Leu todo? - Todo. Ele ainda me olhava, desconfiado. Elaborei: - Aliás, peguei e não larguei mais até chegar ao fim. Ele ficou em silêncio. Elaborei mais: - Depois li de novo. Ele nada. Exclamei: - Uma beleza! - Onde é que ele está? Meu Deus, ele queria a prova. Fiz um gesto vago na direção da estante. Felizmente, nunca botei um livro fora na minha vida. Ainda tenho - ainda tinha - o meu Livro do bebê. Com a impressão do meu pé recém-nascido, pobre de mim. Venero livros. Tenho pilhas e pilhas de livros. Gosto do cheiro de livros novos e antigos. Passo dias dentro de livrarias. Gosto de manusear livros, de sentir a textura do papel com os dedos, de sentir seu volume na mão. Ocupo-me tanto de livros e quase não me sobra tempo para a leitura. Ele encontrou seu livro. Nós dois suspiramos, aliviados. Como é fácil fazer a alegria dos outros, pensei. Com uma pequena mentira eu talvez tivesse dado o empurrão definitivo numa vocação literária que, de outra forma, se frustraria. Num transbordamento de caridade, declarei: - Que livro! Puxa! Mas ele não me ouviu. Apertava o livro entre as mãos. Disse: - O último. Finalmente. - O quê? Ele começou a avançar na minha direção. Contou que a tiragem do livro tinha sido pequena. Quinhentos exemplares. Sua mãe comprara 30 e morrera antes de distribuir aos parentes. Ele tinha ficado com 453. Dezessete cópias tinham acabado num sebo que, através dos anos, vendera todos. Ele seguira a pista de 16 dos 17 compradores e os estrangulara. Faltava o décimo sétimo. - Por quê? - gritei. E acrescentei, anacronicamente: - Homem de Deus? No livro tinha um cacófato horrível. Ele não podia suportar a idéia de descobrirem seu cacófato. - Eu não notei! Eu não notei! - protestei. Não adiantou. Ninguém que tivesse lido o livro podia continuar vivo. Ele queria deixar o mundo tão inédito quanto nascera. - Mas essas coisas não têm import... - comecei a dizer. Mas ele me pegou e me estrangulou. Bem feito! Para eu aprender a não ser bem-educado. Meu consolo é que depois ele descobriria que as páginas do livro não tinham sido abertas e o remorso envenenaria suas noites. Enfim. É o que dá freqüentar sebos.   

Fonte: http://www.quemtemsedevenha.com.br/sebo.htm    

2)      Após a leitura do texto o professor deverá retomar todas as expressões destacadas:   

com essa onda de assassinatos...

- Mas essas coisas não têm import...

Indagações: Nas duas frases acima, o sinal (...) está representando o que? Pode-se dizer que a reticências foi utilizada para diferentes finalidades nestas frases?  

- Não leu - disse ele.

Indagações: Nesta frase há travessão duplo. Por que você acha que esse sinal foi utilizado nesta situação?   

Elaborei: - Aliás, peguei e não larguei mais até chegar ao fim.   

Indagações: Na frase há um sinal de dois pontos, seguido por travessão. Por que foram utilizados esses sinais nesta situação?   

- Que livro! Puxa!   

Indagações: Verificamos neste trecho o uso repetido do sinal de exclamação. Que efeitos esse sinal causa?   

- Por quê? - gritei. E acrescentei, anacronicamente: - Homem de Deus?

Indagações: Verificamos neste trecho o uso repetido do sinal de interrogação. Que efeitos esse sinal causa?     

2ª atividade:   

1)      Inicialmente, o professor irá propor a leitura das tirinhas e se desejar poderá explorar aspectos inferenciais da leitura.   

Texto 2:

Tirinha

Fonte: http://multirinhas.blogspot.com/2008_12_01_archive.html 

Fonte: http://multirinhas.blogspot.com/2008_12_01_archive.html    

OBS: A primeira atividade da aula buscou despertar os alunos para o uso da pontuação nos textos, em específico, nas narrativas. Nesta atividade, o professor deverá focar o seu trabalho nas pontuações típicas dos diálogos nos discursos diretos. Nesses discursos, a fala dos personagens aparece na íntegra e é sinalizada com um travessão, duplo travessão e dois pontos.   

2)      O professor propõe que, coletivamente, escolham uma das duas tirinhas para iniciarem a produção textual. A proposta reescrevê-la em formato de texto corrido no discurso direto. Desta forma, no lugar de balões, terão que sinalizar no texto (utilizando travessão e dois pontos) a fala dos personagens. É preciso também, sinalizar as falas que estão sem a pontuação.   

3)      Em seguida, o professor organiza a turma em duplas para que façam, com a outra tirinha, o trabalho da reescrita seguindo o modelo feito anteriormente.   

4)      O professor socializa as produções das duplas, faz os comentários necessários, propõe a correção textual e organiza a exposição do material na sala.       

3ª atividade:   

1)      Na terceira atividade o professor deverá ler um fragmento de outro texto narrativo, neste caso, uma parábola. O fragmento lido deverá ser transgredido retirando-se os sinais de pontuação.   

2)      O professor deverá ler em voz alta para os alunos este fragmento sem a pontuação.   

Texto 3: 

Parábola   (Texto com transgressão)

A DIFERENÇA ENTRE O PARAÍSO E O INFERNO        

Conta-se que um poeta estava um dia passeando ao crepúsculo em uma floresta quando de repente surgiu diante dele um dos maiores poetas de todos os tempos Virgílio O homem tomou o maior susto de sua vida e começou a tremer sem parar Virgílio disse ao apavorado colega Tua alma está tomada pela covardia que tantas vezes pesa sobre os homens os afastando de nobres empreendimentos, como uma besta assustada pela própria sombra Mas o destino estava sorrindo para ele explicou Virgílio pois tinha sido escolhido para conhecer os segredos do Paraíso e do Inferno      Utilizando seus poderes místicos Virgílio transportou o poeta ainda apavorado com tão insólita experiência ao velho e mítico rio de águas pantanosas e cinzentas que circundava o submundo O 'Rio Aqueronte' Entraram em uma canoa e Virgílio instruiu o poeta para remar até o Inferno já que 'Caronte' não se encontrava por ali Quando chegaram o poeta estava algo surpreso por encontrar um lugar semelhante à floresta onde estavam e não feito de fogo e de enxofre nem infestado de demônios alados e criaturas nojentas exalando fogo como ele esperava   

Fonte: http://paxprofundis.org/livros/parabolas/parabolas.html    

3)      Após a leitura o professor deverá levantar as seguintes questões:

- Você conseguiu compreender o texto?

- A ausência da pontuação atrapalhou a compreensão do texto?   

4)      O professor organiza a turma em duplas para que pontuem o texto lido.   

5)      Em seguida socializa o que os alunos fizeram e faz os comentários necessários.   

6)      O professor entrega o texto original para que os alunos comparem e corrijam possíveis sinais de pontuação que não foram colocados.   

7)      Após a realização da atividade anterior, o professor faz uma nova leitura do texto, agora respeitando a pontuação.   

8)      O professor propõe que discutam quais foram as diferenças entre uma leitura e outra,  de maneira que os alunos percebam a função da pontuação: dar sentido, coerência ao texto.   

Texto 3 original

A DIFERENÇA ENTRE O PARAÍSO E O INFERNO        

Conta-se que um poeta estava um dia passeando ao crepúsculo em uma floresta, quando, de repente, surgiu diante dele um dos maiores poetas de todos os tempos — Virgílio. O homem tomou o maior susto de sua vida e começou a tremer sem parar. Virgílio disse ao apavorado colega: — 'Tua alma está tomada pela covardia, que tantas vezes pesa sobre os homens, os afastando de nobres empreendimentos, como uma besta assustada pela própria sombra.' Mas, o destino estava sorrindo para ele, explicou Virgílio, pois tinha sido escolhido para conhecer os segredos do Paraíso e do Inferno.      Utilizando seus poderes místicos, Virgílio transportou o poeta — ainda apavorado com tão insólita experiência — ao velho e mítico rio de águas pantanosas e cinzentas que circundava o submundo: O 'Rio Aqueronte'. Entraram em uma canoa e Virgílio instruiu o poeta para remar até o Inferno, já que 'Caronte' não se encontrava por ali. Quando chegaram, o poeta estava algo surpreso por encontrar um lugar semelhante à floresta onde estavam, e não feito de fogo e de enxofre nem infestado de demônios alados e criaturas nojentas exalando fogo, como ele esperava.       Virgílio pegou o poeta pela mão e levou-o por uma trilha. Logo o poeta sentiu, à medida em que se aproximavam de uma barreira de rochas e arbustos, o cheiro de um delicioso ensopado. Junto com o cheiro, entretanto, vinham misteriosos sons de lamentações e de ranger de dentes. 'Gritos de mágoa, brigas, queixas iradas em diversas línguas formavam um tumulto que tinha o som de uma ventania.' Ao contornarem as rochas, depararam-se com uma cena incomum. Havia uma grande clareira com muitas mesas grandes e redondas. No meio de cada mesa havia uma enorme panela contendo o ensopado cujo cheiro o poeta havia sentido, e cada mesa estava cercada de pessoas definhadas e obviamente famintas. Cada uma segurava uma colher com a qual tentava comer o ensopado. Entretanto, devido ao tamanho da mesa e por serem as colheres muito grandes e com cabos três vezes mais compridos do que os braços das pessoas que as usavam, estas ficavam impedidas de alcançar a panela no centro da mesa. Isto tornava impossível, para qualquer uma daquelas pessoas famintas, de levar a comida à boca. Havia muita luta e imprecações, enquanto cada pessoa tentava desesperadamente pegar pelo menos uma gota do ensopado.       O poeta ficou muito abalado com a terrível cena. Fechando os olhos, suplicou a Virgílio que o tirasse dali. Em um momento eles estavam de volta à canoa e Virgílio orientou o poeta como chegar até o Paraíso.       Quando chegaram, o poeta surpreendeu-se novamente ao ver uma cena que não correspondia às suas expectativas. Aquele lugar era quase exatamente igual ao que eles haviam acabado de visitar. Não havia grandes portões de pérolas nem bandos de anjos a cantar. Novamente, Virgílio conduziu-o por uma trilha onde um cheiro de comida vinha de trás de uma barreira de rochas e de arbustos. Desta vez, entretanto, eles ouviram cantos e risadas quando se aproximaram. Ao contornarem a barreira, o poeta ficou muito surpreso de encontrar um quadro idêntico ao que eles tinham acabado de deixar: grandes mesas cercadas por pessoas com colheres de cabos desproporcionais e uma grande panela de ensopado no centro de cada mesa.       A única e essencial diferença entre aquele grupo de pessoas e o que eles tinham acabado de deixar é que as pessoas deste segundo grupo estavam usando suas colheres para alimentar umas às outras.   

Fonte: http://paxprofundis.org/livros/parabolas/parabolas.html    

4ª atividade:   

1)      O professor escreve no quadro as frases abaixo solicitando a leitura das mesmas.   

a)      MARIA TOMA BANHO QUENTE E SUA MÃE DIZ ELA JOGUE ÁGUA FRIA   

b)      NÃO TENHA PIEDADE   

2)      O professor comenta que sem a pontuação fica difícil entender o sentido do texto e propõe que, em duplas, pontuem as frases.   

3)      O professor socializa as pontuações, faz os comentários necessários e apresenta a pontuação mais adequada para as frases.   

a)      MARIA TOMA BANHO QUENTE E SUA. ___ MÃE!  DIZ ELA, ___ JOGUE ÁGUA FRIA!   

b)      NÃO! TENHA PIEDADE!   NÃO TENHA PIEDADE!   

OBS:  É importante lembrar que outros sinais de pontuação podem ser usados na frase da letra B.   

4)      O professor escolhe dentre as produções escritas pela turma uma que se apresenta sem ou com problemas de pontuação.   

5)       Em seguida, transcreve o texto no quadro para que, coletivamente, façam a reescrita do mesmo, observando e usando os sinais de pontuação de forma que o sentido do texto seja estabelecido.

Recursos Complementares

O discurso é direto quando são as personagens que falam. O narrador, interrompendo a narrativa, põe-nas em cena e cede-lhes a palavra. Exemplo: "- Por que veio tão tarde? perguntou-lhe Sofia, logo que apareceu à porta do jardim, em Santa Teresa. - Depois do almoço, que acabou às duas horas, estive arranjando uns papéis. Mas não é tão tarde assim, continuou Rubião, vendo o relógio; são quatro horas e meia. - Sempre é tarde para os amigos, replicou Sofia, em ar de censura." (Machado de Assis, Quincas Borba) No discurso indireto não há diálogo, o narrador não põe as personagens a falar diretamente, mas faz-se o intérprete delas, transmitindo ao leitor o que disseram ou pensaram. Exemplo: "A certo ponto da conversação, Glória me disse que desejava muito conhecer Carlota e perguntou por que não a levei comigo." Para você ver como fica fácil vou passar o exemplo acima para o discurso direto: - Desejo muito conhecer Carlota - disse-me Glória, a certo ponto da conversação. Por que não a trouxe consigo?

Fonte: http://www.algosobre.com.br/redacao/discurso-direto-e-indireto.html (Fragmento) 

Avaliação

A avaliação é processual e contínua, devendo ser realizada oral e coletivamente, enfocando a dinâmica do grupo, identificando avanços e dificuldades. O desempenho dos alunos durante a aula, a realização das tarefas propostas, as observações e intervenções do professor, a auto-avaliação do professor e do aluno serão elementos essenciais para verificar se as competências previstas para a aula foram ou não desenvolvidas pelos alunos. A avaliação se dará coletivamente, em todos os momentos em que os alunos estiverem participando das discussões sobre pontuação e realizando exercícios, e individualmente, quando estiverem empregando a pontuação em produções escritas.

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