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A Balaiada: revolta popular no Maranhão - UCA

 

20/05/2011

Autor y Coautor(es)
LUCIMAR DIVINA ALVARENGA PRATA
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UBERLANDIA - MG Universidade Federal de Uberlândia

Leide Divina Alvarenga Turini

Estructura Curricular
Modalidad / Nivel de Enseñanza Disciplina Tema
Ensino Fundamental Final História Nações, povos, lutas, guerras e revoluções
Datos de la Clase
O que o aluno poderá aprender com esta aula

Identificar os sujeitos sociais participantes da revolta e o significado da denominação “Balaiada” dada ao movimento.

Analisar os fatores que levaram à revolta no Maranhão, no período entre 1838 e 1841. 

Refletir sobre os significados do movimento no contexto social e político do Brasil Império.

Duração das atividades
04 aulas de 50 minutos
Conhecimentos prévios trabalhados pelo professor com o aluno

O processo de Independência do Brasil.

Brasil Império: Primeiro Reinado e Período Regencial.

Estratégias e recursos da aula

 Alunos UCA ESEBA

 

Professor, para o desenvolvimento das atividades desta aula os alunos devem ter acesso a um computador e à internet. Portanto, a aula poderá acontecer no Laboratório de Informática ou na sala de aula, no caso de escolas vinculadas ao Projeto UCA (Um Computador por Aluno).  

 

I-  A Balaiada: a origem do nome da revolta

Orientações para a atividade:

a-  Solicitar aos alunos que observem atentamente a imagem abaixo:

                                                                                                                                                                                   

 

Balaio

Fonte:http://crv.educacao.mg.gov.br/sistema_crv/documentos/op/ef/historia/2010-08/op-ef-hi-22.pdf Acesso em 15/04/2011

 

b- Questione: A imagem faz referência a fabricantes de balaio do século XIX. Você diria que esse ofício tem algo a ver com o nome dado à revolta que iremos estudar? Já leu ou ouviu algo a respeito?

c- Depois de ouvir os alunos, oriente-os a acessar o texto Os Novos Balaios, de Filipe Monteiro e Mariana Benjamin, disponível no site da Revista de História da Biblioteca Nacional. Abaixo, um excerto do texto:

 Não se sabe bem o que o levou a pegar em armas. Uns dizem que foi por pura vingança contra um soldado que violentara sua filha; outros, que foi para evitar o recrutamento forçado de seus filhos. O fato é que Manoel Francisco dos Anjos Ferreira, um fabricante de cestos de palha (ou balaios), acabou emprestando o nome de seu humilde ofício à maior insurreição já vista em terras maranhenses: a Balaiada (1838-1841). Manoel não foi o único representante da “raia miúda”, da “ralé”, como se costumava dizer, a participar do motim. Pequenos fazendeiros, lavradores, vaqueiros e até escravos se tornaram os principais atores de uma guerra que teve início no Maranhão e se estendeu por Piauí e Ceará. 

Fonte: http://www.revistadehistoria.com.br/v2/home/?go=detalhe&id=1727

 

Balaio

 Fonte da imagem: Revista de História da Biblioteca Nacional http://www.revistadehistoria.com.br/v2/home/?go=detalhe&id=1727 Acesso em 15/04/2011

 

d- A partir da leitura do texto, na íntegra, solicite aos alunos que manifestem as suas conclusões sobre a origem do nome da revolta. Essas conclusões devem ser registradas no caderno de História.

e- O texto também possibilita a compreensão sobre as origens sociais dos participantes da revolta. Peça aos alunos que os identifique e anote no caderno.

f- Peça aos alunos que expliquem, a partir do texto, o que é e como surgiu o movimento "Novos Balaios".

g- Os autores do texto trazem uma importante reflexão a respeito de como a revolta é tratada hoje, nos livros de História. Leia:

"Nos livros de História, a revolta perdeu importância, metida no mesmo saco de várias outras que ocorreram no período regencial. Enquanto isso, o líder das tropas imperiais que sufocaram o movimento popular virou herói nacional: o duque de Caxias.Maria Claudete, professora aposentada da UFPI e autora do clássico Balaios e bem-te-vis: a guerrilha sertaneja, denuncia a manipulação da memória da Balaiada. “Hoje, nem os alunos de História se interessam pelo assunto. Houve uma campanha deliberada das elites para abafar um dos mais importantes movimentos sociais daquele século”.

Fonte: http://www.revistadehistoria.com.br/v2/home/?go=detalhe&id=1727

A partir da leitura, a proposta é que os alunos façam uma investigação sobre se e como é tratada, no livro didático, a Balaiada. Para tanto:

1- Dividir os alunos em grupos. Cada grupo ficará responsável pela análise de um livro didático.

2- Questões norteadoras do trabalho de análise/investigação a ser realizado pelo grupo:

Inicialmente os grupos devem observar: o livro didático investigado menciona a revolta no Maranhão? Há uma discussão específica sobre o movimento? Em caso afirmativo, devem prosseguir com a análise proposta abaixo:

  • Como o autor do livro didático apresenta a revolta? Quais sujeitos sociais participantes da revolta são mencionados no texto?
  • Como são apresentadas as razões da eclosão do movimento no Maranhão?
  • O autor apresenta os os significados do movimento no contexto social e político do Brasil Império? De que maneira?

 

 II-  Interpretações históricas em confronto

1- Professor, as atividades desenvolvidas no item anterior posssibilitam o aprofundamento de diferentes interpretações históricas sobre a Balaiada. Desta forma, a proposta para esta aula é um trabalho de leitura, interpretação e debate de um texto que possibilita discutir a Balaiada a partir de um ponto de vista não oficial.

Orientações para a atividade:

a- Iniciar as atividades desta aula com a leitura e interpretação do texto "Insurreição Balaia", assinado por João Mauro Araújo.

b- Oriente os alunos a acessarem o texto, na íntegra, no endereço: http://www.reporterbrasil.org.br/imprimir.php?id=698&escravo=0

c- Além de uma interpretação a respeito dos acontecimentos que impulsionaram a revolta, o texto traz importantes possibilidades de reflexão para os alunos, uma vez que propõe um outro olhar sobre a revolta, levantando questionamentos às narrativas oficiais. Por exemplo, na história oficial do movimento, o coronel Luís Alves de Lima e Silva, ao vencer os balaios, foi condecorado pelo imperador D. Pedro II, com o título de Barão de Caxias. Mais tarde, foi homenageado com a construção de um busto na praça central da cidade de Caxias, no Maranhão. Chame a atenção dos alunos para a imagem retratada no texto:

 

Busto de Caxias

“Duque de Caxias, principal repressor da Balaiada, é homenageado na praça principal da cidade que leva seu nome, no Maranhão”

 Link da imagem e legenda: http://www.reporterbrasil.org.br/imprimir.php?id=698&escravo=0 - Acesso em 15/04/2011

 

d- Oriente os alunos para uma leitura atenta do seguinte fragmento do texto:

"(...) Ao vencer a guerra, o coronel Luís Alves de Lima e Silva foi condecorado, passando a utilizar o título de duque de Caxias, e se tornou patrono do exército brasileiro. Seu nome está presente em placas de ruas e avenidas espalhadas pelo Brasil. "A consciência de nação, que vinha da época das lutas pela Independência, foi abafada e, em seu lugar, forjou-se a auto-imagem do brasileiro pacífico, avesso à violência, mantendo-se a primazia de poucos que passam à história como heróis e mitos".

e- A observação atenta da imagem e da legenda e a leitura do trecho acima revelam que o texto em estudo questiona as homenagens feitas a Duque de Caxias em relação à Balaiada. A partir da interpretação das ideias centrais do texto, aponte as razões para os questionamentos feitos pelo autor à participação de Caxias no movimento.

f- De acordo com estudiosos do tema, com o objetivo de preservar a história da Balaiada a partir do olhar dos excluídos, foram construídas as estátuas dos quatro principais líderes balaios, "em confronto com a do duque de Caxias, do outro lado da praça", em Caxias, Maranhão. Neste sentido, peça aos alunos que observem atentamente a imagem abaixo:

Manuel Francisco dos Anjos

"Em oposição ao busto do duque de Caxias, a estátua de Manuel Francisco dos Anjos, em Caxias, marca uma nova interpretação da História"

  Link da imagem e legenda: http://www.reporterbrasil.org.br/imprimir.php?id=698&escravo=0 - Acesso em 15/04/2011

 

g- Observando atentamente a imagem e a legenda, proponha a seguinte questão aos alunos: no texto o autor afirma que a construção da estátua de Manuel Francisco dos Anjos marca uma nova interpretação da História. Explique como o autor do texto justifica essa afirmação.

h- Agora pergunte aos alunos: qual das duas interpretações é, em sua opinião, mais bem fundamentada historicamente? Justifique.

Professor!

Incentive uma discussão a respeito da necessidade de se questionar as interpretações históricas fundamentadas pelo mito do herói pois, nesta concepção, homens e mulheres comuns são excluídos da história e vistos como espectadores dela; não são vistos como sujeitos históricos. Neste sentido, o professor pode estimular uma reflexão a respeito dos significados, para a história da Balaiada, de uma desconstrução da figura do Duque de Caxias como o sujeito histórico central do movimento e o reconhecimento da participação de outros sujeitos históricos, como os escravos e homens e mulheres pobres e livres.

 

2- Ainda trabalhando com o texto indicado na atividade 1, proponha aos alunos uma atividade com o objetivo de: conhecer parte do acervo do Memorial da Balaiada; compreender a proposta dos seus organizadores; ressaltar a importância do mesmo para história do movimento. Este trabalho pode ser realizado a partir de material impresso (jornais, revistas, livros) e também da internet.

Orientações:

a- Inicie a atividade a partir da leitura do seguinte fragmento do texto:

"Vista pelas narrativas oficiais como banditismo sertanejo, a Balaiada é revisada por pesquisadores, que mostram novos fatos sobre a revolta maranhense e criam um memorial que preserva a história a partir do olhar dos excluídos.(...) O Memorial da Balaiada integra atualmente museu-escola, biblioteca, centro de documentação e um laboratório de restauração de textos antigos."

(Fonte:http://www.reporterbrasil.org.br/imprimir.php?id=698&escravo=0 - Acesso em 15/04/2011)

 

 memorial

 Fonte: http://www.jornalpequeno.com.br/2007/7/8/Pagina59642.htm - Acesso em 15/04/2010

 b- Discuta: o que significa preservar a história a partir do olhar dos excluídos? De que maneira o Memorial da Balaiada contribui para esta preservação? Proponha aos alunos uma leitura a respeito do acervo, das atividades e dos significados do memorial, para que possam responder a questão formulada. Para tanto, oriente-os para a leitura atenta do texto Fórum de Cultura discutirá a Balaiada, disponível na íntegra, no link: http://www.jornalpequeno.com.br/2007/7/8/Pagina59642.htm. Peça que observem atentamente as imagens  que ilustram o texto. Leia o fragmento abaixo:

" O Memorial, contudo, foi articulado tendo como foco o olhar dos excluídos. Essa é a razão pela qual existem estátuas em memória dos Balaios, no intuito de se estabelecer um confronto com a historiografia oficial, já que no próprio Morro do Alecrim, onde se localiza o Memorial, existe uma estátua em homenagem ao Duque de Caxias. “Essa ação é estratégica, pois no momento em que se mostra uma outra visão acerca da Balaiada, evidenciamos o posicionamento dos que foram vencidos."

Fonte: http://www.jornalpequeno.com.br/2007/7/8/Pagina59642.htm

 

 c- Incentive a leitura atenta dos textos indicados e do material reunido pelos alunos em outras fontes. Proponha, então, um debate sobre a questão formulada no item b. Após o debate, peça aos alunos que sistematizem suas conclusões no caderno de História.

III- Os significados da Balaiada

1- Proponha aos alunos iniciar as atividades da aula com a leitura do livro "A guerra da Balaiada", com texto em literatura de cordel de autoria de Magno José Cruz, publicado  pelo Centro de Cultura Negra do Maranhão . O conteúdo do livro pode ser acessado no link:http://www.geledes.org.br/cosme-bento-das-chagas-negro-cosme/a-guerra-da-balaiada-17/07/2009.html

Livro

Capa do livro - Fonte: http://www.geledes.org.br/cosme-bento-das-chagas-negro-cosme/a-guerra-da-balaiada-17/07/2009.html Acesso em 15/04/2011

2- Oriente os alunos a fazerem uma leitura individual e atenta do texto. Em seguida, oriente-os para uma leitura  dramatizada do texto, onde todos participem. A leitura dramatizada possibilita um maior envolvimento do aluno com o texto, ao qual ele empresta a sua interpretação, a sua expressividade.

3- Em seguida, promova um debate entre os alunos, solicitando que comentem a respeito dos principais sujeitos sociais mencionados no texto, como são representados, qual a importância dos mesmos para o movimento. 

4- Peça aos alunos que comentem sobre como é tratada, no texto, a presença das mulheres no movimento.

5- Oriente os alunos a interpretarem as seguintes estrofes:

 Na história que tem nos livros
Escritos pela burguesia
Cosme é o grande bandido
(Ora vejam, quem diria!)
E Luís, racista assumido
É o herói Duque de Caxias

Contei parte da Balaiada
E da bravura daquela gente
Há muito o que contar
Da lição desses valentes
Cosme, Balaio e Matroá
Pois quem luta sempre vence

 A luta não terminou
Pois a exploração continua
Vamos ser os novos balaios
E sairmos todos às ruas
Gritando contra os lacaios

 (Fonte: http://www.geledes.org.br/cosme-bento-das-chagas-negro-cosme/a-guerra-da-balaiada-17/07/2009.html).

 

6- A partir da leitura e do debate, solicite aos alunos que elaborem um texto dissertativo, no qual exponham as suas conclusões sobre o tema desta aula: Os significados da Balaiada na atualidade.

Atenção, professor! Esta aula pode ser trabalhada conjuntamente com o professor de Português, que poderá trabalhar com os alunos o conceito de literatura de cordel e auxliá-los na elaboração do texto dissertativo, apontando as principais características  deste tipo de texto.

Recursos Complementares
Avaliação

A ação avaliativa deve permear toda a prática pedagógica do professor dando-lhe constantemente elementos que lhe possibilitem auxiliar o estudante no seu desenvolvimento. Desta maneira, o professor poderá avaliar os alunos a cada etapa do trabalho, por meio das atividades desenvolvidas a partir dos recursos utilizados: atividades de interpretação de textos e de imagens, debates, pesquisa em livro didático, sistematização de informações e de conclusões no caderno, elaboração de texto dissertativo, entre outras. A avaliação deve permitir ao professor observar se os objetivos propostos para a aula foram efetivamente alcançados pelos alunos.

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