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UCA - Crônica humorística versus crônica lírica

 

14/06/2011

Autor y Coautor(es)
LAZUITA GORETTI DE OLIVEIRA
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UBERLANDIA - MG ESC DE EDUCACAO BASICA

Eliana Dias

Estructura Curricular
Modalidad / Nivel de Enseñanza Disciplina Tema
Ensino Fundamental Final Língua Portuguesa Análise linguística: modos de organização dos discursos
Educação de Jovens e Adultos - 2º ciclo Língua Portuguesa Linguagem escrita: leitura e produção de textos
Datos de la Clase
O que o aluno poderá aprender com esta aula
  • Comparar duas modalidades do gênero discursivo  crônica  - humorística  e lírica –, identificando semelhanças e diferenças – quanto às  características formais e funcionais.
  • Ler e analisar  crônicas – lírica e humorística.
  • Produzir uma crônica humorística ou lírica.
Duração das atividades
05 aulas de 50 minutos cada
Conhecimentos prévios trabalhados pelo professor com o aluno
  • Estrutura básica da narrativa.
Estratégias e recursos da aula
  • utilização do laptop UCA;
  • utilização de vídeos do youtube;
  • atividades realizadas em grupo ou duplas de alunos.
  • utilização de textos, imagens e vídeos veiculados na internet.

 

 

Aula 01 (50 minutos)

 

Visando  dar continuidade à  proposta de se trabalhar com gêneros discursivos da ordem do narrar, a temática desta aula trata-se de  um estudo comparativo entre  dois tipos de crônica – crônica humorística versus crônica  lírica.

 

   Disponível em:

http://1.bp.blogspot.com/_D88NysPL3z4/S63js_SyKKI/AAAAAAAADew/Pr7BmBT93lc/s1600/CR%C3%94NICAS.bmp

 

1. Considerando que em  aulas anteriores  já  se abordou, de forma comparativa, outras modalidades de crônica, para retomar esse gênero com os alunos, o  professor deverá solicitar a eles que, de posse de seus laptops, acessem a página abaixo e assistam ao vídeo sobre crônica.

http://www.youtube.com/watch?v=rjHJT2WwVtg&feature=related

2. Após os alunos assistirem ao vídeo, o professor deverá conversar com eles sobre o assunto apresentado.

 

Sugestão de perguntas para orientar a conversa com os alunos:

a. Segundo o vídeo, qual é o suporte em que geralmente são veiculadas as crônicas?

b. Crônicas são editadas em livros?

c. Qual a definição de crônica?

d. Por que o cronista pode ser considerado o "escrivão do cotidiano"?

e. Quais são os cronistas mencionados no vídeo?

f . Dentre os cronistas mencionados está Sérgio Porto cujo pseudônimo era Stanislaw Ponte Preta. Que tipo de crônica ele escrevia?

g. Há diferentes tipos de crônicas? Por quê?

h. Sempre se conta uma história em uma crônica?

i. No vídeo, há a apresentação de fragmentos de uma crônica de Stanislaw Ponte Preta – A estranha passageira.

Por que a passageira é estranha? Pode-se dizer que esta é uma crônica humorística? Por quê?

 

3. O professor deverá solicitar aos alunos que, em dupla,  produzam um pequeno texto sobre o vídeo assistido, intitulado – O que aprendi sobre crônicas.

Os alunos deverão digitar o texto no processador de texto   - Kword -  e salvá-lo  em seus pendrives para no final do ano terem um banco de textos.

 

Aula 02 (50 minutos)

 

O professor deverá solicitar aos alunos que acessem os sites abaixo e acompanhem a leitura oral das duas crônicas: "A estranha passageira", de Stanislaw Ponte Preta; e  “O milagre das folhas", de Clarice Lispector.

Disponíveis respectivamente nos sites:

 http://gentequeaprende.blogspot.com/2010/05/cronica-estranha-passageira.html

http://literaturaemcontagotas.wordpress.com/2009/02/26/bela-cronica-de-clarice-lispector/

 

Texto 1

A estranha passageira

(Stanislaw Ponte Preta)

 Disponível em:

http://3.bp.blogspot.com/-Qio7EpMgU_w/TaecU0PGE6I/AAAAAAAABU8/5shjSiL5Xyk/s1600/untitled.bmp

- O senhor sabe? É a primeira vez que eu viajo de avião. Estou com zero hora de vôo - e riu nervosinha, coitada.

Depois me pediu que eu me sentasse ao seu lado, pois me achava muito calmo e isto iria fazer-lhe bem. Lá se ia a oportunidade de ler o romance policial que eu comprara no aeroporto, para me distrair na viagem. Suspirei e fiz o bacano respondendo que estava às suas ordens.

Madama entrou no avião sobraçando um monte de embrulhos, que segurava desajeitadamente.

Gorda como era, custou a se encaixar na poltrona e arrumar todos aqueles pacotes. Depois não sabia como amarrar o cinto e eu tive que realizar essa operação em sua farta cintura.

Afinal estava ali pronta para viajar. Os outros passageiros estavam já se divertindo às minhas custas, a zombar do meu embaraço ante as perguntas que aquela senhora me fazia aos berros, como se estivesse em sua casa, entre pessoas íntimas. A coisa foi ficando ridícula:

- Para que esse saquinho aí? - foi a pergunta que fez, num tom de voz que parecia que ela estava no Rio e eu em São Paulo.

- É para a senhora usar em caso de necessidade - respondi baixinho.

Tenho certeza de que ninguém ouviu minha resposta, mas todos adivinharam qual foi, porque ela arregalou os olhos e exclamou:

- Uai... as necessidades neste saquinho? No avião não tem banheiro?

Alguns passageiros riram, outros - por fineza - fingiram ignorar o lamentável equívoco da incômoda passageira de primeira viagem. Mas ela era um azougue (1) (embora com tantas carnes parecesse mais um açougue) e não parava de badalar. Olhava para trás, olhava para cima, mexia na poltrona e quase levou um tombo, quando puxou a alavanca e empurrou o encosto com força, caindo para trás e esparramando embrulhos para todos os lados.

O comandante já esquentara os motores e a aeronave estava parada, esperando ordens para ganhar a pista de decolagem. Percebi que minha vizinha de banco apertava os olhos e lia qualquer coisa. Logo veio a pergunta:

- Quem é essa tal de emergência que tem uma porta só pra ela? Expliquei que emergência não era ninguém, a porta é que era de emergência, isto é, em caso de necessidade, saía-se por ela.

Madama sossegou e os outros passageiros já estavam conformados com o término do "show". Mesmo os que mais de divertiam com ele resolveram abrir os jornais, revistas ou se acomodarem para tirar uma pestana durante a viagem.

Foi quando madama deu o último vexame. Olhou pela janela (ela pedira para ficar do lado da janela para ver a paisagem) e gritou:

- Puxa vida!!!

Todos olharam para ela, inclusive eu. Madama apontou para a janela e disse:

- Olha lá embaixo.

Eu olhei. E ela acrescentou:

- Como nós estamos voando alto, moço. Olha só... o pessoal lá embaixo até parece formiga.

 Suspirei e lasquei:

- Minha senhora, aquilo são formigas mesmo. O avião ainda não levantou vôo.

 

Texto 2

O milagre das folhas

(Clarice Lispector)

 folhas1

 Disponível em:

http://literaturaemcontagotas.wordpress.com/2009/02/26/bela-cronica-de-clarice-lispector/

Não, nunca me acontecem milagres. Ouço falar, e às vezes isso me basta como esperança. Mas também me revolta: por que não a mim? Por que só de ouvir falar? Pois já cheguei a ouvir conversas assim, sobre milagres: “Avisou-me que, ao ser dita determinada palavra, um objeto de estimação se quebraria.” Meus objetos se quebram banalmente e pelas mãos das empregadas.

 Até que fui obrigada a chegar à conclusão de que sou daqueles que rolam pedras durante séculos, e não daqueles para os quais os seixos já vêm prontos, polidos e brancos. Bem que tenho visões fugitivas antes de adormecer – seria milagre? Mas já me foi tranquilamente explicado que isso até nome tem: cidetismo, capacidade de projetar no campo alucinatório as imagens inconscientes.

Milagre, não. Mas as coincidências. Vivo de coincidências, vivo de linhas que incidem uma na outra e se cruzam e no cruzamento formam um leve e instantâneo ponto, tão leve e instantâneo que mais é feito de pudor e segredo: mal eu falasse nele, já estaria falando em nada.

Mas tenho um milagre, sim. O milagre das folhas. Estou andando pela rua e do vento me cai uma folha exatamente nos cabelos. A incidência da linha de milhares de folhas transformadas em uma única, e de milhões de pessoas a incidência de reduzi-las a mim. Isso me acontece tantas vezes que passei a me considerar modestamente a escolhida das folhas.

Com gestos furtivos tiro a folha dos cabelos e guardo-a na bolsa, como o mais diminuto diamante. Até que um dia, abrindo a bolsa, encontro entre os objetos a folha seca, engelhada, morta. Jogo-a fora: não me interessa fetiche morto como lembrança. E também porque sei que novas folhas coincidirão comigo.

Um dia uma folha me bateu nos cílios. Achei Deus de uma grande delicadeza”.

 

2. Após a leitura oral das crônicas, o professor deverá perguntar aos alunos se eles identificaram diferenças entre as duas crônicas lidas.

 

Observação: à medida que os alunos forem falando, o professor vai anotando no quadro as características  apontadas pelos alunos.

Com  essa conversa,  estabelece-se a problematização sobre a temática em estudo: crônica humorística versus crônica lírica – essas duas modalidades do gênero crônica se diferenciam em que aspectos? 

 

Aula 03 (50 minutos)

 

Nessa aula, os alunos deverão, em dupla, responder às questões propostas sobre os textos em seus laptops no Kword.

Essa atividade está disponível em: http://www.megaupload.com/?d=ZVWUPIVD

 

Aula 04 (50 minutos)

 

O professor deverá dispor os alunos em grupo e apresentar a eles a seguinte proposta de trabalho:

a. Montem um quadro comparativo entre as duas modalidades de crônica – humorística e lírica -, utilizando a ferramenta do Linux, K-presenter.

b. Para esta síntese, retomem os estudos  realizados sobre  o assunto: texto “O que aprendi sobre crônicas”; e atividades  sobre as crônicas “Uma estranha passageira”, de Stanislaw Ponte Preta, e “O milagre das folhas”, de Clarice Lispector.

c. Para elaboração da apresentação, procurem seguir o seguinte roteiro:

  • Finalidade do gênero (crônica humorística; crônica lírica);
  • perfil dos interlocutores;
  • suporte em que são veiculadas as crônicas;
  • tema e estrutura composicional;
  • nível de linguagem.

Aula 05 (50 minutos)

Produção de texto:

 

O professor deverá apresentar a seguinte proposta de produção de textos aos alunos:

Para Clarice Lispector existe um  tipo de milagre  - O milagre das folhas.

E para você, que tipo de milagre existe?

 

 

 Professor, passe no quadro as instruções abaixo para que seu aluno acompanhe as dicas.

 

Siga estas instruções:

a. Pense no leitor: seu texto poderá ser selecionado para postado no Blog da turma.

b. Seu texto deverá ser escrito em primeira pessoa: você deverá expor de forma subjetiva seus sentimentos a respeito do tema escolhido.

c. Lembre-se de que em uma crônica lírica você não precisa narrar fatos, mas apenas refletir sobre um determinado assunto.

d. A linguagem empregada deverá ser a formal.

 

Recursos Complementares

1. Para conhecer um pouco sobre os autores das crônicas estudadas, os alunos poderão pesquisar sobre Sérgio Porto (Stanislaw Ponte Preta) e Clarice Lispector, nos sites:

http://www.releituras.com/spontepreta_bio.asp

http://www.releituras.com/clispector_bio.asp

2. Os alunos também  poderão assistir aos vídeos seguintes sobre os autores, disponíveis em:

Sérgio Porto - De lá pra cá:

http://www.youtube.com/watch?v=EwFEJo6t1ik&feature=related

Stanislau Ponte Preta - Copacabana

http://www.youtube.com/watch?v=lUIogL_xS7g&feature=related

Clarice Lispector: Entrevista para TV Cultura [1977] (1/5)

http://www.youtube.com/watch?v=v-2fy0w8-IQ&feature=related

Documentário retrata conversas de Clarice Lispector com personalidades

http://www.youtube.com/watch?v=oiJH9CoLbQk&feature=related

Avaliação

Considerando o que foi desenvolvido durante as aulas, os alunos serão avaliados pontualmente. Para isso, o professor deverá observar a participação deles durante as atividades. Verificar, principalmente se eles conseguiram perceber a diferença entre as duas modalidades do gênero crônica – humorística e lírica - a partir do conhecimento das características composicionais de cada um delas. A elaboração do quadro comparativo entre as duas modalidades do gênero crônica – em que se apresenta uma  síntese do estudo -, bem como a produção individual de uma crônica lírica oferecem material para a avaliação formal dos alunos.

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